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Foto: Salomão Cardoso / Divulgação

Um medicamento seguro, baseado numa substância produzida pelo próprio organismo, está sendo administrado de forma intranasal em usuárias de crack que fazem tratamento para desintoxicação. A grande questão é saber se a ocitocina, popularmente conhecida como “hormônio do amor”, diminui os sintomas de abstinência, fazendo com que as mulheres controlem a vontade de consumir a droga e ajudando-as nos aspectos afetivos. Realizada pelo Instituto do Cérebro (InsCer) e pelo curso de Psicologia da Escola de Humanidades, a pesquisa inclui pacientes da Unidade São Rafael, do Sistema de Saúde Mãe de Deus, que é o único serviço destinado ao atendimento exclusivo de mulheres dependentes de crack no Estado.

Depois de receberem a substância, as participantes do estudo fazem o exame de ressonância magnética funcional (RMF) no InsCer enquanto observam fotografias que remetem ao crack e outras consideradas neutras. O objetivo é identificar a intensidade de ativação de áreas cerebrais específicas relacionadas com a vontade de usar a droga. Os dados serão comparados com os dos participantes que aspiraram solução fisiológica (placebo).

 

Como o cérebro reage

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Infográfico sobre hormônio do amorO ensaio clínico com a ocitocina é um dos quatro estudos do projeto liderado pelo professor do curso de Psicologia Rodrigo Grassi de Oliveira, também ligado ao InsCer. Trata-se de um avanço de uma pesquisa anterior, realizada com o professor Pedro Ferreira, da Escola de Medicina, utilizando neuroimagem. Os pesquisadores analisaram a atividade cerebral em repouso de homens e mulheres que consomem crack e de voluntários saudáveis.

Infográfico sobre hormônio do amorDurante o exame, eles não deviam pensar em nada durante sete minutos. “Avaliamos como se conectam as redes neuronais e como podem ter sido alteradas pelo consumo da droga”, explica o professor Alexandre Franco, do InsCer e da Faculdade de Engenharia, um dos integrantes do grupo.

Grassi diz que o objetivo é verificar se já no momento de repouso o cérebro tem um funcionamento diferente do padrão em quem é dependente de crack. Os pesquisadores buscam marcadores que revelem áreas afetadas pelo consumo abusivo. Franco destaca que se trata de um trabalho inovador sobre crack. “O que existem são publicações sobre cocaína, mostrando uma redução na conectividade em pontos responsáveis pela visão e movimento.” O projeto é financiado pelo CNPq e Ministério da Saúde na chamada Pesquisas sobre Distúrbios Neuropsiquiátricos e pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas do Ministério da Justiça.

A reportagem completa, tema da Revista PUCRS nº 183, você acessa aqui.