Professores da Escola Politécnica informam procedimentos de segurança antes de tentar ligar equipamentos atingidos pelas águas das enchentes  

É possível recuperar carros e eletrônicos que ficaram submersos nas águas, mas é preciso estar atento. / Foto: Unsplash

As enchentes que causaram estragos em quase todos os municípios do Rio Grande do Sul deixaram milhares de desabrigados, incluindo famílias inteiras, muitos animais de estimação e crianças. Neste momento de calamidade, a PUCRS é um dos abrigos emergenciais em Porto Alegre, com estrutura montada no Parque Esportivo, e seus professores e estudantes se mobilizam para levar ao público informações que possam ajudar. Na Escola Politécnica, pesquisadores se uniram para ensinar como é possível tentar recuperar eletrodomésticos que ficaram submersos em água, assim como carros que foram inundados.  

Antes de tentar ligar qualquer tipo de equipamento ou veículo, é preciso certificar-se de que o item está seco. É muito importante manter desligado, para não correr riscos de choque e nem de estragar o produto. Após seguir os passos abaixo, a melhor alternativa é encaminhar para empresas especializadas que realizam manutenção e assistência técnica de equipamentos eletrônicos, pois contam com profissionais treinados e habilitados para esses procedimentos.  

“Os professores dos diversos cursos da Escola Politécnica se reuniram para pensar em como informar sobre a importância da questão de economizar água. Depois passamos a criar um guia de como proteger equipamentos eletrônicos e mecânicos antes de ligá-los novamente”, explica a professora do curso de Engenharia Mecânica, Karina Ruschel.  

Como armazenar os eletrônicos que pegaram água? 

No caso de contato com água de enchentes, ainda ocorre o acúmulo de sujidades que impedirão seu correto funcionamento. Portanto, antes de ligar o equipamento novamente, deve ser realizada a limpeza dos componentes eletrônicos com álcool isopropílico. O ideal é que esse procedimento seja realizado por um profissional habilitado ou poderá afiliar outros danos ao equipamento. 

É possível salvar alguma coisa dos carros? Sim! Saiba como:

O veículo também irá precisar de uma limpeza interna, como a lavagem dos bancos e estofamentos com produtos apropriados. / Foto: Unsplash

1) Não tentar dar partida no carro alagado

2) Desconectar a bateria

3) Levar em um técnico especializado 

4) A parte interna também precisa de reparos

5) Motor – dentro do capô – é necessário conhecimento técnico sobre motores

6) Módulos, sensores e atuadores

7) Reconectar a bateria – se estiver em bom estado: 

8) Dar partida no motor

A Universidade, por meio de seus centros e laboratórios de pesquisa da Escola Politécnica, está à disposição para outras orientações que sejam necessárias.

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Em mobilização coordenada pelos cursos de Gastronomia e Nutríção, Universidade produz, com o apoio de voluntários, cerca de 1.400 refeições por dia para as vítimas das enchentes abrigadas no Parque Esportivo  

Equipes na cozinha industrial da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS preparando as refeições para os abrigados emergencialmente no Campus Foto: Eduardo Seidl/Famecos PUCRS

As enchentes que causaram estragos em grande parte do Rio Grande do Sul deixaram milhares de desabrigados, incluindo famílias inteiras, animais de estimação e muitas crianças. Neste momento de calamidade, a PUCRS é um dos abrigos emergenciais em Porto Alegre, com estrutura montada no Parque Esportivo. O recebimento de doações está centralizado agora no Prédio 41 da Universidade, assim como a produção de refeições como café da manhã, lanche, almoço e jantar, seguindo as recomendações sanitárias.

Esta força tarefa de alimentação reúne professores, colaboradores, alunos, egressos e voluntários de outras universidades, totalizando cerca de 80 pessoas por dia, divididas em escalas. As refeições são produzidas e supervisionadas pelas professoras coordenadoras dos cursos de Nutrição, Alessandra Pizzato, e Gastronomia, Kátia Rangel Petry, no Laboratório de Ciência e Arte dos Alimentos da Escola de Ciências da Saúde e da Vida. Foi realizada a projeção dos insumos para o planejamento do cardápio, pensando no aproveitamento integral dos alimentos e na disponibilidade dos voluntários.  

“No laboratório, fazemos a produção dos alimentos, de forma colaborativa entre muitas pessoas, e depois encaminhamos para o Parque Esportivo, onde fazemos a organização e distribuição das refeições”, explica a coordenadora Alessandra. 

Os alimentos doados são recebidos e organizados por grupos e é realizada a conferência da validade e qualidade, em conjunto com a equipe da Engenharia de Produção e estudantes do curso de Ciências da Computação. Este processo possibilitou a doação de recursos a outros abrigos que demandam. É importante salientar que não há desperdício de alimento. Na eventualidade de excedente de produção, os alimentos são direcionados para outros abrigos devidamente identificados conforme vigilância sanitária. 

“Ficamos muito sensibilizados aqui nos nossos cursos, porque esta é uma atividade muito solidária, que além de envolver nossos professores e alunos, envolve também a comunidade externa. Além de ser um momento de poder auxiliar as pessoas necessitadas, ainda conseguimos proporcionar aos jovens alunos uma vivência solidária”, ressalta a coordenadora Kátia. 

Café da manhã, lanche, almoço e jantar são preparados no local, seguindo as recomendações sanitárias Foto: Eduardo Seidl/Famecos PUCRS

As professoras da Escola de Ciências da Saúde e da Vida informam que é necessário tomar alguns cuidados na hora de produzir refeições para doação, visando higiene e total aproveitamento dos alimentos. A orientação mais básica é a higiene na manipulação de alimentos, além do uso de EPIs, tanto para os voluntários em cozinhas estruturadas, assim como para as pessoas que estão produzindo marmitas em casa ou estruturas improvisadas.  

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Confira dicas de higiene e aproveitamento de alimentos 

Refeições são preparadas na cozinha industrial da Universidade e encaminhadas pela equipe de transporte até o abrigo emergencial montado no Parque Esportivo da Universidade Foto: Eduardo Seidl/Famecos PUCRS

É importante ressaltar que toda ajuda é bem-vinda, mas é preciso ter um cuidado maior com os alimentos, para não desperdiçar nada em um momento de calamidade como este. Água também continua sendo um item necessário em todos os locais, para consumo e produção de alimentos. E lembre-se, antes de produzir alimentos, combine com o local de destino, para evitar transtornos.