Por Irmão Sandro Bobrzyk, decano da Escola de Direito da PUCRS, e Guilherme Schoeninger, doutorando em Direito na PUCRS 

Escola de Direito da PUCRS promove, nos dias 24 e 25 de setembro, o 2º Congresso Internacional de Liberdade Religiosa. / Foto: Camila Cunha

A presença da religião perpassa a existência humana e as principais civilizações. Neste contexto, estão as instituições confessionais, que não se limitam a transferir conhecimentos, competências e experiências, mas buscam “abraçar a tarefa urgente de elaborar instrumentos intelectuais capazes de se proporem como paradigmas de ação e pensamento”. Este é o propósito elementar dos estudos desenvolvidos no ambiente acadêmico, conforme a Constituição Apostólica Veritatis Gaudium do papa Francisco. 

Do reconhecimento da liberdade religiosa como direito fundamental decorre a necessidade de assimilação do seu conteúdo e dos seus limites. Elemento estruturante da sociedade, não consiste em uma prerrogativa apenas do indivíduo. As garantias dela decorrentes são asseguradas também às pessoas jurídicas, como em relação às organizações confessionais que administram ambientes acadêmicos.  

Ao autorizar a criação de universidades por instituições confessionais, o Estado continua a permitir o exercício da liberdade religiosa por estas, sem exigir que desconsiderem a sua identidade histórica, filosófica ou teológica. E os integrantes das comunidades universitárias continuam sendo titulares de direitos, dentre eles a liberdade de ter, não ter ou deixar de ter religião. Diante dessa potencialidade de conflitos, a ausência de disposições jurídicas específicas sobre o exercício da liberdade religiosa no ambiente acadêmico preocupa. Deixar que esse direito fundamental encontre uma acomodação desprovida de critérios ameaça o pluralismo ético-religioso da sociedade contemporânea.  

É no esforço de proporcionar reflexões que permitam a elucidação desta problemática que a Escola de Direito da PUCRS promove, nos dias 24 e 25 de setembro, o 2º Congresso Internacional de Liberdade Religiosa. Para além da transferência de conhecimento, o seu objetivo, alinhado à afirmação primeira, é contribuir com a proposição de ressignificações do agir e do pensar a liberdade religiosa no ambiente acadêmico. 

Vem aí mais uma Semana Acadêmica Integrada da PUCRS, mais uma oportunidade para você tornar ainda mais real o que aprende na Universidade.  

Serão 3 dias de imersão em atividades do seu curso, conectando você à sua Escola, colegas, professores e profissionais de referência no mercado.   

Mais do que colocar seu conhecimento em prática, queremos preparar você para ser protagonista do seu aprendizado, das suas escolhas, do seu futuro.   

Lembre-se: sua participação como estudante nas atividades da sua Escola vale como presença em aula, não configurando como atividade complementar. Fique ligado/a na sua organização e participe das atividades conforme a sua grade de horários. 

Confira aqui possíveis dúvidas sobre participação e presença nas atividades: link.

Fique por dentro da programação completa da PUCRS e dos destaques das demais Escolas: link.

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Confira a programação da Escola de Direito e participe!

CÓDIGODATAHORÁRIOATIVIDADELOCALPROFESSOR
536501/10/20248h às 9h30minAnálise Econômica do Direito Societário603Ana Redecker e Maria Cristina Martinez
538001/10/20248h às 9h30minAssistência Jurídica Gratuita: EPROC e Atendimento (01/10 AB)JUSLABAna Luiza Carvalho Ferreira e Guilherme Botelho
517101/10/20248h às 9h30minDesafios Trabalhistas: Estudo de Casos614Maurício de Carvalho Góes
543101/10/20248h às 9h30minSegunda fase do Exame de Ordem: Como identificar e confeccionar peça processual na área penal601Fabiano Justin Cerveira
540201/10/20248h às 9h30min(LOTADO) Inteligência Artificial e o futuro da advocacia604Darci Ribeiro
542401/10/20248h às 9h30minSuperando os Desafios do TCC: Organização e Gestão de Tempo613Elias Grossmann e Lívia Pithan
537001/10/20248h às 11h15minDireito & Cinema (01/10 -1)703Daniela Lutzky
537201/10/20248h às 11h15minDireito & Cinema (01/10 -2)704Mauro Fiterman
537301/10/20248h às 11h15minDireito & Cinema (01/10 -3)714Plínio Saraiva
542001/10/20248h às 11h15minRevisão de peças processuais trabalhistas – traga sua dúvida!602Denise Fincato
516901/10/20248h às 11h15minRevisão OAB/ENADE710Ricardo Gloeckner e Márcia Andrea Bühring
543301/10/20248h às 11h15min(LOTADO) Seja testemunha em um inquérito711A confirmar
543601/10/20248h às 11h15 e 19h15 às 22h30 (Obrigatório participar nos dois turnos)Curso Sustentação Oral1035Professor de Oratória e Procurador do Estado do RS: Dr. Ernesto José Toniolo
517201/10/20249h45min às 11h15minOficina Direito Sistêmico615Fernanda Sporleder de Souza Pozzebon
530801/10/20249h45min às 11h15minAssistência Jurídica Gratuita: EPROC e AtendimentoJUSLABAna Luiza Carvalho Ferreira e Guilherme Botelho
540401/10/20249h45min às 11h15min(LOTADO) Inteligência Artificial e o futuro da advocacia.604Darci Ribeiro
516801/10/20249h40min às 11h15min(LOTADO) Vivências de Julgamento Simulado Sala 307Fabio Roberto D’Avila
514701/10/20249h às 13hSessão de julgamento do Tribunal de Justiça do Rio Grande do SulAuditório P.11
537401/10/202414h às 18hDireito & Cinema (01/10 -4)Sala 307Clarice Sohngen
517401/10/202414h às 17h15 (15min de duração cada audi.)Oficina de Audiência de Conciliação JECJUSLAB sala 105Alvaro Severo
535601/10/202414h às 16h(LOTADO) Assistência Jurídica Gratuita: Direito Processual penalSala 140 – Prédio 8 (SAJUG)Guilherme Abrão
541101/10/202417h15 às 19hOAB PENAL: Revisão de Peças Processuais710Marcos Eberhardt
519501/10/202421h às 22h30(LOTADO) Crimes Contra a Vida: Aspectos Jurídicos e Processuais (01/10)613Flávio Prates
541401/10/202419h15min às 22h30minOficina Direito Sistêmico615Fernanda Sporleder de Souza Pozzebon
517901/10/202419h15 às 22h30Oficina Direito e Empreendedorismo614Daniel Ustarroz
516701/10/202419h15 às 22h30Por dentro da Defensoria PúblicaAuditório P. 11Felipe Kirchner
520401/10/202419h15 às 22h30Revisão OAB/ENADE (N)710Leticia Loureiro e Maurício Góes
517501/10/202419h15 às 22hDecida o Caso: Júri SimuladoSala 307Álvaro Severo
520601/10/202419h15 às 22hEPROC: Ferramentas e Funcionalidades (01/10 -N)JUSLABFernando Fabris
537701/10/202419h15 às 21h45(LOTADO) Direito Internacional e Conflitos Armados705Gustavo Pereira
546902/10/20248h às 11h15Oficina com o Desembargador: Decisões e Desafios602Jayme Weingartner Neto
543802/10/20248h às 11h15 E 19h15 às 22h30 (Obrigatório participar nos dois turnos)(CANCELADO) Curso Sustentação Oral (02/10)1035Professor de Oratória e Procurador do Estado do RS: Dr. Ernesto José Toniolo
518402/10/20248h às 11h15min(LOTADO) Decida o Caso: Júri Simulado307Alvaro Severo
538002/10/20248h às 11h15minDireito & Cinema (02/10 -1)704Augusto Jobim
538102/10/20248h às 11h15minDireito & Cinema (02/10 -2)703Liane Thomé
518502/10/20248h às 11h15minJustiça Ambiental: Conversa Aberta601Marcia Buhring
540602/10/20248h às 11h15minMostra Produção Discente PPGCrim613Prof. José Carlos Moreira Da Silva Filho
519602/10/20248h às 11h15minSimulado OAB712Greicy Peglow da Silva (pós-graduação)
520002/10/20248h às 11h15minTreino Aberto das Equipes de Mediação e Arbitragem Empresarial.705Gabriela Wallau
518202/10/20248h às 9h30Assistência Jurídica Gratuita: Foco em Direito CivilJUSLABGuilherme Botelho
541702/10/20248h às 9h30Posicionamento profissional do jurista nas redes sociais612Lucia Junqueira e convidada Dineia Anziliero Dal Pizzol 
547902/10/20249h30 às 11h15min(LOTADO) Inovação e Direito: Imersão no Tecnopuc Law705Laís Machado Lucas
541802/10/20249h45 às 11h15Posicionamento profissional do jurista nas redes sociais.612Lucia Junqueira e convidada Dineia Anziliero Dal Pizzol 
542302/10/20249h45 às 11h15(LOTADO) Seja mestrando por uma aula do PPG1030Ricardo Lupion
517802/10/20249h45 às 11h15minCrimes Contra a Vida: Aspectos Jurídicos e Processuais604Flávio Prates
516602/10/202410h às 14hSessão de Julgamento do Tribunal Regional Federal da 4ª RegiãoAuditório P.11Desembargadores do TRF 4
542802/10/202412h às 13hPrática no Balcão do Consumidor: Oficina de SoluçõesSala NPJ TérreoFelipe Kirchner
519902/10/202414 às 16hAssistência Jurídica Gratuita: Foco em Direito CivilSala 140 – Prédio 8 (SAJUG)Dora Ribas
538302/10/202414h às 18hDireito & Cinema (02/10 -3)Sala 307Maria Cristina da Rosa Martinez
543002/10/202416h20 às 17h40Prática no Balcão do Consumidor: Oficina de Soluções (2)Sala NPJ Térreo Felipe Kirchner
520202/10/202419h15 às 20h45Estudo de Caso: Decisões e Desafios em Direito Empresarial614Fernando Fabris
520102/10/202419h15 às 20h45(LOTADO) Oficina de Crimes em Espécie: Estudo e Prática615Fábio Roberto D’Avila
538902/10/202419h15 às 22h30Direito & Cinema (02/10 -4)704Eveline Brigido
543902/10/202419h15 às 22h30Elas no DireitoAuditório P.11Profª Laís Machado Lucas e convidadas
517702/10/202419h15 às 22h30EPROC: Ferramentas e FuncionalidadesJUSLABAlvaro Severo
540802/10/202419h15 às 22h30Mostra Produção Discente PPGCrim613José Carlos Moreira Da Silva Filho
542202/10/202419h15 às 22h30Revisão OAB/ENADE710Henrique Rocha e Yuri Restano
538702/10/202421h às 22h30Direito & Cinema (02/10 -5)703Helena Lazzarin
536903/10/20248h às 11h15Como estudar para OAB: organize seus estudos1035Prof. Marcelo (externo), Letícia Loureiro e Maurício Góes
539003/10/20248h às 11h15Direito & Cinema (03/10 -1)703Marcia Buhring
543403/10/20248h às 11h15(LOTADO) Seja testemunha em um inquérito711A confirmar
521303/10/20248h às 11h15Simulado Defensoria Pública714A confirmar
521403/10/20248h às 11h15Simulado Delegado715A confirmar
521103/10/20248h às 11h15Simulado Magistratura712A confirmar
521203/10/20248h às 11h15Simulado Ministério Público714A confirmar
542503/10/20248h às 9h30(LOTADO) Violência Sexual contra criança: reflexos na área protetiva, criminal e civil.603Maria Regina Azambuja e Liane Tabarelli
531503/10/20248h às 9h30minAssistência Jurídica Gratuita: EPROC e Atendimento (03/10 AB)JUSLABAna Luiza Carvalho Ferreira e Guilherme Botelho
531603/10/20249h45 às 11h15Assistência Jurídica Gratuita: EPROC e Atendimento (03/10 CD)JUSLABAna Luiza Carvalho Ferreira e Guilherme Botelho
539403/10/20248h às 11h15Direito Penal em Ação: estratégias para participar de competiçõesAuditório P. 11Fabiano Clementel
541903/10/20248h às 11h15Experiência Jurídica Municipal: O Trabalho da Procuradoria na PráticaSala 307Prof. Sandro Bobrzyk, Prof. Marco Jobim, Prof. Elton Somensi

Vanêsca Buzelato Prestes (Procuradora Municipal de Porto Alegre aposentada)

Cristiane da Costa Nery (Procuradora-Geral Adjunta de Assuntos Fiscais)

Daniela Copetti Cravo (Procuradora Municipal de Porto Alegre)

Rafael Ramos (Procurador Municipal de Porto Alegre)
544003/10/20248h às 11h15Oficina de Linguagem Simples TJRS (M)605A confirmar
536103/10/202414h às 16hAssistência Jurídica Gratuita: Foco em Direito Civil (03/10 T)Sala 140 – Prédio 8 (SAJUG)Maria Cristina da Rosa Martinez
539103/10/202414h às 18hDireito & Cinema (03/10 -2)Sala 307Dora Ribas
540103/10/202419h15 às 21h30Explorando Carreiras no Banco Central: Oficina de Oportunidades613Yuri Restano Machado
536303/10/202419h15 às 20h45A Responsabilidade Civil na perspectiva civil e empresarial706Ana Claudia Redecker e Liane Tabarelli
531803/10/202419h15 às 20h45Assistência Jurídica Gratuita: EPROC e Atendimento (03/10 LM)JUSLABAna Luiza Carvalho Ferreira e Guilherme Botelho
543203/10/202419h15 às 20h45Segunda fase do Exame de Ordem: Como identificar e confeccionar peça processual na área penal601Fabiano Justin Cerveira
544203/10/202419h15 às 22h30Direito Bancário em Debate1035A confirmar
544103/10/202419h15 às 22h30Oficina de Linguagem Simples TJRS (N)605A confirmar
544303/10/202419h15 às 22h30(LOTADO) Oficina: Testemunhas e Seus Papéis no Processo Judicial307Aury Lopes Jr. e Fabiano Clementel
541603/10/202419h15 às 22h30(CANCELADO) Por dentro do Ministério PúblicoAuditório P.11Caroline Vaz
522203/10/202419h15 às 22h30Simulado Defensoria Pública714A confirmar
543503/10/202419h15 às 22h30Simulado Delegado714A confirmar
521803/10/202419h15 às 22h30Simulado Magistratura712A confirmar
522003/10/202419h15 às 22h30Simulado Ministério Público714A confirmar
511903/10/202421h às 22h30Assistência Jurídica Gratuita: EPROC e Atendimento (03/10 NP)JUSLABAna Luiza Carvalho Ferreira e Guilherme Botelho

Por Rodrigo Ghiringhelli de Azevedo, professor da Escola de Direito da PUCRS

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O Anuário Brasileiro de Segurança Pública desempenha um papel crucial na construção de indicadores de segurança pública no Brasil, proporcionando uma visão abrangente e detalhada da situação da criminalidade e das políticas de segurança pública em todo o país. Desde sua primeira edição, o anuário tem sido uma fonte vital de dados, análise e reflexão crítica para formuladores de políticas, pesquisadores, sociedade civil e gestores públicos. 

O histórico da publicação do Anuário remonta a 2007, quando o Fórum Brasileiro de Segurança Pública decidiu criar uma ferramenta que unisse dados estatísticos e análises qualitativas para fornecer um retrato fiel e abrangente da violência e da criminalidade no Brasil. Desde então, a publicação anual tem se tornado uma referência essencial, ganhando cada vez mais importância à medida que a sociedade e os governos reconhecem a necessidade de políticas baseadas em evidências para enfrentar a complexidade da violência e da criminalidade. 

A importância do Anuário reside na sua capacidade de sistematizar dados de diversas fontes, como secretarias de segurança pública estaduais, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, entre outros. Essa sistematização permite a criação de indicadores robustos que não só refletem a realidade nacional, mas também permitem comparações entre estados e regiões. 

Além disso, o Anuário contribui significativamente para a transparência e a accountability no setor de segurança pública. Ao fornecer dados atualizados e de fácil acesso, com séries históricas que apontam tendências, a publicação possibilita que a sociedade civil, a mídia e os próprios gestores públicos possam monitorar a efetividade das políticas públicas implementadas, bem como identificar lacunas e ineficiências que necessitam ser corrigidas. 

O Anuário também se destaca por incluir análises de especialistas sobre cada dimensão dos dados apresentados que vão além das estatísticas tradicionais, incorporando discussões sobre direitos humanos, desigualdades sociais, racismo estrutural e outras questões fundamentais para a compreensão da segurança pública em uma sociedade complexa e desigual como a brasileira. 

A produção do Anuário Brasileiro de Segurança Pública é uma tarefa desafiadora em um país como o Brasil, historicamente marcado pela falta de transparência e pela opacidade dos dados relacionados à criminalidade e à segurança pública. A construção de indicadores confiáveis e consistentes esbarra frequentemente em entraves como a resistência institucional à divulgação de informações, a inconsistência nos registros e a ausência de padronização nos métodos de coleta de dados entre os diferentes estados. Esses desafios são amplificados pela falta de uma cultura de transparência em muitas administrações públicas, que, por vezes, preferem manter um controle rigoroso sobre a divulgação dos dados de segurança pública para evitar críticas ou escrutínio externo. 

Essa dificuldade em produzir e manter um instrumento como o Anuário reflete-se em várias situações em que governos estaduais romperam relações com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Essas rupturas são, em grande parte, motivadas pela incapacidade ou relutância desses governos em lidar com dados que expõem deficiências em suas políticas de segurança pública, como o aumento da violência policial, a superlotação carcerária ou o crescimento dos índices de criminalidade. 

Em vez de utilizarem o Anuário como uma ferramenta para diagnosticar problemas e ajustar suas estratégias, muitos governos optam por criticar ou deslegitimar os dados apresentados, evitando enfrentar as questões estruturais que os indicadores revelam. 

A viabilização do Anuário só se tornou possível em grande escala após a promulgação da Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/2011), que estabeleceu um marco legal para a transparência e obrigou os estados e municípios a fornecerem dados públicos, incluindo aqueles relacionados à segurança pública. 

Essa legislação representou um avanço significativo para a transparência no Brasil, pois impôs obrigações claras para a divulgação de informações e garantiu à sociedade civil e aos pesquisadores o direito de acesso a dados anteriormente restritos. A Lei de Acesso à Informação foi crucial para que o Fórum Brasileiro de Segurança Pública pudesse compilar, analisar e publicar os dados de maneira consistente e independente. 

Entretanto, a aplicação da Lei de Acesso à Informação nem sempre é homogênea. Em alguns estados, ainda há resistência em fornecer informações completas ou atualizadas, ou os dados são apresentados de maneira fragmentada, dificultando uma análise aprofundada. Essa resistência é frequentemente alimentada por uma cultura política que teme as repercussões de tornar públicos dados sensíveis. Além disso, a falta de investimentos em tecnologia e em recursos humanos capacitados para a coleta e análise de dados também limita a qualidade das informações disponíveis. 

A criação e manutenção do Anuário, portanto, não é apenas um esforço técnico, mas um ato político de afirmação da transparência e da accountability. O Fórum Brasileiro de Segurança Pública tem desempenhado um papel essencial ao insistir na importância dos dados para a construção de políticas públicas eficazes e fundamentadas. No entanto, para que o Anuário continue a evoluir e a contribuir para o debate sobre segurança pública no Brasil, é fundamental que haja um compromisso contínuo com a transparência, o que inclui não apenas a disponibilização de dados, mas também a promoção de uma cultura de responsabilização e de melhoria contínua das práticas de gestão da segurança pública. 

A resistência de alguns governos em fornecer dados completos e de qualidade reflete a necessidade de um movimento mais amplo pela transparência e pela responsabilização pública, elementos essenciais para o fortalecimento da democracia no Brasil. 

A cobertura jornalística dos dados do Anuário permite que informações detalhadas sobre violência e criminalidade cheguem a um público amplo, contribuindo para uma maior conscientização sobre os problemas enfrentados em diferentes regiões do país. Essa visibilidade midiática tem um efeito multiplicador, ao levar os dados para além dos círculos acadêmicos e de políticas públicas, engajando a sociedade civil e ampliando o entendimento das questões de segurança pública. A análise dos dados do Anuário pela mídia também pressiona gestores públicos e políticos a responderem de maneira mais transparente e a justificarem suas ações e políticas, estimulando um ciclo virtuoso de responsabilização e melhoria das práticas. 

Além disso, o Anuário possibilita a realização de análises consistentes com rigor científico sobre as séries históricas apresentadas. Ao fornecer dados de vários anos consecutivos, o Anuário permite identificar tendências, padrões de violência e criminalidade e a eficácia (ou ineficácia) das políticas de segurança pública ao longo do tempo. Essa possibilidade de análise longitudinal é essencial para desenvolver uma compreensão aprofundada e baseada em evidências sobre o que funciona ou não em termos de políticas públicas. Pesquisadores, acadêmicos e formuladores de políticas têm, portanto, à sua disposição uma base de dados confiável e abrangente para conduzir estudos que contribuam para o desenvolvimento de estratégias mais eficazes de enfrentamento à violência e ao crime. 

Dados do ano de 2023 publicados pelo 18º Anuário 

O 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública revela um cenário multifacetado da segurança pública no Brasil em 2023. A taxa de homicídios manteve-se elevada, especialmente devido ao uso de armas de fogo, responsáveis por 73,6% dos casos. No entanto, entre 2017 e 2023, houve uma redução significativa de 27,7% nas mortes violentas intencionais (MVI), abrangendo homicídios dolosos, feminicídios, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte, mortes de policiais e mortes decorrentes de intervenção policial. Por outro lado, a letalidade policial aumentou 23,4% no mesmo período, passando a representar 13,8% do total de MVI em 2023 . 

A violência policial continua sendo um problema grave, com destaque para municípios como Jequié, na Bahia, com 46,6 mortes decorrentes de intervenção policial (MDIP) a cada 100 mil habitantes, Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, com 42,4 MDIP por 100 mil habitantes, e Macapá, capital do Amapá, com 29,1 MDIP por 100 mil habitantes, enquanto que a taxa média nacional é de 3,1 MDIP por 100 mil habitantes. O estado com maior letalidade policial foi o Amapá, com 23,6 MDIP por 100 mil habitantes, seguido da Bahia, com 12 por 100 mil, e de Sergipe, com 10,4 por 100 mil. 

Em 2023, houve uma queda de 18,1% na taxa de policiais civis e militares vítimas de CVLIs (Crimes Violentos Letais e Intencionais) em comparação com o ano anterior no Brasil, enquanto a taxa de suicídios de policiais civis e militares da ativa aumentou 26,2% no mesmo período. Focando na Polícia Militar, o número de suicídios superou, em 2023, o total de registros de PMs mortos em confronto, tanto em serviço quanto fora dele. Foram registrados 110 suicídios, em contraste com 46 casos de PMs mortos em confronto em serviço e 61 mortos em confronto ou por lesão não natural fora de serviço, totalizando 107 óbitos. 

Ainda conforme os dados do Anuário, o número de registros ativos de armas de fogo no Brasil aumentou significativamente em 2023, refletindo uma tendência de crescimento no armamento da população. Esse aumento no número de armas em circulação está diretamente relacionado ao crescimento da violência no país, especialmente no que diz respeito a crimes cometidos com uso de armas de fogo. Notícias recentes apontam a participação de Colecionadores, Atiradores e Caçadores (CACs) no crime organizado, ampliando o acesso a armas de fogo para grupos criminosos através da compra de armamento legalmente autorizado. O crescimento no acesso a armas de fogo eleva o risco de conflitos armados e homicídios, além de dificultar o trabalho das forças de segurança no controle da criminalidade. 

A violência contra a mulher também é alarmante, com 3.930 homicídios de mulheres e mais de 200 mil casos de agressões no contexto doméstico registrados em 2023. Foram contabilizados pelo menos 199 estupros diários e 848.036 chamadas para o 190 relacionadas à violência contra a mulher, evidenciando uma crise contínua de violência de gênero no país. O feminicídio, especificamente, atingiu seu maior número desde a tipificação do crime em 2015, com 1.467 casos registrados. As maiores taxas de feminicídio foram encontradas em Rondônia, Mato Grosso, Acre e Tocantins, enquanto os estados com as menores taxas foram Ceará, São Paulo, Alagoas e Amapá . 

O 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública destaca um aumento expressivo nos furtos e roubos de celulares, assim como nos casos de estelionato, refletindo uma mudança nas dinâmicas criminais no Brasil. Esses crimes, frequentemente associados ao avanço da tecnologia e ao aumento da conectividade digital, impactam diretamente a sensação de insegurança da população. Em 2023, houve um crescimento de 8,4% nos furtos e de 10,5% nos roubos de celulares em comparação a 2022. Esse tipo de criminalidade tem se tornado cada vez mais comum, alimentado pelo alto valor de revenda dos aparelhos no mercado paralelo e pela facilidade de execução. Além disso, o anuário ressalta que o aumento dos estelionatos, especialmente os cometidos por meio eletrônico, contribui significativamente para a percepção de vulnerabilidade e medo entre os cidadãos, evidenciando a necessidade de políticas públicas mais eficazes e focadas na prevenção e no combate a esses tipos de crimes. 

Com relação ao sistema prisional, dados do Anuário mostram que o Brasil registrou um total de aproximadamente 852 mil pessoas encarceradas em 2023, incluindo presos em regime fechado, semiaberto, e aqueles em prisão domiciliar monitorada eletronicamente, que correspondem a 75,5% do total. O restante, que corresponde a presos provisórios, representa 24,5% do total. 

Em termos de taxa de encarceramento, o Brasil apresenta uma média nacional de aproximadamente 407 presos por 100 mil habitantes. No entanto, essa taxa varia significativamente entre os estados. Os cinco estados brasileiros que, em 2023, mais encarceraram, levando em conta a taxa de presos a cada 100 mil habitantes, foram o Distrito Federal, com taxa de 1.011,8 por 100 mil; o Acre, com taxa de 972 por 100 mil; Rondônia, com taxa de 915,6 por 100 mil; o Paraná, com taxa de 828 por 100 mil e Roraima, com taxa de 759,4 por 100 mil. Segundo os dados do Anuário, os estados com maior déficit de vagas são o Paraná (49.128), São Paulo (36.948) e Pernambuco (26.738). 

Por outro lado, algumas iniciativas em relação ao uso de alternativas penais, como medidas cautelares diversas da prisão, penas restritivas de direitos, e programas de monitoramento eletrônico, têm produzido resultados. Minas Gerais, por exemplo, destaca-se pelo uso relativamente maior de medidas alternativas, buscando reduzir a pressão sobre o sistema carcerário. O estado tem investido em programas de reintegração social e em práticas restaurativas, que buscam proporcionar alternativas ao encarceramento, especialmente para crimes de menor gravidade. A adoção de medidas como a suspensão condicional do processo, a suspensão condicional da pena, o monitoramento eletrônico, e os programas de justiça restaurativa refletem uma tentativa de repensar o uso da prisão como a principal resposta à criminalidade. 

No entanto, a aplicação das alternativas penais ainda enfrenta desafios consideráveis. O anuário destaca a resistência cultural e institucional em muitos estados, onde persiste uma visão punitivista que privilegia o encarceramento em detrimento de alternativas mais eficazes para crimes não violentos. Além disso, há uma falta de infraestrutura adequada e de programas de acompanhamento para garantir a efetividade dessas medidas alternativas. 

A análise dos dados do 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública evidencia os múltiplos desafios que o Brasil enfrenta na área de segurança pública. A fragilidade das políticas de segurança se destaca pela incapacidade de lidar de forma eficaz com o crescimento do crime organizado no país. A falta de um compromisso claro e consistente de governos de diferentes posições no espectro político agrava esse cenário. Muitas vezes, esses governos adotam um discurso negacionista em relação aos dados, além de improvisar e recorrer ao populismo penal como resposta à ineficiência das políticas de segurança, ao invés de implementar estratégias baseadas em evidências. 

Por outro lado, o sucesso de alguns governos estaduais na redução da violência mostra que é possível alcançar resultados positivos quando as políticas de segurança são baseadas em evidências e na integração eficaz entre as polícias e diferentes níveis de governo. Esses estados demonstram que uma abordagem coordenada e colaborativa pode ser eficaz no combate à criminalidade. Além disso, as políticas municipais de prevenção à violência têm se tornado cada vez mais relevantes, com municípios adotando iniciativas que abordam as causas subjacentes da violência, contribuindo para uma segurança pública mais abrangente e preventiva. 

Ademais, há uma necessidade urgente de reforçar a implementação do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP), que visa a coordenação de ações entre os governos federal e estaduais. Esse sistema pode proporcionar uma resposta mais organizada e coesa às questões de segurança. Por fim, é fundamental assegurar que as regras do Estado Democrático de Direito sejam mantidas e respeitadas, garantindo que a responsabilização criminal dos autores de delitos seja conduzida de forma justa e eficiente, sem abrir mão dos direitos e garantias fundamentais. Este compromisso com a legalidade é essencial para construir uma sociedade mais segura e justa, assegurando a igualdade de tratamento perante a lei, na perspectiva da consolidação da democracia e da redução da violência e da criminalidade. 

*Artigo publicado originalmente no Jornal GGN escrito pelo professor da Escola de Direito da PUCRS Rodrigo Ghiringhelli de Azevedo. O docente é é sociólogo, associado sênior do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, membro do Comitê Gestor do INCT-InEAC, e bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq. 

Distinção, entregue pela OAB/RS, foi criada para homenagear advogados e advogadas por suas notáveis contribuições à sociedade gaúcha

Comenda Oswaldo Vergara foi entregue em Sessão Magna na Cidade da Advocacia. / Foto: Uillian Vargas

A professora Fernanda Sporleder de Souza Pozzebon, docente da Escola de Direito da PUCRS desde 2002, recebeu na última sexta-feira (16) a honraria mais relevante da advocacia do Estado, a Comenda Oswaldo Vergara. A distinção, criada para homenagear advogados e advogadas por suas notáveis contribuições à sociedade gaúcha, foi entregue em Sessão Magna da OAB/RS no penúltimo dia da Cidade da Advocacia, evento realizado no Cais Mauá e Cais Embarcadero, em Porto Alegre.  

“Esse reconhecimento está diretamente ligado à minha graduação na PUCRS. É para mim, mas também para a PUCRS”, considera Pozzebon.

Graduada em Direito e mestre em Ciências Criminais pela Universidade, já havia recebido da OAB/RS as condecorações de Mulher de Ordem e Voto de Louvor em 2016 e 2019, respectivamente, além de já ter participado da banca de elaboração do Exame de Ordem do estado. Atualmente, ela ministra a disciplina de Direito Processual Penal da graduação de Direito e atua com foco em justiça sistêmica e resolução de conflitos. 

Professora Fernanda Pozzebon e Sandro Bobrzyk, decano da Escola de Direito da PUCRS. / Foto: Uillian Vargas

De acordo com o decano da Escola de Direito, Sandro Bobrzyk, a conquista do prêmio é significativa.

“A Escola de Direito da PUCRS se sente honrada com a homenagem concedida à professora Fernanda. Ter membros do corpo docente recebendo esta honraria avaliza a excelência dos nossos colegas e a qualidade do nosso ensino”, pontua.

GRADUAÇÃO PRESENCIAL

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A Escola de Direito da PUCRS anuncia e abre inscrições para seus tradicionais Grupos de Estudo. Esta é uma excelente oportunidade de se preparar para expandir os conhecimentos aprendidos em sala de aula, aperfeiçoando e personalizando sua trajetória acadêmica.

O grupo do Balcão do Consumidor possui vagas limitadas e as inscrições encerram no dia 26/08. As inscrições dos demais grupos podem ser realizadas até o dia 30/08 . O certificado de participação será entregue mediante frequência mínima de participação de 75% ao longo do semestre.

Confira as informações dos grupos:

Linguagem Jurídica – Clarice Sohngen

De 10/09 a 06/12 | Terças-feiras, das 11h30 às 13h30 – inscrições

De 10/09 a 06/12 | Terças-feiras, das 17h às 19h – inscrições

De 11/09 a 06/12 | Quartas-feiras, das 11h30 às 13h30 – inscrições

De 11/09 a 06/12 | Quartas-feiras, das 17h às 19h – inscrições

Direito Tributário – Claudio Preza

Quintas-feiras, das 19h30 às 20h30 – inscrições

Jurimetria: Inteligência Artificial aplicada ao Direito – Filipe J. Zabala

De 11/09 a 27/11 | Quartas-feiras, das 12h30 às 13h30 – inscrições

Atualidades em Direito Constitucional/Ambiental online – Marcia Andrea Bühring

De 10/09 a 26/11 | Terças-feiras, das 12h15 às 13h15 – inscrições

Autocomposição de conflitos e mindfulness – Liane Maria Busnello Thomé

De 04/10 a 29/11 | Sextas-feiras alternadas, das 11h15 às 13h15 – inscrições

Direito Sistêmico na resolução de conflitos – Fernanda Pozzebon

De 13/09 a 22/11 | Sextas-feiras alternadas, das 11h15 às 13h35 – inscrições

Direito da Criança, com ênfase no direito à convivência familiar: unindo a teoria à prática – Maria Regina Fay de Azambuja e Mauro Fiterman

De 10/09 a 12/11 | Terças-feiras, das 12h15 às 13h15 – inscrições

Responsabilidade civil e tecnologia: estudo de casos à luz das novas tendências – Liane Tabarelli

De 12/09 a 21/11 | Quintas-feiras, das 12h30 às 13h30 – inscrições

Balcão do Consumidor – Felipe Kirchner

De 04/09 a 04/12 | Quartas-feiras, das 11h30 às 13h30 OU quintas-feiras, das 16h às 18h – inscrições

Terceira edição do evento é gratuito para estudantes e profissionais do Direito

De 13 a 17 de agosto, a Escola de Direito da PUCRS estará presente no maior evento da advocacia gaúcha: a Cidade da Advocacia. Novamente, será possível conhecer mais sobre as inúmeras oportunidades oferecidas pela Escola, que contará com um estande no Cais Embarcadero. No local, estarão presentes diversos professores da graduação e pós-graduação da Universidade, além de estudantes convidados a compartilhar mais sobre o dia a dia da Escola e as experiências que viveram durante sua formação. 

O evento, marcado pelo dinamismo e networking, é realizado pela OAB/RS e já está na terceira edição. Conforme o coordenador do curso de Direito, Elton Somensi, a participação no evento é uma possibilidade de os/as estudantes se aproximarem da prática jurídica e ampliarem a rede de conexões.

“Vivenciar o dia a dia do advogado, ouvindo e aprendendo sobre a atuação na defesa dos direitos dos seus clientes, é uma imersão que o estudante de Direito da PUCRS jamais esquecerá. Além disso, os milhares de advogados que visitarão a Cidade da Advocacia já propiciam aos nossos estudantes o contato em rede com os mais variados escritórios e profissionais, aumentando a possibilidade futura de excelentes oportunidades no mercado de trabalho”, destaca o coordenador. 

O evento é gratuito para estudantes e profissionais do Direito. Confira a seguir a programação* oficial da Escola e participe! 

Programação oficial

13/08 – 15h – Praça do Futuro

Com professora Laís M. Lucas e professor Ricardo Lupion.

14/08 – 17h – Multiverso

Com professor Aury Lopes Jr. e mediação do professor Ricardo Gloeckner.

15/08 – 11h – Cais Mauá

Com professor Ingo Wolfgang Sarlet e professor Paulo Caliendo, respectivamente.

Programação do estande da PUCRS:

Além de professores, estudantes de graduação e pós-graduação da Escola também estarão presentes no estande da universidade para tirar as dúvidas do público. Confira a programação.

13/08 – 10h – Oportunidades da Escola de Direito, com Artur Schmitz | Publicações científicas na graduação, com Laura Lino

14/08 – 14h – Programa G+1, com Guilherme Schoeninger

15/08 – 09h – Publicações científicas na graduação, com Pedro Mayolo

16/08 – 13h – Dupla titulação internacional, com Hannah Alff e Isabela Welter

17/08 – 10h – Vida de bolsista, com Micaela Linke

*A programação está sujeita a alterações.

Inscreva-se

O advogado pode escolher diferentes áreas de atuação e decidir como prefere trabalhar, sendo o home office uma das opções mais populares hoje em dia

Estudantes do primeiro semestre participaram de um Júri Simulado sobre o caso envolvendo o ator Johnny Depp e a atriz Amber Heard. / Foto: Giordano Toldo

As pessoas, as tecnologias, as empresas, o meio ambiente e tudo mais ao nosso redor está em constante transformação. Não seria diferente com as profissões, que buscam se reinventar para acompanhar tantas mudanças. Uma das mais antigas da humanidade está passando por esse processo: o Direito. Áreas como Direito Digital, Ambiental, da Propriedade Intelectual e o Biodireito, são alguns dos novos caminhos que um profissional pode seguir. 

A graduação em Direito é sempre uma das mais procuradas, mas engana-se quem pensa que o mercado está saturado. Na mesma medida em que surgem novas áreas de atuação, também crescem as oportunidades de trabalho. Algumas dessas carreiras jurídicas mais recentes estão entre as profissões do futuro e envolvem temas como privacidade e proteção de dados, biotecnologia e capital de risco.  

Mas não se preocupe caso seu interesse esteja nas áreas mais conhecidas, como o Direito Civil, Penal, Trabalhista, Tributário ou Empresarial, pois elas seguem empregando muitos profissionais e oferecendo ótimas remunerações. A seguir, vamos falar mais sobre essas e outras possibilidades da carreira jurídica e contar como está o mercado de trabalho no setor.

Continue lendo para descobrir:

O que faz um profissional do Direito?  

Definindo de forma bem simples, o trabalho da pessoa formada em Direito é interpretar e aplicar as leis, garantindo a harmonia entre os cidadãos. Isso pode ser feito de diversas maneiras, seja como advogado, promotor de justiça, delegado, consultor jurídico, juiz, registrador público, etc. Ou seja, o papel desse profissional é de extrema importância para assegurar a harmonia e o desenvolvimento social.  

Agora vamos para os exemplos práticos. Você gosta de assistir séries sobre investigações criminais ou que mostram como funcionam escritórios de advocacia, como Law & Order, How to Get Away With Murder e Suits? Nelas, é possível ter uma ideia do que profissionais do Direito fazem em diferentes papéis — só é preciso considerar que são obras de ficção roteirizadas a partir das leis estadunidenses. 

A indústria cinematográfica geralmente mostra mais a parte criminal do Direito, mas a realidade é que a carreira jurídica oferece muitos caminhos diferentes. Assim, cada profissional pode escolher a área (ou mais de uma) em que mais gosta de atuar, até porque há oportunidades de emprego em todas elas. 

Quais são as perspectivas de carreira? 

Durante a graduação, você vai estudar diversas áreas do Direito não só para dominar as diferentes legislações como também para experimentar cada uma delas. Conheça alguns dos caminhos que o profissional pode trilhar:   

Como está o mercado de trabalho para advogados? 

Foto: Giordano Toldo

Em uma pesquisa rápida no LinkedIn, você vai encontrar mais de 2 mil vagas abertas para advogados em escritórios e empresas no país. Já os concursos públicos são tantos que sequer é possível estimar quantos são realizados todos os anos em todo o Brasil. Mas o principal fator que diferencia e, muitas vezes, pesa na decisão entre escolher advogar ou ser servidor público é a estabilidade.  

Outra opção muito interessante é atuar como profissional autônomo, seja advogando por conta própria ou prestando consultoria jurídica. Cerca de 72% dos profissionais brasileiros trabalham dessa forma, sendo que 51% deles estão na modalidade home office

Confira algumas das possibilidades da carreira jurídica: 

O exame da OAB é obrigatório?  

Uma pessoa formada na graduação de Direito não precisa necessariamente realizar o Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A carteira da OAB só é obrigatória para quem vai advogar e para determinados concursos. No entanto, algumas das provas mais procuradas (defensor público, delegado, promotor de justiça, juiz etc.) exigem a comprovação de tempo de prática jurídica. Ou seja, o candidato precisa ter advogado por um determinado período, e, para isso, é necessário ter passado no exame. Mas há diversas outras oportunidades em concursos públicos que não pedem direta ou indiretamente a carteirinha da OAB, como para assessor jurídico, analista judiciário, oficial de justiça, entre outras. 

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Como se destacar na área jurídica? 

Tanto no Direito quanto em outras profissões, uma das principais formas de evoluir na carreira é buscar conhecimentos que vão além da graduação. Sem falar que as leis vão se atualizando conforme as novas realidades da sociedade, então ter uma formação a mais não só torna você um especialista em determinado assunto como também abre portas para diferentes oportunidades de carreira. 

E onde encontrar esses cursos? A PUCRS tem diversas opções de especialização na área, por exemplo: Biodireito, Ciências Penais, Direito Ambiental e Sustentabilidade, Direito Bancário e Mercado de Capitais, Direito de Família e Sucessões, Direito do Trabalho e Direito Processual do Trabalho, Direito Empresarial, Direito Processual Civil e Direito Tributário. É só escolher em qual assunto deseja aprofundar os conhecimentos para seguir se aperfeiçoando. 

A Universidade também conta com os Programas de Pós-Graduação (PPGs) em Direito e em Ciências Criminais, que são referências no país e reúnem grandes pesquisadores da área jurídica. Os dois PPGs oferecem os cursos de Mestrado e Doutorado, então o profissional pode continuar os seus estudos também no universo acadêmico. 

O curso de Direito é para mim? 

Para descobrir se a graduação em Direito combina com você, pense sobre essas perguntas: gosto de ler e escrever? Sempre tenho argumentos durante conversas e discussões? Acredito que as leis devem ser efetivamente cumpridas? Fico revoltado com as injustiças sociais?  

Se respondeu “sim” para, ao menos, algumas dessas questões, cursar Direito pode ser uma boa escolha de carreira. Essa é uma graduação bastante abrangente, então, além de estudar o direito brasileiro, os estudantes aprendem sobre filosofia, história, ciência política, economia e outros temas que se relacionam com o campo jurídico — sendo um curso que prepara para o exercício mais qualificado da cidadania. 

A grade curricular do curso de Direito da PUCRS, por exemplo, traz essa proposta de ensino multidisciplinar no início da graduação combinada com atividades mais específicas a partir do 2º semestre. 

Algumas disciplinas do início do curso são: 

Já nos semestres seguintes, começam os conteúdos mais específicos, por exemplo:  

Além disso, desde o primeiro semestre os estudantes participam de atividades práticas como o Balcão do Consumidor, que atende gratuitamente a comunidade na resolução de problemas relacionados ao consumo. Outro exemplo são as simulações realísticas de júris, nas quais os alunos experimentam diferentes carreiras jurídicas e ganham vivência na profissão. Também há diversas oportunidades de trabalho dentro do Campus para os estudantes já ingressarem no mercado de trabalho. 

O curso de Direito da PUCRS ainda possibilita a dupla titulação, o que significa ter dois diplomas ao final do curso: um da universidade brasileira e outro da Universitá degli Studi di Parma (UNIPR), da Itália. O aluno passa um ano fazendo a graduação no país europeu, conhecendo culturas diferentes e tendo novas experiências, o que enriquece ainda mais o seu aprendizado.  

Curtiu o universo do Direito? Essa é uma profissão fundamental para assegurar os direitos e deveres de cada cidadão e instituição, além de garantir um futuro mais justo para todos. Depois de ler esse artigo, você está considerando estudar Direito e quer saber mais? 

Estude Direito na PUCRS

Aury Lopes Jr

Aury Lopes Jr atua como professor na Escola de Direito da PUCRS. / Foto: Giordano Toldo

O Estado brasileiro está sendo julgado na Corte Interamericana de Direitos Humanos no Caso da Silva pelas violações dos direitos à integridade pessoal (art. 5 da Convenção Americana), às garantias judiciais (art. 8) e à proteção judicial (artigo 25). O país pode, ou não, ser condenado pela violação de Direitos Humanos em relação à morte do trabalhador rural Manoel Luiz da Silva, ocorrida em um conflito agrário em 1997. Uma audiência pública de instrução e julgamento, na sede da Corte em San José da Costa Rica, está marcada para às 9h (horário local) do dia 8/2 e será transmitida ao vivo pelo YouTube.  

Neste dia serão ouvidas testemunhas indicadas pelas partes e o perito Aury Lopes Júnior, professor titular do Programa de Pós-Graduação em Ciências Criminais da PUCRS (PPGCCrim), autoridade em Direito Processual, que foi indicado pelo Estado para depor sobre o ordenamento penal e processual penal brasileiro, em particular as normas e a jurisprudência sobre concurso de pessoas, garantias penais e regras de citação. 

O docente da Escola de Direito da PUCRS, que é autor de uma série de obras jurídicas sobre o direito processual penal, comparecerá na qualidade perito técnico indicado pelo Brasil. Aury fará uma explicação do funcionamento do sistema judicial brasileiro, analisando o funcionamento dele no caso concreto e submetendo-se aos questionamentos dos membros da Corte e das partes envolvidas no caso.  

O professor destaca que a convocação e a experiência são de extrema importância porque destacam a relevância não apenas de sua trajetória, mas do PPGCrim e do ensino de Direito na PUCRS: 

“É uma experiência muito importante por ser um julgamento numa Corte Internacional de Direitos Humanos, que é uma das temáticas que trabalhamos na graduação e na pós-graduação da PUCRS. O Brasil está submetido à Corte Interamericana e ao Pacto de São José da Costa Rica e já foi julgado em outros casos, inclusive condenado. A primeira condenação do Brasil por violação de direitos humanos foi no caso Damião Ximenes Lopes. Então, agora nós temos mais um momento importante, pois esses julgamentos acabam refletindo, em caso de uma condenação, por exemplo, em mudança de postura do país em relação à eficácia de direitos humanos e direitos fundamentais”, destaca.  

Sobre o caso específico, explica que uma pessoa foi morta em um conflito agrário e a família entende que não houve um julgamento devido e que não houve a tutela dos direitos da vida, além de o processo ter demorado demais.

“Existiu uma investigação, existiu um processo e os suspeitos foram acusados, julgados e, no final, absolvidos. Então, o Brasil entende que cumpriu seu papel fazendo um devido processo. Qual é o meu papel nisso tudo? Eu estou sendo enviado como um perito no funcionamento do sistema judiciário. Vou lá como professor, técnico, para explicar para a corte como é que funciona o processo penal brasileiro e, especificamente, fazer uma avaliação se, neste caso, o processo se desenvolveu de forma correta, se o Brasil fez um julgamento justo”, ilustra.

Em caso de condenação pela Corte, o Estado brasileiro poderá ser obrigado a indenizar os familiares da vítima, bem como implantar diversas medidas tendentes a melhoria do funcionamento do sistema de justiça e também de políticas públicas de prevenção e apuração da violência agrária, combate à impunidade e efetivação da reforma agrária, entre outras.  

Entenda o caso 

Em 19 de maio de 1997, no município de São Miguel de Taipu (Paraíba), o trabalhador rural e membro do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Manoel Luiz da Silva foi morto com um tiro em um conflito agrário. Três pessoas estariam diretamente envolvidas na morte do trabalhador rural, sendo que duas delas foram identificadas, acusadas e julgadas no tribunal do júri. O processo tramitou por 16 anos, sendo ambos os acusados absolvidos. Um deles foi submetido a dois julgamentos pelo tribunal do júri. O último julgamento no júri foi em primeiro de dezembro de 2009, tendo havido recursos para o Tribunal de Justiça e a decisão absolutória transitou em julgado em 22/11/2013.  

Os familiares da vítima, através da Comissão Pastoral da Terra da Paraíba, da ONG Centro pela Justiça Global e a Dignitatis, denunciaram o Brasil para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (etapa prévia e de admissibilidade), que em 28 de setembro de 2019 emitiu Relatório admitindo a denúncia, entendendo ter havido negligência do Estado brasileiro na investigação e julgamento, denegação de justiça, além da demora excessiva na tramitação do processo. Para os reclamantes, houve omissão da autoridade policial na investigação, que prejudicou a responsabilização dos autores do crime, havendo impunidade. Alegam ainda, que o Estado é responsável pela violação do direito à integridade psíquica e moral dos familiares da vítima. 

O professor da Escola de Direito destaca que a experiência vivenciada será histórica e que será, posteriormente, incorporada às aulas da graduação e da pós-graduação na PUCRS.

“Eu compartilho as minhas experiências com estudantes e esta será mais uma delas, um ganho em sala de aula e também para o constante processo de internacionalização da Universidade. Estou indo lá como professor doutor do Programa de Pós-Graduação em Ciências Criminais, essa é a titulação, é a qualificação que está me levando até lá”, afirma.  

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O júri simulado faz parte da disciplina Ambiência Jurídica e Organização Judiciária do curso de Direito da PUCRS. / Foto: Giordano Toldo

Alunos e alunas do primeiro semestre do curso de Direito da PUCRS participaram esta terça-feira (28) do júri simulado sobre o caso envolvendo o ator Johnny Depp e a atriz Amber Heard. A aula prática de simulação faz parte da ementa de Ambiência Jurídica e Organização Judiciária, disciplina ministrada pelo professor da Escola de Direito Álvaro Severo no primeiro semestre do curso. Nela, os/as estudantes têm a possibilidade de vivenciar pela primeira vez a profissão que escolheram por meio de um caso de grande repercussão midiática. Em outros anos, já foram usados casos fictícios como o de “Quem Matou Sara?” (série da plataforma Netflix) e casos baseados em fatos reais como o de “Amor e Morte” (série da plataforma HBO Max).  

Neste semestre, o professor está utilizando o caso do ex-casal de Hollywood, que começou a ganhar notoriedade em 2022, quando Depp e Heard foram aos tribunais. No entanto, o júri simulado precisou passar por uma adaptação para entrar nos moldes da justiça brasileira. Alvaro Severo explicou que, no Brasil, para um caso ir a júri, é preciso existir um dolo, ou seja, a tentativa ou intenção de matar alguém. No júri simulado da Escola de Direito, foi utilizado como base o documentário da Netflix “Depp x Heard”. No caso adaptado para o tribunal fictício, a ré (Amber Heard) jogou uma garrafa na cabeça da vítima (Johnny Depp) e esse foi o motivo do julgamento de tentativa de assassinato.  

“A partir disso, os/as alunos/as são divididos conforme o sistema judiciário brasileiro: juízes/as, acusação, defesa, testemunhas e jurados/as. Os dois lados elaboram suas respectivas teses durante a acusação e defesa para depois ter um veredito favorável ou não à ré. É sempre muito importante a participação dos alunos/as, porque assim, desde o primeiro semestre, eles têm contato com o público, praticando a oratória e aplicando os conceitos do Direito aprendidos em sala de aula”. 

Oportunidade de vivenciar o Direito na prática 

Jordan Porto Rodríguez e Livia Werenicz Rodríguez, estudantes do primeiro semestre do curso de Direito. / Foto: Giordano Toldo

Os júris simulados são um grande diferencial do curso de Direito da PUCRS e para os/as estudantes que estão chegando na Universidade essa primeira experiência é muito rica.  Livia Werenicz Rodríguez e Jordan Porto Rodríguez foram designados para serem jurados. Tanto Livia quanto Jordan viram essa ligação entre teoria e prática como um grande atrativo para iniciar os estudos na Universidade.  

“A gente sempre ouvia e via os diferenciais da PUCRS, principalmente pela questão prática, e eu sempre busquei isso. Estar na sala de aula, tendo acesso ao conteúdo, é muito diferente do que estar na prática de júri. Porque é ali que conhecemos melhor as posições dentro da área no sistema judiciário”, explica Jordan.  

Para Livia Werenicz, essa participação também foi bem especial. Assim como Jordan, a aluna ingressou no curso de Direito da PUCRS pelo Prouni e ficou encantada pelas possibilidades dentro da Universidade. “Não imaginei que a gente teria acesso a tanta coisa assim, como o júri simulado, por exemplo. Sinto que aqui dentro tem muito mais coisas e oportunidades desse tipo, diferente de outras Universidades”. 

O júri simulado seguiu o padrão brasileiro, bem diferente do sistema americano mostrado em séries e filmes. Para Jordan, o caso já se tornou importante no Direito, então poder vivenciar isso, mesmo que de forma simulada, tornou a experiência ainda mais emocionante. “Sendo jurado, consegui ter um entendimento mais completo do caso, ouvindo meus colegas como acusação e defesa. Além de ser uma aula, o evento também foi divertido pelas encenações de todos. Foi uma grande experiência”. 

Júlia Pereira e Taís Silveira também são estudantes de Direito na PUCRS e ficaram na plateia durante o júri. Para elas, a experiência foi importante porque nenhuma das duas tinha visto um júri de perto.  

“Eu já sabia que a prática acontecia na PUCRS e foi uma coisa que me empolgou muito. De cara eu quis participar e com certeza foi uma das coisas que mais me motivou a entrar no curso”, enfatizou Júlia.  

Mesmo sendo uma disciplina do primeiro semestre, o professor Alvaro Severo explica que tudo é feito pelos/as estudantes e que seu papel é apenas de auxiliar nas dúvidas. “Fui apenas um orientador, mas quem constrói essa atividade são os/as alunos/as”, finaliza. 

Saiba mais sobre o curso de Direito da PUCRS 

Com 75 anos de tradição, o curso se destaca por seu corpo docente qualificado, suas possibilidades de intercâmbio, e por oferecer aos estudantes diversas oportunidades de empregabilidade com escritórios conveniados. A PUCRS capacita estudantes para atuarem em diversas áreas no Direito, como advocacia privada ou pública, magistratura, entre outros.  

Na Universidade, os/as estudantes também têm a oportunidade de aprender através dos programas de assistência jurídica gratuitos para a comunidade. Mais de 60 mil pessoas já foram beneficiadas pelo atendimento de diferentes esferas, como Direito Civil e Direito do Consumidor. A PUCRS também se destaca por ser o único curso de Direito no Brasil a oferecer dupla diplomação com a Universidade de Parma, na Itália. 

Estude Direito da PUCRS

relações internacionais

Vitor Colombo, aluno do curso de RI, se prepara para fazer intercâmbio na Alemanha. / Foto: Giordano Toldo

Analisar e mediar questões internacionais, atuando perante as transformações políticas, econômicas e sociais do mundo em que vivemos, estão entre as principais funções do profissional de Relações Internacionais. São diferentes as possibilidades de atuação na área, tanto na esfera pública quanto na esfera privada: empresas, organizações governamentais, mercado financeiro buscam profissionais desta área para compor suas equipes. O curso de Relações Internacionais – ou RI, como também é chamado – da Escola de Humanidades, possui uma estrutura transversal em parceria com a Escola de Direito e a Escola de Negócios e prepara os estudantes para enfrentar desafios em diferentes cenários da área, formando profissionais completos e capacitados. 

“O estudante conta com um eixo de formação interdisciplinar com foco em multiculturalidade. Há ainda a formação aberta e a possibilidade de atribuir uma ênfase ao curso por meio das certificações de estudo a serem eleitas por meio dos 24 créditos de disciplinas eletivas. Também vale mencionar que o estudante pode se beneficiar dos editais do programa de mobilidade acadêmica e cursar parte da sua graduação em uma instituição no exterior”, destaca Teresa Cristina Marques, coordenadora do curso da PUCRS. 

A paixão pelos temas das áreas de história, geopolítica e comércio exterior motivou Brendda Lenuzza a ingressar no curso de RI. Hoje, com 21 anos, a jovem cursa o 4º semestre e conta sobre a sua trajetória na Universidade: Comecei minha vida acadêmica cursando Psicologia, também na PUCRS, e quando vi que RI tinha inaugurado, troquei e não poderia estar mais feliz”. 

relações internacionais

Brendda Lenuzza está cursando o 4º semestre do curso de Relações Internacionais. / Foto: Arquivo pessoal

Brendda estudou no Colégio Marista Ipanema, onde se engajou em projetos como a Pastoral Juvenil Marista (PJM), voluntariado, esportes e liderança de turma. “Sempre me identifiquei muito com a Rede Marista e com os valores de Champagnat, então foi automático seguir nela. Além disso, meus avós estudaram na PUCRS e sempre adoraram a Universidade”, diz a estudante. Assim como Brendda, Vitor Colombo (21) participou por anos da PJM e do Grêmio Estudantil (GE), espaços de liderança que, segundo ele, ajudaram a moldar o seu projeto de vida. 

“Essa trajetória me fez buscar o curso de Relações Internacionais como meio de atuação para o enriquecimento da minha compreensão acerca da interculturalidade e das questões que envolvem o âmbito político doméstico e internacional”, destaca. 

Vitor, que está cursando o 6º semestre, faz parte da primeira turma de Relações Internacionais da PUCRS e, em breve, estará realizando uma etapa importante da sua carreira: estudar no exterior.  

“Estou me preparando para passar os próximos seis meses na Universidade de Osnabrück, na Alemanha. Isso graças à Mobilidade Acadêmica, que me permite realizar o semestre em parceria com universidades internacionais”, explica. 

A PUCRS é uma das universidades mais internacionalizadas do País, oferecendo a alunos/as oportunidades de intercâmbios acadêmicos: além do Programa de Mobilidade Acadêmica, o curso de Relações Interacionais passará a oferecer, a partir de 2024, missões anuais de curta duração no exterior. O currículo é dinâmico e conta com disciplinas eletivas e obrigatórias em inglês e espanhol. “O/a aluno/a ainda tem a possibilidade de cursar disciplinas práticas que contam com parceiros externos engajados na promoção de temáticas caras ao curso de RI”, acrescenta a coordenadora.

Entre esses parceiros estão a Organização Internacional para Migrações (OIM) e a Plataforma MigraCidades, que selecionou a PUCRS para uma parceria que vincula disciplinas do curso a um projeto de promoção dos direitos da população refugiada no município de Esteio.  

Por que estudar RI na PUCRS 

As rápidas transformações que vêm ocorrendo no cenário internacional nas últimas décadas, tais como a transição energética, o fortalecimento da China, os conflitos e os grandes fluxos migratórios, impactam diversas dimensões da vida social e do mercado e exigem um profissional dinâmico e preparado para lidar com essas questões. O currículo do curso de Relações Internacionais da PUCRS possui disciplinas divididas em eixos voltados para práticas e para pesquisa aplicada, formando profissionais preparados para um mercado de trabalho complexo e em constante transformação. A atuação dos docentes, que se mantêm constantemente atualizados, é parte fundamental desse processo: 

“Uma parte relevante do corpo docente do curso integra os Programas de Pós-Graduação da instituição, reconhecidos por sua excelência, o que lhes permite contato com especialistas do mundo todo, nas diferentes áreas que contribuem com o campo de Relações Internacionais. É importante destacar que parte do corpo docente são pesquisadores membros de associações científicas da área, com destaque para a Associação Brasileira de Relações Internacionais (ABRI) e Associação Brasileira de Ciência Política (ABCP)”, explica a coordenadora Teresa.  

A professora destaca também os principais espaços de aprendizagem disponíveis para os estudantes, como laboratórios de informática e centros de pesquisa, tendo como exemplo o Centro Brasileiro de Pesquisa em Democracia (CBPD), o PUCRS Data Social, entre outros. Além disso, os estudantes têm a oportunidade de participar de diversas atividades práticas, desde a inserção em grupos de pesquisa à integração em estruturas como o Serviço de Assessoria em Direitos Humanos para Imigrantes e Refugiados (SADHIR), criado pela Escola de Direito e que também acolhe alunos de RI como voluntários.  

relações internacionais

Diferenciais educacionais fizeram com que Vitor escolhesse a PUCRS/ Foto: Giordano Toldo

Ela reforça que esses espaços contribuem de diferentes maneiras para o aprendizado e formação dos alunos. “Ambientes dessa natureza favorecem estratégias de aprendizagem muito importantes, como as minissimulações, por exemplo. Tais ambientes também são mobilizados para as atividades de extensão do curso”, comenta. Uma dessas atividades é a Simulação em Relações Internacionais da PUCRS (SIMULARI), evento aberto ao público externo e protagonizado por alunos do curso, construído a partir do Modelo das Nações Unidas (MUN). 

“Eventos de extensão e atividades práticas, de uma forma geral, possuem o mérito de cultivar e potencializar diversas competências e habilidades ao longo do curso, como análise das relações internacionais, compreensão da conexão entre global e local, desenvolvimento de relacionamentos interculturais, entre outros”, explica a docente. 

Para Vitor, os diversos espaços e oportunidades que o curso oferece são fundamentais para o desenvolvimento dos alunos.  

“Sempre foi meu sonho estudar na PUCRS, principalmente pelo diálogo existente entre estudante e universidade, com um projeto educacional que ultrapassa apenas a formação profissional, mas que permite que os estudantes se desenvolvam como indivíduos”, conta ele. 

Se o que atraiu Brendda para RI da PUCRS foram as temáticas de interesse e o histórico Marista, o que mantém a estudante apaixonada pelo curso são os eventos da área e a atuação próxima dos docentes.

“O que mais me encanta no nosso curso de RI são os professores, sempre em contato direto com a gente, nos conhecem e nos acolhem. O curso é novo, então estamos sempre sugerindo coisas novas e sempre somos bem acolhidos por eles. Também nossos eventos, como a SIMULARI, e outros que estão por vir, que crescem e dão a nossa cara para o curso!”

ESTUDE RELAÇÕES INTERNACIONAIS NA PUCRS