Cursos de pós-graduação em Educação prepara os profissionais para os desafios da área

Universidade está com inscrições abertas para cinco especializações na área / Foto: Max Fischer/Pexels

Aprender é uma das atividades mais importantes do ser humano. Trata-se de um processo contínuo, que inicia logo após o nascimento e segue durante toda a vida. Na escola, durante a educação básica, a aprendizagem ganha destaque e se torna mais concreta. Esse costuma ser um período marcante, que poderá influenciar toda a história de uma pessoa. Por isso, contar com o apoio e a orientação de educadores preparados faz a diferença durante essa jornada. 

Para que os processos de ensino e aprendizagem sejam democráticos e eficazes para todos, considerando dificuldades e educando para a cidadania e para a diversidade, é preciso que as salas de aula sejam ambientes plurais e inclusivos. Ao mesmo tempo é importante que profissionais que atuam na Educação, seja dentro ou fora de escolas, busquem atualização constante para que estejam preparados para as mais diversas realidades. 

Os cursos de pós-graduação da PUCRS voltados para a Educação, que abrangem temáticas importantes e pertinentes para os educadores, estão com inscrições abertas. Entre as opções, está a já tradicional especialização em Psicopedagogia, que chega a sua 46ª edição. Mantendo-se sempre atualizada, conta com um corpo docente que acompanha pesquisas e novos conhecimentos a fim de formar profissionais capazes de atender crianças e adultos que apresentam dificuldades de aprendizagem, visando à inclusão de todos na sociedade.   

Já o curso inédito em Nerociências, Educação e Desenvolvimento Infantil fornece aos estudantes conhecimento teórico e prático sobre os processos de desenvolvimento emocionais, cognitivos e sociais da infância, promovendo uma melhor compreensão sobre as temáticas desafiadoras da sociedade atual e na elaboração de ferramentas para a atuação profissional. 

Leia também: Descubra por que esse é o momento ideal para cursar uma pós-graduação 

Conheça os cursos de pós-graduação em Educação da PUCRS 

Os cursos de pós-graduação da PUCRS voltados para a Educação abrangem temáticas importantes e pertinentes para os educadores

Para que os processos de ensino e aprendizagem sejam democráticos e eficazes para todos, é importante que os profissionais que atuam na Educação busquem atualização constante / Foto: August de Richelieu/Pexels

A Universidade oferece cinco cursos de pós-graduação em Educação neste semestre. As turmas terão início seguindo as adaptações necessárias conforme o cenário local e as individualidades de cada especialização. 

Confira o que os coordenadores têm a dizer: 

Saiba mais sobre os cursos e matricule-se

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Aulas se iniciam em novembro e têm duração entre 10 e 30 horas / Foto: Karolina Grabowska/Pexels

Escola de Humanidades da PUCRS está com inscrições abertas para quatro cursos de extensão com início em novembro. As aulas, que acontecem na modalidade online, têm como objetivo ampliar discussões sobre diferentes assuntos de áreas como literatura e gramática. Com duração de 10 a 30/horas aula, as capacitações são oportunidades para profissionais e estudantes adquirirem conhecimento de maneira assertiva e com professores qualificados. 

Albert Camus e o Homem em Crise e Tragédias Shakespeareanas são algumas daopções oferecidas pela Escola. Conforme as professoras Regina Kohlrausch e Janaína de Aguiar, coordenadoras dos cursos, um dos propósitos é incentivar a cultura por meio da literatura. Elas contam que Albert Camus (1913-1960) foi um grande escritor, filósofo, romancista, dramaturgo, jornalista e ensaísta franco-argelino do século XX, que se destacou na Literatura Mundial, tendo recebido o prêmio Nobel de Literatura. 

2020 é o ano do coronavírus, da pandemia e das manifestações contra os preconceitos e a luta pelo respeito aos direitos civis. Os livros de Camus voltaram a ser muito vendidos nas livrarias, em especial A Peste. Ler suas obras nos ajuda a entender a dimensão do momento de crise mundial, humanitária que estamos vivendo, destacam. 

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Oportunidade para se aproximar da poesia e do fazer poético 

Expandir os horizontes é um dos motivos pelos quais os cursos de extensão são uma boa oportunidade para o profissional que trabalha com Letras – seja no mercado editorial, com escrita criativa ou com a produção de conteúdo – mantenha-se atualizadoSegundo o coordenador do curso Escrita Criativa: o texto poético da graduação em Letras/Português, professor Paulo Ricardo Angelini, a literatura é ágil e sempre há novas obras, autoras e autores e, consequentemente, novas discussões.  

Cada vez mais a arte e a literatura são portas de entrada para a subjetividade, permitindo que possamos sair de nossa zona de conforto, desacomodando as nossas certezas e ampliando o nosso mundo interior, complementa. 

Angelini destaca que o curso irá aproximar as pessoas da poesia e do fazer poético, oferecendo discussão qualificada sobre o tema e oportunizando um feedback com professores que carregam, além da experiência docente, a prática da poesia. 

Confira todos cursos de extensão da Escola de Humanidades com inscrições abertas: 

Escolha o seu e inscreva-se

Na manhã desta terça, 27 de outubro, ocorreu a live de lançamento do livro Crer e Saber: pilares da vida de Urbano ZillesProfessor emérito da Universidade, Monsenhor Zilles – título eclesiástico recebido pelo Papa João Paulo II em 1981-, foi pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da PUCRS por 17 anos, de 1983 a 2000.   

O evento contou com as presenças e as manifestações do reitor da PUCRS, Ir. Evilásio Teixeira, do Arcebispo de Porto Alegre, Don Jaime Spengler, da pró-reitora de Pesquisa e Pós Graduação da PUCRS, Carla Denise Bonando superintendente de Inovação e Desenvolvimento, Jorge Audy, e foi conduzido pelo decano da Escola de Humanidades da PUCRS, professor Draiton Gonzaga de Souza. Participaram ainda o cônsul honorário do Líbano no Rio Grande do Sul, Ricardo Malcona autora do livro, Carolina Argenti Rocha, e os organizadores da obra, Ana Zilles e Ricardo Recktenwald. 

Em sua fala, Ir. Evilázio, exaltou as realizações de Zilles como sacerdote, pesquisador, professor, gestor, artista. “São muitas facetas, Urbano Zilles, todas no mesmo horizonte: de servir, de busca, da sabedoria, de ensinar. Você colocou a nossa, a sua Universidade, em um novo patamar.   

Sensibilizado com as declarações dos presentes, o docente afirmou: “A vida oferece oportunidades pra gente lutar, e saber que a vitória realmente só tem gosto quando houver esforço e lutaSempre acreditei que a PUCRS não deve ser a Universidade simplesmente, e sim ser a melhor. Que universidades católicas sejam escolhidas por sua qualidade e orientação”. 

Sobre o Monsenhor Zilles 

No prefácio da obra, escrita pelo superintendente de Inovação e Desenvolvimento da PUCRS, sucessor de Zilles frente à pró-reitora de Pesquisa e Pós Graduação, Jorge Audy destacou: 

Desde sua formatura em Teologia, buscou se preparar como professor nos melhores centros de pesquisa do mundo, como a Universidade de Münster, Alemanha. Foi aluno de Joseph Ratzinger, depois Papa Bento XVI. Paralelamente à sua formação acadêmica, fez incursões em diversas áreas das artes, como radialista e ator. Desde cedo descobriu uma habilidade que viria a transformá-lo em um dos mais respeitados e referenciados autores brasileiros nas áreas de Teologia e Filosofia, o que o levou a ser membro da Academia Brasileira de Filosofia e da Academia Brasileira de Filósofos Católicos. 

Na sua vocação religiosa, seu nome está indissociavelmente ligado ao movimento de Emaús, desde o início dos anos 1970 até hoje, que reuniu inicialmente jovens universitários. 

Em sua trajetória acadêmica, além de lecionar e criar cursos de pós-graduação stricto sensu em diversas universidades, foi responsável por conceber um modelo de Universidade Católica de classe mundial, alicerçada na pesquisa de qualidade e relevante para a sociedade. Foi protagonista da transformação da PUCRS em uma referência nacional e internacional nas áreas de pesquisa e pós-graduação. E fez isto basicamente acreditando e formando pessoas, criando condições institucionais para que muitos jovens professores, como eu, tivessem uma formação acadêmica qualificada, no contexto do seu Programa Mil Mestres e Doutores para o Ano 2000. 

Sobre o livro 

“Crer e saber são os pilares que fundamentam a vida e a obra do renomado intelectual Mons. Dr. Urbano Zilles. O ponto de partida sua existência é uma profunda fé em Deus, revelado em Jesus Cristo. Trata-se, no caso desse ilustre pensador, de uma fé que procura saber e compreender (fides quaerens intellectum), que busca dar razões. Mons. Zilles sempre defendeu uma posição intermediária e conciliadora. Critica o fideísmo, mostrando a necessidade da irrenunciável mediação racional na tematização da questão de Deus. Por outro lado, ressalta que, ao tratarmos do Absoluto, estamos nos ocupando com o mistério incondicionado, que nunca conseguimos abarcar plenamente, mas do qual tão-somente nos aproximamos, apontando, assim, para o válido, mas sempre precário esforço de compreensão do divino, marcada pelo horizonte humano, finito, condicionado historicamente. Mons. Zilles não apenas viveu sobre esses pilares. Ele também os transmitiu a várias gerações de intelectuais que procuram os fundamentos de sua fé. Sua influência é inconteste! Ele marcou inúmeros filósofos e teólogos por todo o Brasil. Somos, assim, imensamente gratos por seu precioso legado”, escreve o professor Draiton Gonzaga de Souza, decano da Escola de Humanidades da PUCRS. 

A obra pode ser adquirida pelo site da EdiPUC e pode ser acessada em https://editora.pucrs.br/livro/1427/


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Jeferson Tenório, doutorando em Letras da PUCRS, é o patrono da 66ª Feira do Livro de Porto Alegre

Jeferson Tenório / Foto: Carlos Macedo

Em edição histórica, o novo posicionamento da Câmara Rio-grandense do Livro promete que a 66ª Feira do Livro de Porto Alegre sinaliza o quanto a Literatura pode contribuir para um mundo melhor. Professor, escritor, romancista, pesquisador: conheça Jeferson Tenório, o novo patrono de um dos mais importantes eventos culturais do Brasil e doutorando do Programa de Pós-Graduação em Letras da Escola de Humanidades da PUCRS. 

Além de lançar a primeira edição totalmente online, a Feira do Livro terá o patrono mais jovem de sua história. Aos 43 anos, Tenório carrega o peso da representatividade ao se tornar o primeiro negro a ocupar a posição. Segundo a organização do evento, o reconhecimento “é mérito da habilidade narrativa do escritor, que conduz o leitor por uma prosa densa e rápida, tocando em um tema tão urgente por meio da sensibilidade que a literatura permite”.

O autor conta que, sempre que inicia um livro, sua minha primeira preocupação é contar uma história: “Os temas e as discussões são desdobramentos das minhas intenções estéticas. Quando o público leitor reconhece ali aspectos que dizem respeito às suas realidades, creio que literatura atingiu seu objetivo, que é do tocar as pessoas pela palavra”.

Um caminho sem volta

“Chegamos a um limite da falta de representatividade oriunda do racismo estrutural que impede pessoas negras de ocuparem espaços de poder e de prestígio social. Creio que o próximo passo é o de naturalizar as pessoas negras nesses espaços, até chegarmos a um estágio de não precisaremos mais dizer que o ‘primeiro negro’ conseguiu algo importante”, reforça Tenório sobre a sua expectativa de não se tornar uma exceção.

O papel da pesquisa 

O trabalho acadêmico de Jeferson apresenta aspectos identitários da literatura contemporânea e discute fatores como pós-modernidade, nação, raça e cosmopolitismo: 

“A tese tem como intuito principal pesquisar as representações da figura paterna nas literaturas luso-africanas, de modo a estabelecer comparações epistemológicas entre a representação ocidental e africana. Nesse sentido, o trabalho apresentará um diálogo psicanalítico, filosófico e literário a partir de um recorte temporal das obras publicadas a partir dos anos dois mil”.

PPG em Letras da PUCRS obteve o nível máximo de excelência, com conceito 7 pela Capes, e está com inscrições abertas até 30 de outubro, neste link. 

Trajetória do autor 

Jeferson Tenório, doutorando em Letras da PUCRS, é o patrono da 66ª Feira do Livro de Porto Alegre

Jeferson Tenório / Foto: Carlos Macedo

Com apenas 13 anos o carioca Jeferson Tenório mudou-se para Porto Alegre. Fez sua graduação e mestrado na UFRGS, com uma dissertação sobre o moçambicano Mia Couto. Atualmente, é doutorando em Letras na PUCRS e professor de português e literatura na rede pública de ensino de Porto Alegre. 

Além do recém-lançado O Avesso da Pele (Companhia das Letras), Tenório também escreveu Estela Sem Deus (Zouk, 2018) e O Beijo na Parede (Sulina, 2013). Tem textos adaptados para o teatro e contos traduzidos para outros idiomas. 

Foi o escritor anfitrião da FestiPoa Literária de 2019 e já conquistou diversos prêmios de literatura, como: Menção honrosa no 19º Concurso de contos Paulo Leminski, pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná; 15º Concurso Poemas no ônibus e 3º Concurso Poemas no trem, da Prefeitura de Porto Alegre; além do prêmio de Livro do Ano, pela Associação Gaúcha de Escritores. 

A Feira do Livro 

Da capital gaúcha para o Brasil e todos os lugares, a proposta deste ano é ter uma curadoria que promova debates sobre temas essenciais. Em um ano de incertezas, a aliança com o digital possibilita novos diálogos e modelos.  

Inaugurada em 1955 e promovida pela Câmara Rio-grandense do Livro, em 2006 a Feira do Livro recebeu a medalha da Ordem do Mérito Cultural, concedida pela Presidência da República, que a reconheceu como um dos mais importantes eventos culturais do Brasil. 

Confira a programação virtual, que acontecerá de 30 de outubro a 15 de novembro, aqui. 

Comece o seu mestrado ou doutorado em 2021!

Gravação de vídeo com mapa que indica as terras indígenas em todo o país / Foto: Arquivo Pessoal

Falando no idioma português, com uma linguagem mais simples possível, o professor de Ciências Sociais da Escola de Humanidades e coordenador do Centro de Análises Econômicas e Sociais da PUCRS (Caes), Hermílio Santos, grava vídeos via WhatApp para indígenas das aldeias Kayapó, localizadas no sul do Pará. Nestas gravações, o professor aborda a origem dos portugueses no Brasil. Dentro destas trocas de mensagens, os indígenas (que se chamam Mebengôkre) também tiram dúvidas sobre assuntos atuais, como, por exemplo, que tipos de cultivos são realizados no país.

Para facilitar a ilustração do que está comunicado, o professor utiliza um mapa da Fundação Nacional do Índio (Funai), que salienta, em amarelo, as terras indígenas em todo o Brasil. Na sua conta do Instagram, o professor da PUCRS publicou um depoimento de uma cacique Kayapó. Neste registro, ela relata sobre a aldeia (o local foi recentemente reocupado), destacando, entre vários assuntos, a falta alimentos e o desmatamento florestal. “Agora, temos educação, se puderem nos ajudem”, enfatiza a cacique no vídeo sobre a criação de uma escola. Para contribuir, o docente da Universidade comenta que: “estou organizando uma mobilização para melhorar a estrutura de estudos deles, pois precisam de computador, datashow, material escolar e brinquedos”.

O professor também está em contato com outras etnias no Xingu e também em outras regiões. “Faço contato com os Bororo, que ficam no norte do Mato Grosso, para me mandarem imagens e depoimentos. Esse trabalho seguirá até o final do ano”, complementa.

Gravações dos indígenas exibidas em fórum internacional

Com a participação de diversas etnias indígenas, um vídeo de cerca de 15 minutos de duração será produzido para o IV Fórum de Sociologia da International Sociological Assiciation – ISA, que foi transferido para o início de 2021, em formato online. Essas gravações serão legendadas em inglês e português, já que todos os indígenas falaram em suas próprias línguas.

O professor da Universidade é presidente do Comitê Organizador Local do fórum. A iniciativa tem a organização da ISA, da Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS) e da PUCRS, local aonde ocorrerá o evento.

 

 

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Foto: Gerrie van der Walt/Unsplash

Em fevereiro, os primeiros casos da doença foram registrados no México. Já em março, o governo emitiu um alerta epidemiológico que pedia o fortalecimento da vigilância. Durante o mês de abril, a situação já era considerada uma emergência de saúde pública de importância internacional, com os primeiros casos anunciados nos Estados Unidos. E não, não se tratava da pandemia da Covid-19, mas da H1N1. Comumente conhecida como Gripe Suína, a doença assustou o mundo ao matar mais de 18 mil pessoas em 2009. O alumni Henrique Helms, do Programa de Pós Graduação em História da Escola de Humanidades, analisou, ainda em 2018, a influência da aviação para essa e outras crises globais provocadas por doenças, antes mesmo do planeta saber da chegada do novo coronavírus.  Em A aviação como vetor de disseminação de enfermidades: “As doenças que vêm voando”, Helms explica que mesmo com a importante tarefa da integração nacional e internacional, os transportes aéreos acabam favorecendo a disseminação de doenças. “A história pode levar a uma reflexão de longa distância sobre a evolução das mudanças tecnológicas e o impacto disso na saúde pública, […] que não incorpora uma conotação negativa, […] mas que acrescenta no sentido de ampliar o entendimento sobre as dimensões atingidas a partir do desenvolvimento aeronáutico”, destaca um trecho da tese.

“Um povo que não conhece a sua história está condenado a repeti-la”  

A frase do filósofo Edmund Burke se mantém atual, segundo Cláudia Fay, professora e pesquisadora da Escola de Humanidades da PUCRS e orientadora da pesquisa na época. “Quando uma pandemia como a da Covid-19 acontece, olhamos para o passado e perguntamos: como a História pode nos ajudar a compreender o momento atual? Ela pode nos ajudar? Penso que sim! A História talvez não tenha a mesma função da Medicina na descoberta de uma vacina, por exemplo, mas ela nos dá muitas explicações e entendimento sobre aquilo que um dia fomos”, conta.

Aprendizados históricos

O papel da História é verificar as informações, comparar acontecimentos e mostrar os fatos, ao mesmo tempo em que busca evitar os erros do passado, destaca Cláudia. Para a professora, a humanidade evoluiu em muitos aspectos, principalmente tecnologicamente, mas ainda precisa avançar em outros pontos:

A negação da ciência, a descrença na mídia e em veículos e órgãos internacionais também poderiam ser uma “falha no avanço da sociedade”, segundo Cláudia. Para ela, momentos de insatisfação da população, causadas pelo desemprego e a crise, por exemplo, devem ser períodos de atenção e combate aos retrocessos.

Um panorama das pandemias

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Foto: Kelsey Knight/Unsplash

“É difícil dizer como prever o comportamento das pandemias, pois elas são muito diferentes. Mas o conhecimento histórico de como isso modifica o cotidiano das pessoas ajuda a enfrentar melhor esse período e pensar em alternativas”, conta Helms.   Ele aponta que as principais semelhanças são as preocupações das pessoas e a rapidez com que a rotina muda: “Em um dia é apenas um caso de gripe em uma cidade isolada. Em pouco tempo se torna uma situação internacional e pandêmica”. Foi assim durante a peste negra; a varíola; o sarampo; a cólera; as gripes Espanhola, Asiática e de Hong Kong; entre muitas outras doenças.  Como a capacidade de se comunicar atualmente é muito mais ágil, as pessoas tendem a agir mais rapidamente e se antecipar. “É importante que atitudes coletivas sejam tomadas para que a gente tenha segurança. Imagino que a pior ação é não tomar uma ação”, destaca o pesquisador.

O começo da proliferação das doenças

As populações já foram relativamente isoladas umas das outras. No entanto, o contato entre os povos, flora e fauna foi aumentando de forma significativa. Com isso, o movimento das doenças se revelou uma grande força na formação da história do mundo, e com as guerras, cruzadas e migrações, as infecções acabaram sendo levadas às populações mais suscetíveis, explica o pesquisador.  Leia também: Gripe espanhola pelos registros do acervo Benno Mentz da PUCRS

aviação encolheu as distâncias

Ao reduzir o tempo de percursos, apesar do acesso restrito às pessoas com melhores condições financeiras, andar de avião se tornou uma ferramenta de poder. “Tudo que foi conhecido pela aviação modificou a cultura humana oferecendo chaves, visão de mundo e paisagens, mensagens compreendidas acima da barreira das línguas”, diz a pesquisa.  Com a aviação comercial, essa disseminação ficou ainda mais abrangente, conforme o infectologista Stefan Ujvari, citado na pesquisa. “Na história da humanidade, nunca ocorreu tanta locomoção humana como nos dias atuais. […] O mundo é interligado por pessoas que se deslocam para comércio ou lazer (incluindo o ecoturismo), missionários, refugiados, imigrantes, estudantes e peregrinos. Os continentes são ligados continuamente por embarcações marítimas e, muito mais rápido, pelos aviões”, conta.

Sobre os(as) pesquisadores(as)

Apesar de ter se formado em Ciências Aeronáuticas pela PUCRS e ter atuado como piloto por anos, Henrique Helms sempre gostou de História. Durante seu mestrado estudou O panorama da aviação nacional de 1986 e a quebra da Varig e, posteriormente, sobre as pandemias ao longo do tempo no doutorado. Segundo ele, “as questões da humanidade tendem a se repetir” e, para evitar isso, é preciso olhar o passado.  Além de professora e pesquisadora, Cláudia Fay é coordenadora do Grupo Interdisciplinar de estudos do desenvolvimento científico e tecnológico e do Laboratório de pesquisa em história oral da PUCRS.

Dedicação ao estudo da História

Com nota 5 pela Capes, o PPG em História da PUCRS se destaca por ter docentes com formação acadêmica internacional, trabalhar com temas plurais e atuar de forma interdisciplinar. Com pesquisas sobre imigração, arte, política, cidades, crises, cultura e vários outros temas, as inscrições para novos alunos de mestrado e doutorado estão abertas até 19 de junho. Inscreva-se no programa de Pós-Graduação!

Sabe aquela crônica que você escreveu, mas deixou guardada no fundo da gaveta? Aquela poesia que está na última folha do caderno? Aquele conto que estava esquecido nos arquivos do seu computador? Ou então aquele texto que você ainda nem escreveu, porém sempre teve em mente? Chegou a hora de dar ao mundo a chance de ler seu talento.

A quinta edição do Concurso Rasuras está com inscrições abertas até o dia 6 de maio. Podem participar estudantes de graduação de qualquer curso da UniversidadeO concurso contemplará as modalidades Conto, Crônica, Poesia e, a novidade deste ano, a categoria de Texto Dramático/Roteiroque aceitará textos em formato de roteiro para curta-metragem e textos teatrais pequenos. Mais informações sobre o regulamento e as inscrições estão disponíveis neste link.

O concurso literário é promovido pela turma de Empreendedorismo Criativo do curso de Escrita Criativa, sob coordenação do professor Cristiano Baldi, e visa promover e incentivar a produção literária dos alunos da PUCRS. “O Rasuras foi se consolidando, e a cada edição temos novidades e melhoramentos, a partir do que foi aprendido. Na última edição, tivemos premiações mais atrativas, por exemplo. Além de kits de livros, os vencedores levaram também cursos de extensão na PUCRS, cursos externos e ingressos para o teatro”, comenta Baldi.

O professor também destaca que nas quatro edições anteriores o concurso recebeu mais de 400 textos inscritos. “Nosso desafio sempre é fazer que alunos de outros cursos participem, além daqueles que fazem Letras e Escrita Criativa. Na última edição, tivemos já uma participação maior de alunos e alunas da Psicologia, do Jornalismo e de alguns outros cursos da Escola de Humanidades“, completa.

Saiba mais: 5 dicas: como começar a escrever 

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Alguns estímulos podem ajudar a iniciar uma narrativa / Foto: Pexels

Uma barreira frequente para muitos escritores – sejam eles iniciantes ou experientes – é a dificuldade para começar o texto. A página em branco, com o cursor piscando, gera apreensão em quase todos que se dedicam à literatura. Segundo o professor da Escola de Humanidades e do curso de Escrita Criativa da Universidade Aberta da Terceira Idade (Unati) Cristiano Ordovas Baldi, não existe uma resposta objetiva que vá solucionar essa questão. “Mas existem possibilidades de se iniciar a narrativa, utilizando algum estímulo para isso”, relata.

Confira cinco caminhos sugeridos por Baldi para se começar a escrever:

1. Tema: uma opção pode ser pensar, inicialmente, qual assunto se quer discutir, qual será a questão humana profunda que o texto vai levantar. Não se trata do enredo em si, mas do que está por trás dele. É uma boa alternativa para sair da imobilidade do início do trabalho, principalmente para quem já possui algum interesse particular.

2. Forma: pensar na forma do texto também auxilia a delimitar o começo da escrita. Existe alguma forma visual ou uma inspiração que talvez não seja literária para transformá-la em literatura? A escolha da forma já cria um desafio, o que pode ser, de alguma maneira, um motor para a criação. Um exemplo seria escrever um conto ou romance epistolar, que é construído a partir de trocas de correspondências. Trata-se de “pegar emprestando” uma forma que não é originalmente literária e fazer literatura com isso.

3. Personagem: um dos modos mais tradicionais de se iniciar um texto. Muitos processos de escritores começam com o desenvolvimento de um personagem. Para isso, pode-se pensar em um personagem parecido com alguém que se conheça na vida real ou uma ideia de perfil que se considere interessante. Quando se pensa em um personagem, ele já traz algumas possibilidades particulares de conflito. Partir de um personagem e buscar aquele conflito perfeito para ele é uma alternativa para se começar o texto.

4. Ploté a linha principal do enredo, aquilo que resume a história. Pode-se ter a ideia de um conflito ou acontecimento muito forte e partir disso na hora da criação. Quando sentar para escrever, buscar um plot ajuda a delimitar o campo criativo.

5. Atualização: trata-se de escolher uma história literária, mitológica ou mesmo histórica e fazer uma releitura, com adaptações criativas. É um caminho que pode ser mais prático, no sentido de que se pode investigar algo, algum acontecimento real, por exemplo, e então tirar as ideias principais daí.

Vídeo traz referências para se pensar em como começar um texto

O professor Baldi gravou um vídeo para os alunos da Escrita Criativa da Unati detalhando esses cinco caminhos possíveis para se começar a escrever e apresentando algumas referências. Confira:

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Professor Juan Mosquera / Foto: Arquivo PUCRS

Na tarde do último domingo, 22 de março, a comunidade universitária se despediu de um dos grandes pesquisadores da PUCRS. Natural da cidade de La Coruña, na Espanha, Juan José Mouriño Mosquera escolheu a cidade de Porto Alegre para trabalhar e viver. Graduado em Pedagogia pela UFRGS, mestre em Educação pela mesma universidade e doutor também em Educação pela PUCRS, com pós-doutorado em Psicologia pela Universidad Autónoma de Madrid e livre-docência pela PUCRS, Mosquera deixa um legado de diversas publicações voltadas à área da Educação e saudade para quem teve o prazer de conviver e aprender com ele.

Na PUCRS, Mosquera também foi professor, pesquisador, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Educação e assessor da Pró-Reitoria de Pesquisa em Pós-Graduação (PROPESQ). “Com uma extensa produção científica em temas como Educação de Professores, contribuiu para a formação de mais de 60 mestres e doutores na área. Sua atuação como Assessor na PROPESQ foi pautada pela sabedoria, gentileza e generosidade, compartilhando com todos seu vasto conhecimento e sabedoria”, diz a pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação da PUCRS, professora Carla Denise Bonan.

Uma vida dedicada à Educação

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Foto: Arquivo PUCRS

Mosquera dedicou mais de 50 anos dos 83 que viveu à pesquisa e à docência. Considerado um dos mais importantes pesquisadores do Brasil no campo da Educação, desenvolveu estudos relacionados a temas como formação do professor, educação inclusiva, educação para a saúde e metodologia científica. Entre seus livros publicados, estão Psicodinâmica do aprender (Sulina, 1977), Educação: Novas perspectivas (Sulina, 1973) e Psicologia Social do Ensino (Sulina, 1973).

Para a professora da Escola de Humanidades e coordenadora do curso de Especialização em Psicopedagogia, Bettina Steren, Mosquera era um homem à frente do seu tempo, tendo iniciado o estudo de vários pensadores e temas fundamentais para avançar na área. “A Educação está de luto. Perdemos um amigo, colega e profissional exemplar, que trouxe à Porto Alegre autores internacionais e que compartilhou os seus conhecimentos com quem por ele cruzava. Nos deixa um legado inestimável e só nos resta agradecer por ter tido a possibilidade de conviver com ele”, conclui.

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Foto: Edison Huttner

Uma peça produzida no período das reduções jesuítas foi identificada em uma capela no município de São Martinho da Serra, no interior do Rio Grande do Sul. Trata-se de um busto de São Martinho de Tours de mais de 200 anos: “Este pode ser considerado um exemplar único no Brasil deste modelo, no padrão da arte sacra missioneira jesuítico-guarani”, afirmao professor da Escola de Humanidades da PUCRS, professor Edison Huttner, responsável pela descoberta. A confecção de bustos faz parte da arte sacra missioneira, e neste caso é caracterizado como de “peanhas”, quando são colocados em cima de um pedestal. Atualmente existem outras quatro obras semelhantes, São Leão Magno e São Gregório Magno, que estão no Museu de Ciencias Naturais de La Plata; e Santo Ambrósio e Santo Agostinho, que estão no Museu Jesuítico San Ignácio Mini, ambos na Argentina.

Após um ano de estudos, Huttner viu na peça características da arte sacra jesuíta, como barba, sobrancelha e cabelos no estilo barroco e túnica com relevo de arte de friso jesuítico-guarani (folhagens, medalhão e florões). A peça é composta de madeira policromada, posteriormente revestida de gesso e tinta, possui 97 cm com a mitra, 70 cm de largura, 18 cm de espessura e 21 quilos.

Origem da peça

Segundo o pesquisador, há várias hipóteses para a origem da escultura. Ela pode ter sido trazida da redução de Trindade, no Paraguai, onde estavam os bustos de São Gregório Magno e São Leão Magno, que apresentam o mesmo estilo e arte de confecção. Outra possibilidade é de que a peça estaria em uma antiga capela de São Martinho, que ficava próxima à Redução de Yapejú, na Argentina; ou ainda, ter sido produzida no município de São Borja, onde o artista José Brasanelli tinha um atelier entre os anos de 1696 e 1706. Brasanelli foi um dos grandes escultores e artistas jesuítas da época.

escultura sacra, São Martinho

Foto: Edison Huttner

Quem foi São Martinho de Tours?

Martinho nasceu pelo ano de 316, na Panônia (hoje Hungria). Numa ocasião, sem dinheiro para dar a um mendigo que havia pedido esmola, cortou seu manto e ofereceu para que ele pudesse se aquecer. Naquela noite, Jesus teria aparecido a Martinho, na outra metade do manto. Após, ele abandonou o exército e dedicou-se à fé cristã, sendo ordenado bispo em Tours. É um dos mais populares santos da Europa, primeiro santo não-mártir que foi cultuado pela Igreja Católica.