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Ambiente lúdico e divertido foi organizado na Pediatria do Hospital / Foto: Camila Cunha

Há 21 anos a leitura traz encanto, alegria e esperança para os pequenos que estão internados no Hospital São Lucas da PUCRS. Na mais recente edição da Feira do Livro Infantil do HSL, ocorrida nesta segunda-feira, 10 de dezembro, a magia dos livros se fez novamente presente, a começar pela abertura musical proporcionada pelas vozes de voluntários do Centro de Pastoral e Solidariedade, que ganharam coro mirim e coreografia para a música Aquarela, de Toquinho. O evento, organizado pelo Curso de Letras da Escola de Humanidades e o Setor de Pediatria do HSL, é fruto do projeto Biblioteca de Literatura Infantojuvenil. Para entrar no clima vivenciado na Praça da Alfândega, além dos livros e das barraquinhas, nas quais é possível comprar livros com cédulas de brinquedo, a iniciativa também contou com a presença da poeta Maria Carpi, patrona da 64ª Feira do Livro de Porto Alegre, acompanhada da patroninha Nicole Garcia dos Santos, de 10 anos.

“O que está sendo feito aqui é um verdadeiro poema comunitário e de amor. A criança é o início da poesia. Toda criança é poética por si mesma, e toda linguagem dela é poesia. Às vezes esquecemos de perceber isso”, declarou emocionada Maria Carpi, enquanto admirava meninos e meninas ávidos por comprar seus livros infantis nas bancas temáticas montadas no saguão do 5º andar do Hospital. Ela, que havia participado de outra ação no Hospital da Criança Santo Antônio, revelou-se grata com a oportunidade e comprometeu-se em retornar para participar do projeto. “A arte ajuda as pessoas a ter estima sobre si mesmas e a ver a vida com outros olhos, com otimismo e alegria. Enfrentar o sofrimento e a dor com otimismo torna as pessoas mais fortes”, afirmou, lembrando as dificuldades que seu filho, o também escritor Fabrício Carpinejar, enfrentou durante a infância. Disse que “diagnóstico não é destino”, parafraseando Carpinejar, e lembrou que o alfabetizou com muita poesia, dica que é seguida por alguns dos pais de pacientes da Pediatria.

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Música trouxe mais alegria ainda ao ambiente / Foto: Camila Cunha

A diarista Sandra Regina Garcia dos Santos, 43 anos, é um exemplo de incentivo à leitura. Mãe de Nicole, escolhida para ser a patroninha da Feira, ela costuma contar histórias de princesas para a filha, que tem uma irmã gêmea, Tainá, além de dois filhos adultos. Com isso, as meninas pegaram gosto pelo hábito. “Elas sempre adoraram ler. Às vezes passam horas no quarto em cima dos livros”, revela. No hospital há quatro dias, Nicole foi internada em função de uma convulsão, e está passando por exames para que os médicos compreendam melhor seu estado de saúde. A mãe revela que a garota ficou muito entusiasmada com o convite recebido no sábado. “Ela quis escolher roupa, passar batom. Queria estar bonita para o evento”, conta. Cursando a 3ª série do ensino fundamental, a pequena leitora diz que suas histórias prediletas, além das princesas, nas quais admira os vestidos, são as aventuras de Harry Potter. “Já li dois livros, e gosto das mágicas que ele faz”, diverte-se ao comentar.

Colaboração e recorde de livros

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Maria Carpi, a patroninha Nicole e a mãe Sandra / Foto: Camila Cunha

Para organizar um evento que se tornou tradição é preciso somar esforços tanto de pessoas experientes quanto proporcionar a iniciantes a chance de novos aprendizados. E isso a professora Vera Wannmacher, do curso de Letras da Escola de Humanidades, faz com muita tranquilidade e alegria. Coordenadora do projeto há quatro anos, diz que observa crescente adesão de voluntários e de todos os segmentos da PUCRS à iniciativa. “Vejo que a cada ano mais pessoas se agregam a esse trabalho, não só para vir ao evento, mas na sua organização. Neste ano, tivemos vários acréscimos. Nosso volume de doações chegou a mais de mil livros. Foi a maior coleta da história do evento. E ainda estão chegando mais exemplares”, comemora. Ela afirma que com um modo de organização colaborativa, unindo diversos setores, foi possível destacar a real importância da Feira do Livro Infantil.

A presença dos alunos na organização

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Bolsistas estreantes Giovana, Daiele e Ágata / Foto: Camila Cunha

Estreantes na Feira, duas bolsistas do curso de Letras e uma do curso de Design de Produto comentaram como foi essa nova experiência. Para Giovana da Silveira Baldez, 22 anos, “é gratificante ver as crianças com os livros nas mãos”. A estudante do último semestre relata que passou por vários estágios, e foi possível perceber a importância da leitura na formação pessoal. “A literatura humaniza. Aprendi isso na graduação e vejo aqui, hoje, nas crianças. É muito bom”, afirma. Daiele Santana, 24 anos, no segundo semestre, conta que o evento permitiu abrir seus horizontes. “É emocionante ver pessoalmente como acontece. Havia muitos livros no início do evento e todos se esgotaram. Fico feliz em ver que é um hábito que ainda existe. Apesar de todos os meios digitais, as crianças querem ler”. Ágata Marmitt, 21 anos, estuda na Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos. Sua relação com o evento se deu na montagem da Feira, e o que mais valorizou foi observar a forma como as crianças interagem com os livros, o que mais chama atenção delas. Sua inserção na pesquisa começou a partir da produção de paper toys, exercício do primeiro semestre de Design. Os brinquedos foram doados à época às crianças do HSL. Hoje, é bolsista e soma novos aprendizados com a professora Vera.

Apesar de não ser mais bolsista, Giovana Ribas, 25 anos, acadêmica de Medicina, mantém vínculo com o projeto literário realizado no Setor de Pediatria. Como voluntária, permanece ajudando a professora Vera. Seu interesse por crianças e pela área da Pediatria a aproximou da Feira. A relação com essa atividade começou em 2016 e o carinho continua. “É uma oportunidade incrível que tive ao longo da graduação, de poder estar com crianças de uma outra maneira, que não a parte médica. Foi um aprendizado não ortodoxo e uma bela experiência”, relata. No 10º semestre, está conhecendo novos campos da medicina, mas não nega o apreço e a possibilidade de seguir com os pacientes infantis. “É muito forte no meu coração essa vontade, mas não bati o martelo por não ter passado por todas as áreas. Concluo o curso em 2019, mas pode ser que siga esse caminho”, projeta.

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Giovana, da Medicina, e professora Vera / Foto: Camila Cunha

A abertura Feira do Livro Infantil do HSL foi prestigiada pela decana associada da Escola de Humanidades, Ana Soster, pelo assessor de assuntos institucionais da Reitora da PUCRS, Solimar Amaro, pelo superintendente do HSL, Sérgio Baldisseroto, o superintendente adjunto do HSL, Ir. Lauri Heck, entre outros membros da Universidade e do Hospital. A ação teve o apoio da Biblioteca Central Ir. José Otão, do Centro de Pastoral e Solidariedade, da equipe de saúde e da Assessoria de Comunicação e Marketing.

Histórico

O projeto Biblioteca de Literatura Infantojuvenil – espaço de leitura, arte e prazer consiste num processo de ações integrando Letras e Saúde, com o objetivo de desenvolver a imaginação e proporcionar o prazer da leitura de crianças do Setor de Pediatria do Hospital São Lucas da PUCRS – internação SUS, contribuindo para o seu bem-estar. Para isso, desde 1997 desenvolve diariamente situações de leitura de livros e de contação de histórias e realiza a cada ano novas edições da Feira do Livro Infantil.

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Foto: Camila Cunha

Iniciou nesta segunda-feira, dia 19 de novembro, o 1º Seminário Internacional de Lusofonia, promovido pelos programas de Pós-Graduação em História e em Letras da Escola de Humanidades. O encontro tem como objetivo discutir os traços linguísticos e culturais comuns que podem ser articulados em falantes do português nos mais diversos países.

A cerimônia de abertura contou com a presença do pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários, Marcelo Bonhemberger, com a vice-cônsul de Portugal em Porto Alegre, Adriana de Melo Ribeiro, com o presidente do Conselho Regional do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP) para América Central e América do Sul, Antonio David e com a decana associada da Escola de Humanidades, Regina Kohlrausch. Na ocasião, Bonhemberger destacou a importância da discussão transdisciplinar e multidisciplinar entre os programas de pós, além da relevância da discussão de integração cultural.

A vice-cônsul de Portugal em Porto Alegre classificou como fascinante o universo da lusofonia. “É sempre riquíssimo podermos estudar sobre a influência que os portugueses levaram aos quatro cantos do mundo, em um relacionamento direto com outras nações”, comentou.

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Foto: Camila Cunha

Dispersão histórica da língua portuguesa

Na primeira mesa redonda do evento, o professor do PPG de História, Marçal de Menezes Paredes fez uma retomada histórica de sete séculos da lusofonia. O docente colocou em pauta como os brasileiros têm perdido a capacidade de entender o sotaque português, mas reforçou a riqueza e importância do idioma ao longo da história. De acordo com Paredes, o reencontro com a cultura portuguesa é ferramenta para a internacionalização do imaginário dos brasileiros. O pesquisador destacou a hibridização das culturas ao longo dos séculos como importantes fatores para o idioma que hoje compartilhamos, trazendo história e heranças de diversas partes do mundo.

Além das características culturais, Paredes abordou eventos históricos de larga escala que foram transformando a língua. “Estudar a lusofonia é transitar entre os estudos europeus, estudos africanos e estudos latino-americanos”, adicionou.

Contexto linguístico da lusofonia

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Foto: Camila Cunha

A professora do PPG de Letras, Cristina Perna, também participou da primeira mesa redonda do evento abordando a lusofonia do ponto de vista linguístico. A docente expôs dados sobre a presença do idioma em seis continentes, 11 países e aparecendo como o 6ª idioma mais falado do mundo. Cristina falou sobre o ensino da língua portuguesa para estrangeiros, abordando ações de políticas linguísticas pensadas para atender as demandas de contexto da mobilidade acadêmica. Além disso, apresentou o projeto com aulas de português para imigrantes haitianos, resultado da parceria entre a Escola de Humanidades, o Centro de Pastoral e Solidariedade e a Paróquia Santa Clara.

Por fim, a professora também falou sobre o ensino da língua portuguesa para estrangeiros em nível de pós-graduação, apresentando o ensino de português para fins acadêmicos (PPEA), no qual a orientação também aborda a escrita de materiais teóricos, apresentações formais e pesquisa.

A primeira edição do seminário ocorre durantes os dias 19 e 20 de novembro, com diferentes mesas redondas de debate sobre a lusofonia. Mais informações sobre a programação neste link.

Seminário Brasileiro de Crítica Literária, Letras, Escrita Criativa, Cristino Wapichana

Foto: Bruno Todeschini

O contador de histórias e escritor premiado, Cristiano Wapichana, de origem indígena, apresentou a palestra de encerramento do 31º Seminário Brasileiro de Crítica Literária, do 30º Seminário de Crítica Literária do Rio Grande do Sul e do 4º Encontro Nacional de Escrita Criativa na última quinta-feira, 25 de outubro, na Escola de Humanidades. O painel de Wapichana, o lançamento do Ebook Revista Partenon Literário e a mesa Partenon Literário: Tempo e Espaço em Diálogo marcaram o término das atividades do Seminário.

Imersão na cultura indígena

Com a proposta de gerar reflexões sobre a cultura indígena no Brasil e a necessidade de valorização desse nicho literário, Wapichana exibiu suas obras, narrou histórias de sua infância e explicou seus processos de produção. O encontro, mediado pelo professor da Escola de Humanidades, Luiz Antônio de Assis Brasil e Silva, reuniu estudantes e profissionais ansiosos para absorver as lições do autor. Em um discurso tranquilo, determinado e espiritualizado, o contador de histórias destacou o poder das obras. “Não somos nós os autores, o mérito não é nosso. As histórias já existem, elas simplesmente procuraram pessoas dispostas a ouvi-las e escreve-las. Têm muita força. ”, defendeu.

A literatura produzida pela etnia ganhou destaque na fala do escritor. Para Wapichana, o reconhecimento destinado aos esses produtores de conteúdo ainda é escasso. “Não valorizamos aquilo que vem do índio. A sociedade quer vê-lo no mesmo lugar de sempre, mas precisamos aceitar que culturas evoluem. Nós também podemos entregar resultados”, afirma. Numa conversa descontraída, o autor respondeu às perguntas do público e salientou a importância de manter a parte artística da literatura viva, ainda que seja preciso abrir mão das normas técnicas.

Seminário Brasileiro de Crítica Literária, Letras, Escrita Criativa, Cristino Wapichana

Foto: Bruno Todeschini

Abertura com Anna Cabelle: biografia e feminismo

A professora, crítica literária e escritora espanhola Anna Caballé Masforrol, da Universidade de Barcelona, realizou a conferência de abertura dos eventos na terça-feira, 23 de outubro. A autora abordou o tema Biografia, feminismo e mulher. Reconhecida por seus estudos neste campo, a pesquisadora apresentou uma trajetória literária e teórica sobre a presença da mulher na literatura. De acordo com Anna Caballé, a presença da figura feminina na biografia é recente. “Diante da complexidade feminina, por muitos anos as mulheres caíram em silêncio absoluto”, apontou. Para ela, é importante a contínua discussão do feminismo, para que haja uma igualdade entre obras que retratem personalidades de ambos os sexos.

Seminário Brasileiro de Crítica Literária

Com o tema Travessias Literárias: Tempos e Espaços em Diálogo, o evento fez uma homenagem aos 150 anos da Sociedade Partenon Literário e reuniu estudantes, professores e pesquisadores brasileiros e estrangeiros de Crítica Literária, Literatura Brasileira, Linguística e Teoria da Literatura e campos afins, como Cinema, Artes, Música e Teatro. A programação contou com oficinas, mesas redondas e palestras acerca de temas como histórias de mulheres, escrita criativa de poesias, autoria e crítica literária na contemporaneidade.

 

 

caio do céu, caio fernando abreu, deborah finocchiaro, espetáculo, peça, teatro, pucrs cultura, instituto de cultura

Foto: Camila Cunha

A véspera do 70º aniversário do escritor gaúcho Caio Fernando Abreu, celebrado neste dia 12 de setembro, foi a data escolhida para recordar a sua obra e legado à cultura com a peça Caio do Céu. O espetáculo, com direção de Luís Artur Nunes, foi encenado por Deborah Finocchiaro e Gustavo Petry, lotando o Teatro do prédio 40 do Campus e emocionando a plateia que, ao final, aplaudiu em pé a sensibilidade e intensidade que a atriz levou para o palco na sua interpretação. O evento marcou o retorno do teatro profissional à Universidade, que até o início dos anos 2000 contava com o PUCRS Em Cena. A iniciativa integrou a programação da Semana de Letras e Escrita Criativa da Escola de Humanidades. O ingresso solidário garantiu a arrecadação de mais de 400kg de alimentos na parceria estabelecida entre o Instituto de Cultura e o Centro de Pastoral e Solidariedade.

Um tributo a Caio F.

O universo de Caio F. foi exposto com menção às suas obras que tratavam com irreverência a condição humana e a reflexão sobre as relações entre as pessoas. Apesar de ser conhecido por dar um tom mais introspectivo e melancólico a muitas das suas produções, como crônicas, cartas, contos, poemas e textos teatrais, a encenação da peça trouxe seu lado mais vibrante e questionador da sociedade. A música ao vivo, os vídeos projetados e as interações com vídeos e entrevistas contribuíram para aproximar ainda mais o público da história do autor santiaguense, reconhecido internacionalmente pela profundidade de seu trabalho.

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Foto: Camila Cunha

O espetáculo foi seguido de um debate mediado pelo diretor do Instituto de Cultura Ricardo Barberena, com quatro especialistas e estudiosos da obra de Caio Fernando Abreu. Além de Deborah, participaram da roda de conversa Luis Felipe Abreu, doutorando em Comunicação e Informação na UFRGS e sobrinho de Caio F., Amanda Costa, doutora em Estudos de Literatura pela UFRGS, e Fernanda Pinto, doutora em Linguística e Letras – Teoria da Literatura pela PUCRS. Barberena fez algumas provocações aos debatedores solicitando, por exemplo, que procurassem interpretar os dias de hoje pelo olhar de Caio. O sobrinho do autor leu um trecho do conto Aqueles dois, no qual é descrita a relação de grande proximidade entre dois homens no ambiente de trabalho. Eles são expulsos da repartição pública na qual atuam pela intolerância dos colegas, que desejavam ser mais felizes com a ausência de ambos, o que não se confirma. O alerta de Abreu (sobrinho) foi para a necessidade de empatia, pouco vista na atualidade. “Precisamos aprender a aceitar o outro, agir contra as micropolíticas de opressão e discriminação”, asseverou.

Um dos pontos mais valorizados pelos especialistas foi o fato de os concursos vestibulares solicitarem a leitura de obras como Morangos Mofados, um clássico de Caio. Para eles, isso aproxima novas gerações das produções literárias e jornalísticas do autor. “Caio tem uma obra pop, acessível, ideal para a formação de novos leitores”, afirmou Amanda Costa. Já Fernanda Pinto recordou que “Caio tem humor, melancolia e profundidade. Serve para leitores de todas as idades, incentivando debates literários sobre temas de incentivo à diversidade”.

Sobre Caio Fernando Abreu

Caio Fernando Abreu (1948 – 1996) é apontado com um dos expoentes da sua geração, foi jornalista, dramaturgo e escritor brasileiro. Seu primeiro conto, O Príncipe Sapo, 1963, foi publicado três anos mais tarde na revista Claudia. Em 1973, se exilou na Europa, onde ficou até 1974, ano em que começou sua prolixa criação literária de mais de 28 livros publicados nas formas de contos, crônicas, romances e antologias. Entre eles, destacam-se Morangos Mofados (1982) e os Dragões Não Conhecem o Paraíso (1988). Seu último romance, Onde andará Dulce Veiga?, 1990, foi adaptado para o cinema pelo diretor Guilherme de Almeida Prado.

Caio ficou popular por seus temas em que fala sobre sexo, medo, morte e, principalmente, solidão. Através de problemas pessoais e situações cotidianas, contestou valores que na época eram pouco discutidos, como aids, homossexualidade e espiritualidade. No acervo digital do Delfos – Espaço de Documentação e Memória Cultural da PUCRS, é possível encontrar diversos objetos, livros, escritos e datiloscritos do autor.

Confira a galeria de fotos:

4º Seminário Intersetorial de Promoção da Vida e Prevenção do Suicídio

Grande público presente no seminário
Foto: Bruno Todeschini

Promover um profundo diálogo a respeito do suicídio, suas causas e estratégias de prevenção, abordando-o como uma questão de saúde pública. É o que foi proposto no 4º Seminário Intersetorial de Promoção da Vida e Prevenção do Suicídio, sediado na PUCRS e promovido pelo Comitê Estadual de Promoção da Vida e Prevenção do Suicídio do Rio Grande do Sul e pelo Programa de Assessoramento e Defesa e Garantia da Assistência Social da União Brasileira de Educação e Assistência da PUCRS (UBEA). O evento, ocorrido na última quarta-feira, dia 5 de setembro, no Salão de Atos, reuniu mais 1,5 mil pessoas, entre funcionários públicos, da saúde, educação, acadêmicos, pesquisadores e público em geral, que buscavam compreender melhor essa realidade e capacitar-se para atuar na prevenção, intervenção e no cuidado de casos de suicídio.

No Rio Grande do Sul, estado brasileiro com a maior taxa de ocorrências, por ano, são 11 casos para cada 100 mil habitantes, o dobro dos registros nacionais. “Hoje, procura-se intensificar a informação e a conversa, para ajudar as pessoas que estão no caminho do suicídio e para que se desenvolvam cuidados com os potenciais suicidas e suas famílias. Assim contornar a situação e minimizar a dimensão dessa tragédia para a espécie humana”, afirmou o secretário Estadual de Saúde, Francisco Zancan Paz.

4º Seminário Intersetorial de Promoção da Vida e Prevenção do Suicídio

Cheila Marina de Lima
Foto: Bruno Todeschini

Participou também da solenidade, a secretária de Desenvolvimento Social, Trabalho, Justiça e Direitos Humanos do Rio Grande do Sul, Maria Helena Sartori. A representante do Estado destacou a importância de abordar o tema de forma intersetorial, como se propõe o seminário, envolvendo as famílias, instituições de ensino, órgãos de saúde, a sociedade e cada um, dentro de seus setores, para que tenham a capacidade de identificar sintomas, orientar e atuar na prevenção. Maria Helena apontou algumas ações que vem sendo realizadas pelo Comitê Intersetorial de Promoção da Vida e Prevenção do Suicídio e outras iniciativas públicas, como as Comissões Internas de Prevenção de Acidentes e Violência Escolar (Cipaves), que vem atuando dentro das escolas estaduais e municipais.

Representando a Universidade, o professor da Escola de Humanidades e responsável pela Representação Estudantil vinculada à Pró-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários (Proex), Francisco Kern, falou sobre a importância da acolhida daqueles em situação de risco e de crise, do respeito e da empatia. “Sentimento de compaixão é muito importante, não por pena, mas por compreendermos a condição humano do outro como condição de vida que precisa ser potencializada”, afirmou.

4º Seminário Intersetorial de Promoção da Vida e Prevenção do Suicídio

Marilise Fraga de Souza
Foto: Bruno Todeschini

Em seguida, os painéis foram abertos com a palestra Prevenção do Suicídio: Uma questão de saúde pública, apresentado por Cheila Marina de Lima, enfermeira e consultora do Ministério da Saúde, Marilise Fraga de Souza, vice-coordenadora do Comitê Intersetorial de Promoção da Vida e Prevenção do Suicídio da Secretaria Estadual da Saúde,  e Giovanni Salum Junior, médico e professor do curso de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Os profissionais apresentaram à plateia, além de dados e estudos, as principais formas de prevenção e intervenção sendo realizadas pelos órgãos e iniciativas públicas, demonstrando o papel de cada setor no combate dessa questão de saúde pública.  “Para enfrentarmos, precisamos de conhecimento, de evidência, de fatos, parcerias e compromisso. Só juntos vamos conseguir mudar essa realidade”, reiterou.

Centro de Atenção Psicossocial (CAP)

A Universidade oferece, através do Centro de Atenção Psicossocial (CAP), atendimento e acompanhamento gratuito para alunos, professores, gestores e colegiados que necessitam de auxílio no enfrentamento de dificuldades que possam afetar o processo de ensino-aprendizagem e de apoio na busca de soluções para essas questões. O CAP é um espaço de escuta, onde são realizados aconselhamentos por uma equipe interdisciplinar de professores da PUCRS com larga experiência docente e profissional. Além disso, possui parceria com o Ambulatório de Psicoterapia Analítica do Hospital São Lucas (AMPA), para o qual faz encaminhamentos quando observada necessidade de atendimento psicoterápico ou psiquiátrico.

O Centro, localizado na sala 803 do prédio 40, 8º andar, está aberto para atendimento de segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 21h. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (51) 3320-3703 ou pelo e-mail [email protected].

serpinf,senpinfCom o objetivo de aprofundar o debate sobre direitos humanos, promover uma análise crítica e ética do atual momento político e social e fortalecer a cooperação entre movimentos sociais, serão realizados, na PUCRS, o 4º Seminário Regional de Políticas Públicas, Intersetorialidade e Família (Serpinf) e o 2º Seminário Nacional de Políticas Públicas, Intersetorialidade e Família: Marcas históricas e movimentos contemporâneos. Resistir é preciso! (Senpinf). Organizados pelo Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre Trabalho, Saúde e Intersetorialidade (Netsi) e pelo Programa de Pós-Graduação em Serviço Social da Escola de Humanidades, os eventos promovem, de 17 a 19 de outubro, mini-cursos, palestras, mesas e apresentação de pôsteres no auditório do 9º andar do prédio 50 do Campus (Av. Ipiranga, 6681 – Porto Alegre).

Os seminários são voltados para acadêmicos de graduação e de pós-graduação, pesquisadores, trabalhadores e gestores da rede de assistência, saúde, educação, habitação e outros participantes do país e do exterior. Os trabalhos devem ser enviados até 10 de setembro para o e-mail [email protected]. As inscrições abrem no dia 11 de setembro, após a divulgação da lista de trabalhos aprovados. Será fornecido certificado a todos os participantes que tiverem, no mínimo, 75% de frequência. Mais informações e a programação completa podem ser acessadas no site dos eventos.

Ocupação 20 de Novembro, luta pela moradia

Grupo presta assessoria à cooperativa, que aguarda pela reforma do prédio da Rua Barros Cassal
Foto: Camila Cunha

Professores, profissionais e estudantes de graduação em Arquitetura, Serviço Social e Direito e de pós-graduação em Serviço Social discutem questões envolvendo a cidade e o direito à moradia no Grupo de Pesquisa em Habitação de Interesse Social e Sustentabilidade (Sustenfau), do curso de Arquitetura e Urbanismo da Escola Politécnica. Além de um palco de estudos, a Ocupação 20 de Novembro, na Rua Barros Cassal, em Porto Alegre, recebe apoio do grupo nas manifestações, nas reuniões com os militantes e nas discussões sobre o projeto de reforma do prédio.

Em março de 2016, a escritura do imóvel foi lavrada em nome da Cooperativa 20 de Novembro. Um mês depois, houve assinatura da documentação referente à requalificação do edifício, inserida no Minha Casa, Minha Vida – Entidades. Agora os moradores aguardam a liberação do início das obras, enquanto negociam com a prefeitura a concessão de aluguel social para as famílias no período em que durar a reforma.

Exemplo emblemático

A comunidade se tornou um símbolo dos movimentos sociais. O nome tem vinculação com o Dia da Consciência Negra e a data da ocupação inicial do prédio da Rua Caldas Júnior, em 2006. “O assentamento é emblemático, exemplificando a apropriação de um vazio urbano como ação de resistência contra-hegemônica à financeirização do habitat, aliada à emergência de um significativo protagonismo das camadas populares no exercício de sua cidadania”, avalia o coordenador do Sustenfau, Marcos Diligenti.

“A presença da Universidade dá concretude às nossas ações. O grupo nos ajudará na avaliação e diagnóstico do que é possível fazer”, afirma a coordenadora da 20 de Novembro, Ceniriani Vargas da Silva.

Assina o projeto o escritório AH! Arquitetura Humana, composto pelos arquitetos e urbanistas Paola Maia, Taiane Beduschi e Franthesco Spautz, formados na PUCRS (alumni), e por Karla Moroso. A própria cooperativa gerencia a verba da revitalização.

Conheça histórias de luta pela moradia e a cronologia da saga da 20 de Novembro na reportagem completa na edição 187 da Revista PUCRS.

reunião pré-embarque,mobilidade acadêmica,intercâmbio

Foto: Mariana Haupenthal

Estudantes de diferentes cursos de graduação da PUCRS se preparam para embarcar para o exterior em mobilidade acadêmica. Os 81 alunos representarão a Instituição em 12 países e 39 universidades no próximo semestre. Em preparação para a nova etapa, os jovens participaram de reunião pré-embarque, promovida pela Assessoria de Cooperação Internacional, por meio do Setor de Mobilidade Acadêmica, no dia 3 de julho. No encontro, receberam orientações sobre documentação, informações sobre disciplinas e aproveitamento de créditos.

Durante a conversa com os universitários, a psicóloga Kátia Rocha, professora da Escola de Ciências da Saúde, deu dicas para se preparam para deixar o país em breve. “Apesar da facilidade que o mundo digital oferece, permitindo que vocês estejam em contato constante com seus familiares e amigos, minha sugestão é: criem espaço na sua vida para essa experiência”, comentou. Para Kátia, é preciso se permitir vivenciar o país de destino e, para isso, estar abertos a novas culturas, costumes e aprendizados.

De malas prontas

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Foto: Thais Gonçalves

A aluna do curso de Jornalismo Eduarda Pereira está de malas prontas para os Estados Unidos, onde estudará na Northeastern Illinois University. “Sempre quis muito fazer algum tipo de intercâmbio, porque considero uma experiência extremamente importante, tanto pessoal quanto profissionalmente. Entender o mundo e desenvolver uma noção por conta própria de outros lugares é indispensável, ainda mais para a minha futura profissão. E é exatamente isso que espero: conhecer pessoas, histórias e culturas diferentes e, principalmente, crescer profissionalmente, aprendendo habilidades novas e aplicando as que adquiri na Famecos em outros contextos”, planeja. “O Setor de Mobilidade da PUCRS facilitou muito o processo, além de me dar assistência ao longo dos preparativos”, elogia Eduarda.

Os estudantes embarcam nesta experiência única como embaixadores da Universidade no exterior. “Vivam esse momento e aproveitem essa oportunidade para crescer profissionalmente e pessoalmente”, aconselha o responsável pela mobilidade out, Otávio Porcher.  Além da mobilidade no exterior, acadêmicos da PUCRS também têm a oportunidade de estudar em instituições de outros estados do Brasil. Um exemplo é Samira Rodrigues, do curso Jornalismo, que vai para a Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP).

Países e universidades onde estudantes da PUCRS estarão em mobilidade em 2018/2:

Alemanha Universität Bonn, Universität Hamburg, Hochschule Osnabrück, Hochschule Bremen, TH Köln
Canadá Kwantlen Polytechnic University, University of Regina, Polytechnique Montréal, Universitè de Montréal
Chile Mayor Do Chile
Coreia do Sul Hankuk
 

Espanha

Universidad Autónoma de Madrid, Universitat Internacional de Catalunya, Universidad de Murcia, Ceu San Pablo, Univerisitat de Barcelona, Universidade de Vigo
Estados Unidos Northeastern Illinois University, Embry-Riddle Aeronautical University, San Diego State University, University of Central Florida
França Institut d’Études Politiques d’Aix-en-Provence, Paris School of Business, Polytech Montpellier, Écoles d’Ingénieur Yncréa HEI/ISA/ISEN, Groupe ENI
Itália Universitá di Bologna
México Universidad de Celaya
 

Portugal

FDUL, Universidade Católica Portuguesa do Porto, Universidade Católica Portuguesa Lisboa, Universidade Beira Interior, Universidade do Porto, Universidade Autônoma de Lisboa, Universidade de Coimbra, Instituto Técnico de Lisboa, Instituto Politécnico de Leiria
Reino Unido Newcastle University
Suécia Uppsala University
mostra itinerante, O Desenho da Memória, arquitetura e urbanismo, Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento do Rio Grande do Sul (IAB/RS),escola politécnica, biblioteca, biblioteca central ir. josé otão, desenhos, croquis, arquitetos, Tiago Giora, Daniel Pitta e Paulo Ricardo Bregatto, Daniel Dillenburg.

Foto: Camila Cunha

Estão sendo realizadas duas exposições gratuitas e abertas ao público no saguão da Biblioteca Central Ir. José Otão durante o mês de junho. A mostra itinerante O Desenho da Memória traz croquis e desenhos realizados por 26 arquitetos, colocando o desenho como parte fundamental do processo de pensar arquitetura. Realizada pelo Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento do Rio Grande do Sul (IAB/RS), com apoio da Escola Politécnica, a exposição fica na Universidade até o dia 5 de julho. Parte dos trabalhos expostos são de autoria de três professores do Curso de Arquitetura e Urbanismo da PUCRS, Tiago Giora, Daniel Pitta e Paulo Ricardo Bregatto, além do diplomado Daniel Dillenburg.

 

Arte Sacra Jesuítico-Guarani

Também está sendo realizada pela Escola de Humanidades, por meio do Projeto de Arte Sacra Jesuítico-Guarani, a mostra São Pedro – Arte Sacra Jesuítico-Guarani séc. XVII-XVIII, que fica exposta até 29 de junho, no térreo da Biblioteca, após as catracas. A exposição traz as descobertas inéditas do Grupo de Pesquisa sobre Arte Sacra Jesuítico-Guarani da PUCRS, com um pouco da história e a arte do imaginário jesuítico-guarani dos séculos 17 e 18. A principal peça exposta é a escultura sacra missioneira de São Pedro, padroeiro do Rio Grande do Sul, feita em cedro policromado no século 18. Para acessar a exposição, a comunidade acadêmica e técnicos administrativos da PUCRS devem utilizar seus crachás e carteirinhas, e o público em geral pode fazer um cadastro na recepção.