No Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, é lançado um novo projeto aproximando PUCRS, UFRGS e a King’s College London, do Reino Unido, com o objetivo de incentivar e inspirar mais mulheres na ciência. O avanço da presença feminina nas mais variadas áreas acadêmicas é notável nos últimos anos. Porém, o desafio de uma maior representatividade nas áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM) ainda persiste.
A inclusão de mulheres em STEM faz parte da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável da UNESCO, com uma nova visão sobre questões sociais e econômicas atuais. Da perspectiva científica, a inclusão de mulheres “promove a excelência científica e impulsiona a qualidade dos resultados em STEM, uma vez que abordagens diferentes agregam criatividade, reduzem potenciais vieses, e promovem conhecimento e soluções mais robustas” de acordo com o material disponibilizado no portal oficial da organização.
Financiado pelo British Council, o programa Mulheres na Ciência (Women in Science) busca o fortalecimento de vínculos em torno de mulheres na ciência no Brasil e no Reino Unido nos âmbitos individual e institucional para transformar padrões de influência e fortalecer esquemas de liderança e gênero nas ciências exatas.
O projeto une a King’s College London, PUCRS e UFRGS em um projeto que visa incentivar mulheres e meninas na ciência, além de fornecer mentorias, eventos e oportunidades de desenvolvimento.
Oportunidade é o que define. As áreas STEM representam um dos setores da economia e do mercado de trabalho que mais cresce no mundo. Dados do Bureau of Labor Statistics (EUA) prevê que os negócios de estatística, desenvolvedor de software e matemática crescerão 34%, 31% e 30% até 2026, respectivamente.
Já um estudo conduzido pela Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) aponta que o Brasil deve ter uma demanda por 797 mil profissionais de tecnologia até 2025.
Para promover o desenvolvimento sustentável, impulsionar a inovação, o bem-estar social e o crescimento inclusivo. Empresas com maior diversidade de gênero têm 21% a mais de chances de apresentarem produtividade. Quando há também diversidade étnica, o índice sobe para 33% (dados da consultoria McKinsey and CO, 2O18).
O lançamento oficial do projeto está programado para o mês de abril com a publicação do website que apresentará a trajetória de mulheres cientistas das três instituições, abertura das inscrições para o programa de mentoria e início dos eventos promovidos pelo projeto.
Leia também: Elas valorizam a educação
O Dia Internacional da Mulher foi oficializado pela Organização das Nações Unidas em 1975. Sua origem remonta ao início do século 20, e a data hoje simboliza a luta das mulheres para terem suas condições equiparadas às dos homens no que diz respeito à desigualdade salarial, além do combate ao machismo e à violência.
Sabemos o quanto essa luta pelo protagonismo feminino na sociedade ainda precisa ganhar força em diversas esferas e uma delas é a educação. Para a Pró-Reitora de Graduação e Educação Continuada da PUCRS, Adriana Kampff, a educação deve ser trabalhada como um dos fatores que vai motivar as meninas, adolescentes e mulheres a seguirem buscando seus espaços de protagonismo na sociedade.
“A educação transforma realidades individuais, mas, sobretudo, transforma sociedades. O mundo ainda é marcado por grandes desigualdades de gênero, restringindo, em muitas culturas, as possibilidades de desenvolvimento e atuação feminina. Felizmente, no Brasil, a educação tem criado espaços igualitários de desenvolvimento e, progressivamente, barreiras culturais antiquadas e sem razão de ser têm sido derrubadas. Hoje, nos cursos de graduação, predominam as pessoas do sexo feminino”, destaca.
Nessa mesma linha, o Papa Francisco traz a temática como um dos pontos de atenção do Pacto Educativo Global: favorecer a plena participação das meninas e adolescentes na formação integral. A partir de tantas realidades de discriminação, violência contra a mulher e falta de oportunidades, o Papa reforçou em sua mensagem enviada para o Fórum das Mulheres, em 2021, em Milão, o quanto a educação pode ser o fio condutor que irá oportunizar uma sociedade em que as mulheres possam se desenvolver plenamente. Segundo a mensagem do pontífice, as meninas e jovens de todos os países devem receber uma formação de qualidade: “de modo que possam desenvolver o próprio potencial e os próprios talentos e fazer a sua parte para o progresso de sociedades coesas”, afirmou.
Enquanto maristas, também acreditamos que a educação é uma forma de oportunizar um futuro mais digno e justo para as mulheres. Somos uma instituição que gera oportunidades para as meninas, jovens e mulheres que estão em nossos espaços.
No ensino básico, a Rede Marista tem 49,36% de estudantes e educandas matriculadas em nossos Colégios e Unidades Sociais. Na PUCRS, o número de mulheres na graduação era de 48,9% no segundo semestre de 2021. Ampliando o olhar para o quadro de colaboradoras em nível de Brasil Marista, composto por mais duas unidades administrativas além da nossa, há 63,1% de mulheres empregadas em nossa missão, totalizando mais de 17 mil postos de trabalho.
No cenário da educação superior e do mercado de trabalho, ainda é preciso romper a barreira de termos mais mulheres graduadas, porém nem sempre são elas que conquistam as vagas de emprego. É o que destaca o relatório Education at Glance de 2019, que aponta como pistas delineadas para explicar essas disparidades as áreas do conhecimento escolhidas e respectivas empregabilidades e rendas diferentes, a progressão de carreira, os tipos de contratos estabelecidos e os impactos da vida familiar na ascensão profissional.
“Na medida em que as mulheres têm maior escolarização, se tornam mais independentes, planejam suas carreiras e suas famílias”, comenta Adriana Kampff. “Em espaços que eram antes predominantemente ocupados por homens, como a pesquisa, a gestão e a política, o número de mulheres cresce a cada dia. Ainda há espaço para crescimento em muitas áreas de atuação, o que, na minha opinião, é só uma questão de tempo”, afirma.
Na área de pesquisa, a presença feminina teve um avanço nos últimos anos nas mais variadas áreas do conhecimento. Mesmo assim, os dados mundiais apresentados pela Unesco, em 2020, apontam que apenas 30% dos cientistas são mulheres.
Para a coordenadora do Centro de Pesquisa e Investigação Clínica do Instituto do Cérebro (InsCer), Magda Lahorgue Nunes, esse cenário continua sendo um reflexo do período em que as mulheres só tinham espaço de trabalho e formação em outras áreas distintas do ramo científico.
“A ciência é uma área que necessita de uma dedicação muito grande, em tempo integral: pesquisar, procurar recursos, orientar alunos, dar aula, publicar. A questão da dupla jornada a que as mulheres ainda são expostas como cuidar da casa, dos filhos, são barreiras que impedem a dedicação exclusiva”, avalia.
Segundo ela, a presença feminina no ambiente de pesquisa traz diversidade de olhares para a academia, e os benefícios são imensuráveis. Quando reflete sobre os desafios, mais do que as questões de equidade de oportunidades para as mulheres, nesse espaço, a falta de incentivos para a realização de estudos é o que mais preocupa: “precisamos de editais, de bolsas e de auxílio para poder colocar as nossas ideias de pesquisa em práticas e transformar isso em resultados para o bem da população em geral, não só em saúde, mas em todas as áreas que abrangem as ciências”, avalia.
Como uma forma de incentivar o protagonismo feminino na ciência, a PUCRS desenvolve diferentes atividades, conheça algumas delas neste link. Entre esses projetos, está o Programa Mulheres na Computação, uma parceria entre a Universidade e a empresa Poatek.
Com o projeto, as estudantes recebem uma bolsa de estágio nos grupos de pesquisa e orientação de professores do PPG em Ciência da Computação. Atualmente, cinco meninas participam do programa e têm acesso à área de pesquisa, trabalham com estudantes de mestrado e doutorado e participam de publicações, desenvolvimentos avançados e inovadores.
Para Jenniffer Bittencourt, de 24 anos, participar do programa é uma oportunidade de realizar seus sonhos e inspirar outras meninas. “Quando fiquei sabendo do projeto, achei a ideia super incrível, primeiro por ser uma bolsa 100% gratuita, segundo por ser apenas para mulheres. As pessoas têm em mente que a área da tecnologia é feita apenas por homens. Quando comecei a participar das etapas e vi o tanto de mulheres inscritas fiquei muito feliz!”, relata.
O desejo da estudante é que oportunidades como essa se multipliquem e que outras mulheres também se empoderem por meio do conhecimento.
“Pretendo sempre ser uma inspiração para as novas gurias que estão entrando e queria dizer para todas que têm esse sonho que a área de exatas não é uma área para homens ou feita por homens, é uma área na qual nós somos cada vez mais protagonistas, nós também conseguimos e vamos além, levamos outras mulheres conosco”, avalia Jenniffer.
Nossas estudantes e educandas sonham com uma sociedade que valorize as juventudes em sua integralidade e abram oportunidades para que meninas e meninos sejam protagonistas do seu futuro.
Na pesquisa Vamos falar sobre Ensino Médio?, as estudantes reforçam como se sentem vivendo a sua juventude em nosso contexto social. “Às vezes, as pessoas acham que, por sermos jovens adolescentes, a gente é menos gente que as pessoas adultas. Tem também aquela visão de que temos que aproveitar agora porque no futuro não vai dar. Mas, sabe, a gente tem que ter uma ideia de que vai dar e que, se tudo der certo, você vai poder aproveitar durante a vida inteira”, avalia uma das participantes da pesquisa.
Para elas, a convivência com as educadoras é uma forma de inspiração para traçar os seus próprios projetos de vida. “Tem alguns professores que eu vejo como imagem, como eu quero ser, como a professora de biologia. Eu quero ser essa mulher quando crescer”, avalia.
O mesmo sentimento é reforçado pelas famílias quando pensam em formas de contribuir para a formação integral das meninas. “Precisamos oferecer um ambiente seguro, acolhedor, em que elas tenham exemplos de mulheres reais e, acima de tudo, saibam que ser mulher não é um fator limitante de suas potencialidades”, avalia Karina Agra, mãe de estudante marista.
Sendo a educação a nossa principal missão, a celebração do Dia Internacional da Mulher também está ancorada em ações que ofereçam formação e qualificação para elas.
No dia 8, às 11h, o Parque Científico e Tecnológico da PUCRS promove o Tecnopuc Talks com o tema Ciência&Negócios: existe um segredo para trilhar este caminho?
No bate-papo, quatro painelistas irão dialogar sobre suas trajetórias como cientistas e empreendedoras com a mediação da Pró-Reitora de Graduação e Educação Continuada da PUCRS, Adriana Kampff. O evento será híbrido: online, com transmissão ao vivo no Youtube da PUCRS, e presencial, com número restrito de participantes. Saiba mais no link de inscrição.
Neste ano, a ONU Mulheres destacou como tema para o dia 8 de março Mulheres na liderança: alcançando um futuro igual em um mundo de Covid-19. A iniciativa ressalta a atuação na linha de frente em diversas áreas e a importância da ampla participação delas para a recuperação diante da pandemia.
Segundo a ONU, os países de maior sucesso no combate à Covid-19 são chefiados por mulheres. São exemplos desse combate nações como Dinamarca, Etiópia, Finlândia, Alemanha, Islândia, Nova Zelândia e Eslováquia. As governantes desses países foram reconhecidas pela eficácia na resposta à sua saúde e aos impactos socioeconômicos causados pela pandemia, além de transmitirem para a população informações de baseadas na ciência. Porém, apenas 20 países em todo o mundo são governados por mulheres, o que representa cerca de 10% das nações.
Vice-diretora do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer) e professora da Escola de Medicina da PUCRS, a médica Magda Nunes lidera um estudo sobre os impactos do confinamento domiciliar no sono de crianças e adultos. A pesquisa faz parte de uma força-tarefa multidisciplinar da Universidade para o enfrentamento da Covid-19, que reúne mais de 50 profissionais e pesquisadores de diversas áreas na busca por soluções envolvendo a pandemia.
De acordo com o estudo conduzido por ela, cerca de 50% das crianças de 0 a 3 anos e 27% das crianças de 4 a 12 anos apresentaram alterações no sono durante a pandemia, como dificuldades para dormir ou permanecer dormindo. Iniciada em abril de 2020, a pesquisa segue em andamento e está analisando os dados de outras faixas etárias.
Leia também: Crianças enfrentam mais dificuldades para dormir durante a pandemia
“Eu acho que a melhor maneira de incentivar outras mulheres é através do exemplo de ética e de integridade na profissão”, destaca Magda, que também é membro do Serviço de Neurologia do Hospital São Lucas da PUCRS (HSL), atuando nas áreas de Neurologia Infantil e Neurofisiologia Clínica-Medicina do Sono.
Médica, pesquisadora, professora e vice-diretora do InsCer, Magda aponta que as mulheres podem ocupar diversos espaços e conquistarem seus sonhos. “Vocês têm que sonhar, sonhar muito, mas também correr atrás dos seus sonhos para que eles se transformem em realidade”, comenta.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), durante o confinamento domiciliar causado pela pandemia de Covid-19 houve aumento no número de casos de violência contra crianças, adolescentes e mulheres em vários países.
Coordenado por Luísa Habigzang, professora e pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, o grupo de pesquisa em Violência, Vulnerabilidade e Intervenções Clínicas (GPeVViC) lançou em abril de 2020 a cartilha de orientação Isolamento durante a Covid-19 e violência dentro de casa.
A professora aponta que o objetivo da cartilha é auxiliar as pessoas a identificar situações de violência, compreender os efeitos para saúde e qualidade de vida e acessar serviços que possam auxiliar em termos de proteção e atendimento.
Leia também: Cartilha aborda consequências do isolamento e a violência doméstica
“Nós, mulheres da PUCRS, sabemos bem do nosso compromisso científico e social e estamos engajadas em romper estigmas e estereótipos que possam de alguma forma limitar a liberdade e a dignidade de meninas e mulheres em toda sua diversidade, considerando identidade de gênero, orientação sexual, raça, idade, escolaridade ou nível socioeconômico. Nosso trabalho deve contribuir para transformar a vida de todas nós”, ressalta Luísa.
Para ela, existem diversas frentes pelas quais é possível atuar para tornar a sociedade um espaço melhor para as meninas e mulheres. A professora também destaca a importância da pesquisa como uma entrega social. “Nossas pesquisas podem subsidiar políticas públicas para promover a garantia de direitos, a equidade de gênero e o enfrentamento efetivo de qualquer tipo de discriminação ou violência baseada em gênero”.
Com o propósito de melhorar a qualidade de vida de mulheres durante a gravidez, a startup 9 Ciclos busca ampliar o vínculo entre os profissionais da saúde e as gestantes, favorecendo a adesão ao pré-natal e tornando o processo da anamnese gestacional (exame que avalia a evolução da gravidez) mais confortável e menos intrusivo. Desenvolvida por Débora dos Santos, estudante do curso de Enfermagem da PUCRS, a startup foi um dos destaques do Torneio Empreendedor 2019, realizado pelo Laboratório Interdisciplinar de Empreendedorismo e Inovação da PUCRS (Idear).
“As mulheres podem e devem desenvolver suas ideias e projetos, pois a PUCRS tem um ecossistema que apoia esse desenvolvimento. Empatia e humanidade são fundamentais para fazer a diferença na sociedade e, ao expressarmos essas características, se torna natural a transformação e inspiração na realidade de outras mulheres”, comenta Débora.
Entre as motivações para a criação da 9 Ciclos, estão os números ligados à gravidez. Dados divulgados pela OMS apontam que diariamente cerca de 830 mulheres morrem no mundo por causas evitáveis relacionadas à gestação e ao parto. A Organização Mundial da Saúde também estima que, anualmente, aproximadamente 30 milhões de bebês nascem prematuros, com baixo peso ou adoecem nos primeiros dias de vida. No Brasil, os dados mais recentes revelam que quase um terço das gestantes (32,2%) não tiveram a quantidade mínima de consultas pré-natais recomendadas pelo Ministério da Saúde.
Ao longo de março, em comemoração ao Mês Mulher, uma série de reportagens está ressaltando a trajetória e as contribuições de algumas das mulheres que fazem parte da PUCRS. Leia mais sobre a participação delas na pesquisa científica e na cultura.
Independente da forma de atuação, o nosso respeito, carinho e agradecimento são direcionados para todas as diversas mulheres da Universidade. Você também pode contribuir para homenageá-las deixando sua mensagem na caixinha dos stories do perfil da PUCRS no Instagram (@pucrs).
Ao longo de março, em comemoração ao Mês Mulher, uma série de reportagens está ressaltando a trajetória e as contribuições de algumas das mulheres que fazem parte da PUCRS. A primeira matéria da série destacou os trabalhos de empoderamento e luta das pesquisadoras Izete Bagolin e Patrícia Grossi. Leia mais neste link.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o País possui cerca de 445 mil mulheres declaradas indígenas. Elas são pertencentes a mais de 305 diferentes etnias, com 274 línguas faladas. O total da população indígena, porém, pode ser muito maior. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2019 apontou que 46,8% dos brasileiros se declaram como pardos e 1,1% como amarelos ou indígenas.
Para a escritora e pesquisadora de literatura indígena Julie Dorrico, reconhecer a ancestralidade é um passo essencial para a formação da identidade. Doutoranda em Teoria da Literatura no Programa de Pós–Graduação em Letras da PUCRS, ela é autora do livro Eu Sou Macuxi e outras histórias (Caos e Letras, 2019), vencedor do Prêmio Tamoios de Textos de Escritores Indígenas em 2019. Na obra, Julie resgata memórias ancestrais e contemporâneas dos Macuxi – povo indígena que habita principalmente a região de fronteira entre o Brasil e a Guiana –, etnia a qual a escritora descobriu pertencer apenas aos 26 anos.
“Acredito que as mulheres que fazem parte da PUCRS podem transformar ou inspirar a realidade de outras mulheres compartilhando um pouco as suas trajetórias, as suas lutas e, principalmente, tentando compreender a sua identidade e a sua ancestralidade. Isso diz muito sobre nós e acaba revelando o que vamos fazer no futuro”, comenta Julie.
Buscando promover a diversidade cultural e gerar espaços, a escritora é idealizadora da página Leia Mulheres Indígenas (@leiamulheresindigenas), que divulga obras de mulheres pertencentes as diferentes etnias, e do canal Literatura Indígena Contemporânea no YouTube.
Estimular a sensibilização e a escuta de artistas mulheres. Esse é um dos objetivos do Projeto Concha, criado e gerenciado pela produtora cultural Alice Castiel. Com mais de dois anos de vida, o Concha já recebeu artistas como Letrux, Juçara Marçal, Luedji Luna, Xenia França e Maria Beraldo, além de trabalhar diretamente com artistas da cena local e promover oficinas profissionalizantes na área artística. Formada no curso de Produção Audiovisual da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos, Alice destaca que a arte como um lugar de fala e expressão.
“Eu acredito na arte como instrumento de transformação social, principalmente na vida de mulheres. Porque na arte a gente coloca a nossa visão, o nosso olhar, o nosso discurso. E é isso que as mulheres precisam: ter um lugar para falar, para se expressar, para mostrar o que sentem”, ressalta Alice.
Em 2020, o Projeto Concha e a PUCRS Cultura lançaram a plataforma Ensaios de Morar. A iniciativa transformou 14 poemas de Ana Martins Marques em produções audiovisuais feitas por artistas mulheres do Rio Grande do Sul. Curadora do Ensaios de Morar, Alice ressalta a concepção da ação surgiu a partir da admiração pela poesia de Ana Martins. “Lendo os textos e versos, apareceu a vontade de ouvir algumas dessas escritas vindas de outras vozes, entoadas em outros ritmos talvez em uma busca incessante por proximidades que só são possíveis através da arte”, conta.
Independente da forma de atuação, o nosso respeito, carinho e agradecimento são direcionados para todas as diversas mulheres da Universidade. Você também pode contribuir para homenageá-las deixando sua mensagem na caixinha dos stories do perfil da PUCRS no Instagram (@pucrs).
Elas chefiam famílias, empresas e países. Elas aprendem, ensinam e pesquisam. Elas geram vidas, conhecimento e soluções. Elas trabalham, cuidam e inovam. E, por serem tantas e tão diversas, jamais caberiam apenas em uma data. Neste 8 de março, a PUCRS inicia um mês em homenagem a todas as mulheres contando parte da história e da contribuição de algumas delas que inspiram, transformam e impactam a realidade de muitas outras.
Instituído em 1975 pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Dia Internacional da Mulher marca as lutas e conquistas na busca por igualdade de direitos e equidade de gênero em todos os âmbitos sociais. Empoderar mulheres que fazem a diferença para outras mulheres é fortalecer não só a elas, mas à toda sociedade.
A cada segunda-feira de março, a PUCRS trará em seus canais um recorte da trajetória de algumas mulheres que representam as muitas pesquisadoras, professoras, alunas, colaboradoras e gestoras que fazem parte da Universidade. Ao longo do mês, uma série de matérias contará parte da contribuição delas em áreas como a pesquisa científica, a promoção da saúde e da cultura. Independente da forma de atuação, o nosso respeito, carinho e agradecimento são direcionados para todas as diversas mulheres!
Leia também: Dia Internacional da Igualdade Feminina marca a luta por direitos e espaços
O protagonismo da mulher na sociedade ainda enfrenta barreiras sociais como a violência, a desigualdade de salários e a sobrecarga de trabalhos domésticos não remunerados. De acordo com a Síntese de Indicadores Sociais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) as mulheres realizam três vezes mais trabalhos domésticos que os homens.
Apesar do excesso de jornadas de trabalho, são elas que conseguem gerar maior bem-estar para as famílias. De acordo com um estudo desenvolvido pela professora e pesquisadora da Escola de Negócios da PUCRS Izete Bagolin, as mulheres chefes de lares de famílias de baixa renda conseguem apresentar um melhor Indicador Multidimensional de Bem-Estar (Imbe).
O Imbe foi desenvolvido por Izete, com uma metodologia inspirada no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). A pesquisadora analisou condições envolvendo saúde, estilo de vida e felicidade, considerando que os indicadores variam da renda à satisfação com determinados aspectos da vida.
Leia mais: Famílias de baixa renda lideradas por mulheres vivem melhor
Docente titular do Programa de Pós-Graduação em Economia do Desenvolvimento, Izete se dedica à pesquisa científica nas áreas de Economia da Pobreza, Desigualdade, Abordagem das Capacitações, Educação e Desenvolvimento Humano. Para a pesquisadora, a atuação científica pode inspirar outras mulheres.
“Acredito que podemos gerar inspiração de forma explícita e intencional, por meio das pesquisas e projetos desenvolvidos, ou movimentos, redes e organizações que participamos. Mas também podemos ser inspiração de forma não intencional, pelo exemplo de atuação, de dedicação, de produção acadêmica e de empatia. Ambas as formas são valorosas e a Universidade é um ambiente propício para isso”, destaca.
A pesquisadora também comenta sobre a importância de redes que fortaleçam, empoderem e deem visibilidade para o trabalho e a produção das mulheres em áreas que historicamente predominam homens, como é o caso da economia. “Com o passar do tempo, fui percebendo que as estudantes, tanto da graduação quanto da pós-graduação, manifestavam algumas das mesmas angústias e necessidades que eu tinha vivido na minha trajetória acadêmica. A partir disso, fui me tornando mais atenta e mais ativa. No ano passado, junto com alunas, ex-alunas e colegas de outras instituições, nós criamos uma rede chamada Conexão Mulheres e Economia. A iniciativa tem o objetivo de dar visibilidade ao trabalho das economistas, ser um espaço de compartilhamento de conteúdo, de experiências, de informações, e fortalecimento da profissão”, ressalta Izete.
Uma das populações mais vulneráveis na sociedade brasileira, 75% da comunidade quilombola vive em situação de extrema pobreza, segundo o Ministério do Desenvolvimento Social. Dados da Fundação Palmares ainda destacam que 76% da população dessas comunidades não dispõem de coleta de esgoto, 63% vivem em casas com piso de terra batida, 62% não têm acesso a água encanada e 24% não sabem ler e escrever.
O projeto de pesquisa Mulheres quilombolas e acesso aos direitos de cidadania: desafios para as políticas públicas, desenvolvido pelo Grupo de Estudos e Pesquisa em Violência (NEPEVI) e coordenado pela professora e pesquisadora da Escola de Humanidades da PUCRS Patrícia Grossi, propõe estratégias de enfrentamento frente à violação de direitos de cidadania a partir da perspectiva das mulheres quilombolas.
Além de artigos sobre diferentes perspectivas do tema, o projeto desenvolveu o App Quilombola, aplicativo com guia de políticas públicas para ampliação de acesso aos direitos de cidadania e promoção de equidade de gênero em quilombos de Porto Alegre e da região metropolitana.
Professora do Programa de Pós-Graduação em Serviço Social, Patrícia concentra seus estudos nas áreas de violência de gênero e políticas públicas, as interseccionalidades de gênero, raça/etnia, classe social e geração; violência contra idosos, violência nas escolas, bullying, práticas restaurativas e cultura de paz.
Para a pesquisadora, o trabalho e a ação das docentes podem inspirar a trajetória de muitas mulheres. “Nós, como professoras da PUCRS, podemos contribuir para que nossas estudantes se sintam acolhidas, respeitadas em suas singularidades. Isso também favorece que elas possam acreditar no próprio potencial para alcançar seus objetivos e metas, enfrentando os medos e desafios e praticando o verbo esperançar, como nos ensina o Paulo Freire”, afirma Patrícia.
Alguma mulher que atua na Universidade te inspira? Deixe sua mensagem de carinho para ela na caixinha dos stories do perfil da PUCRS no Instagram (@pucrs).
Em alusão ao Dia Internacional da Mulher, o Parque Esportivo da PUCRS reuniu professores da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, que prepararam uma aula especial de ritmos para elas. O evento, que é aberto à comunidade em geral, acontece no dia 9 de março às 18h30, na Sala de Ginástica do Parque (Av. Ipiranga, 6690 – Partenon).
Trazendo a modalidade que mescla dança com movimentos da ginástica, as aulas têm como objetivo desenvolver o condicionamento cardiovascular e a coordenação motora num ambiente agradável. Entre os principais ritmos estão: axé, hip hop e funk. A sessão possui estimativa de 30 a 45 minutos de duração. Conheça os três dos principais benefícios da atividade, segundo especialistas da área:
O Dia Internacional da Mulher é uma data oficializada pela Organização das Nações Unidas (ONU) na década de 1970. A mesma, simboliza a luta feminina histórica para terem suas condições equiparadas às dos homens. Inicialmente, essa data remetia à reivindicação por igualdade salarial, mas, atualmente, simboliza a luta das mulheres não apenas contra a desigualdade salarial, mas também contra o machismo e a violência.