O Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) será o primeiro hospital brasileiro a oferecer em nível clínico o Check Lung, uma inteligência artificial que possibilita o rastreamento de câncer de pulmão em estágio inicial e outras doenças. Essa tecnologia foi desenvolvida, dentro do Parque Científico e Tecnológico da PUCRS, pela startup Exper. A avaliação é indicada, principalmente, para pacientes fumantes a partir de 50 anos. Os pacientes do HSL que tiverem interesse poderão submeter seus exames já realizados à tecnologia, sem a necessidade de realizar mais um teste.
A técnica utilizada pelo Check Lung é a tomografia computadorizada de baixa dose, que já demonstrou excelentes resultados em pesquisa com protocolo semelhante nos EUA: em um estudo realizado em 2011 com ex-fumantes de até 74 anos, mais de 20% dos participantes tinham um parente de primeiro grau com câncer de pulmão e o uso da tecnologia para a identificação da doença reduziu em 20,3% a mortalidade por esse tipo de câncer, em comparação com o rastreamento por radiografia simples.
Outras doenças também podem ser rastreadas pela técnica, como a calcificação arterial coronariana (que também é associado ao histórico de tabagismo e à idade avançada do paciente), a osteoporose e o aumento de gordura hepática (ou seja, no fígado).
Segundo Bruno Hochhegger, chefe do Centro de Diagnóstico por Imagem do HSL e fundador da empresa responsável pela tecnologia, o objetivo do rastreamento é identificar pessoas assintomáticas e que ainda não tiveram as doenças diagnosticadas: “Isto significa que, ao descobrir um nódulo pulmonar em fase inicial este poderia ser tratado com intensões curativas, ao contrário de uma doença diagnosticada tardiamente”, ressalta.
Ana Gellati, médica do Serviço de Oncologia do Hospital, reafirma o impacto do rastreamento precoce: “Ter acesso a essa tecnologia é extremamente relevante a doenças do pulmão e outras. Faz toda a diferença, pois isso reduz a mortalidade de uma forma geral”.
A técnica é oferecida no Centro de Diagnóstico por Imagem do Hospital São Lucas por R$ 150,00, valor adicional ao da tomografia. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (51) 3320-3000 ou pelo WhatsApp (51) 98504-6469.
Com objetivo de gerar informações importantes para o combate ao coronavírus e entender a sua provável distribuição no espaço geográfico de Porto Alegre, mais de 50 profissionais da PUCRS, do InsCer e do Hospital São Lucas (HSL) desenvolveram o InCare. A plataforma não substitui a necessidade de atendimento médico, mas visa fornecer uma primeira orientação complementar, pautada em conhecimentos sequenciados de médicos e de agentes de saúde.
A DBServer, empresa sediada no Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), foi a responsável pela criação do site, elaborado com a participação da força-tarefa. A ideia surgiu da necessidade de ajudar as unidades do sistema de saúde, de forma geral. Os dados obtidos pelo InCare poderão auxiliar previamente no mapeamento e análise de suspeitas de contaminação por sexo, idade e sintomas. A avaliação também leva em consideração se os respondentes fizeram alguma viagem recente, o que potencializaria a possibilidade de exposição à Covid-19.
Eduardo Peres, diretor de inovação da DBServer, conta que, quando receberam o convite para contribuir com a iniciativa, não pensaram duas vezes. “No DBLAB aprendemos a transformar dúvidas e incertezas em soluções centradas nas pessoas. E foi com este olhar que nosso time de User Experience se dedicou intensamente para a concepção e implementação do InCare”, ressalta Peres, enfatizando o propósito da empresa em estar no Tecnopuc: viabilizar a construção colaborativa e multidisciplinar de soluções tecnológicas para a sociedade como um todo.
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A iniciativa em si demonstra o poder da cooperação e da interdisciplinaridade, com profissionais de diferentes áreas do conhecimento unidos em prol de um bem maior, que é a preservação da vida, destaca Rafael Prikladnicki, diretor do Tecnopuc e professor da Escola Politécnica da PUCRS. “Em poucos meses, o mundo acelerou um futuro que vinha sendo desenvolvido e a tecnologia teve um papel fundamental nisso tudo. Não apenas nestas transformações, mas também em diversas soluções que tem melhorado o trabalho dos profissionais de saúde no combate à esta pandemia”, acrescenta.
Regis Lahm é professor da Escola de Humanidades da PUCRS e está à frente do projeto. Ele salienta que a plataforma não deve ser utilizada como orientação única, sendo necessário buscar atendimento médico sempre que o respondente achar pertinente.
No site, estão disponíveis informações sobre o que é o coronavírus; quais são e como identificar os sintomas; formas de transmissão; e como se prevenir. Os dados obtidos de forma anônima, cruzados com outros tantos possíveis, resultam em informações importantes para as tomadas de decisões relacionadas à contingência do vírus e a um melhor atendimento.
Mais de 50 profissionais e pesquisadores da PUCRS, incluindo docentes da Escola de Medicina, da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, da Escola de Humanidades, da Escola Politécnica, do Instituto do Cérebro do RS (InsCer), do Parque Científico e Tecnológico (Tecnopuc) e do Hospital São Lucas estão mobilizados na busca de soluções para diferentes questões que envolvem a pandemia do novo Coronavírus (Covid-19).
Participam do grupo responsável pelo projeto do InCare os profissionais Regis Alexandre Lahm, Rafael Prikladnicki, Everton Quadros, Guilherme Brito, Mirian Rosa, Andressa da Silva, Yasmin Noronha, Tatiana do Nascimento Ximenes, Mauricio Portela de Melo e Marcos Vinicius Costa.
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As pessoas que morreram sem causa definida e não traumática no Hospital São Lucas poderão receber a avaliação de um radiologista, que irá realizar intervenção guiada por imagem. O Serviço de Imagem para Verificação de Óbitos (Sivo) é o segundo do País – o primeiro pertence à Universidade de São Paulo.
Na Europa, há disseminação da técnica. Na Áustria, por exemplo, só se faz necropsia com o uso de imagens. O procedimento tem como grande vantagem a rapidez do diagnóstico, evitando expor a família a uma espera mais demorada, explica o coordenador do serviço, radiologista e professor da Escola de Medicina Bruno Hochhegger. Diferentemente de uma biópsia comum, que exige a abertura do crânio e da coluna, também prevê menos intervenção no corpo.
Atualmente, são atendidos só os casos do São Lucas. O médico aciona o Sivo quando não sabe a causa da morte do paciente. São utilizadas ecografia, tomografia e ressonância magnética. Quando possível, a equipe se desloca até o paciente, munida de equipamentos portáteis. Os resultados ficam prontos entre duas e três horas após o falecimento. A família não arca com os custos.
O interesse é ter um diagnóstico final desses pacientes. Alguns casos incluídos tinham doenças não suspeitadas na história clínica, comenta Hochhegger. Está sendo realizado um banco de dados para inspirar futuras pesquisas, demonstrar a eficácia do método e utilizar as informações durante aulas da Escola de Medicina. Até agora, em torno de dez pacientes passaram pelo procedimento. As principais causas de morte foram tuberculose e doenças infecciosas e granulomatosas (imunodeficiência ligada a infecções graves).
O Hospital São Lucas fornece parte da infraestrutura para o Sivo, incluindo o Centro de Diagnóstico por Imagem, e a Escola participa com professores orientadores e residentes de Radiologia, fazendo com que o serviço funcione 24 horas, sete dias por semana.