Professores da Escola Politécnica informam procedimentos de segurança antes de tentar ligar equipamentos atingidos pelas águas das enchentes
É possível recuperar carros e eletrônicos que ficaram submersos nas águas, mas é preciso estar atento. / Foto: Unsplash
As enchentes que causaram estragos em quase todos os municípios do Rio Grande do Sul deixaram milhares de desabrigados, incluindo famílias inteiras, muitos animais de estimação e crianças. Neste momento de calamidade, a PUCRS é um dos abrigos emergenciais em Porto Alegre, com estrutura montada no Parque Esportivo, e seus professores e estudantes se mobilizam para levar ao público informações que possam ajudar. Na Escola Politécnica, pesquisadores se uniram para ensinar como é possível tentar recuperar eletrodomésticos que ficaram submersos em água, assim como carros que foram inundados.
Antes de tentar ligar qualquer tipo de equipamento ou veículo, é preciso certificar-se de que o item está seco. É muito importante manter desligado, para não correr riscos de choque e nem de estragar o produto. Após seguir os passos abaixo, a melhor alternativa é encaminhar para empresas especializadas que realizam manutenção e assistência técnica de equipamentos eletrônicos, pois contam com profissionais treinados e habilitados para esses procedimentos.
“Os professores dos diversos cursos da Escola Politécnica se reuniram para pensar em como informar sobre a importância da questão de economizar água. Depois passamos a criar um guia de como proteger equipamentos eletrônicos e mecânicos antes de ligá-los novamente”, explica a professora do curso de Engenharia Mecânica, Karina Ruschel.
No caso de contato com água de enchentes, ainda ocorre o acúmulo de sujidades que impedirão seu correto funcionamento. Portanto, antes de ligar o equipamento novamente, deve ser realizada a limpeza dos componentes eletrônicos com álcool isopropílico. O ideal é que esse procedimento seja realizado por um profissional habilitado ou poderá afiliar outros danos ao equipamento.
O veículo também irá precisar de uma limpeza interna, como a lavagem dos bancos e estofamentos com produtos apropriados. / Foto: Unsplash
A Universidade, por meio de seus centros e laboratórios de pesquisa da Escola Politécnica, está à disposição para outras orientações que sejam necessárias.
William Bonner está no Rio Grande do Sul por conta das enchentes no Estado
Jornal Nacional será transmitido ao vivo da PUCRS – Foto: Mariana Dias
A PUCRS recebe nesta sexta-feira, 10, a transmissão do Jornal Nacional com William Bonner. Desde segunda-feira, o âncora e editor-chefe do JN está no Rio Grande do Sul em função das enchentes no estado.
Nesta tarde, o reitor da PUCRS, Ir. Evilázio Teixeira, o vice-reitor, Ir. Manuir Mentges, o pró-reitor de Identidade Institucional, Ir. Marcelo Bonhemberger, a assessora Comunicação e Marketing, Lidiane Lorenzoni, o Relações Institucionais da Universidade, Solimar dos Santos Amaro, e chefe de gabinete da Reitoria, Alexander Goulart, receberam o apresentador.
“A PUCRS está atuando na linha de frente no apoio às pessoas atingidas pelas fortes chuvas no Rio Grande do Sul. Ter a oportunidade de mostrar o nosso trabalho solidário para todo o país reforça a missão de inspirar ações humanizadas e contribuir para a transformação da sociedade”, destaca Ir. Evilázio.
O Jornal Nacional será ancorado de dentro do Parque Esportivo da PUCRS, um dos abrigos à disposição da comunidade de Porto Alegre e Região Metropolitana. Nos últimos dias, a Universidade tem mobilizado todos os seus esforços para ajudar e acolher as pessoas que estejam em alguma situação de vulnerabilidade. Nossas equipes estão trabalhando para que aqueles que mais precisam recebam suporte urgentemente.
Em mobilização coordenada pelos cursos de Gastronomia e Nutríção, Universidade produz, com o apoio de voluntários, cerca de 1.400 refeições por dia para as vítimas das enchentes abrigadas no Parque Esportivo
Equipes na cozinha industrial da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS preparando as refeições para os abrigados emergencialmente no Campus Foto: Eduardo Seidl/Famecos PUCRS
As enchentes que causaram estragos em grande parte do Rio Grande do Sul deixaram milhares de desabrigados, incluindo famílias inteiras, animais de estimação e muitas crianças. Neste momento de calamidade, a PUCRS é um dos abrigos emergenciais em Porto Alegre, com estrutura montada no Parque Esportivo. O recebimento de doações está centralizado agora no Prédio 41 da Universidade, assim como a produção de refeições como café da manhã, lanche, almoço e jantar, seguindo as recomendações sanitárias.
Esta força tarefa de alimentação reúne professores, colaboradores, alunos, egressos e voluntários de outras universidades, totalizando cerca de 80 pessoas por dia, divididas em escalas. As refeições são produzidas e supervisionadas pelas professoras coordenadoras dos cursos de Nutrição, Alessandra Pizzato, e Gastronomia, Kátia Rangel Petry, no Laboratório de Ciência e Arte dos Alimentos da Escola de Ciências da Saúde e da Vida. Foi realizada a projeção dos insumos para o planejamento do cardápio, pensando no aproveitamento integral dos alimentos e na disponibilidade dos voluntários.
“No laboratório, fazemos a produção dos alimentos, de forma colaborativa entre muitas pessoas, e depois encaminhamos para o Parque Esportivo, onde fazemos a organização e distribuição das refeições”, explica a coordenadora Alessandra.
Os alimentos doados são recebidos e organizados por grupos e é realizada a conferência da validade e qualidade, em conjunto com a equipe da Engenharia de Produção e estudantes do curso de Ciências da Computação. Este processo possibilitou a doação de recursos a outros abrigos que demandam. É importante salientar que não há desperdício de alimento. Na eventualidade de excedente de produção, os alimentos são direcionados para outros abrigos devidamente identificados conforme vigilância sanitária.
“Ficamos muito sensibilizados aqui nos nossos cursos, porque esta é uma atividade muito solidária, que além de envolver nossos professores e alunos, envolve também a comunidade externa. Além de ser um momento de poder auxiliar as pessoas necessitadas, ainda conseguimos proporcionar aos jovens alunos uma vivência solidária”, ressalta a coordenadora Kátia.
Café da manhã, lanche, almoço e jantar são preparados no local, seguindo as recomendações sanitárias Foto: Eduardo Seidl/Famecos PUCRS
As professoras da Escola de Ciências da Saúde e da Vida informam que é necessário tomar alguns cuidados na hora de produzir refeições para doação, visando higiene e total aproveitamento dos alimentos. A orientação mais básica é a higiene na manipulação de alimentos, além do uso de EPIs, tanto para os voluntários em cozinhas estruturadas, assim como para as pessoas que estão produzindo marmitas em casa ou estruturas improvisadas.
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Refeições são preparadas na cozinha industrial da Universidade e encaminhadas pela equipe de transporte até o abrigo emergencial montado no Parque Esportivo da Universidade Foto: Eduardo Seidl/Famecos PUCRS
É importante ressaltar que toda ajuda é bem-vinda, mas é preciso ter um cuidado maior com os alimentos, para não desperdiçar nada em um momento de calamidade como este. Água também continua sendo um item necessário em todos os locais, para consumo e produção de alimentos. E lembre-se, antes de produzir alimentos, combine com o local de destino, para evitar transtornos.
Professora da PUCRS oferece instruções de como se comunicar com as crianças vítimas das enchentes no Estado e grupo de pesquisa faz alerta e orientações sobre riscos de abusos
As enchentes que causaram estragos em grande parte do Rio Grande do Sul deixaram milhares de desabrigados, incluindo famílias inteiras, animais de estimação e muitas crianças. Neste momento de calamidade, a PUCRS é um dos abrigos emergenciais em Porto Alegre, com estrutura montada em seu Parque Esportivo, e recebe e encaminha doações.
Os professores e pesquisadores da Universidade, de diversos campos do conhecimento, se mobilizam para ajudar a disseminar informações corretas e que apoiem que está na linha de frente neste momento: voluntários, jornalistas, agentes públicos, profissionais de saúde e tantas outras áreas. A pesquisadora Andreia Mendes, do Programa de Pós-Graduação em Educação da PUCRS e integrante, Laboratório das Infâncias (LabInf), Núcleo de Estudos e Pesquisa em Infância(s) e Educação Infantil (Nepiei) esclarece dúvidas sobre como se pode interagir de maneira saudável e respeitosa com as crianças.
“A primeira coisa a ser considerada é que as crianças que estão em um abrigo certamente foram diretamente atingidas pela enchente. Isso significa que tiveram suas casas invadidas pelas águas, lama, estragos e podem ter tido inúmeras perdas (materiais, familiares, afetivas). A criança que está abrigada não está ali em uma situação confortável. Elas expressam no olhar inúmeros sentimentos”, explica a professora. No abrigo instalado na PUCRS há uma equipe de voluntários dos cursos de educação física, comunicação, e outras áreas, realizando atividades recreativas e culturais. Há brinquedos e livros à disposição e a partir de hoje (09/05) haverá também sessões diárias de cinema.
Veja como pode ajudar:
A professora ainda reforça que o momento é de escuta ativa e empatia. É preciso entender que os desabrigados passaram por situações de trauma e as crianças têm mais dificuldades de compreensão da complexidade da situação. Ainda reforça que será necessário que as escolas abordem as pautas climáticas e de empatia quando as atividades escolares retornarem.
“Habilidades socioemocionais são pauta da educação básica com ênfase a partir da BNCC (2017), mas isso é só o começo porque não se aprende emoções. Se sente, percebe, reconhece. Se formos sensíveis, seremos capazes de reconhecer nosso papel na sociedade e, quem sabe, as crianças do futuro serão adultos mais sensíveis ao consumo consciente, ao meio ambiente e ao cuidado com o outro”, compartilha Andreia.
Outro ponto que deve ser reconhecido é que crianças neuroatípicas precisam de um olhar mais cuidadoso na interação e é necessário reconhecer que interagem de formas diferentes. Andreia ainda ressalta que crianças neuroatípicas tendem a desorganizar mais em situações estressantes ou em lugares com muito movimento e barulho, e por isso é importante buscar lugares mais isolados ou encaminhá-las, se possível, a abrigos específicos para famílias atípicas.
Crianças e adolescentes se tornam especialmente vulneráveis em contextos de crise e risco, ficando expostas a situação de violência física, sexual e psicológica. Todos têm a responsabilidade compartilhada de protegê-los de quaisquer tipos de violências, abuso, exploração e negligência. Para isso é necessário ter acesso a informações de qualidade e saber como proceder. Confira aqui a cartilha preparada pelo Grupo de Pesquisa Violência, Vulnerabilidade e Intervenções Clínicas da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS.
“Em contextos como o que a gente está vivendo de desastre, essas situações podem se agravar, a vulnerabilidade desses grupos aumenta. Então, é muito importante que organizemos medidas para prevenção. Nesse sentido, estabelecer um monitoramento contínuo das crianças e adolescentes nos locais de acolhimento é fundamental”, ressalta a coordenadora do grupo, Luísa Habigzang.
Violência física
Exemplos: golpes, empurrões, beliscões, tapas, socos, chutes, puxões de cabelo, uso de armas de qualquer natureza, restrição de movimento, entre outros.
Violência psicológica
Exemplos: isolamento social, manipulação, insulto, chantagem, exploração, limitação do direito de ir e vir, violação da sua intimidade ou qualquer outro meio que cause prejuízo à saúde psicológica.
Violência sexual
Caso você esteja atuando como voluntário em um abrigo e identifique ou receba relato de alguma situação de violência, encaminhe o caso para o profissional de saúde ou assistência social que está no plantão.
Acione o Conselho Tutelar mais próximo em funcionamento. Após as 18h, o contato deve ser feito com o Plantão de Atendimento do Conselho Tutelar pelo telefone (51) 991581348.
Em qualquer caso grave de violência, a Polícia Militar deve ser acionada imediatamente por meio do telefone: 190.
“Não é o papel das pessoas que estão atuando nos abrigos fazer uma investigação para checagem de veracidade daquela situação. Ao receber um relato ou ao observar algo que levante a suspeita de uma situação de violência isso deve ser notificado ao conselho tutelar, encaminhado para a brigada militar. Então os órgãos competentes farão a investigação. O nosso papel nos abrigos é a prevenção e o acolhimento das pessoas”, ressalta ainda a coordenadora do Grupo de Pesquisa Violência, Vulnerabilidade e Intervenções Clínicas.
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