Há 21 anos a leitura traz encanto, alegria e esperança para os pequenos que estão internados no Hospital São Lucas da PUCRS. Na mais recente edição da Feira do Livro Infantil do HSL, ocorrida nesta segunda-feira, 10 de dezembro, a magia dos livros se fez novamente presente, a começar pela abertura musical proporcionada pelas vozes de voluntários do Centro de Pastoral e Solidariedade, que ganharam coro mirim e coreografia para a música Aquarela, de Toquinho. O evento, organizado pelo Curso de Letras da Escola de Humanidades e o Setor de Pediatria do HSL, é fruto do projeto Biblioteca de Literatura Infantojuvenil. Para entrar no clima vivenciado na Praça da Alfândega, além dos livros e das barraquinhas, nas quais é possível comprar livros com cédulas de brinquedo, a iniciativa também contou com a presença da poeta Maria Carpi, patrona da 64ª Feira do Livro de Porto Alegre, acompanhada da patroninha Nicole Garcia dos Santos, de 10 anos.
“O que está sendo feito aqui é um verdadeiro poema comunitário e de amor. A criança é o início da poesia. Toda criança é poética por si mesma, e toda linguagem dela é poesia. Às vezes esquecemos de perceber isso”, declarou emocionada Maria Carpi, enquanto admirava meninos e meninas ávidos por comprar seus livros infantis nas bancas temáticas montadas no saguão do 5º andar do Hospital. Ela, que havia participado de outra ação no Hospital da Criança Santo Antônio, revelou-se grata com a oportunidade e comprometeu-se em retornar para participar do projeto. “A arte ajuda as pessoas a ter estima sobre si mesmas e a ver a vida com outros olhos, com otimismo e alegria. Enfrentar o sofrimento e a dor com otimismo torna as pessoas mais fortes”, afirmou, lembrando as dificuldades que seu filho, o também escritor Fabrício Carpinejar, enfrentou durante a infância. Disse que “diagnóstico não é destino”, parafraseando Carpinejar, e lembrou que o alfabetizou com muita poesia, dica que é seguida por alguns dos pais de pacientes da Pediatria.
A diarista Sandra Regina Garcia dos Santos, 43 anos, é um exemplo de incentivo à leitura. Mãe de Nicole, escolhida para ser a patroninha da Feira, ela costuma contar histórias de princesas para a filha, que tem uma irmã gêmea, Tainá, além de dois filhos adultos. Com isso, as meninas pegaram gosto pelo hábito. “Elas sempre adoraram ler. Às vezes passam horas no quarto em cima dos livros”, revela. No hospital há quatro dias, Nicole foi internada em função de uma convulsão, e está passando por exames para que os médicos compreendam melhor seu estado de saúde. A mãe revela que a garota ficou muito entusiasmada com o convite recebido no sábado. “Ela quis escolher roupa, passar batom. Queria estar bonita para o evento”, conta. Cursando a 3ª série do ensino fundamental, a pequena leitora diz que suas histórias prediletas, além das princesas, nas quais admira os vestidos, são as aventuras de Harry Potter. “Já li dois livros, e gosto das mágicas que ele faz”, diverte-se ao comentar.
Para organizar um evento que se tornou tradição é preciso somar esforços tanto de pessoas experientes quanto proporcionar a iniciantes a chance de novos aprendizados. E isso a professora Vera Wannmacher, do curso de Letras da Escola de Humanidades, faz com muita tranquilidade e alegria. Coordenadora do projeto há quatro anos, diz que observa crescente adesão de voluntários e de todos os segmentos da PUCRS à iniciativa. “Vejo que a cada ano mais pessoas se agregam a esse trabalho, não só para vir ao evento, mas na sua organização. Neste ano, tivemos vários acréscimos. Nosso volume de doações chegou a mais de mil livros. Foi a maior coleta da história do evento. E ainda estão chegando mais exemplares”, comemora. Ela afirma que com um modo de organização colaborativa, unindo diversos setores, foi possível destacar a real importância da Feira do Livro Infantil.
Estreantes na Feira, duas bolsistas do curso de Letras e uma do curso de Design de Produto comentaram como foi essa nova experiência. Para Giovana da Silveira Baldez, 22 anos, “é gratificante ver as crianças com os livros nas mãos”. A estudante do último semestre relata que passou por vários estágios, e foi possível perceber a importância da leitura na formação pessoal. “A literatura humaniza. Aprendi isso na graduação e vejo aqui, hoje, nas crianças. É muito bom”, afirma. Daiele Santana, 24 anos, no segundo semestre, conta que o evento permitiu abrir seus horizontes. “É emocionante ver pessoalmente como acontece. Havia muitos livros no início do evento e todos se esgotaram. Fico feliz em ver que é um hábito que ainda existe. Apesar de todos os meios digitais, as crianças querem ler”. Ágata Marmitt, 21 anos, estuda na Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos. Sua relação com o evento se deu na montagem da Feira, e o que mais valorizou foi observar a forma como as crianças interagem com os livros, o que mais chama atenção delas. Sua inserção na pesquisa começou a partir da produção de paper toys, exercício do primeiro semestre de Design. Os brinquedos foram doados à época às crianças do HSL. Hoje, é bolsista e soma novos aprendizados com a professora Vera.
Apesar de não ser mais bolsista, Giovana Ribas, 25 anos, acadêmica de Medicina, mantém vínculo com o projeto literário realizado no Setor de Pediatria. Como voluntária, permanece ajudando a professora Vera. Seu interesse por crianças e pela área da Pediatria a aproximou da Feira. A relação com essa atividade começou em 2016 e o carinho continua. “É uma oportunidade incrível que tive ao longo da graduação, de poder estar com crianças de uma outra maneira, que não a parte médica. Foi um aprendizado não ortodoxo e uma bela experiência”, relata. No 10º semestre, está conhecendo novos campos da medicina, mas não nega o apreço e a possibilidade de seguir com os pacientes infantis. “É muito forte no meu coração essa vontade, mas não bati o martelo por não ter passado por todas as áreas. Concluo o curso em 2019, mas pode ser que siga esse caminho”, projeta.
A abertura Feira do Livro Infantil do HSL foi prestigiada pela decana associada da Escola de Humanidades, Ana Soster, pelo assessor de assuntos institucionais da Reitora da PUCRS, Solimar Amaro, pelo superintendente do HSL, Sérgio Baldisseroto, o superintendente adjunto do HSL, Ir. Lauri Heck, entre outros membros da Universidade e do Hospital. A ação teve o apoio da Biblioteca Central Ir. José Otão, do Centro de Pastoral e Solidariedade, da equipe de saúde e da Assessoria de Comunicação e Marketing.
O projeto Biblioteca de Literatura Infantojuvenil – espaço de leitura, arte e prazer consiste num processo de ações integrando Letras e Saúde, com o objetivo de desenvolver a imaginação e proporcionar o prazer da leitura de crianças do Setor de Pediatria do Hospital São Lucas da PUCRS – internação SUS, contribuindo para o seu bem-estar. Para isso, desde 1997 desenvolve diariamente situações de leitura de livros e de contação de histórias e realiza a cada ano novas edições da Feira do Livro Infantil.
A PUCRS está com diversas atividades envolvendo a Copa do Mundo de 2018. Nos meses de abril e maio, houve um aquecimento com a ação Caminhos para a Vitória, numa parceria com o Grupo RBS. Agora, a Universidade oferece o aplicativo (app) Globall Football 2018, organiza um Bolão Solidário voltado a entidades assistenciais e abre as portas do Parque Esportivo para a torcida vibrar pela Seleção Brasileira e as demais 31 equipes do certame. Além disso, a ATL House também exibirá os jogos para quem quiser curtir o Mundial da Rússia no Campus.
Túnel, peixinho, meia lua e lambreta. Tanto em português, inglês ou espanhol, esses são alguns dos 300 termos do futebol que estão no app Globall Football 2018, resultado do trabalho do Grupo de Pesquisa em Estudos Olímpicos da PUCRS (GPEO). Lançado originalmente em 2014, este ano ele ganhou uma novidade: o idioma russo. Gratuito para baixar em celulares e tablets com os sistemas Android ou iOS, as expressões estão divididas por grupos como: arbitragem, área de campo, atos, equipamentos, pessoas, posições, táticas e termos de jogo. A iniciativa envolveu alunos e professores das Escolas de Ciências da Saúde (curso de Educação Física), de Humanidades (curso de Letras) e da Comunicação, Artes e Design – Famecos. Confira os detalhes do projeto.
O Curso de Educação Física, o Parque Esportivo e Centro de Pastoral e Solidariedade estão unidos no incentivo aos torcedores que adoram dar o seu palpite e praticar atos beneficentes. As três unidades universitárias são parceiras na criação do Bolão Solidário – Copa 2018. Além de concorrer a prêmios, o público que adere à atividade pode beneficiar as entidades assistenciais Asilo Padre Cacique, Casa do Menino Jesus de Praga, Escola Marista de Educação Infantil Menino Jesus, Lar Santo Antônio dos Excepcionais e Sociedade Porto-alegrense de Auxílio aos Necessitados (Spaan).
A inscrição para o bolão é por meio de opções de contribuições: 12 caixas de leite longa vida integral de 1 litro cada; ou um pacote de fraldas infantis (tamanho G); ou um pacote de fraldas geriátricas; ou kit higiene (um xampu; um sabonete líquido; um desodorante spray; um creme dental). As entregas dos donativos podem ser feitas até o dia 30 de junho, às 9h, na Secretaria Geral da Escola de Ciências da Saúde (Avenida Ipiranga, 6690 – prédio 81, 6º andar, sala 603), na recepção do Parque Esportivo (prédio 81, andar térreo), e no Centro de Pastoral e Solidariedade (Avenida Ipiranga, 6681 – prédio 1, sala 109). Para se inscrever, os interessados devem se dirigir a um desses três locais na Universidade, no horário das 8h30min às 12h e das 13h30min às 17h30min.
Para a pontuação de cada participante serão considerados os placares oficiais dos jogos no tempo normal, ou seja, os primeiros 90 minutos das partidas mais os acréscimos concedidos pelo árbitro, em cada um de seus períodos. Não serão considerados os gols marcados na prorrogação ou, porventura, na decisão por pênaltis. A partir das oitavas de final, a pontuação do Bolão é diferente, e vai alternar de cinco pontos para quem acertar o número de gols marcados pelo vencedor do jogo até 30 pontos para quem indicar o campeão.
A relação completa dos participantes será publicada pela comissão organizadora na página do Facebook do curso de Educação Física da PUCRS no dia 30 de junho. Dessa forma, todos poderão conferir seus palpites e os dos demais participantes. Os prêmios serão locações gratuitas no Parque Esportivo da PUCRS, conforme segue:
Confira aqui o regulamento do Bolão Solidário e preencha a Tabela de Palpites. O calendário com todos os jogos da Copa do Mundo está disponível neste link.
De 14 de junho até o final da Copa do Mundo, o Parque Esportivo estará aberto ao público (de segunda a sábado) para acolher a torcida. Os jogos serão transmitidos ao longo do dia, no andar térreo, em frente ao Restaurante Vila Olímpica, em um espaço exclusivamente preparado para o evento, incluindo algumas atrações especiais. Nas transmissões dos jogos do Brasil haverá pipocas, brindes e sorteios. A estrutura estará disponível das 8h às 19h, de segunda a sábado.
O Centro de Convivência, localizado no prédio 22 do Campus, também terá TV transmitindo os jogos na Rússia. Professores e técnicos administrativos poderão usufruir do local que fica aberto de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h30min.
Já o Parque Científico e Tecnológico (Tecnopuc) terá um lugar reservado aos torcedores da comunidade acadêmica durante os jogos da Seleção Brasileira. A área do Café Coworking, na torre Einstein, do prédio 97 (Global Tecnopuc), estará aberta a todos que desejarem acompanhar as partidas. Para ingressar no Parque, é necessário ter em mãos a carteira de estudante PUCRS ou o crachá funcional.
Todos os jogos da Copa do Mundo da Rússia serão transmitidos ao vivo, nas TVs da ATL House, inclusive os que ocorrerem simultaneamente. Além de acompanhar os jogos e torcer pelas suas seleções preferidas, a comunidade acadêmica e o público poderão aproveitar para conhecer a Casa da Atlântida, uma iniciativa da parceria entre PUCRS, Grupo RBS e Tornak Participações e Investimentos. O local está aberto para visitas de segunda a sexta-feira, das 7h30min às 22h, e aos sábados, das 8h às 12h. A programação da ATL House para todo o mês de junho pode ser conferida neste link.
O segundo jogo da Seleção Brasileira na fase de grupos ocorrerá no dia 22 de junho, sexta-feira. Neste dia, não haverá aula presencial no turno da manhã, e as atividades acadêmicas serão retomadas às 12h.
No dia 27 de junho, quarta-feira, terceiro desafio do Brasil, as aulas da tarde serão suspensas até às 18h, e as atividades do horário JK ocorrerão entre 18h e 19h30min.
Se a Seleção Brasileira avançar para a fase de oitavas de final, os jogos ocorrerão às 11h do dia 2 ou 3 de julho e não haverá aulas presenciais das 10h às 14h.
Se chegar às quartas de final, os jogos do Brasil poderão ocorrer no dia 6 ou 7 de julho. Se a partida for disputada no dia 6, o jogo ocorrerá às 15h e as atividades serão interrompidas entre 14h e 18h, e as atividades do horário JK iniciarão às 18h. Se ocorrer no dia 7, a partida será às 11h e as atividades presenciais estarão suspensas entre 10h e 14h.
Evoluindo para a semifinais, a Seleção Brasileira jogará às 15h do dia 10 ou 11 de julho, e as atividades presenciais serão suspensas entre 14h e 18h com deslocamento do horário JK das 18h às 19h30min.
No sábado, dia 5 de maio, iniciaram-se as aulas de Língua Portuguesa para imigrantes haitianos na Paróquia Santa Clara, localizada no bairro Lomba do Pinheiro, zona leste de Porto Alegre. A atividade, em sua terceira edição, resulta da parceria entre a Escola de Humanidades, o Centro de Pastoral e Solidariedade e a Paróquia Santa Clara. A primeira aula contou com a presença de 15 alunos, mas a expectativa é de que 40 imigrantes passem pela formação até o dia 7 de julho, data prevista para a conclusão, com entrega de certificados. Dos estudantes, muitos chegaram a Porto Alegre no final de abril deste ano, e encaram o grande desafio de aprender uma nova lingua.
Nos próximos sábados, no período das 9h30min até às 11h30min, a decana associada da Escola de Humanidades da PUCRS, Regina Kohlrausch, a professora do curso de Letras, Cristina Perna, e os mestrandos do curso de Letras, Aline Antunes e Rafael Ferreira, conduzirão as atividades. No encontro do dia 5 de maio, o Centro de Pastoral e Solidariedade esteve presente na abertura das atividades, conduzindo o momento de oração e integração por meio da música, e entregando aos alunos kits com caderno e material para a escrita.
Realizadas inicialmente no primeiro e segundo semestre de 2017, as aulas atenderam aproximadamente 50 haitianos, oportunizando a muitos destes a inserção no mercado de trabalho. Confira neste link como foi a primeira edição.
O mês de março marca a chegada de três bolsistas norte-americanos que atuarão na Escola de Humanidades da PUCRS ao longo de 2018. Os visitantes fazem parte do Programa Assistente de Ensino de Língua Inglesa (English Teaching Assistant – ETA) para projetos institucionais, realizado pela Capes em cooperação com a Comissão para o Intercâmbio Educacional entre os Estados Unidos e Brasil (Fulbright).
Os professores Garret Eugene Tusler, da University of Minnesota, Benjamin Brooks, da DePaul University, e Roger Antonio Tejada, da Bowdoin College, ficam em Porto Alegre de março a novembro de 2018. Eles têm como objetivo melhorar as habilidades linguísticas e culturais de língua inglesa dos estudantes do curso de Letras e, ao mesmo tempo, aperfeiçoar suas habilidades linguísticas e conhecimento sobre o Brasil. Os bolsistas também poderão prosseguir planos de estudo e pesquisa individuais, além de suas responsabilidades de ensino e pesquisa.
Fortalecimento da internacionalização
De acordo com a coordenadora-geral do programa na Universidade, Heloísa Orsi Koch Delgado, a presença dos professores estimula a internacionalização do Campus, principalmente nos movimentos chamados de internacionalização em casa. “Essa iniciativa prevê atividades curriculares e extracurriculares que ajudam os estudantes a desenvolverem habilidades interculturais e a compreenderem outras realidades e visões de mundo no seu próprio Campus. Promove, também, a internacionalização do currículo, considerada uma dimensão essencial da internacionalização em casa”, afirma.
O ETA, que visa estreitar relações entre Estados Unidos e Brasil, está vinculado à Escola de Humanidades. A participação no programa foi conquistada após aceite do projeto intitulado O discente de Letras visto como agente propulsor da cidadania na educação básica, elaborado pelas professoras Aline Fay de Azevedo, Bárbara Elisa de Moraes Barros, Cristina Perna, Débora Ardais e Heloísa Orsi Koch Delgado.
As expectativas sobre Porto Alegre
Garret Tusler, que é natural de Wisconsin, participa do programa Fulbright pelo segundo ano consecutivo. Em 2017, morou em Maceió (AL), e pelo interesse pela cultura brasileira decidiu se inscrever para mais um ano, tornando-se um dos mentores do programa em 2018. “Estou muito animado em ter a oportunidade de vivenciar a cultura do sul do Brasil, pois sei que é muito diferente do Nordeste. É como se fossem dois países distintos”, comenta.
Para Benjamin Brooks, de Washington, as expectativas são de aprender mais sobre os costumes brasileiros e poder falar um pouco mais sobre a cultura norte-americana. “Morei na Colômbia por três anos, então estou muito animado com essa nova experiência na América Latina. Além disso, espero estabelecer uma boa conexão com os estudantes, realizando oficinas, bate-papos e apresentando um pouco sobre a cultura popular do meu país”, conta.
Já Roger Tejada, de Nova Jersey, comenta sobre o interesse em relação às culturas afro-latino-americanos e a diáspora, temáticas de seus estudos ao longo de sua formação nos Estados Unidos. Agora, com a experiência no Brasil, o americano pretende analisar as diferenças de ensino em relação ao país de origem.
A presença do programa Fulbright no Brasil triplicou neste ano, totalizando em 120 bolsistas estadunidenses inseridos em instituições de ensino por todo país. A iniciativa possibilita não só o incentivo do ensino do inglês, como também desperta o interesse dos brasileiros sobre aspectos culturais.
Oportunidade de integração cultural
Para Aline Fay de Azevedo, a presença dos bolsistas proporciona a formação e o desenvolvimento de uma mentalidade cosmopolita nos alunos, aberta à diversidade e às demandas de um mundo interconectado. “A presença deles vai muito além do ensino da gramática, permitindo que os alunos tenham contato com novas perspectivas acadêmicas dentro do campus”, comenta a professora do curso de Letras.
As professoras, que fazem parte da comissão, orientarão as atividades dos três bolsistas ao longo deste ano. Cada uma tem atividades planejadas para que os professores atuem de forma supervisionada em suas disciplinas de Graduação e Pós-Graduação.
Nos últimos anos, o Ministério Público e a Polícia Federal têm investigado atos ilícitos no cenário político-partidário, tendo como um dos objetos de perícia as gravações de conversas entre suspeitos. A fonoaudióloga Cíntia Gonçalves, doutora em Letras pela PUCRS, defendeu sua tese abordando fonética forense, tema em ascensão no meio acadêmico. Perita criminal do Instituto Geral de Perícias do RS (IGP-RS), ela também atua como pesquisadora no Laboratório de Áudio e Fonética Acústica da PUCRS (Lafa), uma parceria entre os cursos de Letras, de Engenharia Elétrica e de Matemática da Universidade.
Também nesse segmento, a Informática desenvolve pesquisas com foco no reconhecimento da fala, sua decodificação em textos e recursos de inteligência artificial. Os professores Rafael Bordini e Renata Vieira têm, no momento, orientandos de graduação e de pós-graduação com projetos voltados à saúde e bem-estar. Um dos trabalhos pretende auxiliar profissionais no ambiente hospitalar, enquanto o outro visa dar suporte a pessoas cegas que vivem sozinhas.
Conheça mais sobre essas pesquisas acessando a matéria da edição 185 da Revista PUCRS.
No dia 22 de junho, às 17h30min, o Delfos – Espaço de Documentação e Memória Cultural, a Escola de Humanidades – Curso de Letras e a Editora Movimento lançam a segunda edição do livro Um Quarto de Légua em Quadro, de Luiz Antonio de Assis Brasil, como parte do projeto cultural Entreatos. Com a obra, Assis Brasil estreou como escritor, em 1976, e recebeu o Prêmio Ilha de Laytano. Formado em Direito em 1970, exerceu a advocacia por dois anos e ingressou como professor da PUCRS em 1975, primeiro no Direito e depois na Letras. Hoje, além de ministrar as aulas e a Oficina de Criação Literária (com mais de 40 antologias publicadas), é coordenador-geral do Delfos.
A solenidade terá uma mesa-redonda coordenada pela professora Maria Eunice Moreira, do curso de Letras, e contará com a participação do editor Carlos Jorge Appel, da Movimento, e dos professores Léa Masina (UFRGS) e Antonio Hohlfeldt (Faculdade de Comunicação Social/PUCRS), este o primeiro crítico literário de Assis Brasil. Na ocasião, o autor autografará a nova edição. O evento, que contará com o violoncelista Celau Moreyra, será no hall da Biblioteca Central.
Situado no período de 1752-1753, primórdios do povoamento açoriano do Rio Grande do Sul, o romance, escrito em forma de diário pelo médico Gaspar de Fróis, discute as raízes e a gênese do povo. Em Um Quarto de Légua em Quadro, o drama pessoal de Gaspar se funde ao drama coletivo; sem o desejar, o médico torna-se cúmplice e partícipe de fatos que nunca desejou que tivessem acontecido. Obra de estreia, esse romance viria estabelecer o caminho estético do autor.
Assis Brasil começou a escrevê-lo em 1974, quando teve uma doença que o deixou hospitalizado e necessitou de cirurgia. “Minha intenção original era escrever uma obra histórica sobre o povoamento açoriano no Rio Grande do Sul. Pois virou romance, e desde aí não parei mais”, contou, em entrevista, a José Pinheiro Torres. Em 2005, foi lançado o filme Diário de um Novo Mundo, baseado em Um Quarto de Légua em Quadro, com direção de Paulo Nascimento. Estrelado por Edson Celulari e Daniela Escobar, foi premiado no Festival de Gramado como melhor roteiro (Pedro Zimmermann) e prêmio da audiência.
O sonho de ter boas condições de vida no Brasil é o que os imigrantes haitianos que participam do curso Português para Imigrantes e Refugiados têm em comum. A formatura da primeira turma ocorreu no último sábado, 27 de maio, na Paróquia Santa Clara, no bairro Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre. Durante a manhã, a decana associada da Escola de Humanidades da PUCRS Regina Kohlrausch, a professora do curso de Letras Cristina Perna e a doutoranda do curso de Letras Graziela Andrighetti entregaram os certificados aos 30 alunos e cantaram músicas em português com a turma.
No início da aula, os haitianos foram convidados a lerem textos produzidos no encontro anterior sobre quem são. Entre os relatos, o desejo de conseguir um trabalho foi unânime. Mitrael Similien complementou: “Também quero arranjar uma namorada”, disse, arrancando risos de todos. Ele chegou ao Brasil há 10 meses e está empregado como jardineiro na Capital, mas já trabalhou em Tramandaí e Xangri-lá. Sobre o curso, conta que aprendeu a falar melhor português. “Agora sei me apresentar, apresentar minha família e oferecer o meu trabalho”, explicou. Quando questionado sobre a possibilidade de voltar ao Haiti, ele disse que não tem esperanças, pois a passagem é muito cara.
Dalvimar Délier está no Brasil há dois anos. Ele relembra seu primeiro trabalho no país: “Lavava louça em um restaurante aqui em Porto Alegre e fui mandado embora depois de três meses, mas em seguida consegui um serviço na construção civil. Fiquei 16 meses e me mandaram embora há pouco”. Agora, ele está desempregado e preocupado com a situação. “Eu faço qualquer coisa que acho, limpeza, construção civil, qualquer coisa mesmo”, desabafou. Dalvimar disse que a situação está difícil e que é complicado encontrar pessoas que ajudam, mas comenta que o curso foi essencial. “As aulas são muito importantes para eu aprender a falar português”, ressaltou.
A aluna Neltha Belerius trabalhava como comerciante no Haiti até conseguir juntar dinheiro e vir para o Brasil, há dois anos. Ela comentou que aprendeu muito no curso, mas que quer aprimorar ainda mais seu português. Atualmente não está empregada, mas já fez limpeza e está procurando locais para trabalhar. “Eu quero trabalhar para trazer minha família para cá. Ficaram no Haiti minha filha e meu filho com a minha mãe. Ele tem 12 anos e ela tem 7 anos. A minha esperança é trazer eles para cá. Não quero voltar para lá. Eu sou feliz aqui, e gosto do Brasil”, finaliza.
O curso é uma parceria da PUCRS com a Paróquia Santa Clara, onde ocorreram as aulas, e a Cáritas Arquidiocesana de Porto Alegre. A segunda edição ocorrerá em agosto. A Universidade também oferece um serviço de assistência jurídica gratuita para imigrantes no Sajug, prédio 8 do Campus (avenida Ipiranga, 6681 – Porto Alegre).