A PUCRS esteve presente na Faubai 2018 Conference, realizada pela Associação Brasileira de Educação Internacional (Brazilian Association for International Education – Faubai) no Rio de Janeiro (RJ), entre os dias 14 e 18 de abril. A assessora-chefe da Assessoria para Assuntos Internacionais e Interinstitucionais (AAII), Heloísa Delgado, e a coordenadora de Relacionamentos do Lexis – Centro de Idiomas da PUCRS, Cristina Perna, abordaram as boas práticas da Universidade durante o evento, que teve como tema Internacionalização e Pesquisa: Desafios e Estratégias. O encontro reuniu profissionais de diversos países para refletir e debater sobre novos horizontes no âmbito da internacionalização da Educação Superior.
Heloísa e Cristina apresentaram o tema da Internacionalização Abrangente, cuja proposição é o fortalecimento de ações indissociáveis entre o ensino, a pesquisa e a extensão que possam ser vivenciadas dentro e fora do Campus. “Uma internacionalização abrangente é um compromisso, materializado através de ações concretas, que estimule perspectivas internacionais duradouras e que molde o ethos institucional, valorizando o empreendimento do ensino superior”, comenta a assessora da AAII. Na palestra, falaram de ações que a Universidade vem adotando, dentre elas, o acolhimento sistemático aos alunos estrangeiros no Campus.
Entre os destaques do evento, a professora Cristina Perna destaca a palestra sobre refugiados do projeto da Beuth University, em Berlim, e da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Tanto a instituição alemã quanto a brasileira implementaram iniciativas de acolhimento educacional e profissional a migrantes que chegaram às cidades, abordando benefícios e desafios.
Na PUCRS há iniciativas neste sentido ocorrendo desde 2017, em parceria entre o curso de Letras, o Centro de Pastoral e Solidariedade e a Paróquia Santa Rita, no bairro Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre. Duas professoras voluntárias da Letras (Cristina Perna e Regina Kohlrausch), uma aluna de doutorado de linguística (Graziela Andrighetti) e demais alunos de Graduação e de Pós-Graduação da Letras participaram voluntariamente como professores de português para 30 migrantes haitianos. “Alguns destes haitianos foram contratados como funcionários da PUCRS. Esta iniciativa terá continuidade em 2018 e reinicia no dia 5 de maio, sempre aos sábados, coordenada por mim e pela Regina”, comenta Cristina.
Outras boas práticas apresentadas durante a conferência já foram implementadas na PUCRS. Alguns exemplos são a parceria entre o Hospital São Lucas e a AAII para atendimento hospitalar aos alunos estrangeiros, a reformulação dos critérios de seleção dos candidatos para mobilidade out (alunos PUCRS que vão para o exterior), o mapeamento e a revisão dos convênios vigentes, com vistas ao incentivo e à manutenção de parcerias ativas, e a aproximação entre o Parque Científico e Tecnológico (Tecnopuc) e a AAII. Todas elas visam à melhoria dos processos de fomento e do fazer internacional.
O tema Ensino Superior, internacionalização e a integração regional pautou o sexto encontro do Ciclo Preparatório PUCRS 2017-2018 para a Terceira Conferência Regional da Educação Superior da América Latina e Caribe (Cres) – Unesco Iesalc de 2018, realizado no dia 26 de abril, no 6º andar da Biblioteca Central. A apresentação foi desenvolvida pelas O painel foi apresentado pelas professoras Marília Morosini, coordenadora do Centro de Estudos em Educação Superior (CEES/PUCRS), e Heloisa Delgado, assessora-chefe da Assessoria para Assuntos Internacionais e Interinstitucionais (AAII), com mediação da professora Magda Cunha, coordenadora de Pesquisa da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos.
Na abertura do evento, a professora Marília expôs uma panorâmica da internacionalização do Ensino Superior ao redor do mundo, com foco especialmente na América Latina. Trouxe dados sobre a evolução de jovens matriculados e comparativos com outros continentes. No caso do Brasil, mostrou que deficiências no Ensino Médio barram o avanço do Ensino Superior, algo que não ocorre em outras nações latino-americanas. Citando a edição anterior do Cres, promovida no ano de 2008, na cidade de Cartagena das Índias (Colômbia), afirmou, com base no documento final daquele evento, que é preciso fortalecer a cooperação da América Latina e do Caribe com as outras regiões do Mundo, particularmente a cooperação Sul-Sul e, dentro desta, com os países africanos. “A internacionalização na América Latina e Caribe está baseada no princípio de cooperação solidária e partilha do conhecimento, para fortalecer as capacidades científicas e tecnológicas locais”, frisou a docente. “Na medida em que nos fortaleçamos com os conhecimentos do Global Norte (Hemisfério Norte), podemos nos tornar um hub (ponto de conexão) com as redes em nosso continente”, completou.
Integração regional e internacionalização at home
Atualmente, com base em informações do Banco Mundial e da Unesco Iesalc compiladas pelo Centro de Estudos em Educação Superior da PUCRS (Cees), foi realizado um mapeamento dos estudantes internacionais pelo mundo. Mesmo sendo vista como uma questão fundamental ao desenvolvimento acadêmico, de acordo com o estudo, apenas 5,6% dos universitários no mundo usufruem da possibilidade de mobilidade. Porém, “na sociedade do conhecimento, a internacionalização é fator importante nos rankings e avaliações realizadas pelos governos” lembrou a professora.
A Europa e os Estados Unidos permanecem como os principais destinos dos estudantes, mas o cenário mudou nos anos 2000, incluindo países como Austrália, China e Índia entre as preferências. A América Latina, porém, tem participação muito pequena nesse cenário. A professora também destacou um movimento surgido na União Europeia: a internacionalização at home (em casa), na qual o universitário passa a ter experiências como ensino a distância ou o currículo torna-se mais internacional. O estudo online e de bibliografias além das fronteiras é fundamental nesse contexto, segundo Marília Morosini. De acordo com a painelista, os aspectos global, regional, institucional, além da interculturalidade, devem ser bem observados pelas IES ao promoverem a internacionalização. Para o caso das latino-americanas, reforçou a necessidade de as universidades serem abertas a essa possibilidade, de se estabelecer conexão por redes e de ampliar a integração regional.
O avanço da internacionalização
Durante sua explanação, a professora Heloísa salientou aspectos como o aumento da mobilidade acadêmica nos últimos anos, com diferentes formas de internacionalização, conforme dados da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes). No entanto, há necessidade de se aprimorar essa iniciativa. Entre os pontos de sua fala, frisou que grande parte dos universitários, ao conquistarem seus diplomas, não tem preparo para o mercado global. Essa carência, que afeta o mundo corporativo, é detectada também em países desenvolvidos. As organizações necessitam, cada vez mais, de cidadãos adaptados a diferentes realidades, tolerantes e com habilidades mistas, características normalmente desenvolvidas com experiências internacionais.
A professora pontuou sobre entraves em políticas públicas que acabam dificultando a expansão desse movimento. Para ela, é necessário que sem ampliem possibilidades durante a Graduação e que as lideranças se sensibilizem para essa necessidade. Numa abordagem local, destacando o Campus da Universidade, defendeu que essa cultura de internacionalizar o Ensino Superior esteja presente em todos os espaços. “Se quisermos nos internacionalizar, isso deve ser feito de forma horizontal, em todo o Campus, para todos os níveis de trabalhadores”, asseverou. Ao final das apresentações a mediadora, professora Magda Cunha, convidou a plateia a contribuir. Professores e pesquisadores trouxeram experiências pessoais e profissionais, reiterando a riqueza dessas vivências para alunos e suas repercussões no desenvolvimento econômico, científico e tecnológico.
Ensino Superior na América Latina e Caribe
43% dos jovens entre 18 e 24 anos têm acesso à Educação Superior
10 mil instituições de Ensino Superior
20 milhões de alunos estão matriculados
Outros continentes e territórios
América do Norte: 77% dos jovens entre 18 e 24 anos têm acesso à Educação Superior
Europa Central e Leste: 69% dos jovens entre 18 e 24 anos têm acesso à Educação Superior
Sobre o Cres
O Ciclo Preparatório PUCRS 2017-2018 é um espaço de reflexão na comunidade acadêmica da Universidade que aborda os temas centrais da Terceira Conferência Regional da Educação Superior da América Latina e Caribe (Cres) – Unesco Iesalc de 2018. O evento será realizado na Cidade de Córdoba, Argentina, em junho de 2018, visando a Conferência Mundial de Educação Superior que acontecerá no ano de 2019, em Paris (Unesco).
Em sete encontros, os temas são discutidos por integrantes da comunidade acadêmica e, ao final do Ciclo Preparatório, será elaborada uma carta manifesto com as contribuições e reflexões da PUCRS sobre a Educação Superior.
A PUCRS recebeu a visita da oficial principal do consulado dos Estados Unidos em Porto Alegre, Julia Harlan, nesta quarta-feira, 2 de agosto. Ela estava acompanhada da assessora para economia e política, Aline Vecchia, e pela especialista de imprensa, cultura e educação do consulado, Marianne Behs. Foram recebidas pelo Vice-Reitor, professor Jaderson Costa da Costa, pela assessora-chefe da Assessoria para Assuntos Internacionais e Interinstitucionais (AAII), Heloísa Delgado, e pelo diretor do Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), Rafael Prikladnicki, no Salão Nobre da Reitoria.
Durante a visita, foram abordados os 200 anos da atuação Marista, o fortalecimento do relacionamento do consulado com a Universidade, a oferta de intercâmbio para os Estados Unidos em cursos da área da Saúde, a atuação social na Vila Fátima, a vinda de palestrantes internacionais e as empresas norte-americanas instaladas no Tencopuc, entre outros temas. Julia conheceu o Parque Tecnológico e voltará para visitar o Instituto do Cérebro do RS (Inscer) e o Tecna, em Viamão.
Diplomata de carreira do Departamento de Estado americano, Julia Harlan foi assessora sênior da vice-secretária de Estado Heather Higginbottom, oficial supervisora para Gestão de Postos no escritório para Assuntos do Hemisfério Ocidental e atuou no setor de Comunicação e Gestão de Crises do Departamento de Estado, em Washington. Serviu nas embaixadas dos EUA na Cidade do México e Pequim e no Consulado Geral em Xangai, China. Natural de Indiana, é bacharel em História pela Barnard College, possui Juris Doctor pela Universidade de Wisconsin, e é mestre em Relações Públicas pela School of Public and Environmental Affairs da Universidade de Indiana. Antes de ingressar no Departamento de Estado, trabalhou nas áreas de direito privado e público e foi voluntária do programa Peace Corps, na Letônia.