Um projeto desenvolvido por alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo garantiu o primeiro lugar no 3º Urban21 – Concurso Universitário Nacional de Urbanismo, que, promovido pela Revista PROJETO e pela Alphaville Urbanismo, incentiva a prática do desenho urbano entre os estudantes e premia produções de destaque. O trabalho, intitulado Reconhecer – Olhar o urbano através do detalhe, desenvolveu um estudo para a região do 4º Distrito de Porto Alegre, na Zona Norte da Capital, local marcado por diversos vazios urbanos. Orientados pela professora Cibele Figueira, os alunos Francine Franco, Aloísio Gianesini Júnior, Bárbara Remussi, Carol Solaro, Eduarda Rossatto, Gustavo Franco, Lucas Gomes e Ricardo Dorfman receberam o reconhecimento durante cerimônia realizada no edifício Copan, localizado no centro de São Paulo. Considerada uma das construções mais emblemáticas da cidade, foi projetada na década de 1950 por Oscar Niemeyer.
Case vencedor
A proposta vencedora teve como base a simulação de um cenário de desenvolvimento para os bairros Floresta, São Geraldo e Navegantes, focando no desenho urbano do entorno das antigas instalações da Companhia de Fiação e Tecidos Porto Alegrense (Fiateci) e da fábrica de chocolates Neugebauer. “Os alunos sugeriram uma postura de equilíbrio entre o saudosismo, que prega a intocabilidade do legado histórico e considera qualquer nova ação intrusiva, e a modernização irrestrita, que substitui momentos já vividos com novas edificações”, explica a professora Cibele. Para a equipe, é necessário continuar construindo a história sem deixar de levar em conta os ganhos do passado, incorporando traços da contemporaneidade a eles. O projeto se voltou justamente a este conceito, selecionando dois cenários em situações distintas – um que já foi alvo de intervenção e outro que ainda se encontra em sua forma original –, com a ideia de coexistência dos tempos.
Para a área da antiga Fiateci, hoje um condomínio fechado, foi proposta a implementação de uma rua de pedestres, que desempenharia um papel importante na ambientação da região. No projeto também consta o uso do térreo para comércio e serviços, o que vitalizaria a rua e aumentaria a segurança do local. Na antiga fábrica Neugebauer, a equipe sugeriu a implementação de pontos de cultura, lazer e serviços, no intuito de recuperar a importância econômica do bairro. Além disso, também seria criado um polo educacional. Novos usos na área portuária induziriam o pedestre a transitar até a orla do Guaíba, o que, de acordo com o grupo, contribuiria para o resgate da relação entre a cidade e o rio.
O júri concedeu o primeiro lugar ao projeto dos alunos da PUCRS de maneira unânime. Destacaram o entendimento do local, a qualidade da apresentação, dos desenhos urbanos e da volumetria das edificações e a reflexão apresentada sobre o conceito de patrimônio.
Lápis, papel e paixão por desenhar. Esses são os elementos que unem os participantes do movimento Croquis Urbanos, que esta semana chega ao Campus da PUCRS. A atividade, gratuita e aberta a interessados de todas as idades, incentiva o desenho de observação de lugares com valor arquitetônico relevante. O 11º encontro do grupo está marcado para o próximo sábado, 23 de setembro, das 10h30min às 13h, em frente ao Colégio Marista Champagnat (Av. Bento Gonçalves, 4314). Para alunos da Universidade, o evento é válido como horas complementares.
O professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da PUCRS Paulo Bregatto é um dos organizadores da iniciativa em Porto Alegre, que começou em maio de 2016 e visitou diversos pontos icônicos da Capital. “Já estivemos em espaços históricos, como a Casa de Cultura Mário Quintana e o Teatro São Pedro; contemporâneos, como a Fundação Iberê Camargo e o Instituto Ling, além de sítios urbanos, a exemplo da Praça da Matriz e o Parque Farroupilha”, relata o professor. Ele explica que a atividade é inspirada no movimento internacional Urban Sketchers, que se propõe a reunir espontaneamente pessoas dispostas a praticar desenho livre nas cidades.
Bregatto afirma que as atividades realizadas em Porto Alegre não são institucionalizadas, ou seja, a adesão é livre e não envolve certificações. Os encontros recebem dezenas de interessados, como professores, artistas, alunos de cursos de arquitetura e demais simpatizantes da causa. Para participar, os únicos requisitos, além de levar seu próprio material, são o gosto por observar paisagens, noções básicas de desenho e a sensibilidade para extrair formas, geometria e proporção dos locais explorados. “Não é uma aula de desenho, mas um momento de aprender trocando experiências”, esclarece o professor. “Nosso maior desejo é ajudar as pessoas a reconhecerem que o desenho é a nossa forma primordial de comunicação, de expressão”, conclui.
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O diplomado em Arquitetura e Urbanismo da PUCRS Pedro Terra Oliveira venceu o Prêmio IAB RS 2015 José Albano Volkmer, promovido pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB). O diplomado venceu com o projeto Infraestrutura da Paisagem – Valorização Cultural e Turística de Mostardas/RS, e teve como professora orientadora Maria Dalila Bohrer. Ele recebeu como troféu uma obra de arte criada pelo artista plástico Vinicius Vieira, um certificado de melhor projeto, além de uma bolsa de estudos para participar dos cursos promovidos pelo IAB RS durante o período de um ano. A cerimônia, que ocorreu no Ponto de Cultura Solar do IAB, contou com 33 trabalhos de arquitetos gaúchos recém-formados e que em 2015 receberam, em suas faculdades, Menção Honrosa pelo melhor trabalho de conclusão de curso na área.