Juana Sancho

Juana Sancho destacou que professor deve ser diretor de cena e não ator de monólogo
Fotos: Camila Cunha

Com as boas-vindas do Reitor Ir. Evilázio Teixeira, do Pró-Reitor de Graduação e Educação Continuada, Ir. Manuir Mentges, e da diretora de Graduação, Adriana Kampff, professores e técnicos administrativos da PUCRS acompanham nesta quarta-feira o Seminário do Desenvolvimento Acadêmico, que reflete sobre a Universidade em Transformação. A conferencista de abertura, Juana Maria Sancho Gil, professora da Universidade de Barcelona, analisou o cenário do ensino superior, seus desafios e instigou os espectadores a construir conhecimento e criar o futuro. Apresentando números impressionantes – em 1996, se publicava 20 milhões de palavras de informações técnicas e mil livros por dia, em 2010, eram 50 milhões de artigos científicos e, em 2017, 3,8 milhões de usuários na internet – indagou: “Se tudo está disponível, por que escuto o professor?”.

Para Juana, muito além de dados, é preciso promover um ensino que trabalhe com situações reais, proponha e resolva problemas, permita a descoberta do mundo na companhia dos outros e seja compartilhado com os demais. “Aprender é pensar coisas sobre as quais não tínhamos refletido ainda”, alertou.

A conferencista destacou que o papel do professor é motivar possíveis conexões. “Nós nos situamos como atores de monólogos. Devemos nos transformar em diretores de cena em que cada personagem tem o seu papel”, comparou. Aponta que aprender requer tempo para reflexão, consolidação e internalização, envolve manifestações físicas e psicológicas, implica um desafio para estruturas e crenças atuais de conhecimento e não está ligado a um tempo ou espaço. “Muito do que se aprende é no bar e não na sala de aula.”

Afirmou que muitos professores repetem o conhecimento já adquirido e não se atualizam. “Por que o currículo tem uma série de disciplinas e não tem outras? Precisamos explorar as áreas de não saber.”

Além da proliferação de informações e tecnologias digitais, Juana indicou como cenário atual das universidades o incremento da demanda de educação superior, exigências do mundo profissional e o (re)descobrimento da educação como negócio, com o avanço de instituições que só visam ao lucro. A conferência contou com mediação de João Batista Harres, coordenador de Ensino da Pró-Reitoria de Graduação e professor da Escola de Ciências.

 

Movimento PUCRS 360°

Ir. Evilázio Teixeira

Reitor afirmou que movimento não é peça publicitária, mas atitude

Na sua fala, o Reitor destacou que o movimento PUCRS 360° não é uma peça publicitária, mas uma atitude. “A grande transformação é acadêmica, o modo como trabalhamos na perspectiva da pesquisa e da aprendizagem”, afirmou. Para o Ir. Evilázio, um dos conceitos fundamentais é oferecer uma educação integral. “Isso não pode ser um clichê. Devemos formar excelentes profissionais e também pessoas mais plenas, engajadas na construção de um mundo melhor.” Dirigindo-se aos professores, destacou a importância da relação com os estudantes.

O Pró-Reitor de Graduação lembrou que este será o primeiro ano letivo da PUCRS com oito escolas. Citou reformas para adequar salas de aula, laboratórios e áreas administrativas, a Rua da Cultura e a preparação do prédio 15 para receber ambientes de convivência, serviços e espaços propícios para dinâmicas pedagógicas inovadoras. Segundo o Reitor, são 12 mil metros quadrados de intervenções.

 

Oficinas e palestras

O seminário incluiu ainda palestras sobre percursos formativos e formação de professores. Tem continuidade nesta quinta-feira, tratando de temas como desafios de uma formação integral, impactos da pesquisa na sociedade e empreendedorismo, além de oficinas sobre uso de vídeos em sala de aula, internacionalização do currículo, metodologia design thinking e excelência no atendimento.