Estudantes de comunicação da PUCRS e de outras instituiçõe participaram do evento. / Foto: Thaise Ribeiro | Famecos

A Escola de Comunicação, Artes e Design da PUCRS (Famecos) promoveu, nesta segunda-feira (19), um evento para debater as conexões e possibilidades entre comunicação e esporte. O encontro contou com a participação dos jornalistas Alice Bastos Neves, apresentadora do Globo Esporte RS, Lucianinho Périco, narrador e apresentador da RBS, e Tiago Cirqueira, gerente executivo de esportes da RBS, além de estudantes de comunicação da PUCRS e de outras instituições, e pessoas interessadas pelo tema. 

A partir do assunto “Esporte no Grupo RBS: da raiz do Gaúchão às coberturas pelo mundo”, Alice explicou que, durante as coberturas, permite-se emocionar com o dia a dia. Destacou que o jornalismo esportivo tem o poder de transformar realidades e que, ao abraçar as histórias cotidianas, não tem um único papel: além de transmitir informações, também provoca emoção no público que está assistindo. 

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Quem assistiu à palestra também pôde ouvir sobre quais são as características essenciais dos comunicadores que realizam coberturas esportivas. Lucianinho sublinhou a importância de manter a imparcialidade como um alicerce para garantir que a informação seja disseminada de maneira abrangente, alcançando, sempre que possível, a maior diversidade de públicos. 

Alice Bastos Neves falou sobre o poder que o jornalismo tem de transformar realidades./ Foto: Thaise Ribeiro | Famecos

Tiago Cirqueira compartilhou vários projetos do Grupo RBS, destacando que, para conquistar a cobertura de eventos mundiais, é fundamental vivenciar e valorizar as experiências dos eventos esportivos locais, como os do interior do Estado. Um exemplo notável é o clássico Gauchão, campeonato que recebe cobertura completa em todos os canais da RBS – rádio, TV, online e impresso. Após a palestra, os/as estudantes tiveram a oportunidade de esclarecer suas dúvidas com os jornalistas. 

A temática faz parte da grade de disciplinas da Famecos – que recentemente foi reconhecida por meio do Ranking Universitário da Folha (2023), como a melhor Escola de Comunicação do país, entre as universidades privadas.  

Um lugar para quem quer fazer a diferença na comunicação 

Quando se trata de formar um profissional da comunicação e prepará-lo para o mercado de trabalho, a Famecos se destaca pelo portfólio rico em cursos de graduação, pós-graduação e extensão. Além de estar em um ecossistema completo de inovação que permite a junção de muitas possibilidades em um só lugar. A decana da Escola, Rosângela Florczak, destaca o percurso formativo aberto, que permite que os alunos descubram e se encontrem com suas principais áreas de interesse. “O estudante pode fazer esses movimentos laterais, ele pode circular pelos cursos para ir compondo sua formação”. A conexão com o mercado de trabalho é outro ponto forte da escola.   

“O mercado está toda hora aqui dentro, nós trazemos profissionais para a sala de aula. Hoje, além do professor pesquisador, temos um perfil de professor que está crescendo aqui dentro da Famecos, aquele professor que também está no mercado, vivenciando as rotinas do dia a dia da comunicação. E isso é uma porta de entrada para o aluno que já faz seu networking durante as aulas”, destaca a decana.  

Leia mais: Inquieto, curioso e atualizado: assim é o profissional de comunicação e criatividade 

 
ESTUDE JORNALISMO NA PUCRS EM 2024

O app reúne funcionalidades focadas em saúde e bem-estar. / Foto: Camila Cunha

Ficou para trás a ideia de que a tecnologia representa um empecilho para a prática de atividades físicas. Celulares e videogames já estiveram em um lugar de vilões, como se incentivassem o sedentarismo. Hoje, um aplicativo de esporte garante maior eficácia aos treinos e a lógica da gamificação transforma os exercícios em algo motivador e, muitas vezes, divertido 

O aplicativo do Parque Esportivo da PUCRS é um exemplo de tecnologia utilizada a favor do esporte. Desenvolvido em parceria com a Technogym, o app reúne diversas funcionalidades focadas em proporcionar saúde e bem-estar aos usuários. Ignaldo Paz, coordenador da academia do Parque, selecionou cinco curiosidades sobre o aplicativo e dicas de como ele pode melhorar a sua relação com a prática de exercícios físicos. Confira! 

1) Ranking de usuários 

Com o objetivo de estimular a competição saudável e a superação, o app conta com uma área de ranking de usuários. Nessa seção, os alunos da academia podem conferir a sua posição atual e a colocação dos demais. A pontuação é calculada a partir do número de Moves (movimentos) realizados por cada usuário.  

2) Vídeos com demonstração dos movimentos 

Uma das grandes dificuldades para quem frequenta academias convencionais é a realização os movimentos da forma correta. Para sanar essas dúvidas, o aplicativo conta com uma galeria de vídeos demonstrativos de todos os exercícios disponíveis. Com esse diferencial, exercitar-se na academia ou em casa se torna mais seguro e eficaz. 

Academia Parque Esportivo

Os diferenciais da academia tornam os exercícios mais seguros e eficazes./Foto: Camila Cunha

3) Monitoramento de atividades

O app do Parque Esportivo oferece ao usuário a possibilidade de acompanhar o seu desempenho durante as atividades físicas. Informações sobre gasto calórico, número de movimentos e quilômetros percorridos em caminhada, corrida e bicicleta são exibidas separadamente por dia, semana e mês 

Assim, é possível ter uma visão objetiva e clara sobre seus treinos e resultados, além de oferecer ao treinador dados complementares para a criação de novas metas e planejamentos. 

4) Comunicação com o treinador 

Por meio de um chat, você se comunicar com o treinador de forma próxima e ágil. Assim, qualquer dúvida que surgir – durante o treino ou não – pode ser sanada nesse canal de comunicação, excluindo a necessidade de utilização de outros meios, como redes sociais.  

5) Agendamento de aulas  

Outra curiosidade sobre o aplicativo é a facilidade no agendamento de aulas da academia, como HIIT, yoga e corrida orientada, por exemplo. Nesta seção, os alunos conseguem acessar os horários e as aulas disponíveis, realizando o agendamento com apenas 3 cliques – dinâmica ideal para quem tem a rotina agitada.  

Curiosidade bônus sobre o aplicativo de esporte da academia da PUCRS 

Hoje, existem diversos aplicativos de saúde e bem-estar no mercado, inclusive vinculados a pulseiras e relógios inteligentes. O grande diferencial do aplicativo do Parque Esportivo é, justamente, a compatibilidade com aplicações diversas. “O aluno do Parque consegue ter quase todas as informações de seus treinos em um único app”, pontua Ignaldo.  

Conheça opções de planos que se encaixam na sua realidade  

Ficou com vontade de conhecer a academia da PUCRS? Informações sobre planos e valores podem ser obtidas pelo WhatsApp (51) 98443.0788. Você também pode agendar uma visita pelo e-mail [email protected] ou pelos telefones (51) 3320-3622 e (51) 3320-3910. Não deixe de acompanhar também as novidades nas redes sociais (Facebook e Instagram). 

Leia também: Cuidado por inteiro: conheça as novidades do Parque Esportivo 

olimpismo esporte e educação

Nelson Todt, professor da Escola de ciências da Saúde e da Vida, é um dos coordenadores do curso/ Foto: Camila Cunha

A PUCRS está lançando uma nova pós-graduação lato sensu criada especialmente para quem quer se aprofundar na temática esportiva e no universo Olímpico: a especialização Esporte, Educação e Olimpismo, promovida pela Escola de Ciências da Saúde e da Vida. O curso é indicado principalmente para profissionais das áreas de Educação Física, Esporte, Ciências da Educação, Ciências Humanas e Ciências Sociais.  

A proposta abrange aspectos educacionais, formativos, sociais, ecológicos e operacionais do esporte, e visa conhecer, refletir e agir sobre essa realidade, promovendo também reflexões e ações acerca do movimento Olímpico atual. 

Outro diferencial da especialização é o seu caráter internacional. Com um corpo docente composto por professores de várias partes da América Latina e também da Europa, o curso conta com dupla coordenação: o professor Nelson Todt, do Brasil, e Daniel Gustavo de la Cueva, da Argentina. Conversamos com os coordenadores para entender tudo sobre a proposta. Confira: 

Interdisciplinaridade e relevância social 

O Olimpismo se trata de uma filosofia olímpica de vida, que se utiliza do esporte como base para promover valores como a paz, a união, o respeito às regras e a adversários e o respeito às diferenças étnicas, culturais e religiosas. Para Nelson, a filosofia do Olimpismo vem a calhar em um contexto de crise de valores globais: 

“O Olimpismo tem se mostrado uma importante ferramenta para oferecer contrapontos a este contexto, utilizando-se do Esporte e da Educação como principais elementos. O curso caminha na direção de oferecer uma formação para profissionais destas áreas (e outras afins) a partir de temas atuais e que, de alguma forma, se apresentam em escala global”, pontua. 

O curso é dividido em três eixos temáticos de aprendizagem: História Olímpica, Pedagogia Olímpica e Filosofia Olímpica. Esses eixos, segundo Todt, se intercalam criando uma base sólida para discussões de grande relevância para a sociedade moderna, oferecendo elementos para o desenvolvimento de propostas voltadas para um desenvolvimento humano harmonioso e uma sociedade mais justa e fraterna. 

Já na visão de Daniel, os três eixos são pontos de vista diferentes sobre uma força sociológica que pode ser a mais notável dos últimos dois séculos. Ele explica que o conceito que une o conhecimento da história e da filosofia olímpica está em desenvolvimento desde a Grécia clássica. 

Um instrumento de transformação global 

olimpismo esporte e educação

Foto: Pexels

Nelson, que coordena o Grupo de Pesquisa em Estudos Olímpicos da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, explica que o Olimpismo é não apenas uma filosofia esportiva, mas uma filosofia de vida. “A ideia é que a prática destes valores ultrapasse as fronteiras das arenas esportivas e influencie a vida de todos em ambientes educacionais, coorporativos e esportivos.” 

Conectados aos desafios globais, os ensinamentos do curso têm um alto grau de importância na concretização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e princípios ESG (Environmental, Social and Governance) da Organização das Nações Unidas (ONU), que há muito tempo reconhece a importância do esporte para o desenvolvimento da paz. A colaboração entre a ONU e o Comitê Olímpico Internacional (COI) vem promovendo a difusão da aceitação do esporte como meio de promover objetivos de desenvolvimento acordados internacionalmente. 

Em 2015, em um momento histórico para o esporte e para o Movimento Olímpico, o esporte foi oficialmente reconhecido como um “importante facilitador” do desenvolvimento sustentável e incluído na Agenda 2030 da ONU. A Agenda estabeleceu onze princípios de desenvolvimento sustentável, entre eles estão: garantir educação inclusiva e de qualidade para todos; tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis; e promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável. “Boa parte dos temas nortearão as discussões propostas neste curso”, destaca o professor Todt. 

Com a aproximação dos Jogos Olímpicos de Paris, que ocorrem em 2024, é de se esperar que surjam novos temas para o debate sobre o Olimpismo. Entre eles, Daniel de la Cueva destaca alguns assuntos, como a perspectiva de gênero: 

“Isso deve fazer parte de uma perspectiva integral de alto desempenho, gerando um tratamento mais profundo e equitativo e lidando em particular com as questões de intersexualidade e transexualidade. Protegendo a perspectiva de gênero, por um lado, mas não prejudicando o esporte para as mulheres”, comenta o coordenador. 

Ele também chama a atenção para consequências do conflito entre Rússia e Ucrânia: 

“Pode significar um problema real que já é anunciado desde o seio do movimento olímpico. Todos os atletas russos e da Bielorrússia estão suspensos de competições esportivas olímpicas, embora os períodos de classificação para os jogos de 2024 Paris já tenham começado. Uma equipe de atletas olímpicos de refugiados participará novamente, que será protegida pelo COI”, explica. 

Internacionalização da trajetória acadêmica 

olimpismo esporte e educação

Foto: Unsplash

Em uma especialização que debate temas tão plurais e internacionais como esporte e Olimpismo, um corpo docente composto por professores internacionais é um ponto forte. O curso vai contar com a participação não só de professores da América Latina, mas também da Europa. Nelson destaca a importância da presença desses especialistas no curso, que, por ser online, facilitará a integração e proporcionará um raro ambiente internacional de especialistas e estudantes. 

A PUCRS hoje é uma referência no âmbito dos Estudos Olímpicos. A rede criada pelas ações do Grupo de Pesquisa em Estudos Olímpicos e do Comitê Brasileiro Pierre de Coubertin, ambos com sede na Universidade, para além do prestígio global, gerou um importante protagonismo na América Latina”, comenta. 

Daniel, que coordena o curso juntamente com Nelson, conta como surgiu a vontade de montar um curso com especialistas internacionais. 

Compartilho com Nelson o interesse, a dedicação especial e a vocação acadêmica para estudos olímpicos, mas em particular para a educação olímpica e o olimpismo, a filosofia da ideologia de Pierre de Coubertin. Seguindo a proposta acadêmica de outras universidades, decidimos formalizar e dar status formal a essa especialização.” 

Presidente do Comitê Pierre de Coubertin da Argentina, de la Cueva destaca as contribuições de sua trajetória à frente da organização aos temas presentes no curso. Como colega de Nelson, ambos geraram espaços de trabalho conjunto harmoniosos, cooperaram e ocuparam constantemente o local do membro correspondente para América Latina do Comitê. “Cuidamos de espalhar e viralizar a figura, o trabalho e o legado de Pierre de Coubertin na América Latina. Atividades regionais constantes são geradas e participamos ativamente de outros centros internacionais, sejam acadêmicos ou institucionais.” 

INSCREVA-SE NA ESPECIALIZAÇÃO EM Olimpismo, ESPORTE, EDUCAÇÃO

Foto: Camila Cunha

Com mais de mais de 18 anos de expertise em promover a socialização, desenvolvimento pessoal e cidadania em crianças por meio do esporte, educação e lazer, a Equipe Motiva-Ação é uma das escolas do Parque Esportivo da PUCRS.  

As atividades desenvolvidas pela escola têm como foco o crescimento pessoal das crianças: o trabalho com os/as pequenos/as é feito de forma integral, contemplando aspectos como o social intelectual, artístico e físico. Instalada no Parque desde 2020, a escola promove diversas atividades voltadas para o público infantil, visando promover seu desenvolvimento através do lazer e do esporte. 

A educação, o desenvolvimento social e da cidadania nos pequenos sempre foram os pilares do trabalho da Equipe Motiva-Ação – e, no mês das crianças, não poderia ser diferente. A coordenadora da empresa, Lisandra de Menezes Dinech, antecipa os benefícios e atrações aguardando os pequenos no Parque Esportivo em outubro.  

“Estamos presenteando nossos/as alunos/as com a possibilidade de conhecer sem custo algum os outros serviços da Motiva-Ação. Portanto os/as alunos/as que fazem o Motiva-Gym estão fazendo agora o Turno Motiva e vice-versa. Também estaremos realizando no dia 22 de outubro com todos os parceiros um evento com muitas atividades para a criançada”, destaca.  

Conheça as atividades desenvolvidas  

Entre as atividades promovidas pela Motiva-Ação está o Turno Motiva, que consiste na união de diversas atividades sociais, físicas, artísticas e intelectuais. Nesta modalidade, crianças de 5 a 12 anos podem frequentar o turno de uma a cinco vezes por semana, pela manhã ou à tarde. Mais informações sobre as atividades desenvolvidas e os horários podem ser conferidas aqui. 

A Colônia de Férias da Equipe Motiva-Ação, cuja última edição ocorreu em julho de 2022, garante a diversão e o lazer das crianças durante o período de férias escolares. Algumas das atividades desenvolvidas são: jogos de integração, gincanas, chocolate atômico, corrida musical, campo minado, batalha naval, jogo dos palpites, beisebol, queimada de cones, entre outros. 

Com toda a infraestrutura do Parque Esportivo, como ginásio e equipamentos de ginástica, o Motiva Gym estimula a formação das crianças através de exercícios ginásticos, rítmicos e acrobáticos. Os horários variam de acordo com a modalidade/faixa etária: Baby/Base (3 a 5 anos), Kids/Iniciantes 1 (6 a 8 anos), Teens/Iniciantes 2 (9 a 12 anos) e Master (13 anos em diante). Saiba mais sobre o Motiva Gym clicando aqui. 

O Motiva Celebra oferece a possibilidade de uma festa de aniversário completa, contado com toda a estrutura do Espaço Motiva-Ação, que inclui: banheiros, copa, brinquedoteca, arquibancada e parede interativa e nos Espaços do Parque Esportivo com o ginásio poliesportivo, ginásio de ginástica e trampolim. As festas ocorrem somente sexta-feira e sábado, e o pacote inclui convite digital, decoração padrão, alimentação e 4 horas de festa. Saiba mais sobre o Motiva Celebra clicando aqui. 

“A PUCRS tem muitos diferenciais, mas principalmente a estrutura física, espaços adequados e propício as nossas práticas com as crianças. Além de ter um ambiente gostoso de trabalhar, com uma excelente coordenação e equipe maravilhosa”, destaca Lisandra. 

Esporte e lazer com foco nos pequenos 

Lisandra conta que a relação dela com o esporte já vem de muito antes do Motiva-Ação. Além de ter graduação, licenciatura plena e pós-graduação em educação física escolar, ela sempre foi adepta da prática de esportes durante a infância e adolescência: praticou handebol, basquete, vôlei e atletismo desde bem pequena. Essa história com o esporte, segundo a professora, foi o que a influenciou a criar a Equipe Motiva-Ação. 

“Minha inspiração veio através desta prática saudável e de qualidade que vivenciei. Quando entrei na faculdade, logo percebi que era com isso que queria trabalhar: desenvolver crianças através da educação, esporte e lazer”, relata ela. 

dia do triatlo, companhia dos cavalos

Foto: Divulgação Companhia dos Cavalos

Cada vez mais popular no País, o Triatlo celebra o seu dia neste 18 de agosto. Criado nos Estados Unidos durante os anos 70 e praticado no Brasil a partir de 1980, o esporte é indicado para todos os públicos e já conquistou uma legião de atletas – profissionais e amadores/as – no mundo todo. Para quem ainda não está familiarizado, esse esporte se destaca por ser altamente dinâmico, envolvendo três esportes em sequência: natação, ciclismo e corrida.  

Além de ser considerado uma modalidade olímpica desde os jogos de Sydney, na Austrália em 2000, o Triatlo está mais próximo de você do que parece. Para apresentar as possibilidades da categoria, convidamos Cleimar Rodrigo Tomazelli, profissional de Educação Física e sócio proprietário da Companhia dos Cavalos, escola situada no Parque Esportivo da PUCRS, para contar mais detalhes sobre como a companhia funciona.  

Como é praticar Triatlo na Companhia dos Cavalos? 

Focada em difundir os benefícios do esporte da forma mais ampla possível, a escola adotou como o lema a frase “Triatlo para todos”. Seguindo essa lógica, a companhia atende todos os públicos e diferentes níveis técnicos. A metodologia utilizada foi desenvolvida pela própria equipe e é adequada a cada perfil de aluno/a, desde iniciantes, que nunca praticaram triatlo e pretendem ter uma nova experiência, até atletas experientes que procuram o alto rendimento.  

“Nós respeitamos as características  de cada aluno e aluna, levando em conta essas individualidades para elaborarmos o treino mais adequado possível para cada tipo de atleta. Com isso, a aprendizagem se torna muito mais eficaz e dinâmica”, destaca o profissional.  

É importante destacar também que qualquer pessoa, independentemente de idade, pode participar. Cleimar explica que, caso alguém não saiba nadar, poderá realizar alguns meses de aulas na Escola de Natação do Parque Esportivo e, logo após, ingressar com segurança no triatlo. Além disso, quem pratica o esporte na Companhia dos Cavalos também tem o direito de usar os demais serviços da escola, mesmo fora do Parque, sem pagar nenhuma taxa extra por isso. 

Quais as vantagens de praticar Triatlo no Parque Esportivo? 

O maior benefício está na comodidade: o/a aluno/a poderá realizar as três modalidades (natação, bicicleta e corrida) sem sair do Parque Esportivo. Isso porque o/a atleta tem acesso à estrutura do Parque Esportivo, tendo à disposição uma das melhores piscinas olímpicas cobertas e térmicas do Brasil.  

“O nosso treinador fica na borda da piscina em dois dias da semana. Também temos dez rolos estacionários para que os/as alunos/as possam pedalar de forma indoor, na beira da piscina. A corrida pode ser realizada num percurso de 770 m, dentro do Parque, e também na pista de atletismo oficial, dentro do estádio olímpico da PUCRS”, ressalta. 

Cleimar também pontua que os/as alunos/as de Triatlo também podem utilizar a piscina com raia livre, de segunda a sexta-feira, das 6h30 às 22h30, e nos sábados das 8h às 13h. Sem contar a possibilidade de estacionar gratuitamente em um local seguro e coberto, dentro do complexo do Parque Esportivo. 

“Nós prezamos por um atendimento totalmente personalizado, com os treinadores disponíveis em todas as modalidades de forma presencial e online, pelo WhatsApp, Instagram, e-mail e aplicativo TREINUS, onde os treinos ficam disponíveis para o/a aluno/a acessar de qualquer lugar, desde que tenha internet.”

Como faço para estabelecer metas e objetivos no Triatlo? 

Cleimar é enfático ao dizer que a primeira pergunta da anamnese, entrevista conduzida pelo profissional da saúde, é justamente sobre qual a meta ou objetivo do novo/a aluno/a ao entrar na Cia dos Cavalos. A partir da resposta, é analisado se aquilo é condizente com a atual condição física do aluno. “Somos totalmente sinceros para que a pessoa não se sinta frustrada ao ter como objetivo algo totalmente fora da sua realidade. Nesses casos, com todo o cuidado, explicamos tecnicamente o porquê deveríamos rever a meta para que, passo a passo, possamos avançar com segurança e muita saúde”.  

dia do triatlo

Foto: Arquivo Pessoal

João Pedro Miranda Difini, 26 anos, acadêmico de Medicina na PUCRS, conta que dar o melhor de si para conseguir performar ao nível amador é a sua meta no Triatlo. Para ele o esporte é muito mais do que um hobby ou entretenimento.  

“Para mim, o Triatlo é um estilo de vida, é o alicerce de uma rotina saudável. Faz parte da minha rotina assim como qualquer compromisso, por isso, tento conciliar sempre com a rotina da faculdade na medida do possível”, comenta João, que irá participar do torneio Ironman 70.3 Floripa no ano que vem. 

Sobre a Companhia dos Cavalos 

Criada em agosto de 2011, a Companhia dos Cavalos tinha a corrida de rua como foco. Aos poucos, viram a necessidade de ampliar o leque de serviços, expandindo para as modalidades trail, duatlo, aquatlo e triatlo. Atualmente, é uma das maiores assessorias esportivas do Sul do Brasil, com quase 300 alunos/as ativos/as. Além dos treinos, são realizados diversos eventos internos, esportivos e sociais, promovendo integração, novas relações e fortalecendo amizades e a união do grupo. 

Além disso, a Cia dos Cavalos é a única assessoria esportiva do Brasil que possui à disposição dos/as alunos/as treinos em uma piscina olímpica térmica coberta e uma pista de atletismo oficial, de maneira exclusiva, e no mesmo complexo esportivo.  

Curiosidade sobre o nome da escola 

Desde os tempos mais remotos, o cavalo sempre esteve ao lado dos humanos. Foi meio de transporte quando não existiam outras opções, ajudou a arar terras para o plantio dos alimentos, travou duras batalhas, arriscando a própria vida em várias guerras, e sempre foi um fiel e leal companheiro.  

“Símbolo de força, coragem, trabalho, lealdade e amizade, não foi muito difícil escolher o coletivo “Companhia” para se aliar ao nome desse fantástico animal, formando assim a equipe Companhia dos Cavalos”, conta Cleimar.  

AGENDE SUA AULA EXPERIMENTAL

bernardinho

Foto: Reprodução / Instagram Escola de Vôlei Bernardinho

Habilidade para se conectar com o grupo, disciplina, tolerância e respeito às diferenças. Sabemos que o esporte pode acrescentar muito mais do que apenas condicionamento físico. Para conversar sobre o assunto e compreender de que maneira a prática esportiva pode contribuir também com o desenvolvimento profissional, convidamos Bernardo Rocha de Rezende, o Bernardinho, para compartilhar conosco um pouco da experiência adquirida ao longo de uma trajetória de 44 anos no voleibol como atleta e técnico.  

Segundo ele, algumas características fundamentais podem ser ensinadas para profissionais de todas as áreas de maneira rápida por meio da prática do esporte, como disciplina, resiliência e trabalho em equipe.  A Escola de Vôlei Bernardinho (EVB) situada no Parque Esportivo da Universidade é uma oportunidade para jovens que querem iniciar no universo do esporte por meio da metodologia desenvolvida pelo reconhecido técnico da Seleção Brasileira. 

Disciplina e resiliência 

Ele explica que disciplina é fundamental, pois é necessária para a realização de tudo aquilo que compõe o desenvolvimento de alguém como pessoa e como profissional: dedicação aos estudos, a um estágio, a um trabalho. Essa disciplina, para Bernardinho, é necessária em qualquer nível em que se pratica um esporte:  

“Não é que você seja um profissional, mas é o mínimo. Eu quero correr cinco quilômetros, dez quilômetros, tem que ter disciplina no treinamento. Então, ele traz na sua origem, na sua essência, a questão da disciplina como sendo o primeiro aspecto”, ressalta.  

Além da disciplina, outra virtude fundamental que, segundo Bernardinho, os estudantes podem levar do esporte para a vida profissional é a resiliência: em qualquer profissão, haverá nãos, haverá revezes. Assim como no esporte, onde há perdas e decepções – o caminho, quando isso acontece, é treinar e praticar novamente, para melhorar o desempenho nas próximas vezes. 

Oportunidades de carreira no esporte 

Quando se fala em carreira, a importância do esporte vai além dos ensinamentos e lições para a vida: as possibilidades de atuação no mercado esportivo são muito diversas. Além do tradicional caminho de se tornar um atleta profissional,  Bernardinho explica que há outras áreas em expansão no esporte, como a do entretenimento. Afinal, grandes eventos esportivos, como as Olimpíadas, mobilizam o Brasil. Há também áreas como a de gestão do esporte, treinamento e desenvolvimento físico.  

“Existem muitas possibilidades em torno do esporte para quem curte estar imerso na área. Se você não quer ser um jogador, mas se interessa pelo universo, pode buscar funções diferentes, como gestão e administração, por exemplo, para montar um projeto esportivo bacana e atuar nessas áreas.” 

Outra área que vêm ganhando importância no esporte é a psicologia. Nos dias de hoje, as discussões sobre saúde mental se fazem cada vez mais presentes – em todos os âmbitos da sociedade, não apenas no esporte. Bernardinho conta que, em seu início de carreira, ele nunca se deparou com alguma situação referente à saúde mental no meio esportivo, pois a pauta não era tão debatida quanto hoje. Ele também destaca que, por esse motivo, é fundamental que haja bons profissionais da psicologia, capazes de lidar com diferentes quadros de saúde mental e interceder adequadamente. 

“Quando a Simone Biles, a grande atleta americana, não competiu nas olimpíadas, isso chamou a atenção do mundo. Fala-se em burnout, fala-se em estresse, fala-se de depressão. O esporte expôs isso que está na vida de todos nós. O esporte exemplifica, ilustra as situações da vida”. 

Vidas transformadas pelo esporte  

bernardinho

Foto: Reprodução / Instagram Escola de Vôlei Bernardinho

Ainda que ocorram casos de discriminação e preconceito no esporte, Bernardinho afirma que é um meio onde os jovens aprendem muito sobre tolerância e respeito às diferenças. Em alguns casos, o ambiente esportivo pode ajudar até mesmo a mudar a visão de mundo de jovens que vêm de uma realidade de privilégios. Além da tolerância e do abraço à diversidade, há também o incentivo da cooperação e auxílio entre as partes de um time, quando há diferenças de preparo ou de aptidão. 

“A quadra é um espaço democrático. O que importa se ele é branco, roxo, preto, moreno, azul? Ele é seu companheiro de quadra, ele é seu parceiro de vida, ele vai para luta com você.” 

Seja por meio dos valores transmitidos ou pelas possibilidades de carreira, o esporte tem a capacidade de transformar a vida e garantir um futuro melhor para muitos jovens. Bernardinho coleciona diversos exemplos disso: alunos que passaram por sua escolinha e seguiram carreiras promissoras em diferentes áreas. Também há aqueles que de fato se tornaram atletas profissionais – aqui, o técnico conta de uma atleta que começou na escolinha e depois foi jogar profissionalmente, tornando-se vice-campeã olímpica e jogar na Polônia. Ele cita também Bruno Rezende, seu filho, que atualmente joga na posição de levantador na seleção brasileira de vôlei. 

Outro exemplo, talvez um dos mais famosos, é Sergio Dutra Santos, o Serginho Escadinha. Aposentado desde 2020, o ex-jogador é tido como um dos maiores atletas da história do Brasil. Apesar de não ter saído da escolinha de Bernardinho, ele o cita como uma das histórias mais clássicas do voleibol. “Quando um jovem da periferia tem uma oportunidade no esporte, na escolinha, na seleção… ele transforma a vida dele, da família dele e de todos por meio do esporte”. 

Os ex-alunos da escolinha que não seguiram carreira de atletas também se destacam, segundo Bernardinho. Ele relembra do dia em que reencontrou uma de suas ex-alunas em um avião para Belo Horizonte:  

“Ela foi tirar a bagagem daquele compartimento em cima, olhou para mim e disse ‘você não vai lembrar de mim, mas eu fui da sua escolinha. Hoje eu sou advogada e todos os dias eu uso alguma lição, alguma experiência que eu tive na escolinha com os professores’”.  

Ele conta também o caso de um aluno apaixonado pelo esporte, no entanto, tinha limitações. Não seguiu como jogador, em vez disso, seguiu seu sonho de ser jornalista esportivo. Há ainda o caso de uma menina que estudou há muitos anos na escolinha, estudou administração fora do país e hoje trabalha com Bernardinho, como gestora em um de seus projetos.  

O cenário esportivo no Brasil 

bernardinho

Foto: Reprodução / Instagram Escola de Vôlei Bernardinho

Para Bernardinho, o cenário esportivo no Brasil, à parte do futebol, não é dos melhores. Apesar da grande quantidade de talentos no vôlei – e nos outros esportes também – que existem no país, não há investimento suficiente. “Você vê uma cidade olímpica como o Rio de Janeiro, o legado que deixou foi muito pequeno e uma festa lindíssima que aconteceu em 2016, mas pouca coisa a partir de então foi feita com tudo aquilo que foi construído”. Ele cita o exemplo do Rio Grande do Sul, que mesmo com um grande potencial no vôlei, é prejudicado por essa realidade. 

“O Rio Grande do Sul, que é um estado de tradição do meu esporte e mesmo assim há muito tempo não vemos um time profissional feminino no campeonato brasileiro. Puxa vida, mas tantas atletas saíram do Sul, tantas jovens. Enfim, milhares de experiências incríveis e grandes clubes também. Olhando especificamente pro Rio Grande do Sul e ampliando isso, nós vivemos hoje uma certa crise de investimentos, mas mais do que isso, não existe um projeto nacional de esportes”. 

O técnico acredita que deveriam existir mais iniciativas no Brasil como o Parque Esportivo da PUCRS, principalmente nos ambientes acadêmicos, como escolas e universidades. Afinal, é onde os jovens estão se preparando para “ir para o mundo”, empreender e fazer suas carreiras.  

“O ideal é que investíssemos mais nessas instituições para que toda a população tivesse acesso. Imagina você ampliar essa base de praticantes? Propiciar aos nossos jovens ferramentas bacanas na prática do esporte. Devia ser quase como uma responsabilidade”. 

Conheça a EVB 

A Escola de Vôlei Bernardinho localizada no Parque Esportivo da PUCRS oferece um serviço personalizado e adequado às necessidades de alunas e alunos. Com professores capacitados, preza pela disciplina, cooperação, responsabilidade e superação. 

Com modalidades do esporte para crianças a partir dos sete anos, prioriza o aprendizado de maneira lúdica e dinâmica. Todas as categorias seguem a mesma metodologia de ensino, com cada aula dividida em três momentos: 

Agende uma aula experimental através do WhatsApp (51) 98443-0788. 

Nelson Todt no revezamento da Tocha Olímpica

Professor Nelson Todt carregando a Tocha Olímpica nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016/Foto: Bruno Todeschini

Os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 tiveram, pela primeira vez, um número de atletas mulheres participando da competição quase igual ao masculino. A edição também foi marcada pela inédita participação de uma atleta transgênero em uma categoria feminina. Celebrado nesta quinta-feira, 23 de junho, o Dia do Atleta Olímpico, foi criado em homenagem à fundação do Comitê Olímpico Internacional, em 1894. A data também tem como objetivo promover o movimento olímpico em todo mundo, incentivando a prática esportiva.

Apesar de, normalmente, o foco das olimpíadas estar voltado às competições, diversas questões sociais permeiam a prática dos esportes. O coordenador do Grupo de Pesquisa em Estudos Olímpicos da PUCRS e presidente do Comitê Brasileiro Pierre de Coubertin, que tem sede na Universidade, Nelson Todt, explica a importância dos Jogos para a visibilidade diferentes temas.

“Os Jogos Olímpicos são o maior evento esportivo do mundo e ele reflete todo o contexto social exterior a ele. Com isso, ao abordar questões sociais em um evento de tamanha dimensão, é dada uma atenção maior a essas problemáticas”.

Em uma parceria entre o eMuseu do Esporte, a PUCRS, a UERJ, a Acnur, a Unesco e a Unic Rio, em agosto de 2021 foi lançada a exposição virtual Reflexões Olímpicas e Dignidade Humana, que abordou Jogos Olímpicos e inclusão através do esporte. Confira uma seleção de momentos, realizada pelo professor Todt, nos quais as questões sociais estiveram presentes no evento e saiba mais sobre a exposição virtual.

A participação feminina

Aída dos Santos

Aída dos Santos foi a única mulher da delegação brasileira nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 1964/Foto: Domínio Público

Os Jogos Olímpicos tiveram seu início na Antiguidade Clássica. Na época, podiam participar apenas cidadãos gregos, ou seja, homens nascidos no território que hoje conhecemos como Grécia. Nesse contexto, além de não poderem participar dos jogos, as mulheres sequer podiam estar presentes na arquibancada. Esquecida por anos, essa competição foi retomada por Pierre de Coubertin, o criador dos Jogos Olímpicos da Era Moderna. Sua primeira edição, ocorrida em 1896, na cidade de Atenas, também não permitia a participação feminina. No entanto, mulheres passaram a competir na segunda edição, em 1900.

Apesar disso, apenas em 1991 se tornou obrigatória a inserção de categorias femininas em todas as modalidades esportivas. Na edição posterior a essa determinação, em 1992, menos de três a cada dez atletas eram do gênero feminino. Somente nos Jogos Olímpicos de Tóquio, a competição passou a ter um patamar próximo da plena igualdade de gênero. Atualmente, as mulheres representam 48,8% dos/as atletas e a expectativa é de que em 2024 a igualdade seja ainda maior.

A questão racial

Jogos Olímpicos de 1968

Tommie Smith no pódio dos 200 metros rasos/Foto: Domínio Público

Em 1968, no pódio da competição de 200 metros rasos, os atletas que conquistaram o ouro e o bronze, Tommie Smith e John Carlos, levantaram os punhos cerrados utilizando uma luva preta durante a execução do hino nacional dos Estados Unidos. Esse gesto é conhecido como símbolo dos Panteras Negras, movimento afro-americano. Na época, a luta contra a segregação racial nos EUA estava em um dos seus momentos mais críticos, após o assassinato de Martin Luther King Jr. Por conta da manifestação política, que era vedada pelo Comitê Olímpico Internacional, os atletas foram penalizados.

Nos Jogos Olímpicos de Tóquio houve uma flexibilização dessa proibição. As manifestações políticas não serão passíveis de punição, desde que não aconteçam no pódio ou durante os eventos. Também não é permitida qualquer ação que tenha uma pessoa, país ou organização como evidente alvo. Antes mesmo da abertura oficial, protestos contra o racismo foram realizados nas competições do Futebol Feminino: jogadoras das seleções da Grã-Bretanha, Chile, Estados Unidos, Suécia e Nova Zelândia ajoelharam-se antes do início de suas partidas, um gesto que relembra a morte de George Floyd, ocorrida no ano passado.

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Intersexualidade e transgêneros

Dora Ratjen representou a Alemanha no salto em distância feminino em 1936. Anos após a competição, ele descobriu sua identidade de gênero masculino ou intersexo. Aos 21 anos, o atleta alterou seu nome para Heinz Ratjen.

Após a carreira no esporte, a polonesa Stella Walsh, medalhista em atletismo nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1932, e nos de Berlim, em 1936, também teve descoberta a identidade de gênero intersexo.

Ratjen e Walsh não foram os únicos casos, outros atletas intersexo competiram em determinado gênero. A questão ainda gera controvérsia no esporte, seja por preconceito ou sob o argumento de que o desequilíbrio hormonal traria vantagens a esses competidores.

Em Tóquio, foi a primeira vez que o Comitê Olímpico Internacional (COI) permitiu a participação de uma atleta transgênero em uma categoria feminina: a halterofilista neozelandesa Laurel Hubbard. A organização determinou que quem fez a transição do sexo masculino para o feminino, e vice-versa, antes da puberdade, poderá competir na categoria desejada, sem restrições. No entanto, aqueles que realizaram a transição após esse período devem cumprir alguns requisitos. No caso de mulheres transgênero, como Laurel, é necessário comprovar que o nível de testosterona em seu sangue permaneceu inferior a 10 nanomol/litro por ao menos 12 meses antes de sua primeira competição e durante todo o período em que estão competindo.

A PUCRS e os Jogos Olímpicos

Os Jogos Olímpicos surgiram na Grécia

Foto: Pexels

O Grupo de Pesquisa em Estudos Olímpicos, coordenado pelo professor Todt, realiza, em seu canal no YouTube, as Reflexões Olímpicas, que buscam discutir questões diversas acerca do olimpismo. Alguns assuntos abordados foram LGBTQIA+, liberdade de expressão e gênero.

Além disso, a exposição do eMuseu do Esporte conta com galerias e exposições em 3D, com entrevistas com diversas personalidades e especialistas das áreas de filosofia e estudos olímpicos. A exposição aborda os temas: Esporte e Valores, Intersexualidade, Refugiados e Liberdade de Expressão. A exposição usa como cenário os Jogos Olímpicos e Paralímpicos para tratar temas sociais, humanos e esportivos e a curadoria foi realizada pelos professores Nelson Todt, do curso de Educação Física da PUCRS, e Lamartine da Costa, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.

A iniciativa é do eMuseu do Esporte, em parceria com o Comitê Brasileiro Pierre de Coubertin (CBPC), com apoio institucional do Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio) e da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), em cooperação com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

É possível visitar a exposição a partir da data de lançamento acessando o site do eMuseu do Esporte.

Prêmio, Dia Mundial da Bicicleta

Professor Nelson com seu prêmio, ao fundo, Pierre de Coubertin em uma bicicleta/Foto: Camila Cunha

Os brasileiros possuem mais bicicletas do que carros. No entanto, apenas 7% da população utiliza a bicicleta como meio de transporte principal, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a mesma pesquisa aponta que há um potencial no País para que esse percentual chegue a 40%. A bicicleta é um meio de transporte limpo, igualitário e que promove a saúde e o bem-estar. Pensando nisso, a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu, em 2018, a data de 3 de junho como Dia Mundial da Bicicleta. A celebração de 2022 terá uma cerimônia para a entrega de prêmios a personagens que desenvolveram importantes ações em prol da data. Dentre eles está Nelson Todt, professor da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS e presidente do Comitê Brasileiro Pierre de Coubertin.  

“Todos conhecem o que Coubertin fez, mas poucos realmente o conhecem”, afirma Todt, se referindo ao criador dos Jogos Olímpicos Modernos. Afinal, um dos motivos para que o professor recebesse esse reconhecimento internacional e fosse convidado para discursar no dia da premiação, foi a realização do evento El Día Mundial de la Bicicleta como parte de la visión de Pierre de Coubertin, que contribuiu para a divulgação da data na América Latina ao mesmo tempo em que chamava atenção à história dessa figura tão marcante.  

Coubertin era um apaixonado por bicicletas e chegou até mesmo a nomear a sua com um apelido que fazia referência ao movimento dos pedais. Dois séculos depois dos primeiros modelos serem lançados, metade da população mundial ainda é considerada analfabeta no uso de bicicletas. A data tem como objetivo erradicar esse problema, mobilizando líderes e organizações em todos os níveis possíveis da sociedade global para alcançar um futuro sustentável.  

O responsável pela criação da data foi o professor polonês Leszek Sibilski, que explorou academicamente o papel das bicicletas para o desenvolvimento. Do estudo surgiu um grande esforço de defesa, apoiado pela iniciativa Mobilidade Sustentável para Todos, para que as Nações Unidas designassem um dia para celebrar e promover o uso de bicicletas em todo o mundo. Foi então que, em 12 de abril de 2018, todos os 193 estados membros da ONU adotaram a resolução da Assembleia Geral, que declarou o Dia Mundial da Bicicleta. 

De acordo com o professor Todt, existem quatro grandes motivos para estimular o uso da bicicleta:  

Dia Mundial da Bicicleta

Foto: Camila Cunha

O professor considera que a Universidade teve um importante papel em sua trajetória para que pudesse chegar ao reconhecimento internacional: “apenas consegui esse prêmio, essa conquista, devido ao apoio institucional que a PUCRS sempre deu ao meu trabalho. Ter o nome da Universidade junto ao seu é algo que traz credibilidade e impulsiona o reconhecimento. É por isso que, abaixo do meu nome, está o nome da PUCRS no prêmio enviado pela ONU em comemoração ao Dia Mundial da Bicicleta”, comenta.  

Uma história da bicicleta 

Em 1817 o barão alemão Karl von Drais era o dono da primeira bicicleta, conhecida como máquina corredora. Ela foi desenvolvida como alternativa ao transporte que utilizava cavalos, o qual era muito caro e trazia dificuldades na manutenção. Esse primeiro modelo era feito de madeira e funcionava não com pedais, mas com impulsos dos pés do condutor.  

Os pedais apenas surgiriam em 1839, e são atribuídos ao ferreiro Kirkpatrick MacMillan, apesar do modelo de bicicleta com essa ferramenta começar a ser produzido apenas em 1869, pelo inglês Thomas McCall. Os pedais das bicicletas nesses primeiros momentos eram posicionados na roda dianteira e o patenteador oficial do modelo foi Pierre Lallement.  

A primeira bicicleta totalmente fabricada em metal foi a de roda alta, de 1870. Apesar de sua condução ser difícil devido à altura das rodas, que exigiam um grande equilíbrio, ela era muito mais cômoda do que os modelos anteriores e atingia maiores velocidades em razão do diâmetro do aro. Também foram fabricados modelos com três e quatro rodas, para evitar acidentes.  

Justamente pelo risco de quedas desse modelo anterior, surgiram, na próxima década, as bicicletas de segurança, parecidas com as atuais, elas possuíam as duas rodas do mesmo tamanho. Em 1888, foram acrescentados os pneus às estruturas e, a partir da década de 1890, passaram a ser produzidas em larga escala, se popularizando.  

A bicicleta, nesse período também foi sinônimo de liberdade. Ela permitiu que mulheres pudessem se deslocar sozinhas e em distâncias maiores. Inclusive, isso aconteceu ao mesmo tempo em que o movimento sufragista surgia, em busca dos direitos políticos do gênero feminino.  

Atualmente, a bicicleta tem se mostrado uma aliada da sustentabilidade. Seus benefícios para todo o ecossistema social foram os motivadores para a celebração do Dia Mundial da Bicicleta. 

Paralimpíada, Jogos Paralímpicos, inclusão no esporte

Vitor mostra as medalhas de competições no atletismo/Foto: Camila Cunha

Pés, para que os quero, se tenho asas para voar?, disse, certa vez, Frida Khalo, uma das mais conhecidas artistas do mundo. Ela e muitos personagens relevantes da história foram pessoas com deficiência e, como a frase demonstra, nunca deixaram de voar. Longe das grandes figuras históricas, pessoas comuns também seguem realizando suas conquistas. É o caso de Vitor Luft que, mesmo com a impossibilidade de se locomover sem o auxílio de uma cadeira de rodas, é atleta e cursa Educação Física na PUCRS. 

Desde 2018, o jovem pratica atletismo, competindo de cadeira de rodas nas provas de corrida de 100m, 200m e 400m. No mesmo ano, participou da primeira competição no esporte, uma seletiva para as paralimpíadas escolares. Atualmente, após participar de duas competições regionais do Comitê Paralímpico Brasileiro com boas classificações, se prepara para competir nas paralimpíadas universitárias, a nível nacional.  

Representatividade que motiva 

Vitor conta que uma das suas principais inspirações no esporte é Aser Ramos, seu colega de treino. Os Jogos Paralímpicos de Tóquio terão seu encerramento neste domingo e o atleta, que já bateu recordes continentais, obteve a quarta classificação na final do salto em distância. Foi sua primeira participação no evento.  

Vitor mostra imagens com sua equipe de treino, dentre eles, Aser Ramos/Foto: Camila Cunha

Estamos vivenciando o Setembro Verde, mês que reforça a importância da acessibilidade e da inclusão da pessoa com deficiência. Os Jogos Paralímpicos são uma forma de mostrar à sociedade a relevância da diversidade no esporte. Porém, como comenta Vitor, essa realidade ainda está distante.  

“Em Porto Alegre, que é capital do estado, existem poucos lugares que treinam paratletas. Além disso, falta investimento no esporte e, mesmo os Jogos Paralímpicos, que chamam atenção à essa realidade, são distantes de muita gente. Por isso, seria importante que canais abertos transmitissem as competições, assim como aconteceu com os Jogos Olímpicos.” 

A professora Fernanda Faggiani, que desenvolve, com o auxílio de Vitor, estudos sobre esportes paralímpicos no Grupo de Pesquisa em Estudos Olímpicos da PUCRS, destaca que “os Jogos Paralímpicos são uma vitrine do que o esporte pode fazer para o ser humano, sendo um ambiente de inclusão, e mostra que é possível obter conquistas, não apenas de medalhas, mas, também, pessoais”.  

PUCRS: uma universidade para todas as pessoas 

A história de Vitor com a PUCRS iniciou em 2019: “Eu participei do Open Campus e me admirei com a infraestrutura e com a acessibilidade”, conta. Um ano depois, estava iniciando sua graduação e, conforme o estudante, a inclusão sempre foi algo recorrente, tanto pelos colegas de turma, quanto em relação aos professores, que costumam adaptar atividades práticas para que ele possa participar e aprender. Seu objetivo com a Educação Física é aprimorar suas habilidades como atleta, entendendo os mecanismos de como evoluir no esporte e, futuramente, se tornar treinador de atletas de alto rendimento.  

Além disso, a Universidade conta com materiais adaptados para o esporte inclusivo, como cadeiras para corrida e para jogos de basquete. O Campus também possui elevadores que facilitam o acesso de pessoas com deficiência aos prédios. “Eu consigo andar por tudo na PUCRS”, complementa o estudante.  

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Técnico dos Jogos Olímpicos de Tóquio é graduado pela PUCRS

Foto: Acervo pessoal

Aos dez anos de idade, Lucas Mazim começou a praticar vela, em Porto Alegre. “Desde o primeiro contato com o esporte, eu já gostei”, conta o atleta, que passou a praticar profissionalmente nas categorias de base, nas quais se tornou treinador aos dezesseis anos. Nessa época, além de ser treinador e professor, conciliava esse trabalho com as competições. Foi justamente para aperfeiçoar seus conhecimentos e garantir um melhor desempenho tanto como atleta quanto como treinador que Lucas optou por ingressar no curso de Educação Física.  

Na época da graduação, conseguia conciliar o trabalho e o curso. “Isso me auxiliou a aprimorar minhas competências, o que me deixou muito mais seguro para evoluir como treinador”, afirma. Segundo ele, quando já se trabalha na mesma área em que se cursa uma graduação, é possível tirar dúvidas cotidianas da sua profissão, trocando informações com os professores. “Em todos os trabalhos e atividades que eu fazia no curso, tentava relacionar com meu dia a dia. Ter um embasamento teórico trazido por uma graduação te dá mais credibilidade no mundo profissional, isso me ajudou a crescer no esporte de alto rendimento”, acrescenta.  

Lucas não era o treinador principal dos atletas brasileiros que competirão nos Jogos Olímpicos de Tóquio, mas pela impossibilidade de o técnico oficial realizar a viagem e levando em consideração os dez anos de trabalho como técnico, foi escolhido para levar adiante o sonho dos competidores no maior evento esportivo do mundo. Por fim, Lucas acrescenta:  

“Sempre devemos estar abertos às oportunidades e se eu estou aqui hoje é pelo trabalho que desenvolvi. Com certeza isso vai me trazer muitos frutos e muito aprendizado”.  

A vela nos Jogos Olímpicos 

Embora embarcações tenham sido construídas desde os primórdios da história, o uso de barcos a vela para a prática esportiva iniciou apenas no século XVII. Na época, a Holanda criou um novo tipo de barco denominado jaghtstchip, o qual prontamente atendeu aos interesses comerciais holandeses e passou a ser utilizado, dentre outras funções, para o treinamento de jovens marinheiros. O rei Carlos II, interessado pelos jaghtstchips, ao retornar de seu exílio, promoveu as primeiras competições em águas britânicas. No século seguinte, em 1720, nasceu na Irlanda o primeiro clube de vela, o Royal Cork Yatch Club, que realizou sua primeira competição em 1749. 

No Brasil, o esporte chegou no século XIX, trazido por descendentes de europeus. O Iate Clube Brasileiro, fundado em 1906 no Rio de Janeiro, foi o primeiro dedicado ao esporte no País. Já a primeira prova nacional, o Troféu Marcílio Dias, aconteceu em 1935. Atualmente, a responsável por administrar o esporte no País é a Confederação Brasileira de Vela (CBVela).  

A primeira participação do esporte nos Jogos Olímpicos Modernos ocorreu na sua segunda edição, em 1900. Desde então, diferentes categorias de vela foram acrescentadas à programação. Ele deveria ter feito parte da competição de Atenas, quatro anos antes, mas as condições meteorológicas não estavam adequadas à prática do esporte, causando o adiamento de sua estreia. O Brasil teve sua primeira vitória no esporte em 1980, nos jogos de Moscou. Neste ano, o País foi o vencedor de duas categorias. Somando todas as modalidades de vela, o Brasil conta com 18 medalhas, sendo sete de ouro, três de prata e oito de bronze. Nos Jogos Olímpicos de Tóquio serão disputadas dez modalidades do esporte.