Os efeitos da pandemia de Covid-19 na Educação serão o centro do debate entre pesquisadores de todo o Brasil, durante evento que acontece no Campus da PUCRS, nos dias 9 e 10 de março. O encontro é promovido pela Rede Recupera Brasil, consórcio que une dez programas de pós-graduação e oito universidades do País para conduzir pesquisas sobre essa temática.
A PUCRS participa da iniciativa com o Programa de intervenção multiprofissional de redução de danos da pandemia para estudantes, pais e professores: evidências de mapeamento cognitivo, de saúde física e mental, e laboral, que será implementado pela Rede Recupera Brasil por meio de edital concedido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
O encontro acontece no Auditório 923, do Prédio 11, e conta com programação voltada para alunos do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da PUCRS e demais alunos da graduação. Conforme o coordenador do projeto, professor Alexandre Anselmo Guilherme, a estimativa é que novos pesquisadores, doutorandos e mestrandos façam parte da Rede Recupera Brasil nos próximos anos, graças à disponibilização de bolsas do projeto.
“A Capes foi muito feliz e visionária com os editais voltados para os efeitos da pandemia de Covid-19, criando redes de universidades brasileiras para o desenvolvimento de pesquisas voltadas para temáticas específicas”, pontua o professor.
O Programa de intervenção multiprofissional de redução de danos da pandemia para estudantes, pais e professores: evidências de mapeamento cognitivo, de saúde física e mental, e laboral iniciou em 2022 e tem vigência até 2026. A iniciativa é liderada pelo Programa de Pós-graduação em Psicologia da PUCRS e conta com a coordenação do professor Alexandre Anselmo Guilherme e com a participação dos docentes Wagner de Lara Machado, Manoela Ziebell de Oliveira, Ana Maria Pandolfo Feoli, Karen Priscila del Rio Szupszynski, assim como o pesquisador de pós-doutorado Nicolas de Oliveira Cardoso, e os doutorandos Juliana Markus e Felipe de Oliveira.
Além da participação da PUCRS, a Rede Recupera Brasil engloba docentes e discentes das universidades Mackenzie, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Universidade Católica de Brasília (UCB), Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP), Universidade FEEVALE e Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
O quê: Evento Rede Recupera Brasil
Data: 9 e 10 de março
Horário: das 10h às 12h, das 14h às 16 e das 16h30 às 18h
Local: Auditório 923º andar, prédio 11.
Os institutos da PUCRS geram impacto e beneficiam diferentes setores da sociedade com ações, projetos e serviços. Entre eles estão o Instituto de Geriatria e Gerontologia (IGG) e o Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer), que durante a pandemia ocasionada pela Covid-19 tiveram uma atuação marcante. Mais uma vez, a Universidade mostra sua relevância em momentos de crise, buscando soluções para problemas complexos. Conheça algumas iniciativas dos Institutos da PUCRS no combate à pandemia.
O Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS (IGG) se dedica a ações interdisciplinares relacionadas ao envelhecimento humano. Para isso, são realizadas pesquisas que contam com laboratórios e com um corpo docente altamente qualificado. A Universidade Aberta para Terceira Idade (Unati), que busca promover o envelhecimento saudável e com autonomia, também faz parte do IGG. Foi nessas duas frentes que esse instituto atuou diante os desafios pandêmicos.
Visando acompanhar, durante o período de um ano, idosos em idade avançada e com saúde vulnerável provenientes do SUS, o IGG está desenvolvendo a pesquisa Marcadores sociodemográficos, comportamentais, clínicos e moleculares para a identificação de idosos com risco de infecções graves pela Covid-19. Coordenada pelo diretor da instituição, Douglas Kazutoshi Sato, ela foi contemplada pelo edital PPSUS da Fapergs e é realizada em parceria com o Hospital São Lucas.
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Com esse estudo, a instituição espera compreender de que forma esses idosos são afetados pela Covid-19, como o sistema imunológico deles responde às vacinas e à infecção pelo vírus e identificar marcadores para outras infecções. A partir dos resultados dessas análises poderão ser realizadas ações de combate ao coronavírus, como a criação de protocolos clínicos específicos para o manejo da doença nessa população, o incentivo para a criação de políticas públicas de saúde voltadas à proteção do idoso no SUS, especialmente os que estão sujeitos a quadros mais graves da doença, e contribuições com o plano nacional de prevenção de infecções e vacinação em idosos.
Outra pesquisa de destaque também foi realizada pelo professor Sato, em parceria com a Universidade de Keio, em Tóquio. Denominado Hábitos comportamentais de japoneses, descendentes e não descendentes de japoneses diante da pandemia pela Covid-19, o projeto está tendo seus dados analisados, mas indica que diferenças comportamentais e culturais podem ter contribuído para a discrepância no número de contaminações ao comparar ambas as populações. O estudo foi realizado por meio de um levantamento de dados pela plataforma Qualtrics e participaram dele 4.704 indivíduos, 2.685 do Brasil e 2.019 do Japão. O objetivo é de que essa pesquisa possa auxiliar na revisão das medidas profiláticas adotadas em pandemias, identificando hábitos comportamentais preventivos que contribuem para a preservar a saúde.
Além disso, através da Unati, o IGG promoveu conteúdos, lives e cursos voltados aos idosos, incluindo eventos gratuitos. Essa é uma maneira de fornecer conhecimento a esse público, além de facilitar a interação com outras pessoas da mesma faixa etária, o que é de extrema importância durante a pandemia para auxiliar no cuidado à saúde mental do idoso.
Já o InsCer atua em duas frentes: na pesquisa e na assistência. Para oferecer o melhor resultado à população em cada uma delas, conta com um time de neurocientistas renomados internacionalmente e oferece exames de imagem com tecnologia de alto nível. Suas ações durante a pandemia foram voltadas, principalmente, a problemas cotidianos, como as dificuldades de aprendizado de crianças em idade de alfabetização sem atividades presenciais nas escolas, diagnósticos de casos suspeitos de Covid-19 e alterações neurológicas e psicológicas causadas tanto pelo isolamento social quanto pela contaminação pelo coronavírus.
Já no começo da pandemia no Brasil, em abril de 2020 o Laboratório de Biologia Molecular e Imunologia do InsCer passou a oferecer exames RT-PCR – responsáveis por detectar a infecção pela Covid-19 durante o período sintomático da doença – com resultado em 24h para empresas, escolas e pessoas físicas. Mais tarde, disponibilizou o teste RT-PCR Fast, com resultados que saem em 4h, de acordo com janelas específicas durante o dia. Todos os laudos são emitidos em português, inglês e espanhol. Além disso, também foi oferecida a coleta domiciliar do exame, no intuito de auxiliar no diagnóstico de quem não tem a possibilidade de sair de casa, como idosos acamados, por exemplo.
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Enquanto isso, pensando na realidade de ensino remoto, a qual impediu crianças de frequentarem presencialmente instituições de ensino, o Instituto desenvolveu o aplicativo Graphogame, um jogo educacional que tem como objetivo auxiliar crianças de 4 a 9 anos no processo de alfabetização. Ele chegou no Brasil por meio do Ministério de Educação, em iniciativa conduzida pelo pesquisador do InsCer, Augusto Buchweitz.
Por fim, o Instituto do Cérebro, que é referência em pesquisas sobre questões relacionadas à Neurociência, também se destacou na área durante a pandemia, liderando três importantes estudos sobre o assunto:
Além disso, pesquisas relacionadas ao coronavírus realizadas pela instituição foram publicadas em revistas internacionais.
Essa é a última de uma série de matérias que compilam ações da Universidade no combate à pandemia.
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O Serviço de Fisioterapia do Hospital São Lucas da PUCRS (HSL), associado ao curso de Fisioterapia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS, está aplicando um método inovador para a recuperação de pessoas internadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) com sequelas da Covid-19. A reabilitação acontece com o uso de tecnologias como realidade virtual, ou Virtual Reality (VR), além de eletroestimulação muscular e treinamento muscular ventilatório. Assim, é trabalhada a retomada da força física, do controle e da coordenação motora também e aspectos lúdicos.
Com a VR, são apresentados conteúdos interativos que simulam situações reais e do cotidiano como pescarias, escaladas em montanhas e caminhadas na praia. Segundo a professora e chefe do serviço no HSL, Flávia Franz, durante a imersão nessas cenas, a equipe trabalha exercícios funcionais associados aos vídeos que os/as pacientes estão assistindo. “Estimulados assim, o paciente a elevar as mãos para jogar uma vara de pesca, subir até o cume, colocar os seus pés na areia e até caminhar à beira-mar. Tudo isso auxilia de forma importante na recuperação de sequelas”, explica.
Junto à equipe de Fisioterapia do hospital, 18 estudantes do curso de Fisioterapia também realizam estágio na recuperação de pacientes com diferentes patologias, como a Covid-19. Coordenado pela professora Clarissa Blattner, o grupo do estágio curricular (com duração de três semestres) vivencia e aplica na prática o que foi aprendido em sala de aula. “O Serviço e a Universidade têm uma atuação integrada que possibilita esse tipo de experiência, enriquecendo a trajetória do aluno e o preparando de forma efetiva para o mercado de trabalho”, comenta Clarissa.
O projeto teve início após Clarissa propor o uso dos óculos de Realidade Virtual com o grupo de estudantes, há algumas semanas, e a partir disso, apresentou a ideia de implementar a atividade no hospital. No mesmo dia, um paciente em recuperação pós-Covid-19 utilizou o recurso e o retorno foi instantâneo. “Tanto a equipe como os alunos e professores ficaram encantados com o resultado. O que vimos foi a comprovação do que propõe a realidade virtual: a imersão e a interação, promovendo motivação para um trabalho de maior independência funcional aos pacientes”, conta Flávia.
A fisioterapeuta ressalta que o paciente em questão logo ficou motivado a participar dos estímulos multissensoriais, como os visuais, auditivos e, sobretudo, emocionais. Clarissa acrescenta que com esse tipo de prática o processo de reabilitação se torna mais agradável para os/as pacientes: “apesar de não substituir outros processos inerentes à reabilitação, percebemos que além da vantagem física, a VR impacta na motivação e na adesão ao tratamento”.
Após o início do projeto, que já atendeu muitas pessoas, o HSL adquiriu cinco novos óculos VR e entregou à coordenação da ação, para que mais pacientes possam utilizar o recurso simultaneamente.
A estudante Kellyn Gatto, que está no 9º semestre do curso de Fisioterapia, recorda o caso de um paciente de 72 anos que gostava muito de pescar e pode sentir novamente um pouco dessa paixão com o uso da Realidade Virtual. “Ele está internado desde dezembro e, para ajudar a sair um pouco do ambiente hospitalar, simulamos a prática da pesca. Ele pôde fazer o movimento de jogar a rede e puxar a linha, por exemplo, que ajuda a entreter e serve como motivação para realizar exercícios alternativos”, conta.
Kellyn comenta que se interessou pela área ao acompanhar o tratamento do próprio avô, que teve câncer. Segunda ela, com a experiência de estagiar no HSL e atuar na recuperação de pacientes, pôde se aproximar do sonho de cuidar de outras pessoas. No futuro, a estudante espera realizar residência clínica, para trabalhar tanto com adultos quanto com crianças.
Uma outra paciente utilizou a realidade imersiva na reabilitação após 75 dias de UTI e um quadro de 95% de comprometimento pulmonar causado pelo coronavírus, precisando de traqueostomia e de ventilação mecânica. Para ela, Flávia explica que a equipe utilizou imagens de praia e céu estrelado e lembra que a VR é uma ferramenta eficiente, mas não substitui as técnicas de reabilitação:
“Com essa paciente, percebemos uma resposta muito significativa do controle cefálico e da motricidade fina, entre outros aspectos, na tentativa de interagir com o cenário. Hoje, ela já consegue controlar a cabeça, o tronco e apresenta simetria nos membros superiores, com maior coordenação. Além disso, notamos uma efetiva melhora em sua autoestima, pois, com esse controle, ela já consegue se comunicar de forma mais eficiente com a equipe e expressar seus sentimentos”.
Outro caso relatado pela fisioterapeuta foi o de um paciente que passou 30 dias na UTI, também intubado, e que chegou a passar por uma traqueostomia após o intenso período de ventilação mecânica. Esse paciente relatou à equipe que era motorista de ônibus e que tinha muita saudade de dirigir.
A equipe então carregou um vídeo de corrida de Fórmula 1 e o resultado foi emocionante. “Ele estava com a cabeça mais lateralizada para a esquerda com um déficit motor muito grande. Notamos imediatamente que ele começou a fazer os movimentos de direção com os membros superiores e a inclinar a cabeça para o outro lado nas ‘curvas’. Foi muito gratificante para a equipe perceber que, ao retirarmos o paciente do ambiente hospitalar, mesmo que figurativamente, passamos a ter um grande aliado no processo de reabilitação”.
Além do Serviço de Fisioterapia do HSL, a PUCRS também possui um Centro de Reabilitação (CR), um espaço de assistência integrada ao processo de ensino, pesquisa e extensão da Universidade. Com foco na atenção à saúde da pessoa como um todo, as ações programáticas do CR são interdisciplinares e também contam com a atuação de 21 estudantes do curso de Fisioterapia.
Nesta semana, o Governo do Estado publicou o decreto 55.856, de 27/04/2021, que altera o modelo de distanciamento controlado, suspendendo temporariamente o sistema de cogestão e colocando todo o Estado sob bandeira vermelha. Conforme o planejamento de atuação da Universidade para cada uma das bandeiras, divulgado no começo do ano, passaremos a atuar conforme o que está previsto para a bandeira vermelha a partir da próxima segunda-feira, dia 3 de maio.
A Universidade mantém as aulas teóricas online e somente retoma práticas e estágios da graduação e atividades de pesquisa que não que não podem ser realizadas de forma remota, conforme prevê o decreto vigente.
Desde o início da pandemia, a atuação da PUCRS segue em total conformidade com as determinações do poder público e os critérios previstos nas bandeiras de distanciamento controlado, priorizando a segurança e a saúde de alunos/as, professores/as e técnicos/as administrativos/as.
Aulas da graduação, pós, extensão e idiomas: aulas teóricas seguem online.
Detalhamento: as definições e orientações de cada curso serão comunicadas pelas Escolas diretamente aos estudantes.
Quem não puder comparecer às atividades presenciais: estudantes que pertencem ao grupo de risco ou que estão impossibilitados de participar das atividades presenciais podem solicitar Ausência Excepcional Autorizada. Consulte a Central de Atendimento ao Aluno pelo e-mail [email protected] ou pelo WhatsApp (51) 98443-0788.
Alguns serviços de atendimento aos estudantes já estão atendendo presencialmente em horário restrito e com equipes reduzidas, como a Central de Atendimento ao Estudante. Já outros permanecem com atendimento online e por telefone. Também há restaurantes e bares operando neste momento no Campus.
Atividades administrativas: os serviços e atividades serão mantidos em regime de escala com a organização definida pelos gestores e garantido o suporte às atividades acadêmicas e demais operações da universidade.
Desde o início da pandemia, além de se preocupar em manter a excelência nas aulas e atividades remotas, a PUCRS providenciou todas as adequações necessárias para proteger o grupo de profissionais que integram atividades essenciais no Campus, cumprindo protocolos rígidos de prevenção e cuidado:
“Tomamos todas as medidas necessárias para manter nosso Campus um ambiente seguro, mas a contenção da doença depende da presença responsável de cada um de nós, onde quer que estejamos. Assim, reforço a importância de seguirmos firmes na manutenção de hábitos de prevenção”, reforça o reitor, Ir. Evilázio Teixeira.
A Universidade segue atenta às recomendações e decretos do poder público e priorizando a saúde e o bem-estar da comunidade universitária.
Um grupo de estudantes do curso de Engenharia Mecânica, da Escola Politécnica da PUCRS, utilizou os conhecimentos aprendidos em aula para inovar e empreender, ao mesmo tempo que contribuem para o controle da pandemia de Covid-19. Observando o déficit de produção de máscaras de proteção no Brasil, os alunos desenvolveram um maquinário e abriram uma empresa voltada para equipamentos de proteção individual (EPIs). Com a missão de tornar o País autossuficiente nessa área, a Bioelegance já conta com certificação da Anvisa para as máscaras que produz.
O estudante do 9º semestre de Engenharia Mecânica e CEO da empresa, Julio Dall’Agnol, conta que logo no início da pandemia percebeu que em sua cidade natal, Guaporé, não haveria máscaras suficientes para a população. Foi quando teve a ideia de utilizar a fábrica da mãe, voltada para o mercado de roupas íntimas, para produzir máscaras de tecido a serem doadas para a comunidade local. “Foram produzidas 10 mil unidades. Durante este período, percebi uma enorme dificuldade em se fazer máscaras via manufatura. Esse foi o gatilho que me levou a pesquisar e estudar sobre automação do processo de fabricação de máscaras cirúrgicas e todos os outros tipos de EPIs”, conta.
Após a pesquisa, Dall’Agnol convidou dois colegas de curso para formarem um time: Lucas Crochemore, graduado em 2020, e Klaus Burmeister, também do 9º semestre. Em abril de 2020 o grupo começou a desenhar o equipamento e a buscar investidores e parceiros para a execução do projeto. “Para a execução da nossa primeira máquina (SV100) foram necessários cinco meses. Vale lembrar que prezamos pela utilização de materiais 100% nacionais, sendo que 90% deles foram gaúchos”, relata o CEO da empresa. Na sequência eles iniciaram o desenvolvimento da segunda máquina (SV200), que está sendo montada atualmente.
Um dos pontos mais interessantes dessa experiência para Dall’Agnol é a possibilidade de vivenciar os aprendizados de sala de aula. O estudante diz ser gratificante poder utilizar as ferramentas que aprende para ver o mundo da engenharia se construindo por meio do próprio trabalho:
“De diversas formas pudemos observar problemas sendo resolvidos com princípios estudados na graduação. Os aprendizados das disciplinas de projetos nos fundamentaram para a execução metodológica do projeto das máquinas. Já os ensinamentos das Ciências dos Materiais nos possibilitaram entender e escolher de forma precisa todos os materiais envolvidos tanto no processo da criação da máquina quanto do produto em si”.
Conforme o coordenador e professor do curso de Engenharia Mecânica Sérgio Boscato Garcia, as atividades teóricas e práticas do curso de Engenharia Mecânica promovem o desenvolvimento de habilidades como a aplicação dos processos de fabricação e a execução de desenhos técnicos, projetos mecânicos e sistemas automatizados. “A graduação incentiva a integração desses conhecimentos e a percepção das necessidades atuais, o que certamente contribui para o sucesso de iniciativas como essa. Em disciplinas integradoras e de projetos, os conhecimentos de engenharia são aplicados e há um acompanhamento constante dos docentes”, destaca o professor, que acompanhou a iniciativa dos estudantes desde os primeiros dias.
A partir de disciplinas que envolvem o desenvolvimento de projetos e produtos, o curso de Engenharia Mecânica possibilita que os estudantes coloquem suas ideias em prática desde os primeiros semestres até o trabalho de conclusão. As iniciativas podem ser sugeridas pela própria turma e realizadas com o acompanhamento docente e com a utilização dos espaços de aprendizagem da Universidade.
Indo além da sala de aula, Boscato reforça que outras atividades contribuem para que estudantes ampliem as possibilidades e tirem as ideias do papel. “A participação em grupos estudantis e a realização de estágios também são importantes para a formação profissional e para o trabalho em equipe. Neste caso em especial, existe muito mérito e originalidade na iniciativa, o que demonstra o perfil empreendedor do grupo de estudantes. O desenvolvimento de um maquinário da ideação ao protótipo em um período tão curto merece destaque”.
Os alunos também podem contar toda a estrutura da PUCRS voltada para inovação e empreendedorismo, como o Idear, cujo portfólio abrange disciplinas do curso. Outra possibilidade é participar de iniciativas como o Startup Garage, programa de modelagem de negócios do Tecnopuc do qual o grupo chegou a participar no início do projeto da Bioelegance.
Para o professor Boscato, os conhecimentos de engenharia permitem que os estudantes identifiquem diversas oportunidades.
“A graduação é um grande laboratório em que são desenvolvidas as competências para transformar as possibilidades em realidades para a sociedade. E é neste sentido de fazer a diferença que está a importância de seguir e lutar por seus objetivos”, conclui.
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Estimulando a interdisciplinaridade em disciplinas, projetos e grupos, o curso de Engenharia Mecânica da PUCRS conta com professores capacitados e laboratórios bem aparelhados e atualizados. Os alunos são desafiados a encontrar a melhor solução para problemas reais com os conhecimentos aprendidos, tornando-se diplomados preparados para atuar em diferentes setores.
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Idealizada por um grupo de estudantes de Engenharia Mecânica, da Escola Politécnica da PUCRS, e contando com vasta experiência na produção da cadeia têxtil, a Bioelegance desenvolveu seu próprio maquinário 100% em solo brasileiro. A empresa utiliza um sistema inteligente de matéria prima e acompanhamento de produção e é uma das pioneiras no desenvolvimento integral de projeto e produção de máscaras cirúrgicas hospitalares no Brasil.
Segundo o CEO Julio Dal’Agnoll, a missão da empresa é o de tornar o Brasil independente de terceiros para a produção de correlatos. “Nosso maior objetivo para o futuro é ter a capacidade de abranger todo o mercado de desenvolvimento e produção, tornando-nos referência nacional e internacional em Qualidade e Produção desses itens que se mostraram tão fundamentais para a segurança sanitária do mundo”, conclui.
Na última semana, a aplicação das vacinas contra o coronavírus no Rio Grande do Sul completou um mês. Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde, cerca de 380 mil pessoas já receberam a primeira dose, das quais 14 mil já foram imunizadas com a segunda dose – o que corresponde a 3% do público estimado. Até o momento, estão sendo vacinados os trabalhadores da saúde e os idosos com mais de 85 anos.
Atualmente, duas vacinas contra o coronavírus estão sendo aplicadas na população: a CoronaVac, desenvolvida pela Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan; e a vacina de Oxford/AstraZeneca, que está sendo produzida no Brasil pela Fiocruz. Por se tratar de imunizantes recentes, para uma doença ainda nova, é comum haver dúvidas sobre o tema. Para entender melhor o funcionamento e a diferença entre as vacinas, o professor Marcelo Scotta, da Escola de Medicina, esclarece alguns pontos. Confira:
Quais as principais diferenças entre as duas vacinas?
A CoronaVac é composta por vírus inativados, ou seja, mortos.
Já a de Oxford/AstraZeneca é composta de um vetor viral, sendo esse um adenovírus não replicante. Como este vetor não é patogênico em humanos, na prática ela funciona como uma vacina de vírus inativado.
Qual o intervalo recomendado entre uma dose e outra?
Para a CoronaVac, o intervalo é duas a quatro semanas.
Para a vacina de Oxford/Astra Zeneca, é de oito a 12 semanas.
A partir de que momento a pessoa vacinada pode ser considerada imunizada?
Apesar de 14 dias após a primeira dose já ser possível haver uma redução de risco de infecção e da doença grave, o indivíduo é considerado plenamente imunizado 14 dias após a segunda dose.
Como essas vacinas se comportam em relação às novas cepas do vírus que estão surgindo?
Existem suspeitas de uma menor eficácia frente às novas variantes, como alguns dados iniciais indicando que a vacina de Oxford/AstraZeneca seria menos eficiente contra a variante sul-africana. Porém, ainda são dados incipientes.
Apesar de trazer esperança, a chegada das vacinas contra o coronavírus não deve resultar na redução dos cuidados para combater a pandemia, como o uso de máscaras, a higienização das mãos e o distanciamento social. “Essas medidas são as únicas formas de conter o vírus além da vacinação, cuja cobertura ainda está em estágios iniciais”, aponta Scotta. Neste dia 23 de fevereiro, o Rio Grande do Sul vive o pior momento da pandemia, com 11 regiões em bandeira preta no Distanciamento Controlado, considerada a de maior risco epidemiológico.
Segundo o professor, em virtude da disseminação do vírus e da cobertura vacinal ainda pequena, é improvável que possamos retornar à normalidade neste ano. Porém, esse não deve ser um motivo para se descuidar: “É importante que a pandemia seja controlada o quanto antes, pois o surgimento progressivo de mais variantes aumenta a chance de um escape vacinal, ou seja, de a vacina não funcionar”, conclui.
O Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) foi pioneiro no Estado para os testes de eficácia da CoronaVac, junto a 15 centros pelo País e, desde o dia 20 de janeiro, passou a integrar a campanha de vacinação, aplicando doses da vacina em profissionais da saúde. Nove dias depois, o Hospital vacinou a milésima pessoa. Além da imunização gradual dessas equipes que atuam na linha de frente do combate à pandemia, os voluntários e as voluntárias que receberam a dose placebo do estudo também já foram imunizados.
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Os impactos da pandemia na saúde não são restritos aos contaminados pela Covid-19. O isolamento social e o medo de perder alguém para o vírus são agravados pelas incertezas relacionadas à renda e, também, pelo desemprego.
Por isso, diversas pesquisas estão sendo realizadas para avaliar os impactos da pandemia na saúde pública. Uma delas é a denominada Estresse, trauma e percepção de risco durante e após a pandemia, coordenada pelo pesquisador do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer), Rodrigo Grassi de Oliveira. O estudo contou com 17 mil pessoas, as quais responderam questionários anônimos que visam mapear e monitorar a população brasileira durante e após a pandemia de Covid-19. Para participar da pesquisa, clique aqui.
A insônia subjetiva é um problema frequente: cerca de 20% a 40% das pessoas se queixa de falta de sono ou dorme mal. Esse mal foi agravado durante a pandemia. Por esse motivo, o programa de Pós-Graduação em Pediatria e Saúde da Criança, da Escola de Medicina Como está o seu sono nessa quarentena?. Apesar de já ter resultados preliminares, o estudo continuará até o final do período de quarentena. As informações foram coletadas a partir da sétima semana de quarentena, com enfoque no Rio Grande do Sul e demostram uma piora na qualidade do sono em crianças de 0 a 3 anos.
Para conhecer melhor as pesquisas e verificar demais resultados preliminares, leia a matéria completa na Revista PUCRS (páginas 42 e 43).
Mesmo com as aulas realizadas na modalidade online ao longo de 2020, muitos funcionários da PUCRS seguiram trabalhando presencialmente, entregando serviços de qualidade, seja no combate à Covid-19 ou prestando serviços ao Campus. Dentre eles estão bibliotecários, pesquisadores, recepcionistas, laboratoristas, higienistas e jardineiros.
Para conhecer o trabalho desses profissionais durante a quarentena, leia a matéria completa na Revista PUCRS (páginas 46 e 47).
Fabiano Ramos, médico e chefe do serviço de Infectologia do Hospital São Lucas da PUCRS (HSL), conta que se interessou por essa área da medicina quando ainda estava na faculdade. Durante a graduação, participou do projeto Aderência Total, o qual prezava pela interdisciplinaridade e era realizado com pacientes portadores de HIV. O trabalho fascinou o então estudante, que hoje acredita que a infectologia deve integrar diferentes áreas médicas, comparando a prática na área da saúde com o trabalho em equipe necessário em um time de futebol, esporte que costumava jogar.
Fabiano foi o primeiro residente em infectologia do HSL, em 2004 e, além do combate à Covid-19, atuou anteriormente frente à epidemia de dengue. Atualmente, Fabiano é o responsável por coordenar os testes da CoronaVac no HSL, realizados em parceria com o Instituto Butantan.
Para conhecer melhor o trabalho realizado por Fabiano Ramos, leia a matéria completa na Revista PUCRS (páginas 40 e 41).
Considerando anseios da comunidade acadêmica, as regulamentações do poder público e a instabilidade dos indicadores da Covid-19 na Capital – que retornou à bandeira vermelha, a Universidade decidiu manter as aulas na modalidade online até o fim deste semestre letivo. “Fizemos essa escolha em diálogo constante e escuta atenta à nossa comunidade. Seguimos em um cenário de muita incerteza, que não nos permite previsibilidade e segurança para uma alteração no nosso modelo vigente”, explica o reitor, Irmão Evilázio Teixeira.
As atividades práticas, atividades de pesquisa e estágios seguirão sendo retomadas gradualmente, conforme autorização do Decreto Municipal nº 20.625. Com a mesma cautela que a PUCRS apresentou até agora, orientando e promovendo a presença responsável de cada um, serão disponibilizados alguns serviços de apoio e ambientes para estudo e trabalho a quem desejar a partir de outubro. Mais detalhes a respeito dos serviços e espaços que serão oferecidos devem ser divulgados até o fim deste mês.
Ao longo desses meses, além de se preocupar em manter a excelência nas aulas e atividades remotas, a PUCRS providenciou todas as adequações necessárias para proteger o grupo de profissionais que integram atividades essenciais no Campus, cumprindo protocolos rígidos de prevenção e cuidado. Confira a síntese das principais medidas:
“Tomamos todas as medidas necessárias para tornar nosso Campus um ambiente seguro. Mas a contenção da doença depende da presença responsável de cada um de nós, onde quer que estejamos. Assim, reforço a importância de seguirmos firmes na manutenção de hábitos de prevenção”, reforça o reitor. A Universidade segue atenta às recomendações e decretos do poder público e priorizando a saúde e o bem-estar da comunidade universitária.