Inteligência Artificial ajuda a estimar quantos leitos são necessários na pandemia - Pesquisadores da PUCRS desenvolvem tecnologia que pode ajudar na avaliação e nas ações dos órgãos de saúde

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Diante de um cenário de incertezas sobre a pandemia do novo coronavírus, a testagem de indivíduos e de uma possível vacina para a doença se tornam uma esperança na área da saúde. Existem dois exames diferentes para a detecção da SARS-CoV-2: os testes sorológicos (aqueles que utilizam sangue) e os testes moleculares (aqueles que obtêm o material da mucosa do nariz e da garganta).

Resumidamente, os testes sorológicos identificam os anticorpos produzidos pelo próprio paciente contra o vírus que o infectou, já os testes moleculares reconhecem a presença do material genético do vírus diretamente nas vias aéreas superiores das pessoas infectadas. Confira a explicação de Daniel Marinowic, pesquisador do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer) e professor da Escola de Medicina da PUCRS.

Testes Sorológicos

Os testes sorológicos se destinam a identificar se um indivíduo já teve contato com algum antígeno (substância estranha ao organismo) e estão sendo utilizados como alternativa aos testes moleculares, principalmente em infecções agudas. Esse tipo de teste é de fácil manuseio e obtém resultados rápidos, porém, existem muitas incertezas em relação a sua precisão.

Atualmente, existem três tipos de testes sorológicos: os ensaios ELISA, os ensaios de quimioluminescência e os ensaios fluxo lateral, conhecidos como testes rápidos. Os dois primeiros geralmente são realizados em laboratórios, pois exigem equipamentos específicos para leitura dos resultados; enquanto os testes rápidos podem ser utilizados em qualquer local.

Em uma revisão com 40 estudos sobre essas metodologias foram identificados fatores que podem influenciar nos resultados dos testes, pela sensibilidade. As variações acontecem de acordo com o ambiente e o tipo de kit utilizado. Os ensaios ELISA e de quimioluminescência são considerados promissores, com uma média de especificidade (capacidade de diagnosticar corretamente pessoas saudáveis) de 96,6%. Os testes rápidos também apresentaram um bom desempenho, mas alguns têm especificidade de apenas 80%.

Os testes rápidos são os mais preocupantes quando falamos de sensibilidade. Alguns ensaios apresentaram sensibilidade de apenas 21% para detecção da imunoglobulina M (IgM), 41% para imunoglobulina G (IgG) e 47% para testes combinados (ambas as imunoglobulinas)

Testes moleculares

Os testes moleculares também apresentam grandes desafios para contemplar o diagnóstico do novo coronavírus, particularmente envolvendo o equilíbrio entre diversas etapas necessárias para o bom desempenho da técnica. O diagnóstico pela técnica conhecida como PCR (Polymerase Chain Reaction) consiste em coletar pequenas frações do vírus, gerar cópias de diferentes regiões e detectar a emissão de um sinal relativo à geração das cópias dessas partículas virais. Chegando assim a um diagnóstico de “detectado” ou “não detectado” para o novo coronavírus.

Essa técnica não observa a resposta do organismo à infecção, mas sim a presença do vírus na mucosa do indivíduo testado. O PCR necessita de cuidados pontuais a fim de evitar resultados inconsistentes, e precisa considerar alguns pontos importantes, que são:

Pesquisadores da PUCRS desenvolvem novo teste para coronavírus - Alternativa de exame possibilita diminuir custos e ter resultados mais rápidos,pesquia

Novo teste para Covid-19 / Foto: Divulgação/InsCer

Estudos utilizando dados da infecção por SASR-CoV-1 apresentaram que a sensibilidade foi superior no PCR quando comparado aos testes sorológicos. Existem diferentes metodologias nesse caso:

O teste desenvolvido pelo InsCer contempla essas duas metodologias, pois inicialmente faz uma triagem utilizando two steps com intercalantes fluorescentes e, após, aplica a one step com sondas nas amostras positivas detectadas na primeira etapa.

Precisão do teste PCR

Atualmente, se tem falado sobre os falsos negativos da técnica de PCR. Porém, esse risco não está associado à técnica em si, mas sim à uma série de cuidados necessários durante a testagem:

*Texto adaptado do artigo originalmente publicado no site do InsCer. 

Pesquisadores do Laboratório de História Oral da Escola de Humanidades da PUCRS irão colaborar para o registro histórico da pandemia no Estado. A iniciativa faz parte do projeto Documentando a experiência da Covid-19 no Rio Grande do Sul, que reúne diversas instituições com o objetivo documentar o cotidiano e a experiência subjetiva na pandemia. O projeto é coordenado pelo Arquivo Público do Rio Grande do Sul ocorrerá de forma online durante o período de distanciamento social, por meio de entrevistas e coleta de registros pessoais como fotos, textos, diários e vídeos.

Segundo a professora Cláudia Fay, coordenadora do Laboratório de História Oral, a pesquisa na PUCRS será direcionada para a documentação de vivências de estudantes e professores sobre o ensino remoto. Os participantes poderão contar suas experiências para os pesquisadores por meio de encontros em plataformas virtuais.

Além da PUCRS, as instituições que integram o projeto são o Arquivo Público do Rio Grande do Sul, Centro Histórico-Cultural Santa Casa de Porto Alegre, Centro de Referência da História LGBTQI+, Grupo de Trabalho História e Saúde da Associação Nacional de História – Seção Rio Grande do Sul, Memória e Cultura Unimed Federação/RS, Museu de História da Medicina do Rio Grande do Sul, Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Universidade Federal de Pelotas, Universidade Federal de Santa Maria, Universidade Federal do Pampa e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul. O projeto interinstitucional também terá como objetivo fomentar a produção de pesquisas a partir do material recolhido.

Sobre o Laboratório de História Oral

Criado em 1996, o Laboratório coloca à disposição de pesquisadores pessoal e equipamentos para a obtenção e o registro de fontes documentais, análise e difusão dos resultados de pesquisa. O espaço também promove auxílio aos que procuram trabalhar com História Oral, fornecendo informações importantes sobre como preparar uma entrevista, realizar a transcrição do texto, fazer um termo de cessão e elaborar bibliografia sobre o assunto. Além disso, o Laboratório possui um acervo com mais de 200 entrevistas compiladas sobre diversos temas relacionados com política, educação, arqueologia, histórias de vida e, especialmente, vinculados ao tema imigração. Dessa forma, sendo possível criar e manter um acervo que cresce ano a ano, com a contribuição de estudantes dos diferentes níveis acadêmicos, em perspectiva interdisciplinar. Parte do acervo já devidamente transcrito e pronto para a pesquisa está no Espaço de Documentação e Memória Cultural da PUCRS, no prédio da Biblioteca Central.

Leandro Firme, Diretor Geral do HSL, e Fabiano Ramos, Líder do projeto, assinam o contrato / Foto: Divulgação HSL/PUCRS
Na manhã de hoje, dia 10 de julho, ocorreu a assinatura do contrato que oficializa o Centro de Pesquisa do Hospital São Lucas da PUCRS como um dos 12 centros do país que irão realizar os testes clínicos da vacina contra o novo Coronavírus no Estado. Segundo Leandro Firme, diretor geral do HSL-PUCRS, esse é mais um passo importante na caminhada para a testagem da vacina. “Esse ato, embora simbólico, alimenta o sentimento de esperança que nutrimos em meio a esse cenário tão desafiador. É um alento para a sociedade e para a vida como um todo”, celebra.

A partir dessa formalização, o Hospital direciona seus esforços para a organização interna, mobilizando o corpo técnico, administrativo e operacional que está consolidado em uma equipe de 20 profissionais, entre médicos, enfermeiros, farmacêuticos, equipe administrativa e técnicos em laboratórios. O espaço destinado ao estudo já está preparado no Centro de Pesquisa Clínica do complexo hospitalar visando o início das atividades.

O recrutamento de voluntários será iniciado na próxima semana a partir de um link específico de inscrição que será divulgado no portal do HSL-PUCRS. “Com as informações e diretrizes do Instituto Butantan, estamos preparando as nossas equipes para organizar as próximas etapas e procedimentos, com intuito de iniciar o processo de testagem assim que possível”, completa Fabiano Ramos, líder do estudo e chefe do Serviço de Infectologia da instituição.

Seleção de voluntários
Para participar do estudo, os voluntários deverão ser profissionais da saúde e maiores de 18 anos. Devem estar atuando na assistência de casos da Covid-19 e não ter contraído a doença.

Não poderão participar do estudo mulheres gestantes ou que estejam amamentando, bem como as que manifestem o desejo de engravidar durante os próximos três meses consecutivos. Também são excluídos do estudo pessoas que possuam doenças crônicas sem devido controle, assim como doenças e/ou uso de medicações que comprometam o sistema imunológico.

Sobre o Centro de Pesquisa do HSL
O Centro de Pesquisa Clínica do HSL integra mais de 30 investigadores dedicados a descobertas de novos medicamentos. O centro é especializado na condução de rigorosos testes, chamados de ensaios clínicos, utilizados para validar a eficácia e segurança de novos fármacos, medicamentos, vacinas e testes diagnósticos antes que cheguem ao mercado. Atualmente são mais de 200 estudos em andamento. O Hospital ainda aguarda os desdobramentos e orientações do Instituto Butantan para realização das testagens da vacina.

Evilázio Teixeira, Reitor, Reitoria

Ir. Evilázio Teixeira / Foto: Camila Cunha

A evolução de uma organização implica superar desafios, assegurando sua missão, visão, mantendo a capacidade competitiva e inovação. Por mais precisos que sejam os conceitos e estruturados os planejamentos, há variáveis incontroláveis que alteram cenários. Como diz a velha máxima: “quando pensamos ter todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas”. Há quem diga que o século XXI começa agora. As consequências da pandemia não podem ser vistas isoladas do momento que vivíamos antes do surto. Temos uma aceleração e amplificação de problemas já existentes. Por exemplo, a retomada da economia brasileira não se concretizou e acabou intensificando a dificuldade na mitigação das fragilidades explicitadas pelo efeito COVID-19.

No Ensino Superior, os desdobramentos da pandemia determinaram a busca de soluções dinâmicas. A impossibilidade de se prever a evolução da própria doença, aliada à crise econômica, determinaram a adoção de planos de contingência e a construção de caminhos alternativos. Entre a decisão de suspender as atividades presenciais e o reinício das aulas na modalidade online, bem como a continuidade de importantes pesquisas, houve um intervalo de poucos dias. Isso foi possível por meio da superação de desafios práticos, como a elaboração de protocolos de prevenção e segurança, a mobilização das equipes, o uso de novas ferramentas de ensino e o empenho para manter a motivação e o engajamento de professores, técnicos e estudantes. Trabalho, criatividade, solidariedade e empatia têm sido palavras-chave nesse contexto.

Passado o momento mais crítico, caberá às organizações “repensar” e “reimaginar” sua atuação, ou seja, rediscutir objetivos e estratégias num cenário em que se destacam os novos modelos de trabalho, a mediação tecnológica no ensino-aprendizagem, novos jeitos de consumir e conviver. Dito em outras palavras: o que imaginamos para alguns anos à frente tornou-se imperativo no presente.  Certamente planos definidos no período anterior à pandemia terão valor reduzido – ou simplesmente serão inúteis. Planejar para este “novo futuro” é significativamente diferente e mais desafiador do que planejar para aquele “velho futuro”. Um novo começo requer paciência, ousadia e esperança.

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Momento é de olhar para os planos e entender se eles ainda fazem sentido / Foto: Andrea Piacquadio/Pexels

A pandemia do coronavírus acabou adiando os planos de muitas pessoas. Eventos tiveram de ser adiados, viagens foram canceladas e mesmo os planejamentos mais simples – como uma saída com amigos no fim de semana -, precisaram ser deixados de lado nesse momento. Se na área pessoal a Covid-19 chegou exigindo adaptações, na profissional não foi muito diferente. E, por mais que o ser humano tenha a capacidade de se adaptar, todo esse processo de elaboração e ajuste é desafiador – ainda mais quando as mudanças precisam ser rápidas e não oferecem o tempo necessário para que tudo aconteça naturalmente.

Diante desse cenário de transformações repentinas, sentimentos como frustração, medo, ansiedade e tristeza são comuns. Segundo a consultora do PUCRS Carreiras Gabriela Techio, eles sinalizam o luto pelo que aspiramos, mas não foi possível alcançar. “Viver esse luto é natural e saudável. Afinal, energia e tempo foram investidos e expectativas de uma melhor qualidade de vida foram criadas”, aponta.

No que diz respeito à carreira e aos planos profissionais para o futuro, Gabriela afirma que é importante se permitir vivenciar esses sentimentos. Entretanto, com o tempo, é preciso voltar a olhar para os planos e procurar identificar se o que estava sendo buscado ainda faz sentido.

O futuro sempre é incerto

A consultora lembra que, quando falamos sobre futuro, sempre estamos lidando com a incerteza. “É uma velha conhecida, mas atualmente estamos precisando ser ainda mais tolerantes a ela”, comenta. Gabriela sugere que uma boa estratégia para esse momento em que o mundo ainda está aprendendo a lidar com as mudanças é reajustar o foco para si: “Investir em autoconhecimento e aprender a reconhecer seus valores e interesses profissionais é importante. O autoconhecimento é uma etapa essencial para pensarmos nossas carreiras. Só através dele poderemos ter mais segurança e confiança na nossa trajetória, mesmo quando o contexto é incerto”.

Para evitar uma cobrança excessiva neste momento que já impõe seus próprios obstáculos, é sempre válido lembrar que essa é uma situação nova, para a qual ninguém estava preparado, e todos estão aprendendo a lidar com ela. Gabriela lembra que todo processo de aprendizagem envolve tentativas, erros e reajustes, e sugere que, mesmo em casa, mantenha-se uma rotina saudável e se invista na carreira. Uma boa opção para se manter em movimento, mesmo em um momento tão atípico, são os cursos a distância. “Não é preciso fazer todos os cursos que nos são oferecidos, mas escolher um que faça sentido e que podemos aproveitar no ritmo que hoje conseguimos dar conta”, indica.

Graduação também é uma fase de experimentação

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Cursos a distância são boas opções para manter a carreira em movimento / Foto: Andrea Piacquadio/Pexels

Segundo a consultora do PUCRS Carreiras, o aprendizado contínuo é um assunto muito comentado quando se fala sobre trajetória profissional. O mercado de trabalho está constantemente em movimento e exige uma capacidade de adaptação. “Uma das formas de se investir nisso é por meio de cursos, conversas com profissionais, entre outras ações que tragam novos conhecimentos, contatos e oportunidades”, destaca. Gabriela ainda lembra que a qualificação por si só não faz sentido: ela precisa estar alinhada à carreira do indivíduo e, por isso, o planejamento é fundamental.

Quem está atualmente cursando uma graduação, deve ter em mente que essa é uma forma de explorar, experimentar e interagir com pessoas a fim de fazer escolhas de carreira mais conscientes. E tudo isso pode ser feito de forma online. “Vejo estudantes em contato com professores e outros profissionais experimentes sobre as áreas de interesse. Quanto mais informações tivermos, mais preparados e seguros estaremos para pensar no nosso futuro profissional”, conclui.

PUCRS Carreiras oferece serviços gratuitos a alunos da PUCRS

Tanto para quem deseja planejar a trajetória profissional quanto para quem quer pensar em como fazer uma exploração do mercado de trabalho, o PUCRS Carreiras oferece orientação. O setor conta com diversos serviços, como consultoria e planejamento de carreira, suporte para elaboração de currículo e preparação para entrevista de processo seletivo. Para alunos da Universidade, o serviço é gratuito.

Além disso, o PUCRS Carreiras tem realizado oficinas online para alunos e alumni, bem como para o público em geral. Confira os próximos eventos:

O termo solidariedade pode ser analisado a partir do latim solidum (totalidade, segurança) e solidus (sólido, inteiro), podendo ser compreendido como a determinação firme e perseverante de se empenhar pelo bem comum. Ou seja, é a ação, pelo bem de todos e de cada um, de sermos responsáveis uns pelos outros.

Praticar a solidariedade não é um bem apenas para o destinatário beneficiado, mas também gera benefícios para quem age solidariamente. Quem é solidário com o outro fortalece características como a empatia, o altruísmo e a benevolência.

No contexto em que vivemos hoje, com a pandemia provocada pela Covid-19, a solidariedade assume ainda mais um papel fundamental para a sociedade. Diante disso, agente do Centro de Pastoral e Solidariedade Jaquelini Debastiani, uma das coordenadoras da Rede Solidariedade da PUCRS, traz sugestões sobre ações que podem nos ajudar a praticar a responsabilidade solidária. Confira as dicas:

1. Divulgar campanhas das instituições sociais: neste momento, as instituições tiveram as suas atividades presenciais adaptadas ou totalmente restringidas, mas não deixaram de prestar assistência, principalmente para as famílias mais vulneráveis. Muitas instituições, inclusive, lançaram campanhas para distribuição de cestas básicas, produtos de limpeza e de higiene pessoal. Você pode ser um grande incentivador/divulgador destas campanhas através das suas redes sociais ou com seus amigos, familiares e vizinhos. Incentive que as pessoas também sejam parceiras das instituições.

2. Confeccionar máscaras: uma das necessidades mais urgentes neste momento é com os cuidados pessoais e de higiene. A máscara se tornou parte fundamental neste processo. Se você sabe costurar ou possui alguém da família que faça isso, você pode organizar esta produção. Caso não possa confeccionar, é possível doar os materiais para que outras pessoas que possam fazer a produção. Muitas instituições sociais estão recebendo este material de suma importância.

Nos últimos meses, surgiram na mídia vários exemplos de pessoas que penduraram as máscaras em árvores ou nas suas janelas, para que quem precisasse pudesse pegar. Outra dica legal, que pode acompanhar a doação de máscaras, é colocar junto cartões que expliquem como fazer o descarte ou a higienização deste material. Além de informações importantes, o carinho faz muito bem para todos. O próprio Hospital São Lucas (HSL) possui um grupo muito engajado de costureiras que confeccionam máscaras para a distribuição.

3. Ser um voluntário: apesar de muitas instituições estarem com suas atividades presenciais suspensas, a atuação de voluntários pode se adaptar, pois sempre há espaço para contribuição. Uma das formas de ajudar é ser voluntário no auxílio aos educadores, organizando o material de atividades/tarefas que são entregues para as crianças e adolescentes atendidos pelas instituições de ensino. Outra forma é realizar a montagem de cestas básicas para as famílias. Muitas vezes os itens chegam separados e a montagem destas cestas é um esforço bem importante neste fluxo.

Mas vale ressaltar: todas as atividades devem ser feitas seguindo os protocolos de prevenção da Covid-19.

4. Ser o ajudante do dia: muitas pessoas estão nos grupos de risco, e, para elas, não é aconselhável ir ao supermercado, à padaria ou à farmácia, rotinas do dia a dia da maioria das pessoas. Que tal descobrir se algum vizinho ou familiar precisa desta ajuda e se colocar à disposição para colaborar com esta logística, fazendo as compras e entregando na porta de casa (sem entrar, claro), com toda a segurança para estas pessoas? Depois da entrega, se você sabe que a pessoa que ajudou mora sozinha, ligue para ela e converse um pouco. A companhia (mesmo que distante) e um pouco de bom humor também são ajudas bem valiosas neste momento.

5. Colaborar com algum estudante da rede pública: a maioria das escolas públicas ainda está se adaptando ao formato online. Se você é da área da educação ou tem domínio sobre algum conteúdo que possa ajudar um estudante, coloque o seu conhecimento (com um pouco de paciência) a serviço. Muitos estudantes estão com dificuldades de entender os conteúdos ensinados neste momento. Isso pode ser realizado na modalidade online ou com todas as medidas de segurança e higiene, você pode receber ou ir ao encontro destas pessoas.

Dica bônus

Faça a doações: a Campanha do Agasalho Drive Thru Solidário está arrecadando roupas de inverno (como calças e casacos de moletom, jaquetas e meias), calçados fechados, cobertores e edredons, além de materiais de higiene. Todas as doações serão destinadas a comunidades em situação de vulnerabilidade.

As entregas podem ser realizadas até o dia 10 de julho, em pontos de coletas na PUCRS (estacionamento do prédio 50 e térreo do prédio 1) ou no Hospital São Lucas (guichê do estacionamento (em frente à Emergência).

Saiba mais clicando aqui.

A solidariedade como valor

Com essas dicas, podemos nos perceber cada vez mais como pessoas solidárias que somos, partindo dos seguintes passos básicos:

E assim sermos agentes de mudança, construtores de pontes, comprometidos na transformação da vida. Para nós, Maristas, a solidariedade é um valor institucional que perpassa toda a construção de nossa história, desde o início da nossa missão há mais de 200 anos. O próprio texto que exemplifica o valor nos recorda como devemos buscar esta forma de agir.

Foto: Bruno Todeschini

Foto: Bruno Todeschini

Somos 7,8 bilhões de pessoas vivendo em um mundo globalizado. Apesar da desigualdade social abissal de nossas sociedades, somos todos iguais, compartilhamos e dependemos da mesma arca chamada Terra. Porém, o crescimento explosivo da nossa população nas últimas décadas tem provocado uma exploração insustentável da natureza. Entre as inúmeras agressões ambientais que cometemos, a degradação dos ecossistemas naturais e a caça, captura, aprisionamento, venda, uso como pets e consumo de animais selvagens nos põem em contato com vírus e bactérias que viviam em harmonia com seus hospedeiros silvestres. Como o nosso corpo não foi treinado para lidar com esses microrganismos estranhos, corremos o risco de que eles sejam bastante agressivos para nós. Vírus que atacam o aparelho respiratório e que são transmitidos de uma pessoa para outra podem ser espalhados rapidamente pelo globo terrestre por viajantes infectados. É exatamente isso que está acontecendo com o coronavírus causador da Covid-19.

Assim como adoecemos ao entrarmos em contato com esses novos microrganismos, também levamos a morte para os animais silvestres quando deixamos os nossos patógenos nos ecossistemas naturais que invadimos. Esse é um sério problema, inclusive, dentro da nossa própria espécie. Indígenas que nunca tiveram contato com a maioria das nossas doenças são muito mais sensíveis do que as pessoas de nossa cultura. Infelizmente, a história da humanidade está repleta de exemplos de culturas tradicionais dizimadas ao redor do mundo por doenças levadas pelos “colonizadores”.

A covid-19 nos ensina muitas lições. Uma delas é que a única maneira de reduzirmos o risco de novas pandemias é a construção de uma sociedade que respeite a natureza acima de tudo e na qual todo ser humano tenha uma vida digna. Como quase sempre somos os únicos responsáveis pelos nossos problemas de saúde, está na hora de vivermos um “novo normal” e escrevermos uma história que, finalmente, faça jus ao Homo sapiens (“homens sábios”).

Pesquisadores da PUCRS desenvolvem novo teste para coronavírus - Alternativa de exame possibilita diminuir custos e ter resultados mais rápidos

Na foto, Daniel Marinowic, professor da Escola de Medicina da PUCRS e coordenador do projeto que envolve o teste, junto com uma das integrantes da equipe, Gabriele Zanirati. Crédito: Divulgação/InsCer

A comoção mundial frente à pandemia da Covid-19 registrou um recorde de R$ 5,2 bilhões no Brasil, segundo estimativa da Associação Brasileira de Captadores de Recursos, ABCR, divulgada no mês de maio. Estamos falando de doações de empresas e pessoas físicas, uma iniciativa pouco vista por aqui.

Em matéria apurada pela revista Época, segundo levantamento de 2019, apenas 22% dos brasileiros desembolsam recursos à filantropia mais de uma vez por ano. Nos Estados Unidos, o campeão mundial da filantropia, 61% doam com frequência.

Radicado nos Estados Unidos há mais de duas décadas, o oncologista Nelson Kalil destinou recursos ao Instituto do Cérebro da PUCRS, o InsCer, através da sua Fundação, a fim de contribuir para o desenvolvimento de tecnologia e de processos no combate ao Covid-19. De acordo com o médico brasileiro, infelizmente o que é rotina nos Estados Unidos, como, por exemplo, um trabalho voluntário que se aprende desde criança e computa, inclusive, como crédito para acesso às universidades, não é comum no Brasil. Os motivos para o País não adotar esse tipo de iniciativa vão desde falta de confiança à transparência nas informações e gestão pública. “Em resumo, uma palavra difícil de traduzir para português: accountability*. Se melhorarmos nesses aspectos, com certeza vamos ver um maior número de doações e contribuições de pessoas físicas, incluindo tempo, e de empresas, com aportes financeiros”, acredita Kalil.

Nelson Kalil destinou recursos ao Instituto do Cérebro da PUCRS. Crédito: Camila Cunha

Nelson Kalil destinou recursos ao Instituto do Cérebro da PUCRS. Crédito: Camila Cunha

Quanto ao motivo e à relevância da destinação do recurso ao teste, o oncologista destaca a importância dele no curto e longo prazo. “A curto prazo acelera a necessidade imediata da rápida detecção, tratamento, isolamento de pessoas infectadas, prevenindo a disseminação, salvando milhares de vidas. A longo prazo, permitirá um estudo epidemiológico adequado não só para esta pandemia, mas para as próximas que certamente ainda ocorrerão”.

O teste COVID-PCR-SyBr foi avaliado pelo laboratório Central de Saúde Pública do Rio Grande do Sul – LACEN. Com esse teste é possível analisar um maior número de amostras em um tempo mais curto e por um valor diferenciado. 

Viver há anos no país em que a cultura da filantropia está enraizada sem dúvida amplia a visão acerca da relevância social de práticas rotineiras de voluntariado, solidariedade e doações de uma forma em geral.  No caso de Nelson, o envolvimento diário com a academia, com pesquisas e o saber científico também contribuíram para essa e para outras iniciativas que o médico já apoiou anteriormente, além do forte vínculo com a PUCRS. Kalil foi aluno da graduação em medicina, e depois iniciou a residência de Medicina Interna e Oncologia no Hospital São Lucas, HSL, na década de 80.

A mudança para os EUA foi motivada pela necessidade, ainda durante a graduação, de ter acesso à tecnologia e à qualidade da medicina disponíveis em países de primeiro mundo, e com estímulos de professores, como o atual vice-reitor da PUCRS, Jaderson Costa da Costa, que havia retornado de Boston na época.  O oncologista então muda para os Estados Unidos, onde faz a residência de Medicina Interna no Jackson Memorial Hospital, Universidade de Miami, e em Oncologia e Hematologia no National Cancer Institute e National Heart, Lung, Blood Institute, National Institute of Health em conjunto com o Johns Hopkins Hospital. Atualmente, trabalha na área de Washington, um rico ambiente cultural e acadêmico, onde está localizado o maior centro de pesquisa do mundo, com verbas de 42 bilhões de dólares por ano.

Diante de uma realidade tão diversa entre o Brasil e os Estados Unidos, Nelson destaca a diferença da mentalidade e da realidade política e econômica entre os dois países. “A falta de confiança, transparência nas informações e gestão pública e incentivo fiscal aos doadores necessitam imediatas melhoras, do contrário perderemos mais uma geração de jovens cientistas com enorme potencial de beneficiar o Brasil”.

*controle, fiscalização, prestação de contas, responsabilização, entre outros. A escolha por um equivalente em português não é, portanto, aleatória e revela o significado e os limites atribuídos ao conceito. 

O Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) firmou uma parceria com o Centro de Pesquisas em Biologia Molecular e Funcional (CPBMF) da Escola de Ciências da Saúde e da Vida e a empresa Quatro G, ambos instalados no Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), para o desenvolvimento de testes de diagnóstico para à Covid-19.

De acordo com Saulo Bornhorst, Diretor Técnico do HSL, a parceria terá um papel fundamental, evidenciando a importância da interação entre pesquisa e assistência nesse momento de pandemia. A responsável técnica pelo Laboratório Clínico do Hospital São Lucas, Terezinha Paz Munhoz, afirma que a união de esforços tem sido determinante no enfrentamento à Covid-19. “Esta parceria integra pesquisa e tecnologia com o diagnóstico, demonstrando a importância de estarmos inseridos num ambiente universitário. O Laboratório Clínico do HSL, o CPBMF e a Quatro G, juntos, potencializam a capacidade de diagnóstico e monitoramento da doença, trazendo maior agilidade no atendimento aos pacientes e colaboradores do HSL”, ressalta Terezinha.

Em uma primeira etapa, serão três mil exames disponibilizados em 60 dias, financiados com recursos humanos e financeiros da Quatro G e recursos públicos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs) oriundos do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Tuberculose (INCT-TB). No total, serão 15 mil exames, no padrão RT-PCR de tempo real, em três etapas consecutivas, envolvendo a parceria com o Laboratório Central do Estado (Lacen/RS) e o Hospital São Lucas, incluindo potencial para uma pesquisa epidemiológica com 5 mil testes.

Jorge Audy, Superintendente de Inovação e Desenvolvimento da PUCRS, destaca o apoio do Governo do Estado ao Tecnopuc a aos demais ecossistemas de inovação no RS. “Além desta ação com o CPBMF e com a empresa Quatro G, estamos também com outros dois editais aprovados, que são específicos para os ambientes de inovação do INOVARS na região metropolitana. As iniciativas também estão relacionadas à Covid-19: um deles na área de projeto e produção de respiradores e outro para pessoal, envolvendo bolsistas para a gestão do ecossistema metropolitano”, explica. No caso específico da parceria entre CPBMF, Quatro G e HSL, Audy comenta que a união é fruto de um esforço positivo. “Nossa maior preocupação foi viabilizar a execução dos exames em parceria com o HSL, bem como com o próprio Lacen/RS, que credenciou e liberou a realização dos exames”, destaca o Superintendente.

Os pesquisadores seniores do CPBMF Luiz Basso, Pablo Machado e Cristiano Bizarro destacam que a aproximação com o HSL e com a PUCRS sempre foi o objetivo do CPBMF e da Quatro G. “Nossos contatos iniciais com o Superintendente de Inovação e Desenvolvimento da PUCRS, Jorge Audy, buscavam tal aproximação para que pudéssemos colaborar com o Hospital São Lucas na realização de ensaios para a detecção do SARS-CoV-2, o agente etiológico da Covid-19, utilizando a técnica de reação da transcriptase reversa, seguida de reação em cadeia da polimerase (RT-PCR) monitorada em tempo real”.

A infraestrutura e pessoal qualificado do CPBMF, com a única NB3 funcional do estado do RS, permite que o laboratório possa produzir o RNA viral em células eucarióticas para ser utilizado como controle positivo da RT-PCR com total segurança dos colaboradores envolvidos, como foi explicado nesta matéria. A colaboração entre o CPBMF e o HSL poderá dobrar o número de exames diários utilizando o protocolo desenvolvido pelo CDC americano e adaptado pelos pesquisadores com o uso de insumos produzidos por empresas brasileiras, como a Quatro G.

Rafael Prikladnicki, Diretor do Tecnopuc, destaca que diversas startups do Parque estão desenvolvendo ações de combate a Covid-19 desde o início da pandemia. “Com a Quatro G neste contexto do projeto do CPBMF e HSL, temos mais um belo exemplo de inovação com impacto direto na sociedade por parte das startups instaladas no Tecnopuc”, comenta.

Habilitação do CPBMF pelo Lacen/RS

Os laboratórios que pretendem executar a técnica de RT-PCR devem validar seus testes junto a um laboratório de referência. No estado do Rio Grande do Sul, o Lacen/RS confere a habilitação. Para receber a validação foram enviadas duas amostras clínicas que testaram positivo para a presença do SARS-CoV-2 no CPBMF para contraprova no Lacen. O Laboratório Central do Estado confirmou os resultados, habilitando o CPBMF para realização dos exames. O CPBMF foi subsequentemente inserido na página da secretaria da saúde junto aos demais laboratórios habilitados para realização das análises.

Apoio da Fapergs

O presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do RS, Odir Dellagostin, salienta que a Fapergs apoiou o CPBMF através da alocação de recursos, originalmente concedidos ao INCT-TB. O financiamento possibilitou adequações na infraestrutura e custeio para ações de pesquisa direcionadas ao enfrentamento da pandemia de Covid-19, nos melhores padrões interacionais para exames da doença. O laboratório padrão NB-3 do CPBMF, localizado no Tecnopuc, é o mais qualificado em termos de infraestrutura hoje no Estado.

“Temos orgulho dos nossos pesquisadores que estão engajados em ações concretas que estão ajudando a salvar vidas. As parcerias estabelecidas entre CPBMF, Quatro G, Tecnopuc e Hospital São Lucas estão fazendo exatamente isso: salvando vidas!”, frisa o presidente da Fapergs.

Reprodução HSL

Reprodução de vídeo

Passando por um reposicionamento, o Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) já vinha em busca de dar respostas para necessidades de saúde da população que se apresentam a partir do novo contexto demográfico global e das projeções para os próximos anos, como o crescimento da demanda na oncologia, por exemplo. Com a chegada do coronavírus, uma redução significativa no fluxo de atendimento a pacientes com doenças que costumavam ser as mais comuns nos corredores, como câncer e cardiopatias, preocupa os médicos.

Mesmo tendo adotado protocolos de segurança específicos, a instituição acredita que a principal hipótese para a redução no fluxo de tratamentos que são urgentes e muito importantes para a não evolução das doenças, é o medo de contaminação pela Covid-19. Em contrapartida, segundo o Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM), no Rio Grande do Sul, 21,76% das mortes são causadas pelo câncer. Em Porto Alegre, o índice chega a 23,11%, números muito superiores à média nacional que é de 16,29%.

Para reforçar aos pacientes que ninguém deve correr riscos desnecessários – nem de contaminação pelo vírus, nem por adiar situações de emergência que oferecem, em alguns casos, até um maior risco à vida – , o HSL criou um vídeo que reforça a preocupação da instituição em manter um ambiente seguro para as equipes, os pacientes e seus familiares.

A produção mostra que o hospital está preparado para atender as necessidades da população. “Trabalhamos rigorosamente para que o ambiente do São Lucas seja seguro para as equipes e pacientes. As nossas taxas demonstram isso.  Toda equipe que está na operação Covid foi treinada e é dedicada somente aos casos sintomáticos. Os demais pacientes que precisem realizar exames, cirurgias, consultas ou qualquer tipo de procedimento, são encaminhados para um outro fluxo, totalmente livre de contato com os sintomáticos”, ressalta o diretor-geral do HSL, Leandro Firme.

Na entrada da instituição é realizada uma triagem de sintomas para todos os pacientes e acompanhantes. A recomendação básica é que pacientes oncológicos, cardiopatas e outros que precisem ir às dependências do hospital, sigam os protocolos estabelecidos pelos médicos e pelos órgãos de Saúde responsáveis. Medidas como a utilização de máscara, protetores faciais e a higienização frequente das mãos e dos ambientes já fazem parte da rotina e são intensificadas diariamente.

Cabe lembrar que algumas doenças se agravam com o tempo e, quanto mais precoce o tratamento, maior a chance de recuperação.

O que não pode ser adiado nos tratamentos

Uma pesquisa realizada pelo site Angioplasty.Org, mostrou que o fenômeno é comum também em outros países. Em Nova Iorque (Estados Unidos), por exemplo, o número de pessoas que morreram em casa, de ataque cardíaco, entre 30 de março e 5 de abril, foi 800% vezes maior do que o mesmo período em 2019.

O levantamento ainda revelou que no período houve uma queda de 50% ou mais no número de pessoas tratadas nas emergências de hospitais para o mesmo tipo de problema. Se essas paradas cardíacas tiveram algo a ver com o coronavírus, não se sabe. Mas a pesquisa afirma que muitos dos casos poderiam ter sido tratados prontamente, salvando essas vidas.

Outros sintomas sérios e sugestivos de doenças que exigem tratamento rápido, como infarto, AVC, reações alérgicas severas, não devem ser ignorados.

Assista ao vídeo informativo: