Conferência Internacional Educação e Fisolofia, Escola de HumanidadesNos dias 27 e 28 de junho, a PUCRS recebe a 5ª Conferência Internacional de Filosofia da Educação e Pedagogia Crítica, promovida pelo Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE), em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Universidade de Caxias do Sul, Universidade Federal de Pelotas, Universidade Federal de Santa Maria, Universidade Estadual de Ponta Grossa, Universidade Federal Fluminense, University College of London e a National University of Ireland. O evento ocorre no auditório térreo do Prédio 50 do Campus (Avenida Ipiranga, 6.681 – Porto Alegre).

Essa é a primeira vez que a conferência ocorre no Brasil, já tendo sido sediada em Liverpool e Winchester, no Reino Unido. O objetivo é compartilhar experiências e conhecimentos produzidos no campo de filosofia da Educação e Pedagogia Crítica, bem como fomentar a integração e a cooperação entre pesquisadores da área da educação.

Para o coordenador do evento e professor do PPGE Alexandre Anselmo Guilherme, “o encontro permitirá a congregação de especialistas e interessados na área de filosofia de educação, possibilitando uma grande troca de saberes entre a América Latina e Europa.  Além disso, introduzirá no contexto brasileiro o importante trabalho de filósofos da educação reconhecidos internacionalmente por seus trabalhos sobre educação e democracia”, destaca.

Palestrantes internacionais

A conferência terá a presença de pesquisadores internacionais, reconhecidos no campo da filosofia, educação e pedagogia. Entre os nomes confirmados estão a professora Judith Suissa, da University College London (Reino Unido), o professor Carl Safstrom, da National University of Ireland (Irlanda), e a professora Sharon Todd, da Northeastern Illinois University (Estados Unidos).

Para acessar a programação completa e mais informações sobre as inscrições, clique aqui.

Imigrantes participam de projetos sociais / Foto: Camila Cunha

Imigrantes participam de projetos sociais / Foto: Camila Cunha

O Brasil entrou na rota das migrações internacionais no século 21. O fluxo teve um aumento significativo a partir de 2010, especialmente após a ocorrência do terremoto no Haiti, e diante da crise econômica de países como Bolívia, Peru e Venezuela. O número de estrangeiros que pediram refúgio no Brasil aumentou 161% em 2018 de acordo com dados do Ministério da Justiça.

Diante desse novo cenário, com sociedades cada vez mais híbridas e seguindo o princípio da solidariedade que aparece no Marco Referencial da Universidade, a PUCRS tem criado gradualmente novas iniciativas que visam o acolhimento de imigrantes e refugiados em projetos sociais. Exemplo disso são as aulas de português para imigrantes, que iniciam sua quarta edição em 2019. A atividade resulta da parceria entre a Escola de Humanidades, o Centro de Pastoral e Solidariedade e a Paróquia Santa Clara, na Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre.

Rede de solidariedade

O Centro de Pastoral e Solidariedade e a Rede Marista têm se engajado com a causa da imigração. Diversas iniciativas visam auxiliar famílias e amenizar as consequências da crise humanitária e da mudança de país. Entre os projetos, está o apoio a dez famílias venezuelanas acolhidas no Complexo Marista Graças, em Viamão. As principais fontes de apoio dessas famílias são a Prefeitura Municipal de Viamão e a PUCRS, oferecendo suporte psicológico, jurídico, administrativo, orientação de carreira e aulas de português, com o objetivo de auxiliá-los na auto-gestão.

Acompanhe a reportagem completa na edição 189 da Revista PUCRS.

 

Mérito Universitário, Martina Schulze, DAAD, Alemanha

Martina Schulze e Ir. Evilázio Teixeira Foto: Bruno Todeschini

A PUCRS concedeu nesta terça-feira, 14 de maio, o título de Mérito Universitário à Dra. Martina Schulze, diretora do Escritório no Rio de Janeiro do Deutscher Akademischer Austauschdienst (DAAD) – Serviço de Intercâmbio. O DAAD tem sede mundial em Bonn, na Alemanha, e é um dos principais parceiros da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). A entrega da honraria foi feita pelo reitor Ir. Evilázio Teixeira, no Salão Nobre da Reitoria, em cerimônia prestigiada pelo vice-reitor Jaderson Costa da Costa, pelo cônsul da Alemanha em Porto Alegre, Thomas Schmitt, pelo decano da Escola de Humanidades, Draiton Gonzaga de Souza, e pela diretora do Centro de Estudos Europeus e Alemães em Porto Alegre (CDEA), Cláudia Lima Marques, além de pró-reitores, decanos e convidados.

Graduada em Romanística (espanhol, francês e português), pela Universidade de Hamburg, na Alemanha, e em Linguística Geral, pela Universidade de Córdoba, na Argentina, Martina Schulze defendeu a tese de doutorado sobre Construções infinitas e ambivalência pronominal em Espanhol. Seu currículo inclui atuação como docente e orientadora de dissertações de mestrado, além de cargos de gestão pelo DAAD nas Américas e Europa.

Contribuição para o CDEA

Mérito Universitário, Martina Schulze, DAAD, Alemanha

A homenageada agradeceu à PUCRS pelo seu pluralismo e compromisso social. Foto: Bruno Todeschini

A homenageada, que esteve por diversas vezes na Universidade apresentando os programas de fomento, exerceu um papel decisivo na criação do CDEA, sob a responsabilidade conjunta da PUCRS e da UFRGS. Diversos estudantes da PUCRS foram beneficiados com bolsa do DAAD, nas modalidades de doutorado completo, de doutorado sanduíche, curso de alemão na Alemanha, entre outros. Professores da Universidade também receberam fomento do DAAD para períodos de pesquisa em território germânico.

Em sua saudação, Gonzaga de Souza lembrou o filósofo alemão Hegel, ao falar da carreira de Martina, dedicada a promover conexões entre seu país e outras nações, como o Brasil. “A tua postura de sair de ti e ir ao encontro do outro, da diferença, daquilo que não és, já se encontra num filósofo do século 19, Hegel. Ele afirma: ‘eu tenho minha autoconsciência não em mim, mas no outro; mas esse outro tem sua autoconsciência apenas em mim, e ambos são tão somente a consciência de eu estar fora de si e de sua identidade’”. Nas letras brasileiras, a teorização da postura foi traduzida da seguinte forma por Vinícius de Moraes e Baden Powell, na canção Berimbau: “quem de dentro de si não sai, vai morrer sem amar ninguém”.

Conexão entre nações

Mérito Universitário, Martina Schulze, DAAD, Alemanha

Martina exerceu papel fundamental na criação do CDEA. Foto: Bruno Todeschini

Ao ser agraciada por uma universidade católica, Martina recordou suas origens no norte da Alemanha, com a mãe protestante e o pai aberto a diferentes formas de espiritualidade. Agradeceu à PUCRS por seu “pluralismo, abertura cultural e compromisso social”. Para ela, a Instituição é “um lugar em que se faz ciência com racionalidade à luz do humanismo”. A respeito do CDEA, considerou um luxo e um prazer promover a conexão entre as duas nações, pois vê no centro “uma grande inspiração e um farol cuja luz se percebe de muito longe, um farol para a pesquisa nas humanidades que enfrentam uma conjuntura muito negativa atualmente no Brasil”, concluiu.

A fala do Ir. Evilázio destacou a relação Brasil-Alemanha fortalecida pelo trabalho de Martina. “Esse histórico de colaboração evidencia o espirito de fortalecimento da internacionalização e formação de uma comunidade acadêmica que se reconhece com parte de um todo social, com parte de uma rede de conhecimento, de investigação científica e permutas culturais que extrapolam os interesses de cada parte, construindo uma coletividade”, destacou.

Sobre o título

O Mérito Universitário é uma honraria concedida a personalidades de reconhecida contribuição ao ensino, à pesquisa e à extensão e à causa universitária com expressivo impacto para a comunidade e a Instituição.

Confira momentos da homenagem:

Workshop Internationalization at Home, Sue Robson

Sue Robson visitou a Universidade através do PUCRS PrInt. Foto: Bruno Todeschini

Nesta terça-feira, dia 7 de maio, Sue Robson, da Newcastle University, participou do workshop Internationalization at Home – I@H: Perspectives for Undergraduate Studies, promovido pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (Propesq). A pesquisadora veio à Universidade como professora visitante no âmbito do Projeto Institucional de Internacionalização (PUCRS-PrInt) e participa do projeto de cooperação Formação humana: saberes e práticas para um mundo em movimento, coordenado pelo professor Alexandre Guilherme, da Escola de Humanidades, vinculado ao tema prioritário Mundo em Movimento: Indivíduos e Sociedade.

Na ocasião, Sue discutiu sobre a internacionalização como ponto estratégico para o ensino superior e os desafios para criar um ambiente internacionalizado dentro do próprio Campus, a chamada internacionalização em casa. A pesquisadora levantou a questão de a mobilidade acadêmica ainda ser uma realidade para uma pequena parcela dos estudantes e, por isso, a necessidade de novas iniciativas que preparem os alunos para um mundo globalizado e multicultural.

“É preciso ter consciência de que qualquer mudança que vá além da mobilidade acadêmica impacta diretamente a estrutura da Universidade”, comenta a pesquisadora. Com o objetivo de não apenas conceder um diploma de ensino superior, é necessário que a Universidade esteja preparada para formar cidadãos globais, estimulando o desenvolvimento de competências internacionais e interculturais.

Desafios e oportunidades

Workshop Internationalization at Home, Sue Robson

O workshop também apresentou estratégias para integração de alunos da mobilidade acadêmica. Foto: Bruno Todeschini

Como englobar os alunos em sua totalidade nessa iniciativa de formação internacional e não apenas aqueles que têm a oportunidade de viajar para o exterior? Para a professora, projetos que apostem na inclusão, impacto e equidade visam não apenas os alunos, mas a sociedade como um todo. Entre as oportunidades apresentadas pela professora britânica, destacam-se:

Boas práticas em foco

Além da apresentação da visitante Sue Robson, o workshop contou com uma apresentação elaborada pela professora da Newcastle University, Alina Schartner, abordando um modelo integrado de adaptação e adequação por parte dos alunos de mobilidade acadêmica, além de implicações e aplicações sobre a internacionalização.

Já a docente e pesquisadora Marilia Morosini, da Escola de Humanidades, que faz parte do projeto de cooperação do PUCRS-PrInt ao qual Sue está vinculada, abordou a  internacionalização do ensino superior no Brasil. A diretora de graduação da Pró-Reitoria de Graduação e Educação Continuada (Prograd), Adriana Kampff, apresentou as diretrizes que englobam a internacionalização em casa na PUCRS, além de quatro cases que fomentam a temática em diferentes Escolas da Universidade.

Sue Robson permanece na PUCRS por duas semanas onde trabalhará em parceria com os professores Alexandre Guilherme, coordenador do projeto de cooperação, e Marilia Morosini, além de participar de uma segunda etapa do workshop voltado aos professores e alunos do Stricto Sensu da PUCRS.

Sue Robson

Sue Robson é especialista em internacionalização. Foto: Bruno Todeschini

No dia 7 de maio, Sue Robson, da Newcastle University, estará na PUCRS para o workshop Internationalization at Home – I@H: Perspectives for Undergraduate Studies, promovido pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (Propesq). A especialista na área vem à Universidade como professora visitante do Projeto Institucional de Internacionalização (PUCRS-PrInt) e discutirá internacionalização em casa, teorias e práticas.

O workshop tem como objetivo discutir práticas de internacionalização focando em redes de pesquisa no Reino Unido e Brasil, além de reforçar a cooperação, produção e disseminação de conhecimentos sobre a internacionalização do ensino superior. O evento, voltado para professores, estudantes e demais interessados na temática, é aberto ao público e acontece das 8h30min às 17h, no auditório do prédio 40 do Campus (Av. Ipiranga, 6681 – sala 202). As inscrições são gratuitas e devem ser realizadas pelo e-mail [email protected].

A palestrante

Sue Robson é a pesquisadora principal do projeto financiado pelo Erasmus+ intitulado Abordagens e Ferramentas para a Internacionalização em Casa e no projeto de capacitação e internacionalização para o ensino superior do British Council: Desenvolvendo uma estratégia institucional e uma estrutura prática para a internacionalização do currículo. Como parte deste último, a pesquisadora britânica esteve na PUCRS em 2017 para uma capacitação coordenada em parceria com a professora da Escola de Humanidades Marilia Morosini.

Sobre o PUCRS-PrInt

O Projeto Institucional de Internacionalização da PUCRS, em candidatura ao Edital 41/2017 – Capes/PrInt, tem como objetivo desenvolver e incorporar perspectivas internacionais nos Programas de Pós-Graduação da Universidade, visando a excelência acadêmica e ações efetivas para os problemas globais da sociedade. Para conhecer os projetos, temas prioritários e ações, clique aqui.

 

Prêmio Açorianos, Escola de Humanidades, Escola de Comunicação

A celebração ocorreu no Teatro Renascença e homenageou 14 escritores. Foto: Luciano Lanes/PMPA

As obras literárias de maior destaque em 2018 foram reconhecidas pelo 25º Prêmio Açorianos de Literatura, no dia 23 de abril. A premiação contemplou oito categorias, todas conquistadas por alunos, alumni (diplomados) e docentes da PUCRS. A celebração aconteceu no Teatro Renascença e teve José Francisco Botelho como grande nome da noite, levando os troféus de Livro do Ano e de Conto com Cavalos de Cronos. Promovida pela Prefeitura de Porto Alegre através da Secretaria Municipal da Cultura, a cerimônia valoriza títulos e autores da capital gaúcha.

Os segmentos premiados foram Infantil; Infanto-Juvenil; Crônica; Conto; Narrativa Longa; Especial; Poesia e Ensaio de Literatura e Humanidades, além do disputado Livro do Ano. Desses, seis foram entregues a alumni PUCRS, dois a professores, e um a estudante. De acordo com o coordenador do curso de Escrita Criativa da Escola de Humanidades, Bernardo Bueno, o resultado dessa edição evidencia a qualidade do conteúdo oferecido na instituição. “É uma prova de que cursos como os nossos, de graduação, pós-graduação e extensão, são casa de alunos e escritores talentosos. Isso consolida o impacto das aulas de Escrita Criativa no Brasil e o trabalho de sucesso da Oficina Literária, do professor Luiz Antonio de Assis Brasil.”

Para Bueno, o segredo está no ambiente ofertado pela Universidade, que proporciona troca de conhecimentos e experiência, permitindo viver e compartilhar a literatura com quem também ama esse mundo. “Minha aposta é de que os cursos de Escrita Criativa vão continuar mudando o cenário da literatura brasileira”, afirma.

Conheça os vencedores de cada categoria:

 Infantil
Agora pode chover – Celso Sisto (mestre em Letras pela PUCRS)

Infanto-Juvenil
Horas Mortas – Antonio Schimenek (aluno da Oficina Literária da PUCRS)

Crônica
Caixa de guardar vontades – Emir Rossoni (mestre em Letras pela PUCRS)

Conto
Cavalos de Cronos – José Francisco Botelho (egresso da Oficina de Escrita Criativa da PUCRS)

Narrativa longa
De espaços abandonados – Luísa Geisler (egressa da Oficina de Escrita Criativa da PUCRS)

Especial
Hoje eu venci o câncer – David Coimbra (diplomado em Jornalismo pela PUCRS)

Poesia
Spoilers – Diego Grando (professor do Programa de Pós-Graduação em Letras da PUCRS)

Ensaio de Literatura e Humanidades
Raízes do conservadorismo brasileiro – Juremir Machado da Silva (professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da PUCRS)

Livro do Ano
Cavalos de Cronos – José Francisco Botelho (egresso da Oficina de Escrita Criativa da PUCRS)

 

Monsenhor Urbano Zilles foi conferencista na celebração do cinquentenário da Teologia

Monsenhor Urbano Zilles foi conferencista na celebração do cinquentenário da Teologia / Foto: Camila Cunha

Há 50 anos, no mês de março de 1969, ingressava na PUCRS a primeira turma do então Instituto de Teologia e Ciências Religiosas. Na celebração do seu cinquentenário, agora integrada à Escola de Humanidades, a Teologia conta com cursos de Graduação e de Pós-Graduação, nos níveis de mestrado e doutorado, com mais de 1.000 egressos. Para marcar a data, foi organizada uma programação especial na manhã nesta terça-feira, 12 de março, com relatos de memória, conferência com o monsenhor Urbano Zilles, missa em ação de graças e almoço de confraternização, na Paróquia São Judas Tadeu, próxima ao Campus.

Com a presença do arcebispo emérito de Porto Alegre e ex-professor do curso de Teologia Dom Dadeus Grings e do arcebispo metropolitano de Porto Alegre e chanceler da PUCRS, Dom Jaime Spengler, além de alunos e do corpo docente, a abertura das atividades ocorreu no auditório do prédio 9. Na primeira apresentação, com o título Breve memória da história da Teologia na PUCRS, o professor Geraldo Borges Hackmann expôs a evolução do curso. Lembrou que os movimentos sociais de 1968 ao redor do mundo repercutiram na Igreja, motivando os bispos locais a retirarem a formação de sacerdotes do Seminário de Viamão (RS),  trazendo para a Universidade, também aberta a leigos. “Os bispos assumiram o compromisso de enviar todos os seminaristas para a PUCRS”, destacou, realidade que se manteve até os anos 1980, quando começaram a surgir outras Faculdades no interior do Estado.

50 anos teologia, escola de humanidades, auditório, prédio 9

Professor Geraldo Hackmann recuperou as memórias do curso / Foto: Camila Cunha

A Teologia da PUCRS foi pioneira no Brasil a ser visitada oficialmente pelo Ministério da Educação e a conquistar o reconhecimento de curso universitário, em 2002. O primeiro reconhecimento, por decreto presidencial, havia sido obtido em 1970. Neste mesmo ano, foi criada a Revista Teocomunicação, pelo Diretório Acadêmico da Teologia, mantida até os dias atuais, pelo curso. Entre os fatos históricos, em 1997, teve início o Mestrado em Teologia; em 2010 houve a afiliação à Pontifícia Universidade Lateranense, em Roma; e, em 2016, começou o curso de Doutorado.

Monsenhor Urbano Zilles, conferencista do evento, integrou o corpo docente do curso, foi pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da PUCRS e é professor emérito pela Universidade. Com o tema História da Teologia Cristã, ele resgatou aspectos como a origem do termo Teologia, afirmando que não é católico ou cristão, mas, sim, provém dos filósofos gregos para contrapor o discurso metafísico dos deuses. “Teologia tornou-se sinônimo de filosofia primeira, de metafísica”, afirmou. Na Idade Média, passou-se a falar da Teologia como explicação racional da fé. “Se a fé vem de ouvir a palavra de Deus, a Teologia Cristã está em sua base”, mencionou o monsenhor. “O mistério se reconhece, se aceita e se respeita. O mistério está em Deus. A fé, a esperança e o amor circulam nesse nível. Não requerem prova científica”, complementou.

De acordo com o professor emérito, no século 12, passou a se desenvolver a Teologia Crítica no ambiente das universidades, tratando dos grandes problemas da época. Foi considerada a “rainha das ciências”. Traçando um paralelo com os tempos atuais, Zilles disse que “a Teologia deve falar das coisas importantes para a nossa vida, dos fiéis, no dia a dia”. Ele acrescenta que o discurso acadêmico deve ser diferente do episcopado, e que “o teólogo deve buscar a plausabilidade racional”. Por fim, destacou que há espaço para uma pluralidade de teologias, e que esta ciência “tem uma missão linda de unir os cristãos para entender o que nos une”, concluiu.

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Foto: Camila Cunha

Com o objetivo de solucionar questões relacionadas à violência e à criminalidade, o Observatório em Segurança Pública da Escola de Direito da PUCRS e o Comando Militar do Sul (CMS) firmaram um acordo de cooperação para aperfeiçoar a especialização técnica de recursos humanos, visando ao desenvolvimento da mentalidade de segurança e defesa entre ambas as instituições. A missão é estreitar relações com o poder público e fomentar um debate qualificado através da análise e coleta de dados. Serão implementadas ações, programas, projetos e atividades complementares de interesse dos participantes. O documento foi assinado na sexta-feira, 1° de março, pelo reitor Ir. Evilázio Teixeira e pelo comandante Militar do Sul, o general Geraldo Antônio Miotto. O evento ocorreu no Salão Nobre da Reitoria.

Cooperação para informar

O Observatório, coordenado pelo professor Rodrigo Ghiringhelli de Azevedo e pelas professoras Fernanda Osório e Clarice Söhngen, tem por objetivo a sistematização, avaliação e acompanhamento sobre tudo que ocorre no âmbito da Segurança Pública no Estado do RS. A ideia é que se tenha um banco de dados com informações atualizadas a respeito de estatísticas criminais e sobre o funcionamento dos órgãos de segurança pública. Estes registros ficariam disponíveis para a mídia e poder público, o que facilita a comunicação entre ambos.

Ir. Evilázio Teixeira e general Geraldo Antônio Miotto assinam acordo

Ir. Evilázio Teixeira e general Geraldo Antônio Miotto assinam acordo / Foto: Camila Cunha

Para Azevedo, o trabalho conjunto constitui um ambiente de trocas e aprendizado. “Estas ações servem para atrair a sociedade civil, para que possamos constituir um espaço de debate qualificado, que seja capaz de congregar as diferentes instituições e contribuir para o diálogo e busca de soluções adequadas para o enfrentamento da segurança pública em uma sociedade democrática”, afirma.

Atualmente, o Observatório conta com a participação orientandos de graduação, mestrado e doutorado, vinculados à Escola de Direito e Escola de Humanidades, especialmente o Programa de Pós-Graduação em Ciências Criminais. Estes, por meio de suas pesquisas, irão contribuir para o desenvolvimento das atividades. O espaço está localizado no prédio 11 do Campus, no 10° andar. Confira mais informações no link.

Ato na Reitoria

O ato de assinatura foi prestigiado pelo assistente do Comandante Militar do Sul, Carlos Alberto Klinguelfus Mendes, pelo chefe do Núcleo de Estudos Estratégicos do CMS, coronel Antônio Augusto Brisolla de Moura, pelo Analista do Núcleo de Estudos Estratégicos do CMS, coronel Ary de Albuquerque Gusmão Filho, pela adjunto da Seção de Comunicação Social do CMS, tenente coronel Mônica Silvana Maciel, e pelo adjunto da Assessoria Jurídica do CMS, tenente Mathias Suertegaray de Noronha. Representando a Universidade, também estiveram o vice-reitor, Jaderson Costa da Costa, o decano da Escola de Direito, professor Fabricio Pozzebon, o professor Rodrigo Ghiringhelli de Azevedo e os assessores da Reitoria Solimar Amaro e Ivo Cadaval Junior.

Ana Dalmolin recebe medalhas para levar às comunidades carentes.

Ana (à esquerda) recebe as medalhas de São Marcelino e da Boa Mãe para distribuir nesta ação / Foto: Malone Rodrigues

Voluntários da Rede Marista estão participando até o dia 15 de fevereiro do Projeto Lábrea, na Região Amazônica. O programa oportuniza o convívio com comunidades amazonenses por meio de atividades pedagógicas e pastorais, estimulando a solidariedade e as trocas culturais. A estudante Ana Daniela Freitas Dalmolin, da Escola de Direito da PUCRS, representará a Universidade entre os cinco colaboradores maristas selecionados para integrar a equipe.

Trajetória marista

Ana, de 21 anos, ingressou na Rede Marista em 2010, através do Cesmar – Centro Social Marista. Em 2016, desenvolveu atividades na rede por meio do programa Jovem Aprendiz. Ao longo de sua graduação, os laços com a instituição se estreitaram. Além de realizar estágio no Campus, passou a atuar como técnica administrativa na secretaria da Escola de Humanidades.

Após nove anos de colaboração, o voluntariado surgiu como uma alternativa para agir em frentes humanitárias. Quando soube da seleção para o programa, a estudante não hesitou em se candidatar. “Jamais imaginei que seria selecionada, a intenção era apenas mostrar que queria algo sério do voluntariado, não era brincadeira”, lembra. A notícia da aprovação foi celebrada por familiares e colegas. “O pessoal da Secretaria quase explodiu de felicidade”, recorda. Para a aluna, a expectativa é de aprendizados. “Não estou indo para ensinar, estou indo para aprender com eles. Às vezes é necessário conhecer outra cultura para mudar o teu entorno”, frisa.

Projeto Lábrea

Ana Dalmolin posa com medalhas da Instituição

Foto: Malone Rodrigues

A iniciativa surgiu como resposta aos enunciados do 22º Capítulo Geral do Instituto Marista, que incita voluntários a transpassar barreiras geográficas em nome de seus ideais. A escolha dos participantes aconteceu em diferentes etapas. Analisadas as inscrições, os candidatos foram reunidos na Caju – Casa da Juventude Marista para um dia de imersão e dinâmicas de grupo. Aqueles que mais se identificaram com a missão da viagem foram acompanhados pela coordenação do Centro de Pastoral e Solidariedade durante os meses seguintes, como forma de preparação para as vivências em Lábrea.

Durante 14 dias, os participantes desenvolverão atividades como gincanas, brincadeiras lúdicas e leituras comunitárias para crianças, jovens e idosos da região. Os viajantes também visitarão tribos indígenas que mantém sua cultura preservada, conhecendo os hábitos e costumes desses povos.

Sobre o voluntariado

Com cerca de 500 voluntários, a Rede Marista promove experiências de transformação pessoal e social, incentivando o contato com diferentes realidades e colaborando com a construção de uma cultura de solidariedade. O serviço de voluntariado pode ser realizado em entidades cadastradas pela Associação do Voluntariado e da Solidariedade (Avesol) ou outras ONGs. Saiba como participar por meio deste link.

Apresentação da pesquisa

Apresentação dos resultados da pesquisa na Universidade / Foto: Bruno Todeschini

Em uma síntese geral do mapeamento da rede de atendimento em Viamão, a pesquisa indicou que crianças de zero a três anos com deficiência ainda não possuem prioridade no atendimento na área da educação, por exemplo, o que se assemelha à realidade mais ampla do Brasil e também de outros lugares do mundo. Estes são alguns dos resultados da pesquisa desenvolvida pelo Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEdu) da Escola de Humanidades da PUCRS, com parceria da Universidade do Minho, de Portugal. Esses dados geraram o Programa de Intervenção Precoce na Infância, a ser realizado nos próximos dois anos.

O estudo apontou que o campo da educação, em particular, tem atuado pouco junto a essas crianças, especialmente, quando elas estão fora da escola, uma vez que a rede municipal de ensino de Viamão ainda não atende crianças nessa faixa etária. Em relação à assistência social e à saúde, ainda que com dificuldades, possuem uma maior participação no atendimento, mais focado na reabilitação do que na inclusão socioeducacional.

Sob a coordenação das professoras Marlene Rozek e Gabriela Dal Forno Martins, a iniciativa contou com a colaboração das Secretarias Municipais de Educação, Saúde e Assistência Social de Viamão. Os órgãos públicos forneceram os números de nascimentos de crianças com deficiência, entre 2015 a 2017, bem como as suas condições de saúde e vida.

“A proposta desta análise foi de aprimorar o processo de inclusão socioeducacional de crianças nascidas com deficiências, do nascimento aos três anos, em Viamão. A partir dessa experiência, queremos fornecer subsídios para a construção de uma futura política pública neste âmbito”, reforça Marlene.

Segundo Gabriela, antes dos 36 meses de idade, é mais comum ocorrerem encaminhamentos para associações ou outros serviços especializados fora do município. No entanto, esses serviços são escassos, oferecem poucas vagas e priorizam uma abordagem de intervenção focada na reabilitação, o que é importante, mas não suficiente quando se pensa no processo de inclusão. “Quando atendimentos são realizados pelos profissionais da rede de saúde do município, a descontinuidade é muito comum”, destaca.

 

Apresentação da pesquisa

Foto: Bruno Todeschini

Desenvolvimento da pesquisa

Os procedimentos de coleta de dados foram por meio da identificação de crianças nascidas de 2015 a 2017 já cadastradas como sujeitos com deficiência no sistema de dados da Assistência Social. A complementação de informações sobre suas condições de saúde e de vida foi feita através do próprio sistema da Secretaria de Assistência Social, do sistema informatizado da Secretaria da Saúde, dados do hospital da cidade e prontuários e informantes das Unidades Básicas de Saúde (UBS).

Os resultados desse levantamento indicaram que ainda há uma fragilidade do sistema de registro de informações, já que poucos dados foram localizados, mesmo com a utilização de diferentes fontes. Isso implica, muitas vezes, em uma invisibilidade das crianças com deficiência, dificultando o planejamento de ações para seu efetivo atendimento. Ainda que com dados incompletos, a pesquisa forneceu indícios de que, dentre as 77 crianças identificadas, grande parte vive em condições de extrema vulnerabilidade social, acumulando não somente o risco associado à deficiência, mas também em relação às suas condições de vida.

 

Início do Programa de Intervenção Precoce na Infância 

Para 2019 ocorrerá a implementação do Programa de Intervenção Precoce na Infância, a ser coordenado e executado pela equipe do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Aprendizagem e Processos Inclusivos (NEPAPI), da PUCRS, em parceria com o Núcleo de Políticas Inclusivas, da Secretaria de Educação de Viamão. Tal implementação contará com apoio financeiro da Fundação Itaú Social, através do Edital Fundos da Infância e da Adolescência. Este Programa prevê, inicialmente, a identificação e acolhimento das famílias e seus bebês com deficiência. Após esta criança ter sido diagnosticada pelo hospital ou pela UBS, será realizado o primeiro contato com a família, visando fortalecer seu vínculo com a equipe do projeto e fomentar sua participação nas demais ações. Na etapa seguinte, serão aplicados alguns instrumentos visando coletar dados importantes que podem ajudar nas ações posteriores. Por fim, a família será convidada a participar dos grupos de apoio e serão entregues os primeiros vale-transporte para deslocamento.

Os grupos de apoio às famílias devem ocorrer quinzenalmente e serão abertos, ou seja, poderão ingressar novas famílias na medida em que são identificadas. Como a expectativa é de 50 famílias, serão organizados quatro diferentes grupos, com os objetivos de acompanhar e apoiar coletivamente as famílias, de modo a promover o compartilhamento de experiências e fortalecer as competências das famílias para com o desenvolvimento dos seus bebês. Os grupos ocorrerão em espaço cedido pelo município, o qual será equipado com brinquedos e mobiliários adequados para os bebês e suas famílias. Uma equipe interdisciplinar de intervenção precoce será responsável por coordenar esses grupos, sendo a mesma supervisionada e acompanhada pelas pesquisadoras Marlene Rozek e Gabriela Dal Forno Martins.  Essa equipe também realizará outras ações junto às famílias, tais como visitas domiciliares, visando enriquecer as experiências de aprendizagem da criança em seus contextos naturais de vida, a partir de uma abordagem centrada na família.

Durante este ano haverá também a formação de aproximadamente 50 profissionais da Educação, Saúde e Assistência Social do município, em duas etapas. A primeira etapa (em julho) será realizada pelas professoras responsáveis pela pesquisa; a segunda etapa (novembro) será desenvolvida por profissionais de Portugal, parceiros da PUCRS e envolvidos diretamente no trabalho junto ao Sistema Nacional de Intervenção Precoce na Infância (SNIPI). A política portuguesa é referência no contexto europeu e voltada às crianças de zero a seis anos com necessidades educativas especiais.