Jorge Praiana, de 73 anos, melhorou sua saúde ao participar do PIAFI/ Foto: Arquivo pessoal

Melhorar a condição de saúde de idosos por meio da prática de exercícios físicos: é com esse objetivo que o Programa de Incentivo à Atividade Física para Idosos (PIAFI), promovido pelo Instituto de Geriatria e Gerontologia (IGG) da PUCRS, completou seu primeiro ano neste mês de setembro.  

Denise Howes, de 71 anos, faz exercícios no PIAFI várias vezes ao mês/ Foto: Arquivo pessoal

Desde a criação do programa, 200 idosos em vulnerabilidade social receberam orientações sobre prevenção, tratamento e reabilitação de doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes, fraturas ósseas e insuficiência renal – tudo através de atividades físicas personalizadas e atividades em grupos, que contribuem no processo de envelhecimento e na qualidade de vida. 

“O PIAFI mostra, na prática, que o exercício físico tem um impacto importante em diversos indicadores de saúde, pois já percebemos uma redução na frequência cardíaca, melhora do equilíbrio e flexibilidade do corpo, redução do número de quedas, além de uma redução no consumo de medicamentos”, declara Douglas Sato, diretor do IGG da PUCRS e coordenador do PIAFI. 

Além de resultados físicos, o PIAFI também contribui para a saúde mental dos idosos, aumentando o convívio social e reduzindo os sintomas depressivos dos participantes. Denise Howes tem 71 anos e participa do programa desde o início.  

“O PIAFI mudou toda a minha vida! Tanto a física quando a mental. Quando comecei estava passando por um processo de luto. No início participava uma vez por semana e a partir daí já começou a mudança. É bom conversar com as pessoas que têm a mesma idade que a gente. Tivemos a oportunidade de fazer passeios, encontros. Hoje já faço exercícios três vezes por semana e hidroginástica duas vezes por mês”, conta. 

Resultados positivos também na vida de Jorge Praiana. Aos 73 anos, sente-se mais feliz e alegre. “Entrar no PIAFI foi tudo de bom! Melhorou a minha saúde em geral, a minha memória e só vejo bons resultados. Já perdi quatro centímetros de circunferência de barriga e quilos de peso, tudo com acompanhamento das professoras e estagiários do programa”. 

A previsão é que o PIAFI ocorra até maio de 2024, atingindo um total de 500 idosos atendidos. Por enquanto, as vagas estão esgotadas. A partir de 27 de novembro, caso haja vagas remanescentes, será possível tentar se inscrever diretamente no mezanino do segundo andar do Parque Esportivo, no turno da tarde. 

Luisa Fernanda Habigzang, professora e pesquisadora da Escola de Ciências da Saúde e da Vida/ Foto: Arquivo pessoal

O Grupo de Pesquisa Violência, Vulnerabilidade e Intervenções Clínicas do Programa de Pós-graduação em Psicologia da PUCRS vem desenvolvendo tecnologias sociais com objetivo de qualificar a atuação de profissionais que atuam com populações em situação de vulnerabilidade social. Crianças, adolescentes, mulheres, pessoas idosas e população LGBTQIAP+ que experienciaram violência familiar e comunitária são o principal público-alvo. 

Segundo a professora e pesquisadora da Escola de Ciências da Saúde e da Vida Luisa Fernanda Habigzang, as tecnologias sociais podem ser definidas como as técnicas e metodologias de transformação social através de processos de inclusão, melhoria da qualidade de vida das pessoas e garantia de direitos, propondo a solução de um problema social. Alguns exemplos de tecnologias sociais podem envolver programas sistêmicos de qualificação de profissionais, intervenções para geração de trabalho e renda, equipamentos de baixo custo para resolução de problema social, intervenções para prevenção de saúde, entre outros.  

Dessa maneira, no processo de desenvolvimento e avaliação das tecnologias sociais para capacitação já existentes, o grupo vem atuando em parceria com o Centro Estadual de Vigilância em Saúde, Secretaria da Educação e com o Comitê Interinstitucional de Enfrentamento à Violência contra Mulher do Rio Grande do Sul. Assim, está presente em diferentes frentes, entre elas:  

Com isso, professores, enfermeiros, epidemiologistas, sanitaristas, psicólogos e assistentes sociais já foram capacitados pelas iniciativas do grupo de pesquisa, conectando o espaço acadêmico ao social.  

“O investimento em tecnologias sociais é um importante caminho para a articulação e desenvolvimento científico e social, contribuindo com a missão da Universidade de desenvolver pesquisas e tecnologias comprometidas com excelência e transformação social”, comenta Habigzang.  

Para que esses desenvolvimentos tecnológicos tenham eficiência social, a professora destaca que é fundamental compreender as demandas sociais através de relatórios governamentais e não-governamentais, políticas públicas existentes e legislações vigentes. Além disso, é importante a escuta de gestores e profissionais que atuam no enfrentamento do problema, acompanhados de pesquisas científicas, bem como a participação do público-alvo e a definição clara de indicadores que avaliem a efetividade do impacto.  

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Desenvolvido na PUCRS, o projeto conta com a participação de profissionais de instituições nacionais e internacionais de ensino. / Foto: Matheus Gomes

O Programa PalavrAtiva de Estimulação Linguístico-Cognitiva para Adultos e Pessoas Idosas tem o objetivo de promover a estimulação do processamento, da compreensão e da produção da linguagem como forma de ampliar as reservas cognitivas e a capacidade de lidarmos com possíveis danos associados ao processo natural de envelhecimento. O projeto é liderado pela professora e pesquisadora da Escola de Humanidades e do Instituto de Geriatria e Gerontologia (IGG) Lilian Hübner, líder do Grupo de Estudos em Neuropsicolinguística (GENP) da PUCRS/CNPq.  

“Em um cenário com um crescente envelhecimento da população brasileira e mundial, torna-se necessário direcionar a atenção a essa parcela da população. As pessoas querem envelhecer com qualidade e o perfil do adulto idoso tem mudado bastante. Trata-se de um público que busca a qualidade de vida, que tem preocupação em se manter ativo físico e mentalmente”, destaca Lilian.

Estudos mostram que os hábitos de leitura e de escrita podem reduzir o impacto da baixa escolaridade e do avanço da idade na cognição. De acordo com a pesquisadora, a estimulação aumenta as reservas cognitivas e pode adiar o aparecimento de sintomas de declínio cognitivo. “Por isso, o investimento em prevenção, como o aplicado em atividades de estimulação, é muito menos elevado do que o custo público com aposentadorias ou com cuidados com pacientes”, adiciona. “A estimulação linguístico-cognitiva deveria ser pensada como uma estratégia de políticas públicas, como uma intervenção preventiva na saúde mental e emocional da pessoa idosa”. Isso é ainda mais estratégico em países onde a maior parcela da população idosa tem baixa escolaridade. Sabe-se que o risco para a incidência de demências, tanto no Brasil quanto no contexto mundial, é maior nas parcelas da população de mais idade e menos escolaridade.  

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O projeto é desenvolvido em parceria com as professoras Erica dos Santos Rodrigues, da PUC-Rio, Maria Teresa Carthery-Gourlart, da UFABC e da Universidade de Hong Kong, Karine Marcotte, da Universidade de Montreal e pelos pesquisadores da PUCRS e Inscer Lucas Schilling, Danielle Irigoyen da Costa e Sabine Possa Marroni.  Conta ainda com a colaboração de Débora Conforto da Coordenadoria de Disciplinas Online da Graduação Presencial e de Jorge Horácio Nicolas Audy e seus alunos do curso de Computação e de Felipe Foliatti da Fundatec. 

Leitura e escrita como estratégias para mais saúde 

O projeto visa a um envelhecimento mais saudável por meio de atividades de estimulação linguístico-cognitiva. / Foto: Matheus Gomes

O programa tem um caráter de prevenção por meio de atividades linguísticas que promovem a interação com diferentes tipos de memória, funções executivas e atenção, engajando o participante em tarefas desafiadoras. Além das atividades de estimulação, o programa oferece aos participantes palestras e bate-papos com especialistas em diferentes áreas de interesse, abordando temas como memória, mindfulness, qualidade do sono, dentre outros. A participação no projeto é uma oportunidade para que os participantes idosos retomem o contato com a leitura e com a escrita, num ambiente de estímulos variados, ricos e desafiadores, com atividades desenvolvidas em grupos e individualmente, preparadas por uma equipe multidisciplinar de professores e de alunos matriculados nos programas de pós-graduação e graduação em Letras e de Psicologia da PUCRS. 

A prática da leitura, da escrita, de atividades linguísticas que estimulem o vocabulário, a reflexão sobre estruturas da língua, o raciocínio linguístico, a produção oral, a clareza e velocidade na comunicação escrita e oral, dentre outras atividades de cunho linguístico, auxiliam a manter a mente ativa e a interagir de forma eficiente na convivência diária no meio familiar e social.  

Os dados preliminares da pesquisa de estimulação desenvolvida entre a PUCRS, PUC-Rio e UFABC, em âmbito nacional, durante 15 dias de forma online durante a pandemia apontaram benefícios cognitivos e de bem-estar importantes. “Agora, com uma intervenção mais longa e incluindo neuroimagem, procuraremos contribuir de forma pioneira para a pesquisa sobre o efeito da estimulação linguístico-cognitiva como intervenção na cognição, na estrutura e na circuitaria cerebral e no bem-estar do participante, na busca de evidências para a manutenção e o aprimoramento da qualidade de vida da população idosa brasileira”, comenta Lilian.  

Além destas atividades, o grupo de pesquisa está desenvolvendo uma adaptação do programa a um aplicativo, voltado ao público adulto e idoso. O usuário será levado a estimular sua cognição enquanto embarca com a mascote do programa por uma viagem pelos diferentes Estados do Brasil e suas principais cidades, conhecendo lendas, curiosidades e costumes das regiões brasileiras. 

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idoso

As inscrições podem ser feitas no segundo andar do Parque Esportivo da PUCRS, de segunda a sexta, das 14h às 17h30. / Foto: Kampus Production

Liderado pelo Instituto de Geriatria e Gerontologia (IGG) da PUCRS e pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, o Programa de Incentivo à Atividade Física para Idosos (PIAFI) está com 300 inscrições abertas. Para fazer parte do programa, é necessário ter mais de 60 anos, ser baixa renda e residir em Porto Alegre. 

O PIAFI é uma iniciativa que presta assistência gratuita para idosos em vulnerabilidade social por meio de atividades físicas. O programa compreende diferentes modalidades em que o objetivo é a prevenção e o tratamento das principais doenças que incidem no envelhecimento e nos sintomas que comprometem a qualidade de vida dos idosos. 

Para o diretor do IGG, Douglas Sato, a atividade física é importante na prevenção de doenças, aumento de qualidade de vida, redução de morbidade e mortalidade. “Nosso objetivo central é ajudar na promoção do envelhecimento saudável através da atividade física personalizada e atividades em grupo”, afirma.   

As inscrições para participar do programa podem ser feitas de segunda a sexta-feira, das 14h às 17h30, de forma presencial, na academia do segundo andar do Parque Esportivo da PUCRS.  

Os interessados devem apresentar os seguintes documentos:

profissionais idososA população está envelhecendo: os nascimentos estão diminuindo e a expectativa de vida, aumentando. Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de nascimentos caiu 1,6% em 2021, chegando a cerca de 2,6 milhões. Esse foi o menor número de nascimentos desde 2003. Com menos pessoas nascendo e a expectativa de vida aumentando – agora é de 77 anos, a experiência dos profissionais precisará ser cada vez mais valorizada nas empresas. 

Um levantamento feito pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) mostrou que o mercado vem, cada vez mais, se abrindo para profissionais com mais de 50 anos. Em 15 anos, as contratações mais do que dobraram nesta faixa etária, o que representa um aumento bem maior do que o número que soma todas as faixas de idade.

Na mesma linha, um estudo da consultoria Maturi mostra que 57% das organizações pensam em ações voltadas ao envelhecimento, como investir no recrutamento de profissionais maduros e na preparação da cultura organizacional nos próximos três anos. É que em um país em que o envelhecimento está cada vez mais acelerado, quem se preparar para isso terá uma vantagem – é o que pensam 88% dos entrevistados. 

A professora da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS Jaqueline Mânica é consultora na área de desenvolvimento e de carreiras e diz que as empresas precisam apostar em profissionais alinhados aos valores e cultura da organização. 

“Os profissionais com mais experiência viveram uma relação com as estruturas de poder; por isso, tendem a lidar melhor com a questão das normas, dos limites e com a hierarquia. Muitas vezes, os jovens não entendem a distinção entre um gerente, um assessor e um analista, por exemplo. Então, para os mais experientes, essa visão é mais clara, fazendo com que eles se adaptem melhor à cultura da organização”, declara. 

A Fundação Getúlio Vargas (FGV) projeta que, em 2040, cerca de 57% da população brasileira em idade ativa será composta por pessoas com mais de 45 anos. Para as empresas, apostar em funcionários mais velhos é uma alternativa vantajosa. A professora Jaqueline ressalta: 

“Essas pessoas já tiveram uma vivência e isso tem muito valor. Se a pessoa já passou por uma série de dificuldades e aprendizagens ao longo do seu percurso, ela já reconhece os recursos para a resolução dos problemas, tanto em relação ao conhecimento, quanto em relação à destreza na resposta daquela situação. E isso é muito importante porque as aprendizagens contínuas trazem uma série de creditações aos profissionais no mercado de trabalho. As pessoas com mais experiência também tendem a ter mais maturidade emocional e intelectual, além de saberem lidar melhor com tolerância à frustração”. 

Entender as próprias habilidades é o caminho para voltar ao mercado de trabalho 

profissionais idosos

Foto: Canva

Com a expectativa de vida aumentando cada vez mais, muitos profissionais com experiência buscam se recolocar no mercado de trabalho, seja após a aposentadoria, uma demissão ou até mesmo uma mudança na carreira. Jaqueline Mânica aponta que uma grande dica para retomar a vida profissional, é se colocar no mercado como um competidor qualquer. 

“O profissional precisa entender quais são as suas próprias habilidades e onde elas terão uma maior receptividade. É entender quais são as atividades que a pessoa desenvolveu e que hoje conversam com a nova trajetória que ela está pensando em desenhar”

Outro ponto importante é saber que, mesmo com toda a experiência profissional, é necessário estar sempre estudando e se atualizando. “O profissional precisar participar de eventos, fomentar uma nova rede de relacionamentos e conhecer novas pessoas. Talvez ela precise dar um passo atrás para conseguir se realocar”.  

Apostar em cursos é uma oportunidade para se recolocar no mercado de trabalho 

Para quem busca uma vida profissional totalmente diferente, apostar em cursos pode ser um caminho alternativo. Na PUCRS, a Universidade da Terceira Idade (Unati) possui uma programação desenvolvida especialmente para pessoas com mais de 60 anos, com o desejo de experimentar o novo sem precisar sair de casa.  

São diversas iniciativas online, como palestras, cursos e bate-papos, que contam com profissionais renomados em diversas e diferentes áreas. Conheça as oportunidades em pucrs.br/unati. 

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Foto: Camila Cunha

Segundo o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os idosos representam atualmente 14,7% da população brasileira – 31,23 milhões de pessoas, em números absolutos. O dado é da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada em julho de 2022. Diante de um contexto em que as pessoas acima dos 60 anos ocupam uma parcela demográfica cada vez maior, é fundamental que se pense em quais aspectos podem melhorar a qualidade de vida delas, promovendo o envelhecimento saudável. 

Esse é o tema da pesquisa Avaliação do Programa de Incentivo à Atividade Física Para Idosos (PIAFI), coordenada por Rafael Baptista, professor e pesquisador do Instituto de Geriatria e Gerontologia (IGG), da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS. O objetivo da pesquisa é investigar os fatores que podem contribuir para o envelhecimento saudável, como a cognição e a interação social, tendo como foco a promoção de atividades físicas e cognitivas para idosos. Entrevistas, avaliações físicas e cognitivas, e análises de dados qualitativos e quantitativos estão entre os métodos utilizados na pesquisa.  

Fatores que contribuem para o envelhecimento saudável 

O estudo realizado pelo Laboratório de Avaliação e Pesquisa em Atividade Física da PUCRS, a partir dos idosos que participam do Programa PIAFI, também da PUCRS, busca investigar as relações entre a saúde e o bem-estar dos idosos. O professor Rafael explica que isso é feito por meio da implementação de atividades físicas, cognitivas e sociais que atendam às necessidades individuais de cada participante. “Isso envolve a avaliação biomecânica da marcha dos idosos, testes funcionais e avaliação da composição corporal. Esses procedimentos fornecem informações importantes sobre o estado de saúde geral do indivíduo e ajudam a orientar a prescrição de exercícios e outras atividades”, destaca ele. 

Rafael conta que os resultados da pesquisa têm se mostrado promissores: segundo ele, as descobertas iniciais apontam que a prática regular de atividades físicas da melhor idade traz grandes benefícios para o envelhecimento saudável, principalmente em termos de mobilidade, autonomia e funcionalidade dos idosos. No entanto, ele destaca que os exercícios físicos não são um fator isolado: 

“A nossa pesquisa adota uma abordagem mais holística e integrada, que considera uma variedade de fatores, incluindo atividades físicas, cognitivas e sociais, avaliação biomecânica da marcha, testes funcionais e composição corporal, a fim de promover o bem-estar e a saúde dos idosos de forma geral.” 

Rafael Baptista, professor e pesquisador da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, coordena o projeto/ Foto: Jonathan Heckler

O projeto de pesquisa, coordenado por Rafael, também envolve aproximadamente dez pesquisadores e professores, além de alunos de graduação e pós-graduação da Universidade que participam como bolsistas ou voluntários. A pesquisa também conta com uma parceria entre a PUCRS e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), por meio da participação de professores e doutorandos da instituição. Outra parceria que, segundo o coordenador, tem se mostrado fundamental para o sucesso da pesquisa, é com a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, que fornece recursos para a implementação do PIAFI. “Isso também possibilita a identificação de idosos que podem participar da pesquisa e a coleta de dados em um contexto real de atendimento à população idosa”, acrescenta ele. 

Quer se aprofundar no assunto?  

Seguindo essa linha, o PUCRS Online abriu as inscrições para a Pós-Graduação em Envelhecimento saudável: Prevenção, Tratamento e Cuidado. O curso tem o objetivo de formar profissionais capacitados para atuar no campo do envelhecimento humano, com ênfase na promoção da saúde e na prevenção de doenças. Além disso, aborda temas como biologia do envelhecimento, cuidado em saúde, políticas públicas, entre outros.  

O curso é 100% online, trazendo em seu corpo docente tanto professores da PUCRS quanto professores convidados. “Pessoas interessadas em realizar apenas uma ou outra disciplina do curso podem fazê-lo como disciplinas isoladas e recebem um certificado de curso de extensão”, pontua Rafael. Além disso, a pós-graduação se conecta com a pesquisa em andamento: 

“Há planos de promover a integração entre a pesquisa e o curso, por meio da realização de atividades em conjunto, como a promoção de eventos, seminários e cursos para a comunidade. Mas a principal integração é que o PIAFI pode se apresentar como um excelente laboratório para a realização de TCCs”, revela.

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terceira idade, UnatiAté 2050, é estimado que a população idosa mundial dobre, chegando a 1,5 bilhão de pessoas. No Brasil, esse crescimento já vem sendo observado: segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de pessoas na terceira idade passou de 11,3% da população em 2012 para 14,7% em 2022. Estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1991, o dia 1º de outubro considerado como o Dia Internacional das Pessoas Idosas e marca o início do mês em alusão ao tema.

Em 2022, a comemoração da data pela ONU tem a temática Resiliência de pessoas idosas em um mundo em mudança. O objetivo dessa iniciativa é que os países desafiem estereótipos equivocados sobre o envelhecimento, além de permitir que as pessoas na terceira idade atinjam seu potencial. A PUCRS também é comprometida com o desenvolvimento e bem-estar dessa população que cresce cada vez mais no País e no mundo. Dentro da Universidade Aberta da Terceira Idade (Unati), são oferecidas diversas opções de cursos de curta duração, que vão desde idiomas a atividades físicas e instrumentos musicais.  

A Unati foi lançada em junho de 2018, alinhada à proposta marista de proporcionar um futuro melhor por meio da educação, contribuindo para compartilhar o espaço da Universidade com pessoas de diferentes idades, sonhos e trajetórias. As aulas nas mais diferentes áreas são desenvolvidas em uma metodologia exclusiva, em turmas reduzidas. Os/as alunos/as contam com uma infraestrutura completa, que contribui para seu aprendizado, e têm o apoio de professores/as qualificados/as.  

Universidade de possibilidades 

Um dos propósitos da Unati é fazer da PUCRS uma Universidade mais aberta a pessoas de diferentes perfis. Mesmo quem ainda não é considerado/a idoso/a pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com menos de 60 anos, tem uma oportunidade de continuar estudando. Além de frequentarem as aulas, estudantes da Unati também podem aproveitar todos os espaços da PUCRS, como restaurantes, os ambientes de estudo e lazer do Living 360° e a Biblioteca Central Ir. José Otão, além das atividades culturais promovidas pela Universidade.  

Atualmente, o Brasil possui 31,2 milhões de pessoas na terceira idade, segundo o IBGE. E a tendência é que esse número aumente ainda mais nos próximos anos. Com a expectativa de vida aumentando, surge também uma demanda por atividades para esse público.  

A Unati oferece certificações em diferentes áreas arte, cultura, música, literatura, idiomas, aspectos cognitivos e muito mais; com o fim de incentivar o desenvolvimento das mais diversas habilidades. A PUCRS tem uma programação especialmente desenvolvida para pessoas que possuem mais de 60 anos e querem experimentar o novo sem precisar sair de casa. São diversas iniciativas, como palestras, cursos e bate-papos, que contam com profissionais renomados/as em diversas áreas do saber. 

Confira os cursos da Unati que estão com inscrições abertas 

Possui alguma dúvida? Entre em contato com a Unati pelo telefone (51) 3320-3583 ou pelo e-mail [email protected]. Também é possível comparecer presencialmente na sala 804 do prédio 40 da PUCRS (Av. Ipiranga, 6681). Mais informações podem ser conferidas no site www.pucrs.br/unati. 

exercícios físicos para idosos

Foto: Cottonbro / Pexels

A exercício físico durante a senioridade impacta positivamente no bem-estar dos idosos, melhorando a saúde física e mental, e preservando a autonomia em tarefas do cotidiano, por exemplo. A doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Gerontologia Biomédica, da Escola de Medicina, Clarissa Biehl Printes é um exemplo de pesquisadora que se dedica a desenvolver evidências científicas aplicadas ao público idoso.  

Sua pesquisa atua por meio da atividade física na área de Gerontologia Preventiva, responsável por unir diferentes áreas de conhecimento e de pesquisa no processo de envelhecimento preventivo, para promover a saúde com prevenção de fatores de risco e doenças crônicas não transmissíveis. O projeto de Clarissa tem orientação do professor Rafael Reimann Baptista e busca avaliar o impacto do exercício físico na função cardiorrespiratória, de força-resistência, no desempenho locomotor, nas funções cognitivas e na qualidade de vida.  

“Nesta pesquisa, buscamos valorizar essa área largamente explorada nos países europeus por integrar o exercício físico, a natureza, um ambiente familiar e social saudável, valorizando sua aplicação aos idosos. Temos a certeza de que esse modelo poderá ser seguido por outros pesquisadores e profissionais de educação física, permitindo novos conhecimentos e mais uma Gerontoatividade a ser valorizada e adotada no nosso país”, destaca.

Pesquisa em Orientação aplicada 

exercício físico para idosos

Foto: Barbara Olsen / Pexels

Clarissa Biehl Printes é educadora física, doutora em Ciências do Esporte pela Universidade de Córdoba, da Espanha. Atualmente, a aluna desenvolve seu segundo doutorado em Envelhecimento devido a linha de pesquisa desenvolvida na PUCRS nesse campo, e forte interesse profissional entre a ciência do exercício clínico e o envelhecimento. A doutoranda explica que o idoso praticante de exercício físico sai em vantagem em relação ao não praticante quanto a sua saúde e anos vividos com saúde e qualidade. 

Atualmente, sua tese de doutorado está na 19ª semana, onde idosos realizam um percurso pré-definido na modalidade de Orientação aplicada presencialmente ao ar livre no campus da PUCRS. A pesquisa é pioneira no uso desta modalidade em pesquisa e até outubro serão 24 semanas de atividades de trabalho que consistem em avaliações físicas, biomecânicas, avaliações cognitivas e psicológicas. 

O objetivo principal é demonstrar o efeito da modalidade por meio de comparação entre a modalidade de Orientação e Pedestrianismo (caminhada) que acontece no Parque Esportivo também duas vezes por semana, com duas turmas de idosos ativos e um grupo controle (grupo de idosos que servirá como base de comparação para o grupo que recebe o tratamento em teste).  

De acordo com Clarissa, essa comparação entre os efeitos de ambas modalidades se faz necessária, pois elas utilizam a caminhada como base, porém a orientação se diferencia pela causa de um efeito direto sobre as habilidades mentais devido ao estresse cognitivo do uso do mapa e orientação no percurso. 

Benefícios dos exercícios para os idosos 

exercício físico para idosos

Foto: Marcus Aurelius / Pexels

A doutoranda já evidenciou diversos pontos importantes ao longo do avanço de sua pesquisa e ressalta que a experiência de estudos com o grupo de idosos tem demonstrado componentes que irão influenciar nas decisões de atuação para melhorar a saúde e qualidade de vida dos idosos. 

Alguns dos benefícios apontados por Clarissa são a recuperação e o aumento da condição/aptidão cardiorrespiratória com repercussão direta sobre a saúde cardíaca, vascular, respiratória e cerebral. Além da recuperação e aumento da condição/aptidão muscular com repercussão direta sobre a saúde muscular, de prevenção de sarcopenia (perda de massa muscular) e dinapenia (perda de força muscular) com impacto direto sobre a funcionalidade, independência e risco de quedas.  

A aluna conta que o exercício físico também tem impacto sobre a saúde óssea, pois combate o desenvolvimento de osteopenia e osteoporose, outro grande problema em saúde pública. Ela pontua também que os efeitos da atividade física no cérebro são protetores por diversos mecanismos fisiológicos no ambiente cerebral, como melhora da integridade vascular cerebral, hormonal, neuronal e outros.  

“Assim, a prática constante também influencia positivamente sobre a saúde mental, combate a depressão, ansiedade pelo desencadeamento de uma melhor função de neurotransmissores e hormônios típicos liberados no exercício físico, como beta endorfinas, serotonina, dopamina, esta última importantíssima para combater doenças neurodegenerativas como a doença de Parkinson”, afirma. 

Leia também: Programa busca incentivar a atividade física para idosos

atividade física para idosos

Foto: Divulgação

Melhorar a condição de saúde de idosos em vulnerabilidade social por meio da prática de exercícios físicos. Esse é o objetivo do Programa de Incentivo à Atividade Física para Idosos (PIAFI), promovido pelo Instituto de Geriatria e Gerontologia (IGG) e do Hospital São Lucas (HSL), ambos unidades da PUCRS, em parceria com o Conselho Municipal do Idoso em Porto Alegre (COMUI).  

Neste 26 de julho, Dia dos Avós, a pauta ganha um significado ainda maior, pois reforça a importância do incentivo ao bem-estar integral da pessoa idosa. Pensando nisso, o programa compreende diferentes modalidades, as Gerontoatividades, em que o objetivo é a prevenção e o tratamento das principais doenças que incidem no envelhecimento e dos sintomas que comprometem a qualidade de vida dos idosos. A partir desse trabalho, busca-se colaborar para que estas pessoas consigam envelhecer com autonomia e independência.  

“O envelhecimento com qualidade é um dos maiores desafios da nossa sociedade atual, tanto que a OMS declarou a década de 2021-2030 como a década do envelhecimento saudável. O PIAFI tem o objetivo ambicioso de inserir a atividade física personalizada para cada idoso como uma medida de saúde pública para reduzir o risco de doenças crônicas, promover a interação social, assegurar a funcionalidade e independência dos nossos idosos”, explica diretor do IGG, Douglas Kazutoshi Sato. 

Atividade física para idosos 

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Foto: Bruno Todeschini

Coordenado pelo IGG, o Programa de Incentivo à Atividade Física para Idosos tem a meta inicial de prestar assistência gratuita para 200 idosos em vulnerabilidade social, residentes de Porto Alegre. Os idosos terão acesso ao programa por meio do atendimento nos ambulatórios do SUS do Hospital São Lucas da PUCRS. Então, serão encaminhados pelos médicos assistentes a participarem do projeto, que ocorrerá nas instalações do Parque Esportivo da PUCRS.  

Nesta etapa inicial, estão sendo realizadas capacitações dos profissionais de Educação Física que irão monitorar as atividades realizadas com os integrantes do Programa. Inicialmente, serão formadas turmas de 25 idosos para a realização de atividades como Ginástica Curativa Chinesa, Caminhada Orientada, Pilates, Danças Circulares, Atividade Aquáticas, entre outras.  

Posteriormente, os idosos atendidos nos postos de saúde do Município de Porto Alegre também poderão participar do Programa, desde que tenham uma indicação médica e a realizem uma avaliação física de pré-participação. 

“Tudo isso tem o objetivo final de servir como um exemplo de como podemos melhorar a qualidade de vida dos idosos que vivem na nossa cidade de Porto Alegre”, afirma Sato. 

Leia também: Entrevista: Bernardinho comenta os impactos do esporte no desenvolvimento profissional

atividade física para idosos

Foto: Divulgação

Melhorar a condição de saúde de idosos em vulnerabilidade social por meio da prática de exercícios físicos. Esse é o objetivo do Programa de Incentivo à Atividade Física para Idosos (PIAFI), promovido pelo Instituto de Geriatria e Gerontologia (IGG) e do Hospital São Lucas (HSL), ambos unidades da PUCRS, em parceria com o Conselho Municipal do Idoso em Porto Alegre (COMUI).  

Neste 26 de julho, Dia dos Avós, a pauta ganha um significado ainda maior, pois reforça a importância do incentivo ao bem-estar integral da pessoa idosa. Pensando nisso, o programa compreende diferentes modalidades, as Gerontoatividades, em que o objetivo é a prevenção e o tratamento das principais doenças que incidem no envelhecimento e dos sintomas que comprometem a qualidade de vida dos idosos. A partir desse trabalho, busca-se colaborar para que estas pessoas consigam envelhecer com autonomia e independência.  

“O envelhecimento com qualidade é um dos maiores desafios da nossa sociedade atual, tanto que a OMS declarou a década de 2021-2030 como a década do envelhecimento saudável. O PIAFI tem o objetivo ambicioso de inserir a atividade física personalizada para cada idoso como uma medida de saúde pública para reduzir o risco de doenças crônicas, promover a interação social, assegurar a funcionalidade e independência dos nossos idosos”, explica o diretor do IGG, Douglas Kazutoshi Sato. 

Atividade física para idosos 

atividade física para idosos, prática esportivas, piafi

Foto: Bruno Todeschini

Coordenado pelo IGG, o Programa de Incentivo à Atividade Física para Idosos tem a meta inicial de prestar assistência gratuita para 200 idosos em vulnerabilidade social, residentes de Porto Alegre. Os idosos terão acesso ao programa por meio do atendimento nos ambulatórios do SUS do Hospital São Lucas da PUCRS. Então, serão encaminhados pelos médicos assistentes a participarem do projeto, que ocorrerá nas instalações do Parque Esportivo da PUCRS.  

Nesta etapa inicial, estão sendo realizadas capacitações dos profissionais de Educação Física que irão monitorar as atividades realizadas com os integrantes do Programa. Inicialmente, serão formadas turmas de 25 idosos para a realização de atividades como Ginástica Curativa Chinesa, Caminhada Orientada, Pilates, Danças Circulares, Atividade Aquáticas, entre outras.  

Posteriormente, os idosos atendidos nos postos de saúde do Município de Porto Alegre também poderão participar do Programa, desde que tenham uma indicação médica e realizem uma avaliação física de pré-participação. 

“Tudo isso tem o objetivo final de servir como um exemplo de como podemos melhorar a qualidade de vida dos idosos que vivem na nossa cidade de Porto Alegre”, afirma Sato. 

Leia também: Entrevista: Bernardinho comenta os impactos do esporte no desenvolvimento profissional

Gerontologia biomédica, idosos, IGG

Os idosos representam 15,04% da população porto-alegrense. / Foto: Bruno Todeschini

O envelhecimento é um fenômeno mundial e Porto Alegre expressa com nitidez essa mudança demográfica. De acordo com dados do Observatório da Cidade de Porto Alegre, a capital gaúcha apresenta a maior proporção de idosos na população em relação às demais capitais brasileiras. Os idosos representam 15,04% da população, contra 14,89% da população do Rio de Janeiro e 12,61% de Belo Horizonte. O percentual de pessoas com mais de 60 anos na capital gaúcha é o triplo da capital com menor percentual – Palmas (TO), com 4,37%.

Com este contexto, diversas entidades e pesquisadores se dedicam em atender esta realidade desenvolvendo novas propostas de políticas públicas, projetos e iniciativas de pesquisa. Na PUCRS, destaca-se a atuação do Instituto de Geriatria e Gerontologia (IGG), que atua com diferentes ações interdisciplinares relacionadas à pesquisa na área do envelhecimento. Para isso, o Instituto conta com um corpo docente multidisciplinar e uma estrutura que abrange laboratório de pesquisa básica e clínica.

O IGG realizou seu lançamento oficial em 1975, por meio de um intercâmbio médico-científico entre os governos do Brasil e do Japão, via Japan International Cooperation Agency (Jica). Atualmente, o IGG é coordenado pelo professor e pesquisador da Escola de Medicina Douglas Kazutoshi Sato, que dedica sua trajetória científica nas áreas de medicina, neurociências e envelhecimento. O trabalho realizado ao longo destes anos recebeu o reconhecimento da Câmara Municipal que condecorou o Instituto com o Diploma de Honra ao Mérito, em 2018.

Dentre os principais projetos desenvolvidos pelo IGG, estão o Programa de Envelhecimento Cerebral (PENCE) e o Atenção Multiprofissional ao Longevo (AMPAL). Além desses, o Instituto realizou o Estudo Multidimensional dos Idosos de Porto Alegre (EMIPOA), em 2006, e o Estudo Epidemiológico e Clínico dos Idosos Atendidos pela Estratégia Saúde da Família (ESF) do Município de Porto Alegre (EMI-SUS).

Gerontologia biomédica, idosos, IGG

Foto: Bruno Todeschini

Programa de Envelhecimento Cerebral (PENCE)

A PUCRS em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre desenvolveu um programa assistencial para monitoramento e assistência da saúde mental de indivíduos a partir dos 55 anos do Sistema Único de Saúde (SUS). Estabelecido em 2012, o Programa de Envelhecimento Cerebral (PENCE) foi criado priorizando a capacitação de profissionais da atenção básica de saúde para a saúde mental de indivíduos a partir da meia-idade tendo o Hospital São Lucas (HSL) da PUCRS como referência.

O objetivo geral deste programa foi gerar um fluxo de transferência de conhecimento do centro de alta especialização (Hospital terciário e Universidade) para as equipes de saúde da família das unidades de assistência primária do SUS. A partir disso, com a implementação local de medidas decentralizadas de saúde e a geração de indicadores tornaram possíveis o aperfeiçoamento dessas ações. O foco prioritário foi direcionado para as patologias mais prevalentes e incapacitantes, como a demência e a depressão em que a identificação do risco para o seu desenvolvimento assim como o diagnóstico e tratamento precoces são fundamentais.

Como resultados deste projeto, até o final de 2016, foram capacitados 39 médicos, 54 enfermeiros e 194 agentes comunitários de saúde. Aproximadamente 4 mil indivíduos foram avaliados por meio da iniciativa do PENCE. Desses, 1.500 com suspeita de demência ou depressão receberam avaliação ambulatorial complementar no HSL da PUCRS.

Atenção Multiprofissional ao Longevo (AMPAL)

Em 2012, o professor e pesquisador da Escola de Medicina Angelo José Gonçalves Bós coordenou a criação do ambulatório que observou a grande dificuldade dos idosos, principalmente pessoas com 90 anos ou mais, ao se deslocarem ao HSL da PUCRS, gerando a transformação em um projeto de acompanhamento domiciliar: o Atenção Multiprofissional ao Longevo (AMPAL).

Os estudos realizados no projeto apontam que as pessoas nessa etapa da vida apresentam uma diminuição na velocidade da caminhada, alteração no equilíbrio corporal, com mais riscos de quedas, diminuição da força de respiração e muscular, erros alimentares, dificuldades de comunicação, seja por perda auditiva ou distúrbios cognitivos e sintomas depressivos, e diminuição do suporte social dos longevos avaliados.

Wereable coleta dados que contribuem para monitorar saúde do idoso

Foto: Pixabay

Outro resultado apresenta as doenças mais prevalentes no grupo estudado. Assim, foram encontrados hipertensão, cardiopatia, colesterol elevado, diabetes e fragilidade, ou seja, enfermidades que necessitam de um acompanhamento a longo prazo por uma equipe multiprofissional.

Um avanço importante para o projeto, aconteceu em abril de 2016, com recursos do Fundo Municipal do Idoso de Porto Alegre, quando se tornou possível expandir o projeto para toda a cidade, assim ampliando a rede de pessoas nessa etapa da vida disponíveis para estudos no projeto. O AMPAL é um dos poucos projetos dedicados a pesquisas com e para esta população com mais de 90 e 100 anos, conta Douglas.

Até então, já foram realizadas novas iniciativas de acompanhamento com mais de 240 nonagenários (mais de 90 anos) e centenários (mais de 100 anos). Os resultados iniciais do projeto da comprovaram a efetividade de diversos instrumentos como a Escala de Depressão Geriátrica, utilizada em uma Dissertação de Mestrado do IGG. Com o estudo foi feita a avaliação da funcionalidade através do grau de facilidade ou dificuldade do idoso em executar atividades relacionadas à vida diária (AFASII – tópico de Tese de Doutorado também em conclusão).

Outros destaques dessa trajetória

Com mais de 46 anos de atuação, o Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS já participou das Pré-conferências dos Direitos da Pessoa Idosa também em parceria com o Conselho Municipal do Idoso, em 2018.

Atualmente o IGG desenvolve uma pesquisa coordenada pelo professor da Escola de Medicina Newton Luiz Terra em parceria com o Hospital de Pronto Socorro, Detran e EPTC, onde acontecerá uma avaliação da funcionalidade dos idosos atropelados no Município de Porto Alegre. O objetivo é divulgar os resultados sobre a funcionalidade dos idosos atropelados bem como iniciar uma campanha de prevenção de atropelamentos de idosos na capital gaúcha.

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