Equipe da Aquiris traz o primeiro estúdio da Epic Games para o Tecnopuc/ Foto: Reprodução

A Aquiris, um dos principais estúdios de desenvolvimento de jogos da América Latina, integrante do Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), foi adquirida pela Epic Games, criadora do Fortnite. A Aquiris será a base da Epic Games Brasil, o primeiro estúdio da Epic na América Latina. 

“A Aquiris é, indiscutivelmente, uma das representações mais significativas da potência dos negócios desenvolvidos no ecossistema de inovação gaúcho. Sob a liderança dos founders que combinam um perfil empreendedor brilhante com robustez técnica do mais elevado nível internacional, a trajetória da Aquiris acompanha a construção e amadurecimento de décadas do ecossistema de inovação do RS. Mais do que representar um case de sucesso que muito nos orgulha, a Aquiris vem ao longo dos anos inspirando e impactando inúmeros talentos, posicionando nossa região junto ao mais elevado padrão de negócios da nova economia”, destaca Flávia Fiorin, gestora de Operações e Empreendedorismo do Tecnopuc. 

Em 2022, a empresa americana já havia investido na desenvolvedora gaúcha para a publicação de futuros jogos. A equipe da Aquiris se unirá à Epic Games para criar conteúdo inovador e experiências sociais dentro do Fortnite. 

“Nos unir à Epic Games é uma continuação do nosso sucesso em criar jogos memoráveis, que incluem Wonderbox, Horizon Chase 2 e Looney Tunes World of Mayhem, os quais continuamos operando. Estamos muito felizes em usar nossa experiência com o uso da Unreal Engine no desenvolvimento de jogos para contribuir com o futuro do Fortnite”, destaca Mauricio Longoni, CEO da Aquiris, que será o diretor do estúdio Epic Games Brasil. 

Em 2015, o estúdio publicou o jogo de corrida Horizon Chase, onde ganhou projeção e reconhecimento mundial. Logo depois, criou os jogos Looney Tunes World of Mayhem e Wonderbox. Em 2022, a desenvolvedora lançou Horizon Chase 2, novamente conquistando enorme sucesso. Criada em 2007, a empresa conta hoje com mais de 180 funcionários em várias cidades do país. “A Aquiris esteve na vanguarda do desenvolvimento de jogos no Brasil e na América Latina, e ser parte da Epic Games dará destaque aos desenvolvedores da região para toda a indústria”, finaliza Mauricio. 

Mercado de Trabalho 

Para quem gosta de jogos digitais e pensa em se profissionalizar neste mercado, a PUCRS conta com uma especialização em Desenvolvimento de Jogos Digitais. 

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Sobre a Aquiris 

Fundada em 2007, a Aquiris é a premiada desenvolvedora por trás de Wonderbox, Horizon Chase e Looney Tunes World of Mayhem. Sua sede fica em Porto Alegre, Brasil, mas, na verdade, está espalhada por todo o país (e pelo mundo). Ela recebe pessoas de todos os lugares em um ambiente de trabalho híbrido, com mais de 180 talentos criando e administrando excelentes jogos. 

Sobre a Epic Games   

A Epic Games é uma empresa norte-americana fundada em 1991 pelo CEO Tim Sweeney. A empresa é sediada em Cary, na Carolina do Norte, e possui mais de 50 escritórios espalhados pelo mundo. Hoje, a Epic é uma das principais empresas de entretenimento interativo e fornecedora de tecnologia de engine 3D. A Epic opera o Fortnite, um dos maiores jogos do mundo, e tem mais de 600 milhões de contas com 5 bilhões de conexões de amizade entre Fortnite, Fall Guys, Rocket League e a Epic Games Store. A Epic também é a desenvolvedora da Unreal Engine, que dá vida aos maiores jogos do mundo e também é usada em vários setores, como cinema e televisão, arquitetura, automobilismo, produção e simulação. Com a Unreal Engine, a Epic Games Store e os Epic Online Services, a Epic Games fornece um ecossistema digital completo para criadores e desenvolvedores elaborarem, distribuírem e produzirem seus jogos e outros conteúdos. 

Sobre a Unreal Engine 

A Unreal Engine da Epic Games é a ferramenta 3D de tempo real mais aberta e avançada do mundo. Criadores nos setores de jogos, filmes, televisão, arquitetura, automobilismo, fabricação, eventos ao vivo, simulação e outros setores escolhem a Unreal para criar conteúdos inovadores, experiências interativas e mundos virtuais imersivos. 

 

desenvolvimento de jogos digitais

Foto: Christina Morillo/Pexels

O mercado de jogos não para de crescer no Rio Grande do Sul, no Brasil e no mundo. Apenas no Estado, já são mais de 50 empresas no setor. Publicada em 2020, a Pesquisa Game Brasil apontou que mais de 70% dos brasileiros são adeptos a jogos eletrônicos. Neste mesmo ritmo, o mercado aquecido vem inspirando atualizações também na área acadêmica – e a Especialização em Desenvolvimento de Jogos Digitais da PUCRS apresenta os reflexos desse movimento em sala de aula.

Com dez anos de construção de conhecimento, o curso passou por mudanças significativas que o tornaram ainda mais aderente aos diferentes públicos que buscam se aperfeiçoar na área. De acordo com um dos dois coordenadores do curso, o professor André Pase, a especialização conta com grandes diferenciais: a abordagem em duas linhas conectadas – Programação e Design; a receptividade para alunos e alunas de áreas e perfis diferentes; a parceria com a Aquiris, empresa especialista em criação de jogos; e a bolsa-auxílio para os melhores estudantes. Esta é uma das marcas da proposta da Universidade, desenvolvida de maneira multidisciplinar pela Escola Politécnica e Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos.

“O curso permite que alunos e alunas com diferentes bagagens cursem as disciplinas escolhendo uma das duas ênfases em alguns momentos, mas também trabalhando coletivamente em outros saberes. Assim, conseguimos provocar na sala de aula o que ocorre no mercado de trabalho, times de diversos saberes trabalhando em conjunto”, explica o coordenador.

Na prática, como funciona o curso?

O curso é dividido em duas ênfases, sendo que uma é dedicada a explorar os aspectos da programação, com disciplinas sobre o universo 2D e 3D, por exemplo. Enquanto a outra explora aspectos da modelagem de personagens e narrativas.

A ênfase de Programação é voltada para profissionais formados em cursos de Computação, como Ciência da Computação, Engenharia de Computação, Engenharia de Software ou Sistemas de Informação. São quatro disciplinas sobre os tópicos essenciais da área para o desenvolvimento de jogos digitais: programação de jogos 2D e 3D, técnicas de Inteligência Artificial e a utilização de redes de computadores para jogos multiplayer.

Já a ênfase de Design é voltada para profissionais formados em cursos de Comunicação Social, Tecnologia em Produção Audiovisual, Design Gráfico e Letras. Aqui, é possível explorar técnicas essenciais da indústria como modelagem e animação, além da produção de roteiros e design de conteúdo para jogos digitais.

desenvolvimento de jogos digitais

Foto: Divulgação

Tanto no início como no final do curso foram inseridas disciplinas que conectam todos os saberes. Além disso, há disciplinas com temáticas de gerenciamento de equipes e empreendedorismo, e o desenvolvimento de um projeto no final do curso – no momento de maior maturidade do estudante. O objetivo é estimular os alunos e alunas a pesarem a carreira já com uma bagagem densa de conhecimento sobre a área. 

“O estudante deve optar pela ênfase que faz mais sentido para ele, mas pode cursar as disciplinas da outra ênfase sem custo adicional. Desta forma é possível aprimorar uma área ou também buscar o conhecimento de outra ao mesmo tempo”, pontua Pase.

Finalizei a especialização, e agora? 

As possibilidades de atuação na área de desenvolvimento de jogos digitais são bem variadas e também estão em crescimento. Segundo o professor André Pase, a área registrou expansão inclusive na pandemia, com demanda permanente por jogos novos e criativos. Ele explica que, além da possibilidade de montar o próprio estúdio e distribuir sua produção globalmente pelas lojas digitais, outras áreas demandam cada vez mais o egresso da área.

“Pensando localmente conectado com o mundo, a Associação de Desenvolvedores de Jogos do Rio Grande do Sul (ADJogos) é um hub importante para a integração de empresas e constantemente indica como as empresas do Estado precisam de profissionais qualificados. Ainda nesse aspecto, o programa GameRS colocou o assunto na pauta do desenvolvimento econômico local, mas com uma atuação reconhecida em outros espaços”, recomenda.

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O professor também alerta para a relevância do profissional de jogos para o desenvolvimento dos metaversos, espaços em 3D imersivos online construídos a partir de softwares desenvolvidos para a produção de jogos. Estas mesmas ferramentas também são usadas cada vez mais para produzir cenários digitais para o mercado audiovisual.

Sobre os desafios do mercado

Já que a expansão do universo gamer é uma realidade, é importante identificar que crescem também as demandas do público. Crianças e idosos, por exemplo, estão se aproximando cada vez dos jogos digitais e, por isso, o curso de especialização da PUCRS oferta o conteúdo necessário para preparar os profissionais para um cenário diverso e bastante exigente.

“O jogador de Atari de ontem é o avô de hoje que quer uma diversão digital, mas que seja acessível e direta. No outro lado do espectro, as crianças cada vez mais são expostas aos aparelhos com jogos que desenvolvem suas capacidades. Neste caso o desafio é encontrar um formato que seja atrativo, mas que também deixe claro para os pais o que está acontecendo dentro do mundo virtual.” 

O professor explica que as particularidades e perfis de cada público são discutidas em sala de aula com o objetivo de entender e conhecer o usuário do outro lado da tela. “Interpretar estes dados no processo criativo é um diferencial importante”, afirma.

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