Disciplina Empreendedorismo Digita é ofertada pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação, da Escola Politécnica. / Foto: Divulgação Tecnopuc

De que forma as pesquisas desenvolvidas nos programas de pós-graduação da PUCRS podem gerar mais impacto na sociedade?  Essa é a provocação central da disciplina Empreendedorismo Digital: Transformando Conhecimento em Desenvolvimento, ofertada pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação (PPGCC), da Escola Politécnica, mas que pode ser cursada por estudantes de todos os programas de pós-graduação da Universidade.     

Luiz Gustavo Leao Fernandes, diretor de Pós-Graduação da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PROPESQ) explica que acompanhando tendências dos cenários nacional e internacional, os cursos de mestrado e doutorado da PUCRS vêm cada vez mais apresentando oportunidades formativas que aproximem a pesquisa acadêmica da inovação e do empreendedorismo.

“Iniciativas como a disciplina de Empreendedorismo Digital do PPGCC são belas oportunidades de aproximação de diferentes áreas do conhecimento e lançamento de projetos interdisciplinares de empreendedorismo. Juntam-se a esta disciplina outras iniciativas, como o lançamento, em 2023, da possibilidade de os alunos de pós-graduação obterem créditos por atividades de inovação e empreendedorismo durante seus cursos e o Programa Hangar, que oferece a oportunidade para estudantes da pós-graduação stricto sensu aprenderem a transformar suas pesquisas em negócios”, destaca. 

Realizada ao longo de duas semanas durante o mês de janeiro, na modalidade intensiva, a edição de 2024 reuniu mestrandos e doutorandos de quatro programas: Ciência da Computação, Direito, Engenharia e Tecnologia de Materiais e Psicologia. Ministrada pelos professores Jorge Audy e Rafael Prikladnicki, superintendente de inovação e desenvolvimento e assessor da superintendência de inovação e desenvolvimento do Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), respectivamente, a disciplina contou, ainda, com convidados para abordar tópicos específicos.     

Milene Selbach Silveira, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação destaca que oferecer oportunidades de formação sobre inovação e empreendedorismo permite tanto estimular a criação de novos negócios, quanto fomentar atitudes inovadoras e empreendedoras no dia a dia de mestrandos/as e doutorandos/as.

“Além deste foco, que é o cerne da disciplina, as trocas possibilitadas entre estudantes de diferentes áreas do conhecimento são outro fator fundamental. Cada vez mais temos estudantes de outros cursos em nossas disciplinas, trazendo suas vivências sobre o assunto, o que tem proporcionado discussões riquíssimas em sala de aula e oportunidades de realização de trabalhos conjuntos incorporando estes diferentes saberes e perspectivas”, declara.   

Foto: Divulgação Tecnopuc

Longe de ser uma proposta isolada, a disciplina é exemplo das oportunidades que os estudantes da PUCRS têm de vivenciar uma trajetória de inovação e empreendedorismo na Universidade, bem como de transformar seu conhecimento em impacto social positivo. Dentro dessa perspectiva, estão o Track Startup, que integra as sete Escolas da Universidade, o Laboratório Interdisciplinar de Empreendedorismo e Inovação da PUCRS (Idear) e o Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc) com o objetivo de fortalecer o ecossistema de inovação.

A iniciativa envolve disciplinas nos diferentes cursos; eventos – como a Maratona de Inovação e o Tecnopuc Experience; programas, como o Startup Garage; e atendimentos individualizados pelas equipes do IDEAR e do Tecnopuc Startups. Na pós-graduação, destaca-se o Programa Hangar – direcionado a apoiar estudantes na transformação de seus projetos de pesquisa em negócios.      

Sobre as aulas 

Organizada em oito encontros e com carga horária total de 30 horas-aula, a disciplina Empreendedorismo Digital oferece uma imersão no ecossistema de inovação da Universidade. Mesclando aulas teóricas e práticas, os alunos aprendem sobre inovação e conhecem recursos para explorar suas pesquisas sob a ótica do empreendedorismo e do impacto.   

Na aula com a equipe do Tecnopuc Startups, por exemplo, o grupo aprendeu a montar um Lean Canvas – ferramenta de gerenciamento estratégico adaptada do Business Model Canvas para a realidade de startups, e a fazer um pitch – modelo objetivo e rápido de apresentação de negócios, projetos e ideias. Além da abordagem desses assuntos, realizada por Vinícius Becker e Pedro Lunelli, do Tecnopuc Startups, os estudantes tiveram um bate-papo com representantes de duas startups que integram o Tecnopuc: Débora Engelmann, da Whispers, e Julia Couto, da NoHarmAI. Em comum, ambos os negócios foram originados de pesquisas realizadas na Pós-Graduação.   

Também houve uma visita pelo Tecnopuc, guiada por Daniel Laguna, líder de prospecção, na qual o grupo pode conhecer mais a estrutura do Parque, bem como os programas nele desenvolvidos e as empresas integrantes do ecossistema – de startups a corporates. Já no último encontro, os alunos apresentaram seus projetos de pesquisa em um pitch de até cinco minutos, preparado a partir do Lean Canvas por eles preenchido. Uma banca composta por Pedro Lunelli, Gabriele Jeffman e Jéssica Rodrigues, do Tecnopuc Startups, avaliou as apresentações e destacou as conexões que os estudantes conseguiram fazer entre suas pesquisas científicas e a adaptação delas como propostas para o mercado.   

“Criamos essa disciplina após uma provocação e um convite do então coordenador do PPGCC, professor Luiz Gustavo – atual diretor de pós-graduação na PROPESQ. Desde então, sempre nos surpreendemos com a repercussão e o interesse genuíno dos alunos em conectar cada vez mais sua pesquisa com o impacto que ela pode gerar na sociedade. O fato de a cada ano aumentar o número de alunos de diversos programas de pós-graduação da Universidade que se matriculam demonstra o quanto esse tema é importante e necessário. E isso só aumenta a nossa responsabilidade de continuar discutindo inovação, desenvolvimento e impacto na sociedade em todos os níveis de ensino na PUCRS”, avalia Prikladnicki.   

Foto: Giordano Toldo

A avaliação feita pelo grupo de estudantes ao final das aulas vai ao encontro da fala do professor Rafael.

“A disciplina foi extremamente importante para mim, principalmente porque estou no primeiro semestre, ainda definindo o que pesquisarei. Entrei com muitas dúvidas e saio dela com muitas outras perguntas, mas são perguntas muito mais assertivas, que vão me direcionar para o lugar que quero ir. Isso já me ajudou muito. Fora a questão de toda essa mentalidade, desse ecossistema de inovação que a gente vivencia ao longo dessas duas semanas. Isso realmente é enriquecedor e motiva muito para criar coisas novas”, avalia Neverson Santos, que está no início do mestrado em Ciência da Computação.     

Gabriel Hamester, bacharel e mestre em Direito pela PUCRS e doutorando do segundo ano de Direito, compartilha da opinião do colega e destaca a possibilidade que a disciplina deu para os alunos testarem seus problemas de pesquisa de forma aplicável e de se relacionar com estudantes de outras áreas para criar soluções com base em suas descobertas acadêmicas: “Essa disciplina me trouxe certeza daquilo que quero pesquisar e, principalmente, aplicar. E o próprio Parque me dá a oportunidades de construir essa trilha e buscar efetivar esse problema. No meu caso, é um problema que envolve a sociedade e eu preciso buscar parceiros em outras áreas que vão contribuir”, enfatiza.   

Para além da disciplina   

Oferecida desde 2020, a disciplina já teve diferentes formatos: vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação e aberta a todos os pós-graduandos da PUCRS, bem como adaptada para necessidades específicas dos programas das escolas de Negócios, Direito e Medicina. Seus resultados têm sido observados para além dos créditos e desempenhos acadêmicos.   

Júnior César Alves, CEO e founder da Aidron, fez a disciplina enquanto estava no Mestrado em Ciência da Computação. Ele conta que já tinha começado a empreender, mas que as aulas abriram uma série de visões sobre como estruturar o modelo de negócios. Hoje, a startup do Júnior é integrante do Tecnopuc e vinculada ao NAVI – Hub de AI e Ciência de Dados liderado pelo Tecnopuc e pela Wisidea Ventures: “O principal diferencial é o networking que o Tecnopuc proporciona. São iniciativas de fomento nas startups, transcendendo de apenas um local onde me reúno com outros empreendedores. Fora as seções de mentoria que estão sempre dispostos a fazer”, declara o empreendedor.  

FAÇA MESTRADO OU DOUTORADO NA PUCRS

O projeto vencedor foi idealizado pelo Idear em parceria com a Prograd-EAD. / Foto: Gabriela Figueiredo

O projeto “Trilha da Descoberta do Propósito”, criado pelo Laboratório Interdisciplinar de Empreendedorismo de Inovação da PUCRS (Idear) em parceria com a Coordenadoria de Disciplinas Online da Graduação Presencial – CDOGP, venceu a 25ª edição do Prêmio Top Educacional Professor Mário Palmério. A premiação foi promovida pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) e contou com 237 projetos inscritos. O prêmio tem como objetivo divulgar ideias e iniciativas inovadoras em áreas como empreendedorismo e sustentabilidade.  

A trilha da descoberta do propósito foi elaborada por um conjunto de professores de forma interdisciplinar, que, além das professoras Ana Cecília Bisso Nunes e Naira Libermann, incluiu a Coordenadora da CDOGPl  Debora Conforto, a Professora Roberta Motta, a Professora Gabriela Kurtz e a analista Gabriele Carneiro Jeffman, ex-integrantes do IDEAR, assim como Vinicius Rafael Cárcamo, ex-integrante da equipe da CDOGP 

 A professora da Escola de Negócios e coordenadora do curso de Administração Naira Libermann enfatiza que esse prêmio é o reflexo do trabalho realizado na Universidade.  

“Ser agraciada com o Prêmio Top Educacional Professor Mário Palmério, na 25ª edição da ABMES é um reconhecimento singular e uma validação do nosso compromisso com a excelência educacional. Esse distinto prêmio não apenas enaltece a nossa dedicação e paixão pelo ensino, mas também ressalta a importância do trabalho realizado em benefício da formação acadêmica e do desenvolvimento dos nossos estudantes”, pontuou a professora que também é coordenadora acadêmica do Idear.  

O vice-reitor da PUCRS, Ir. Manuir Mengtes, parabenizou toda a equipe pela honraria e encorajou que o projeto continue engajando não só os/as estudantes da Universidade como também seja uma referência em empreendedorismo.  

“Gostaria de parabenizá-los pelo trabalho que vem sendo desenvolvido no IDEAR, pela liderança demonstrada. Sintam-se muito encorajados a cada vez mais engajar as pessoas, pois essa é a tradução da missão e da visão da universidade, em especial no atual ciclo de planejamento estratégico.” 

A Pró-Reitora de Graduação e Educação Continuada, Professora Adriana Kampff, e o Diretor de Graduação, Professor Denizar Melo, também ressaltaram a importância do IDEAR para a Graduação, como o braço que conecta a Educação Empreendedora com o ensino, considerando o empreendedorismo enquanto competência.  

A “Trilha da Descoberta do Propósito” tem como objetivo auxiliar no autoconhecimento e na descoberta do propósito empreendedor dos participantes, além de promover reflexões relacionadas às suas motivações e competências. Consiste em uma trilha online, acessada pela plataforma Moodle, e dividida em cinco fases, cada uma com desafios que estimulam a competência empreendedora do participante, além de incentivá-lo a encontrar suas motivações pessoais. Ele pode percorrer a trajetória em até dois meses, quando e onde quiser.  A coordenadora do Idear, professora Ana Cecília Bisso Nunes, explica que o projeto foi lançado em 2022 e que contou com quase mil pessoas inscritas desde sua criação.  

Os premiados também receberam uma quantia em dinheiro como parte do prêmio. / Foto: Divulgação

“Percebemos que é possível abordar o empreendedorismo de maneira diferente. Em nosso programa, apresentamos o Ikigai, que busca auxiliar o estudante a descobrir seus interesses e competências, o que é também relevante para o mundo, aquilo pelo qual as pessoas estão dispostas a pagar, e sua paixão, além de mostrar como é possível unir todos esses aspectos para criar algo positivo para os outros, não apenas focando em si mesmo. Esse é o propósito da trilha, com uma abordagem leve”.  

Para esse ano, o IDEAR quer “furar a bolha” e conquistar aquelas pessoas que ainda não estão tão familiarizadas com o empreendedorismo e a inovação, olhando para o empreendedorismo como motor de impacto e transformação social. 

“Em 2024 e 2025, nossa missão está na ampliação e transversalização da educação empreendedora para abordar desafios globais e formar líderes de impacto. Adotando uma perspectiva abrangente sobre empreendedorismo, inovação e negócios, buscamos preparar profissionais comprometidos com soluções transformadoras para os problemas do nosso mundo, a partir da colaboração, da sustentabilidade e do compromisso com o futuro da nossa sociedade”, comenta a coordenadora do IDEAR, Profa. Ana Cecília Bisso Nunes 

A coordenadora acadêmica do Idear, Profa. Naira Libermann, explica que alguns estudantes têm mais proximidade com os conceitos do empreendedorismo, mas outros alunos/as não têm tanta afinidade com esses temas. 

“Precisamos cativá-los/as por meio de abordagens lúdicas, pedagógicas e humanistas, que abordem aspectos emocionais e motivacionais, e que promovam vetores que trabalhem no âmago e na causa. Se trabalharmos em projetos contextualizados com a realidade e com impacto, poderemos alcançar esse objetivo. Este é o nosso foco para este ano.” 

Sobre a premiação  

O Prêmio Top Educacional Professor Mário Palmério foi fundado em 1992 e acontece uma vez a cada dois anos. Para participar da premiação é necessário possuir vínculo com alguma instituição de ensino superior, pública ou privada, vinculada ou não à ABMES. Além de receberem um uma bonificação em dinheiro, os/as coordenadores/as das propostas vencedoras também publicam um artigo na edição anual da ABMES Cadernos, lançada em dezembro de 2023. A publicação dá visibilidade ao projeto em outras instituições no Brasil e no exterior.  Além do prêmio para a Trilha da Descoberta do Propósito, a Comissão Julgadora conferiu menções honrosas a outras propostas. Mais informações sobre o prêmio podem ser conferidas no site premiação: abmes.org.br

mestrado e doutorado

Foto: Giordano Toldo

A volta às aulas se aproxima e, com ela, um novo semestre cheio de possibilidades e oportunidades de se aprimorar acadêmica e profissionalmente. A PUCRS possui diversas opções para ajudar você nesse objetivo: internacionalização, empreendedorismo, pesquisa e muito mais. Confira algumas delas: 

Programa Hangar 

O programa é voltado aos doutorandos da PUCRS que tenham interesse em transformar suas pesquisas em negócios, com palestras, workshops, atividades práticas e mentorias. O programa aborda conteúdos como Ecossistema de Inovação, Propriedade Intelectual, Acesso a Capital e Modelo de Negócios. As inscrições podem ser feitas até o dia 8 de agosto. Você pode conferir mais informações aqui. 

Mobilidade acadêmica 

Hora de planejar seus estudos no exterior! Para quem sonha em estudar em outro país, essa é a dica: o Programa de Mobilidade Acadêmica está com inscrições abertas, com 30 opções de universidades em 16 países. O programa permite que você estude em uma instituição conveniada com a PUCRS por até dois semestres – aprendendo um novo idioma, conhecendo de perto uma cultura diferente e aprimorando conhecimentos da sua área. Curtiu? As inscrições vão até o dia 3 e 15 de agosto. 

Mulheres na Ciência 

Estão abertas as inscrições para o I Simpósio Brasil-Reino Unido sobre Mulheres na Ciência. O evento faz parte do projeto Women in Science, financiado pelo British Council, que busca promover a participação feminina nas áreas STEM. Promovido pelas sete universidades envolvidas no projeto (entre elas a PUCRS), o evento ocorre entre os dias 25 e 27 de setembro no Salão de Atos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Saiba mais sobre o simpósio aqui. 

24º Salão de Iniciação Científica 

O 24º Salão de Iniciação Científica da PUCRS, um dos principais eventos de socialização das atividades de pesquisa, também está recebendo inscrições. O evento é um espaço de socialização das atividades de pesquisa envolvendo estudantes da graduação e professores/pesquisadores de diferentes universidades e instituições de pesquisa. A Iniciação Científica busca proporcionar o intercâmbio de conhecimentos e a aprendizagem de métodos de pesquisa. Mais informações você confere aqui. 

XIX Simpósio de Geriatria e Gerontologia 

Focado em atualizar professores e alunos interessados pela área da gerontologia, o XIX Simpósio de Geriatria e Gerontologia acontece nos dias 29 e 30 de setembro, no Teatro do prédio 40 – além do pré-evento que acontece no dia 28. O simpósio debaterá temas como envelhecimento ativo, prevenção e tratamento de doenças geriátricas e qualidade de via na terceira idade. As inscrições podem ser feitas até o dia 28 de setembro aqui.  

Leia também: Veterano/a: confira o que você pode realizar no Campus na reta final da graduação 

Foto: Divulgação

Conectar pesquisas acadêmicas e o ecossistema de empreendedorismo da PUCRS, gerando projetos inovadores e transformando ideias em negócios. Esse é o objetivo do Programa Hangar, realizado pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação e pelo Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc).

As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas até o dia 8 de agosto, neste link. Serão selecionadas até 10 propostas para participarem do Hangar. Ao final do Programa, os projetos serão avaliados por uma equipe interdisciplinar, composta por professores, profissionais do mercado e membros do Tecnopuc. O regulamento completo do Hangar pode ser conferido aqui.

A iniciativa visa despertar o olhar empreendedor de doutorandos dos Programas de Pós-Graduação da PUCRS, oportunizando o contato com palestras e workshops com outros pesquisadores e profissionais de mercado, networking com empreendedores e atividades práticas e mentorias com acompanhamento individual para cada projeto. As atividades acontecem entre os meses de agosto e outubro de 2023. Doutores, mestres e mestrandos vinculados à PUCRS, assim como outros membros, poderão participar das atividades do Programa, desde que façam parte da equipe do projeto submetido pelos/as doutorandos/as.

Conexão entre ciência e sociedade

Para o Diretor de Pós-Graduação da PUCRS, Luiz Gustavo Leão Fernandes, a geração de negócios a partir das pesquisas acadêmicas é uma tendência mundial e estar preparado para entender e atuar em ecossistemas de inovação e empreendedorismo amplia o leque de oportunidades de carreira, preparando para contribuir na transferência de conhecimento para a sociedade.

“O sistema de pós-graduação Stricto Sensu da PUCRS consolidou uma posição de liderança entre os melhores do país conforme o resultado da última avaliação quadrienal da CAPES. Aos estudantes dos nossos Programas é oportunizada uma formação abrangente com destaque para a produção científica de qualidade, a internacionalização, o impacto social e a inovação e empreendedorismo. O Programa Hangar parte para sua segunda edição como uma das nossas iniciativas mais sólidas e destacadas na implantação de uma cultura de inovação e empreendedorismo no nosso ecossistema de pós-graduação e pesquisa. Essa iniciativa abre novas possibilidades de atuação profissional para nossos alunos e egressos, aproximando-os do mercado e consolidando nossa missão de formação de indivíduos com capacidade para geração de impacto positivo na sociedade.”, destaca Fernandes.

Caminhos com foco na inovação

O Hangar é dividido em quatro trilhas com conteúdos e atividades que contribuem para a exploração de oportunidades de mercado a partir da pesquisa dos participantes do Programa. A intenção das trilhas é que o/a pesquisador/a possa conhecer as possibilidades empreendedoras e aplicá-las nas pesquisas.

“Há mais de duas décadas o Tecnopuc atua na integração da comunidade acadêmica com o mercado para o desenvolvimento de soluções inovadoras. A primeira edição do Hangar reuniu pesquisadores de 15 PPGs da PUCRS que, ao longo de 3 meses, exploraram oportunidades de levar a mercado suas pesquisas, por meio de negócios ou produtos inovadores. É com entusiasmo que vivenciamos essa integração cada vez mais ativa, reforçando o propósito de promover a transformação do conhecimento em desenvolvimento através do apoio a geração de spin-offs da pesquisa”, explica a Gestora de Operações e Empreendedorismo do Tecnopuc, Flávia Fiorin.

Sobre as trilhas

Data Etapas
15/08 – terça-feira Encontro de kick-off

Painel: Ecossistemas de Inovação, dados de ciência e inovação no Brasil

22/08 – terça-feira Relacionamento entre ciência e mercado

Modelos de inovação: problemas ciência x indústria

29/08 – terça-feira Propriedade Intelectual, transferência de tecnologia

Modelos societários para spin-offs acadêmicas

05/09 – terça-feira Foco no problema/usuário e modelagem canvas
12/09 – terça-feira Case de sucesso
19/09 – terça-feira  Análise de mercado
26/09 – terça-feira TRL – Nível de maturidade tecnológica
05/10 – quinta-feira Investimento em startups – Tecnopuc Experience
10/10 – terça-feira Estrutura do modelo de negócio de pesquisa e oficina pitch
25/10 – quarta-feira   Banca de pitches: Encerramento –Ecossistema de inovação PUCRS e oportunidades no Tecnopuc

 

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Programas do Tecnopuc formaram mais de 1.400 talentos no último ano

Programa Duxtec é realizado pela Fundações Gerações e pelo Tecnopuc/ Foto: Reprodução Instagram

Uma das frentes do Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc) é a formação de novos talentos na área de tecnologia da informação (TI). As iniciativas de desenvolvimento profissional e social promovidas pelo Parque têm dois objetivos concretos: atender a demanda da área da TI, em especial de desenvolvedores, e promover a inclusão de jovens em situação de vulnerabilidade socioeconômica no mercado.  

De acordo com o estudo Demanda de Talentos em TIC e Estratégia, estima-se que o Brasil tem formado 53 mil pessoas de perfil tecnológico por ano. Entretanto, a pesquisa realizada em dezembro de 2021 pela Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom) mostra que o número não supre a demanda média anual, que é de 159 mil profissionais na área.  

Essa alta procura de mão de obra qualificada e o déficit na formação dos talentos impactam diretamente na geração de novas tecnologias e no ecossistema de inovação como um todo. Diante desse panorama, o Tecnopuc promove, atualmente, seis iniciativas voltadas ao desenvolvimento de talentos na área de Tecnologia da Informação e da Comunicação (TICs) e fomento ao empreendedorismo. Juntas, elas formaram mais de 800 jovens em 2022.

Confira o número de jovens formados pelos programas do Tecnopuc entre 2022 e março de 2023: 

No Tecnopuc, a preocupação com a formação e qualificação de pessoas na área de TI iniciou em 2003, por meio do Centro de Inovação da Microsoft (CI), que formou centenas de jovens em tecnologia. O CI é uma unidade da Escola Politécnica, conectada ao Tecnopuc, e atua em duas frentes principais: projetos de inovação, realizados em parceria com empresas e outras unidades da Universidade, e programas de formação e treinamento, desde cursos de extensão abertos a programas com empresas e outros tipos de organizações.  

Em 2022, o CI atuou em quatro dos programas citados. Nas Aceleradoras Ágil e Inclusiva, o Centro participa desde a sua criação, participando da definição de processos, conteúdos e apoio na execução. No Full Stack Social, atua no apoio logístico e no Dev The Devs o CI administra a parte pedagógica. 

“Desde o início, a missão do Centro de Inovação está intimamente ligada a formação complementar. Tanto de profissionais, nosso foco no início, como de estudantes nos mais diversos níveis de escolaridade. Atuar ativamente em programas como o Dev the Devs e as Aceleradoras, e os programas em parcerias com as empresas, são a concretização desta missão”, complementa Michael Mora, professor da Escola Politécnica e coordenador do Centro de Inovação da PUCRS. 

Programas do Tecnopuc formaram mais de 1.400 talentos no último ano

Full Stack Social atua com jovens de 16 a 22 anos em situação de vulnerabilidade social e que moram próximo à PUCRS/ Foto: Tecnopuc

Quando se trata de programas, as Aceleradoras Ágil e Inclusiva foram as pioneiras, com o protagonismo de empresas globais e nacionais como Thoughtworks, Globo e Sicredi. O projeto tem o objetivo de ensinar os primeiros passos em metodologias e programação ágeis aos jovens e de acelerar o processo de inclusão de grupos sociais mais vulneráveis. Ao longo da jornada de formação, os estudantes são mentorados por representantes das empresas realizadoras que já participaram de edições anteriores e que, além de integrarem essas empresas, colaboram para a formação da nova geração. 

A partir dessa experiência, outras iniciativas foram surgindo. O Apple Developer Academy, integrante do Tecnopuc, iniciou suas atividades no Parque em 2013, em parceria com a Apple e o Instituto Eldorado, com a finalidade de capacitar alunos de variadas áreas para o desenvolvimento de produtos nas plataformas Apple (iOS, iPadOS, watchOS e tvOS). Após cada ciclo concluído, com duração de dois anos, 50 jovens tem a oportunidade de dar sequência aos projetos desenvolvidos a partir de uma formação e experiência empreendedora no Tecnopuc. 

Em conjunto com o Centro Social Marista (Cesmar), foi lançada a primeira edição do Full Stack Social, um curso ancorado na Lei Nacional do Jovem Aprendiz. O programa tem o compromisso de atender jovens em situação de vulnerabilidade social. A formação tem duração de 14 meses e é dividida em duas partes: a primeira é voltada para a formação teórica, com as aulas acontecendo no Tecnopuc; a segunda metade abrange atividades práticas em empresas como a própria PUCRS e a DB, integrante do Parque, que também financia bolsas de jovens durante todo o período. 

Posteriormente, em 2021, nasce o programa DUXTec, que promove o empreendedorismo com impacto social e ambiental. O projeto, realizado em conjunto com a Fundação Gerações, capacitou nove jovens em sua edição piloto, realizada há dois anos. Depois, com a ampliação do formato e das parcerias, o DUXtec beneficiou centenas de participantes de áreas vulneráveis nas principais cidades do Rio Grande do Sul. 

Em um cenário que passou a ser híbrido por conta da pandemia, alguns programas também precisaram se adaptar ao contexto e fazer uso dos ambientes virtuais para continuar. O Dev The Devs, criado em setembro de 2021, surgiu como um programa online que oportuniza aos jovens o acesso a formação.  

Por meio dele, alunos/as tiveram contato com novos conhecimentos sobre conceitos de computação, funcionamento da internet e impacto na programação de sistemas, além de ferramentas e linguagens de programação para desenvolvimento de sistemas para web. No início, o programa era destinado somente a alunos/as da rede pública estadual. Em 2022, houve a ampliação da atuação para Santa Catarina e Paraná. 

O Dev The Devs é uma iniciativa do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) em parceria com o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF). O Programa é desenvolvido pelo Tecnopuc e conta com o apoio das secretarias estaduais de educação do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, com o Sistema Estadual de Parques Tecnológicos do Paraná (Separtec), com a Rede Gaúcha de Ambientes de Inovação (Reginp), o PUCRS Carreiras, ACATE – Associação Catarinense de Tecnologia, HOTMILK | Ecossistema de Inovação PUCPR e a Junior Achievement RS, além de ser uma iniciativa associada ao + PraTI. O programa reúne todos os atores da quádrupla hélice, reunindo Universidade, governo, empresas e sociedade em um mesmo projeto.  

“Em todas as iniciativas, oportunizamos o contato dos estudantes com profissionais e empresas que atuam na área. Ouvimos relatos muito marcantes de jovens que nunca haviam pensado em seguir uma carreira em TI e hoje estão empregados em empresas que os próprios programas apresentaram a eles”, conta Daniela Carrion, community manager do Tecnopuc e coordenadora do Dev The Devs. 

O Programa encerrou 2022 com 455 alunos formados. Em 2023, o Dev The Devs formou 632 estudantes, sendo 345 do Rio Grande do Sul, 134 de Santa Catarina e 153 do Paraná. 

Linha do tempo das iniciativas que auxiliaram na formação em TI no Tecnopuc 

Para Jorge Audy, promover ações de desenvolvimento de talentos e fomento ao empreendedorismo dentro do ecossistema de inovação é missão da PUCRS e do ecossistema de inovação da Universidade. 

“Por meio de diversos programas de formação e capacitação, com importantes parceiros do Tecnopuc, como o BRDE, a Secretaria de Estado de Educação, o Sicredi, a Toughtworks, o Cesmar e a DB, nos últimos dois anos atendemos mais de 4 mil jovens, formando mais de mil jovens em desenvolvimento de software e empreendedorismo, muitos deles atuando em empresas de todo o ecossistema gaúcho. Em 2023, vamos ampliar o foco nestas formações, agregando novos parceiros nacionais e internacionais”, completa Audy.  

Em 19 anos de história, o Tecnopuc construiu uma sólida atuação em pesquisa, desenvolvimento e geração de novos negócios. Com isso, percebeu-se cada vez mais a força do ecossistema em oportunizar e desenvolver novos talentos com o foco em aproximar as demandas do mercado com profissionais capacitados para atuar na área. 

Em 2023, o Tecnopuc lançará o programa TIC em Trilhas em parceria com a Apple e o Instituto Eldorado, dando continuidade aos seus programas de formação e capacitação em Tecnologia da Informação, em especial de desenvolvedores. A ideia é gerar cada vez mais novas oportunidades para jovens que buscam acesso ao mercado de trabalho na área de tecnologia.  

Leia também: Mais 600 jovens recebem certificação do projeto Dev The Devs, em 2023

educação empreendedora, tecnopuc anywhere

Foto: Divulgação Tecnopuc

Com o objetivo de fortalecer o projeto estratégico da PUCRS na área de inovação e empreendedorismo, a Universidade, por meio do seu Parque Científico e Tecnológico (Tecnopuc), lançou um projeto neste ano para modernizar e expandir a atuação do Parque. A ação, denominada Tecnopuc Anywhere, terá sua primeira ação internacional com foco na educação empreendedora.  

A iniciativa será realizada em parceria com a Universidade da Califórnia Irvine (UCI) e inclui a implementação de uma versão conjunta do Beall and Butterworth Product Design Competition, programa de empreendedorismo da UCI. A competição estudantil anual incentiva a criação de novas tecnologias ou soluções para problemas de design atuais com potencial para comercialização. 

Nesta primeira edição, a interação envolverá estudantes da Escola Politécnica da PUCRS e empreendedores do ecossistema Tecnopuc que formarão equipes com estudantes das escolas de Engenharia, Ciências da Informação e da Computação da UCI. Os participantes receberão mentorias realizadas por professores e profissionais do mercado e estarão envolvidos na solução de problemas reais juntos.  

“Os participantes trabalharão em projetos e, ao final, os vencedores receberão um prêmio com a possibilidade de ir ao exterior visitar o outro país. Ou seja, os brasileiros visitarão e conhecerão a UCI e os americanos explorarão a PUCRS e o Tecnopuc”, explica Leandro Pompermaier, gerente de relacionamentos e negócios do Tecnopuc. 

Sobre a competição 

educação empreendedora

Foto: Bruno Todeschini

Um dos benefícios da competição é a troca de experiências e visões diferentes para um mesmo problema ao qual esses alunos serão expostos. Magnus Egerstedt Stacey Nicholas, decano da Escola de Engenharia da UCI, comenta que muitas das maiores questões enfrentadas hoje são de escopo global. 

“Estou muito empolgado com o lançamento desta iniciativa conjunta, pois permitirá que nossos alunos tenham experiências internacionais e formem conexões importantes. Esta iniciativa promove o empreendedorismo sem fronteiras e desafia nossos alunos a pensar e agir globalmente”, afirma MariosPapaefthymiou, decano da DonaldBren Escola de Ciências de Informação e Ciência da Computação da UCI.

Segundo Rafael Chanin, líder do Tecnopuc Startups, a competição contará com mentorias, workshops e palestras de profissionais ligados às duas universidades. Ao final, os participantes apresentarão seus projetos para uma banca em um pitch day. Para Chanin, a ação é uma versão internacional do Startup Garage, o programa de desenvolvimento de negócios do Parque.  

Tecnopuc Anywhere possui duas frentes de atuação, uma voltada para a globalização da educação empreendedora e outra que visa desenvolver negócios globais conectando startups e empreendedores a investidores e empresas de grandes centros, como Estados Unidos e São Paulo.   

Na frente de desenvolvimento de startups, projetos e programas, a proposta é conectar esses empreendimentos com investidores e outras empresas. Assim, essas startups poderão mergulhar no mercado brasileiro e norte-americano. Novas ações no âmbito do Tecnopuc Anywhere irão envolver outras áreas do conhecimento, como a áreas de ciências da vida e da saúde, sociais aplicadas e humanidades. 

Leia também: 10 pesquisadores da PUCRS estão entre os mais influentes do mundo

Trilha da Descoberta do Propósito, Idear, empreendedorismoPara incentivar o desenvolvimento de competências empreendedoras, a PUCRS, por meio do Laboratório Interdisciplinar de Empreendedorismo de Inovação da PUCRS (Idear), está promovendo uma formação gratuita e aberta para todos os públicos, com vagas limitadas. As inscrições podem ser realizadas até o dia 30/09, pelo site.

Esta é uma experiência diferente do que você já viu até agora. Para te ajudar a desenvolver autoconhecimento e descobrir o seu propósito, você criará um personagem (avatar) e irá participar de uma aventura através uma animação dividida em capítulos. Nesta história, você acorda misteriosamente em uma ilha deserta. Você não sabe o que aconteceu e todas as suas lembranças estão fragmentadas. A partir de cada vídeo, você será convidado a responder exercícios de reflexão e autoconhecimento. O objetivo é você encontrar a si mesmo, trabalhando em equipe para conseguir desvendar o mistério e descobrir o seu propósito.

Desenvolvida em parceria com a Coordenadoria de Graduação Online (PROGRAD-EAD), a Trilha da Descoberta do Propósito é uma experiência interativa e inovadora. Em formato de game, a aventura de aprendizado também contar como 20 horas complementares e é aberto ao público, com vagas limitadas. A atividade é online, via Moodle. Você terá até o dia 31 de outubro para realizar, podendo fazer cada etapa no ritmo que desejar.

Participante da primeira edição, Paloma Cogo, aluna do curso de Nutrição da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, destaca que a experiência trouxe novos aprendizados. “Durante a Trilha eu conheci novas ferramentas e tive reflexões importantes sobre o meu perfil como empreendedora. Também tive a oportunidade de aprender sobre como estruturar uma ideia e como montar uma equipe para transformar essa ideia em realidade. Foi uma aventura muito interessante, que eu recomendo”.

Coordenadora do Idear, a professora Naira Libermann ressalta a importância da descoberta do propósito para a trajetória profissional.  “Na Trilha, os participantes passam a refletir sobre como podem se tornar profissionais propositivos e gerar impacto na sociedade. A intenção estratégica dessa ação é que quando falamos de propósito, estamos falando de escolhas. É muito importante que estudantes e profissionais tenham em suas carreiras significados para sua vida pessoal e que possamos formar cidadãos com propósito”. 

Os caminhos  

PUCRS conta com seviços que potencializam competências empreendedoras

Estudantes podem acessar a Trilha forma online, pela plataforma Moodle / Foto: Bruno Todeschini

A Trilha da Descoberta do Propósito acontece de forma online, com acesso pela plataforma Moodle. Dividida em cinco fases, a experiência possui desafios que estimulam o desenvolvimento de competências empreendedoras e a descoberta do que faz seu coração bater mais forte.  

Durante a jornada, você poderá percorrer cada capítulo quando e onde quiser, com até dois meses para concluir o caminho. Além do conteúdo assíncrono, a formação contará com fóruns para bate-papos sobre a experiência, integração entre os/as participantes e esclarecimentos de dúvidas.

Competências empreendedoras

É importante lembrar que empreender não é apenas abrir um negócio, mas sim promover um impacto positivo na sociedade! Empreender é ser capaz de identificar oportunidades e propor soluções, com a criação de produtos, serviços ou projetos para resolver problemas do mundo. A materialização do empreendedorismo pode ser a criação de empresas, Organizações da Sociedade Civil (OSCs) ou projetos de inovação dentro das organizações já existentes. Mas em todas essas possibilidades, a premissa sempre será a mesma: gerar valor para as pessoas e para o mundo. E para isso, desenvolver habilidades é o primeiro passo. 

As competências empreendedoras são uma necessidade cada vez maior em todas as áreas e, para quem quer promover impacto social, conquistar essas habilidades é ainda mais imprescindível. Pensando nisso, a Trilha da Descoberta do Propósito também contribui para o desenvolvimento pessoal de quem busca dar um passo a mais nesse caminho. 

Professora do curso de Psicologia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida e integrante do Idear, Roberta Motta aponta as diferentes competências que poderão ser conquistadas ao longo da jornada.  

“Durante a experiência, serão desenvolvidas a auto-observação, a autonomia, a reflexão e o pensamento crítico sobre atitudes, emoções e comportamentos. Além disso, também será exercitado o trabalho colaborativo a partir da interação com outras pessoas e áreas do conhecimento e planejamento estratégico para alcançar metas e objetivos”, comenta Roberta. 

Sobre o Idear 

O Laboratório Interdisciplinar de Empreendedorismo e Inovação da PUCRS fomenta e sensibiliza estudantes, docentes e a comunidade para o empreendedorismo por meio de atividades, eventos, oficinas e maratonas. 

O Idear incentiva a atitude empreendedora interdisciplinar e da inovação com impacto positivo na sociedade. Fazemos isso reunindo todas as áreas do conhecimento em prol da formação de pessoas que proponham soluções que possam mudar o mundo. 

Leia também: Como tirei uma ideia do papel com os caminhos de Empreendedorismo e Inovação 

coalizão pelo impacto

Lançamento oficial da iniciativa em Porto Alegre ocorreu no Tecnopuc / Foto: Divulgação/Tecnopuc

Com o objetivo de potencializar o trabalho de organizações que estimulam o desenvolvimento de negócios de impacto social, a iniciativa Coalizão pelo Impacto apoiará incubadoras, aceleradoras, parques tecnológicos, hubs de negócios e instituições de ensino superior de todo Brasil. O projeto, lançado oficialmente em Porto Alegre no dia 11 de julho, tem entre as entidades contempladas o Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc). A iniciativa é correalizada pelo Instituto de Cidadania Empresarial (ICE), Instituto Helda Gerdau, Instituto humanize e Somos Um, além de contar com a parceria estratégica da Cosan, Fundação FEAC, Fundação Grupo Boticário, Instituto Sabin e Raia Drogasil.

A Coalizão pelo Impacto tem como meta apoiar cerca de 600 negócios que tenham produtos e serviços voltados para a solução de problemas socioambientais. A proposta é que até 2026 a iniciativa aporte 29 milhões de reais para potencializar os negócios selecionados. Para alcançar a meta, a ação conta com a parceria de instituições e ecossistemas de cidades das cinco regiões do Brasil. Além de Porto Alegre, que conta com o Tecnopuc, Brasília, Fortaleza, Belém, Campinas e Paranaguá também fazem parte do projeto.

De acordo com Célia Cruz, diretora executiva do ICE, a iniciativa nasce pela percepção do crescimento nacional dos ecossistemas de investimentos de negócios de impacto. Apesar disso, a diretora ressalta a falta de ecossistemas bem estruturados para apoiar esses negócios de impacto.

“A Coalizão vai buscar desenvolver seis ecossistemas no Brasil todo, dois na região sul, sendo Porto Alegre a cidade de referência. O valor de 29 milhões de reais é para realizar doações que serão feitas para equipe do Programa e para os dinamizadores do ecossistema envolvido, que são essas organizações que vão apoiar aquele empreendedor que queira empreender em negócios que nascem para resolver problemas sociais. A ideia é que ao final se tenha ecossistemas bem fortalecidos nessas cidades das cinco regiões, que se tenha mais capital, mais empreendedores e mais dinamizadores com marco regulatório melhor para que esses empreendedores possam desenvolver todo o potencial para melhorar o Brasil, por meio de produtos e serviços que resolvam esses problemas sociais”, explica.

coalizão pelo impacto tecnopuc

Foto: Divulgação/Tecnopuc

Estímulo ao ecossistema de inovação em Porto Alegre

Os negócios de impacto buscados pela iniciativa são modelos que possibilitam a resolução de problemas sociais e ambientais. O objetivo é que o projeto complemente as políticas públicas, as ações do terceiro setor e as organizações sem fins lucrativos que realizam serviços públicos. O desenvolvimento desses negócios exige diferentes tipos de apoio, como técnico e financeiro, até que alcancem um modelo economicamente sustentável e entreguem impactos positivos mensuráveis.

Para Fernanda Bombardi, gerente executiva do ICE e coordenadora da Coalizão, o ecossistema empreendedor de inovação de Porto Alegre é uma das referências do País, com a atuação de organizações locais já estruturadas.

“Já chegamos a um grau de maturidade e mobilização dos atores locais muito relevante e maduro, o que traz um ambiente fértil para a inclusão da agenda de investimento de negócios de impacto. Todas as ações que pretendemos fazer são estratégicas e potencializam a atuação da Coalizão em Porto Alegre. Vemos como uma cidade em que o projeto vai decolar e trazer resultados muito relevantes e que podem inspirar outras cidades e regiões do Brasil”, ressalta a gerente executiva do ICE.

No dia 11, além do lançamento da Coalizão, também ocorreu a inauguração da sala destinada à iniciativa. Ao longo da semana, a equipe de coordenação também visitou as instalações do Tecnopuc, como o Impact Plus, além dos ambientes de inovação de Porto Alegre, como o Tecnosinos, o Parque Científico e Tecnológico da UFRGS (Zenit), o Instituto Caldeira e o NAU.

Jorge Audy, superintendente de inovação e desenvolvimento da PUCRS, ressalta o envolvimento do Tecnopuc na ação e destaca a participação de parceiros.

“A Coalizão pelo Impacto é liderada nacionalmente pelo ICE e envolve essa ação de investimento de 29 milhões de reais, parte desse recurso é uma doação de um parceiro nosso que é o Instituto Helda Gerdau, que tem uma sala aqui no Tecnopuc. A Beatriz Johannpeter, diretora, fez parte do aporte desse processo para que Porto Alegre seja uma das cidades do Brasil participantes dessa ação. Para a PUCRS e Tecnopuc é muito importante porque a Coalizão visa fomentar negócios de impacto social e ambiental e isso tem relação com a própria missão da Universidade e os valores institucionais que se refletem no Tecnopuc. Vamos ter a oportunidade de orquestrar uma ação com todo o ecossistema de Porto Alegre para o desenvolvimento de novos negócios de impacto e contar com a parceria do Pacto Alegre e da Reginp”, comenta Audy.

A diretora do Instituto Helda Gerdau, Beatriz Johannpeter, também comenta e destaca a importância da ação para o Instituto. De acordo com ela, o Instituto já nasce para fomentar o empreendedorismo socioambiental no Estado e, por isso, tem muita sinergia com a ação Coalizão pelo Impacto. “A família Gerdau Johannpeter sempre acreditou muito no empreendedorismo e na inovação e agora assume um papel de protagonismo por meio desse projeto. Estamos muito satisfeitos em poder apoiar essa iniciativa do ICE tão bem desenhada e orquestrada em Porto Alegre”.

O secretário municipal de inovação, Luiz Carlos Pinto, também destaca a participação de Porto Alegre na Coalizão pelo Impacto. “Será um marco que vai permitir um grande avanço da cultura e do empreendedorismo de impacto na nossa cidade. Temos certeza que a cidade com sua rede de inovação e seus atores de impacto relevantes, sob liderança do Tecnopuc, poderá ter uma participação qualificada na rede, aportando valor e construindo ações relevantes nacionalmente com apoio do ICE e das demais instituições e cidades da Coalizão”, aponta o secretário.

banritech; inovaçãoUm programa de aceleração gratuito e aberto para startups de todo o Brasil. Esse é o BanriTech, iniciativa do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul), que visa impulsionar o ecossistema de inovação do estado e que, pelo segundo ano consecutivo, conta com o apoio do Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc).  

O projeto é destinado a startups que possuam soluções ou atuem nos segmentos de serviços financeiros, agronegócios, relacionamento com clientes e empresas, eficiência operacional, segurança da informação e governos. O segundo ciclo do programa está com inscrições abertas até o dia 13 de março, no site do BanriTech. 

Em 2021, o programa impactou 30 empresas, gerando conexões com as mais diversas áreas do Banrisul e do ecossistema de inovação. Leandro Pompermaier, gestor de Relacionamentos e Negócios do Tecnopuc e integrante da banca avaliadora do primeiro ciclo do projeto, destaca a qualidade elevada dos participantes. “Isso evidencia que todos os negócios, inclusive as fintechs, devem se preocupar cada vez mais com o impacto que geram na sociedade”.  

Pompermaier participa do programa desde a sua concepção e, com a equipe do Tecnopuc, se orgulha da criação do BanriTech.  

“Com o time do Banrisul, criamos um programa diferenciado e robusto com o foco na aceleração de negócios inovadores. Podemos mostrar como a experiência e o protagonismo na área de inovação do Tecnopuc, aliada ao profundo conhecimento de negócio do Banrisul, podem proporcionar algo de elevado valor para os empreendedores no início das suas jornadas”, destaca. 

Leia também:  

Educação impulsiona Porto Alegre como uma das melhores cidades para empreender no País

Foto: Camila Cunha

Estudar em uma universidade com uma trilha de oportunidades para a formação do perfil empreendedor é ter acesso a possibilidades de construção do próprio futuro. E é com o propósito de gerar novos estímulos para a educação superior por meio da perspectiva dos estudantes que foi criado o Ranking de Universidades Empreendedoras (RUE).  

Em 2021, a PUCRS foi considerada a melhor universidade privada do ranking, ficando em 14ª na posição geral. A votação é realizada pelos próprios estudantes das instituições — neste ano, 24 mil alunos e alunas de todas as regiões do país participaram. Na PUCRS, o caminho do empreendedorismo é chamado de Track Startup: uma série de atividades acadêmicas, eventos e programas criados para que os estudantes desenvolvam ideias, startups e iniciem sua jornada empreendedora.  

O que é ser uma universidade empreendedora? 

Realizado pela Brasil Júnior, instância que representa as empresas juniores brasileiras, o Ranking Universidade Empreendedora avalia uma série de indicadores alocados dentro de seis dimensões: cultura empreendedora, extensão, internacionalização, inovação, infraestrutura e capital financeiro. De acordo com o relatório do RUE, o maior desafio da quarta edição foi adaptar a metodologia para o contexto de Ensino Remoto Emergencial em decorrência da Covid-19. Confira as dimensões em que a PUCRS foi destaque: 

Dimensão Cultura Empreendedora (PUCRS Top 10)

De acordo com a pesquisa, a postura empreendedora, que é também a proatividade para resolver problemas, assumindo riscos e aproveitando as oportunidades, é fundamental para esta dimensão. Outro fator é a participação ativa de discentes e docentes, para que desenvolvam as competências empreendedoras, e que contem com espaços para explorar habilidades e conhecimentos. 

Dimensão Internacionalização (PUCRS Top 3)

O propósito é avaliar a conexão entre a Universidade e o ecossistema internacional, seja oferecendo oportunidades de intercâmbio aos seus alunos, como proporcionando soluções inovadoras através dos estudos e tecnologias desenvolvidas na Universidade. Aliado a isso, o indicador de Parcerias com Universidades Internacionais mensura a oferta de oportunidades de aprendizado tanto para alunos como para professores da Universidade. 

Dimensão Infraestrutura (PUCRS Top 3)

Infraestrutura adequada e de qualidade, favorável à execução e ao desenvolvimento das atividades. A dimensão mensura a percepção dos alunos quanto ao tema e também à aproximação com o Parque Tecnológico local, caso haja e ele esteja em funcionamento. A PUCRS, com um dos maiores parques tecnológicos da América Latina (Tecnopuc), está no top 3 desta dimensão. 

Adriana Kampf, pró-reitora de Graduação e Educação Continuada da Universidade, destaca que a dimensão da inovação e do empreendedorismo estão curricularizados na PUCRS. Ou seja, todos os cursos de graduação contam com disciplinas que abordam aspectos de empreendedorismo e, principalmente, o desenvolvimento de competências empreendedoras.  

“O reconhecimento obtido no Ranking denota o engajamento de professores e estudantes na oferta e no aproveitamento de todas as oportunidades na área que a PUCRS oferece”, sintetiza Adriana. 

A gestora de operações e empreendedorismo do Tecnopuc, Flávia Fiorin, considera o resultado uma consequência da intenção estratégica da Universidade de levar o empreendedorismo para os alunos em diversas dimensões, com oportunidades como programas e eventos. “O melhor é acompanhar os estudantes nessa trajetória e observá-los conhecendo e explorando o universo do empreendedorismo. O que nós queremos é cruzar com os Alumnis aqui no Tecnopuc, desenvolvendo seus negócios, seus sonhos, perto de outras startups e de empresas já consolidadas. As portas estão abertas”, comenta.  

Para Rafael Chanin, líder do Tecnopuc Startups, área do Tecnopuc responsável por apoiar o desenvolvimento de negócios inovadores, “o resultado é consequência de uma série de ações que a Universidade vem explorando nos últimos anos. É muito gratificante colher os frutos do trabalho que estamos realizando”. 

Para inspirar: história empreendedora na graduação 

Universidade empreendedora

Foto: Tecnopuc/Divulgação

João Severo, alumni da Escola de Negócios e Mestrando em Administração e Negócios, participou da trilha e hoje empreende no Tecnopuc, ao lado de outros dois alunos da Escola Politécnica, na startup Creatus, empreendimento para auxiliar parceiros a construírem soluções de base tecnológica personalizadas. Ele garante que o principal motivo que o fez escolher a PUCRS foi pensar em todo ecossistema de oportunidades que teria acesso.  

“Felizmente, o meu curso ofertou uma série de disciplinas de laboratórios com foco em ensinar os alunos o percurso de como tirar uma ideia do papel e colocar em prática, desde a ideação, modelagem e prototipação, até inserção e expansão no mercado. Acabei abraçando as consultorias e mentorias de negócios do Idear e do Tecnopuc, para ajustar o modelo de negócios que construí nas cadeiras da Universidade e paralelamente a isto, fui me inserindo nos eventos de empreendedorismo, como o Torneio Empreendedor e o Startup Garage”.  

Hoje, por conta de toda a trajetória construída na PUCRS, ele tem uma startup de tecnologia no ecossistema do Tecnopuc: “A vivência na PUCRS foi fundamental para o meu desenvolvimento como cidadão e empreendedor, isto graças as pessoas que conheci e as oportunidades que transformaram a minha trajetória”. 

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