Novos tempos, novos ritmos, novas prioridades. Em meio à pandemia do coronavírus, o Tecna, Centro de Produção Audiovisual do Rio Grande do Sul, e todo o mercado audiovisual precisaram dar uma pausa. Mais conectados do que nunca – mas cada um em sua casa -, nos últimos meses os/as profissionais da área se dedicaram ao planejamento, à reinvenção e à produção.

Diversos desafios só puderam ser superados porque pessoas de diferentes áreas cooperaram em prol do bem comum, tomando todas as medidas necessárias nesse período delicado. Pensando nisso, o Tecna preparou um vídeo especial como forma de reconhecimento e agradecimento a quem atua no setor audiovisual no Rio Grande do Sul e no Brasil.

“O audiovisual ganhou ainda mais importância no mundo contemporâneo e precisamos valorizar os profissionais que se dedicam a este setor. Os conteúdos produzidos nos enchem de calor humano e, portanto, nos trazem saúde mental e afetiva nestes tempos de pandemia. Esta produção é um exemplo de trabalho coletivo e empático, que envolveu estudantes de graduação, professores e profissionais. A proposta é inspirar a todos para os cuidados necessários nas produções audiovisuais e, também, no dia a dia de todos estes profissionais.” ALETÉIA SELONK, GERENTE DO TECNA. 

Movimentando a economia

Um dos grandes desafios de obter informações sobre a economia criativa é a disponibilidade de dados, segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Porém, dois estudos publicados pela Agência Nacional do Cinema (Ancine) revelam a força do setor audiovisual brasileiro, responsável por injetar R$ 24,5 bilhões na economia. Há também a tendência no aumento da participação do segmento de TV por assinatura e da exibição cinematográfica.

Um mercado internacional

“Em 2015 o Brasil exportou US$ 154,8 milhões e importou US$ 1,6 bilhão em serviços audiovisuais. O volume de vendas do Brasil mais que dobrou (crescimento de 110,1%) enquanto as aquisições permaneceram praticamente estáveis (crescimento de 2,9%). O licenciamento de direitos de conteúdo audiovisual foi o principal responsável pelo aumento da exportação de serviços audiovisuais pelo Brasil”, de acordo com o portal oficial da Ancine.

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Foram iniciadas as doses em voluntários, bem como a esperança da vacina / Foto: Bruno Todeschini/PUCRS

Motivação e esperança. Essas são as duas palavras adotadas pela equipe do Hospital São Lucas da PUCRS (HSL-PUCRS), que neste sábado, 8 de agosto, iniciou a aplicação da vacina da farmacêutica chinesa Sinovac, desenvolvida em parceria com o Instituto Butantan. Neste primeiro momento, dez profissionais da saúde que estão atuando no combate à Covid-19 receberam as primeiras doses do imunizante contra o coronavírus.

Um grupo de cerca de 20 de profissionais do HSL, formado por farmacêuticos, enfermeiros, biólogos e médicos infectologistas será o responsável por conduzir, com suporte operacional e administrativo, o estudo no Centro de Pesquisa Clínica do Hospital. Ao longo dos próximos dois meses, eles receberão os voluntários selecionados de diversas instituições hospitalares da região metropolitana para um processo que envolve entrevista técnica, checagem de requisitos, orientações gerais e, por fim, a aplicação da vacina, que será feita duas vezes em 14 dias. O acompanhamento dos 852 voluntários escolhidos, no entanto, se estenderá até o fim de 2021.

Para o líder do estudo e chefe do Serviço de Infectologia do HSL-PUCRS, Fabiano Ramos, há uma grande ansiedade e otimismo para o início do estudo. “Acompanhamos o progresso da vacina desde o início da pandemia e temos a confiança de que é um estudo capaz de responder positivamente à expectativa da sociedade. Esperamos que, comprovando a eficácia da vacina, até o início do ano que vem a população já possa ser imunizada”, pondera.

O pensamento positivo contagia também a doutora em Biologia e coordenadora do estudo, Michelle Viegas, que avalia ganhos de longo prazo. “Nosso Centro de Pesquisa realiza atualmente mais de 200 estudos simultâneos, que vão desde a testagem de medicamentos até outras vacinas, como a da dengue, por exemplo. O tempo recorde de avanço do estudo da vacina pode nos ajudar a encontrar atalhos para tratamentos futuros”, destaca.

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Preparativos para a aplicação da vacina / Foto: Bruno Todeschini/PUCRS

Voluntários mobilizados

Os profissionais da saúde, tão impactados pela pandemia, terão a preferência na participação do estudo. A oportunidade é celebrada pelo médico da UTI do Hospital São Lucas, Luciano Marini, o primeiro a receber a aplicação da vacina. “Como médico intensivista, tenho passado pelo momento mais desafiador da minha vida profissional. Além dos pacientes estarem muito graves, em situação crítica, há toda questão técnica envolvida, com grande complexidade e também os aspectos emocionais, uma vez que os familiares não podem visitar os pacientes. A perspectiva de uma vacina que agora estamos testando traz a esperança que em breve possamos retornar com segurança ao ‘novo normal’ na nossa sociedade”, comenta.

Enfermeira do Hospital Universitário da Ulbra, em Canoas, Rosecler Silva da Rosa também estará entre as vacinadas no estudo. Para ela, participar do estudo é uma motivação extra para os plantões exaustivos, muitas vezes dobrados, que enfrenta na Emergência. “Eu sinto uma esperança, pois além de enfermeira eu sou mãe e penso muito em proteger minha família. Hoje não consigo encostar no meu filho, que é asmático. Dói muito. Estar na linha de frente afeta muito o psicológico, tem dias que tu choras e tem vontade de desistir”, lamenta.

O primeiro dia de vacinação contou ainda com profissionais dos Hospitais Vila Nova, Ernesto Dornelles, Conceição e Clínicas.

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O médico da UTI do HSL, Luciano Marini recebe a primeira dose / Foto: Bruno Todeschini/PUCRS

Lideranças projetam impacto positivo

Para o diretor-geral do Hospital São Lucas da PUCRS, Leandro Firme, o estudo reflete o esforço da instituição para construir soluções para as novas perguntas que emergem na área da saúde. “Estamos preparados, pois o estudo nasce da credibilidade e inovação características do nosso Centro de Pesquisa Clínica. A vacina é uma esperança para nós e para todos os hospitais que tiveram suas rotinas afetadas pela pandemia e se desafiam diariamente para cuidar dos pacientes de Covid-19 e de outras enfermidades. Celebramos esse passo com muito entusiasmo para a retomada da normalidade”, afirma.

O sentimento de confiança parte também do reitor da PUCRS, Ir. Evilázio Teixeira, que valoriza o trabalho desenvolvido no órgão suplementar da universidade. “Mesmo vivenciando tempos difíceis, alegremo-nos com o Hospital São Lucas da PUCRS e suas equipes, bem como nossa comunidade acadêmica envolvida em diversas pesquisas em desenvolvimento, neste grande esforço coletivo em prol da saúde em nosso país. As aplicações da vacina nos trazem esperança de um novo tempo. Que a próxima semana seja marcada por grandes transformações”, comemora.

Diretor-técnico no HSL, o Saulo Bornhorst corrobora com Firme e resgata o papel dos profissionais da saúde. “Sabemos o quanto nossos guerreiros da linha de frente têm se dedicado nos desafios atuais e por isso torcemos que um eventual fim da pandemia tire a sobrecarga que cada um carrega”, argumenta.

O vice-reitor da PUCRS e diretor do Instituto do Cérebro (InsCer), Jaderson Costa da Costa, acredita que começa a se concretizar a vitória da ciência no enfrentamento à Covid-19. “Em qualquer tempo, nunca houve uma força-tarefa global de pesquisadores tão solidária na busca de soluções para conter esse vírus. Esse estudo nos impulsiona a fomentar uma educação e ciência forte, cada vez mais incentivada e reconhecida”, salienta.

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Foto: Bruno Todeschini/PUCRS

Governos municipal e estadual celebram

Porto Alegre será uma das nove cidades do país a receber os testes da vacina, ao passo que o Rio Grande do Sul será um dos seis Estados escolhidos. A representatividade gaúcha é celebrada pelos líderes do Executivo municipal e estadual, que vislumbram o fim da pandemia.

“É uma importante notícia no enfrentamento à pandemia. A vacina que será testada também aqui no RS é uma das que estão em estágio mais avançado e torcemos para que os resultados sejam expressivos. O Hospital São Lucas da PUCRS tem um avançado centro de pesquisa clínica e profissionais altamente capacitados e dá uma enorme contribuição nesse processo fundamental no combate ao coronavírus”, destaca o governador do Estado, Eduardo Leite.

“É uma honra receber em nossos qualificados serviços de saúde e na nossa cidade os testes para a vacina contra o novo coronavírus. Porto Alegre iniciou precocemente o controle da pandemia e, diferentemente de vários locais no país e no mundo, ainda temos um grande número de pessoas suscetíveis ao vírus, o que faz com que sejamos um campo de testes apropriado para a vacina”, afirma o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior.

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Foto: Bruno Todeschini/PUCRS

O estudo

Atualmente em sua terceira etapa de testes, a vacina está no estágio em que é aplicada em larga escala, o que poderá comprovar em definitivo a sua eficácia e duração da proteção. O Hospital São Lucas é um dos 12 Centros de Estudos do Brasil, sendo o único do Rio Grande do Sul, que aplicará o insumo e documentará os resultados junto ao Instituto Butantan, de São Paulo.

Das 9 mil pessoas que participarão da testagem no Brasil, metade receberá a vacina, ao passo que a outra metade placebo, isto é, uma substância sem efeito algum. Por ser um estudo “duplo cego”, somente os farmacêuticos que recebem e acondicionam os imunizantes conseguem saber o que cada seringa contém. Porém, eles não acompanham o momento de aplicação, conduzido pelos pesquisadores junto aos voluntários, que desconhecem o conteúdo das doses em questão. A estratégia permite a análise e comparação dos resultados pelos dois grupos, validando ou não o efeito da substância.

Na prática, o que se espera é que o sistema imunológico dos testados desenvolva anticorpos para o vírus inativado (“morto”) da Covid-19 que está presente na vacina, tornando a pessoa em questão imune ao efeito do vírus ativo caso ela tenha contato com o organismo posteriormente.

Confira a cronologia do estudo no Rio Grande do Sul:

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Presidente da Associação de Pais do Colégio Marista São Francisco (APAMESFRA), Claudete Miranda Abreu; Diretor do Colégio Marista São Francisco, Ir. Jader Luiz Henz; Gestor Hospitalar do Complexo Hospitalar Santa Casa do Rio Grande, Pedro Henrique Quevedo / Foto: Divulgação Tecnopuc

Desde março, com o início da pandemia do Coronavírus no Brasil, a PUCRS, por meio do Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), iniciou um movimento de produção e doação de protetores faciais para os profissionais e instituições de saúde e assistência social envolvidos no esforço de combate à Covid-19. O Tenocpuc articula uma séria de parcerias para esta ação, que envolvem a doação de protetores faciais, insumos e impressoras 3D, assim como a produção própria no Parque. A produção é realizada no Tecnopuc Fablab, laboratório do Tecnopuc gerido pelo Centro de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico da PUCRS (Ideia). Todas as entregas são feitas pessoalmente pelo Assessor de Relações Institucionais da Reitoria da PUCRS, Solimar Amaro. As ações que envolvem o Hospital São Lucas são realizadas em conjunto com a Gerente de Captação de Recursos e Projetos do HSL, Izadora Silveira. Nesta semana, a ação atingiu o marco de 10 mil protetores entregues. A iniciativa conta com parceiros como Unimed, Projeto GRU, Taurus, Still, Grendene, Senge, Braskem, Laerdal Medical, BIA e IBASE.

O Reitor da PUCRS, Ir. Evilázio Teixeira, salienta: “Estamos vivenciando um tempo sem precedentes na história da humanidade. Parece-me que uma experiência comum é aquela que quando achamos que tínhamos as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas. Motivo de alegria a relevante contribuição no sentido de minimizar os riscos e priorizar a saúde com a produção dos protetores faciais, que alcançam a marca de 10 mil peças doadas pela PUCRS. Parabenizo o Tecnopuc pela dedicação de cada um, e agradeço as empresas parceiras que contribuem de forma significativa para essa ação em prol da saúde”.

Entrega do protetor 10 mil

O protetor facial de número 10 mil foi entregue pelo Colégio Marista São Francisco para a Santa Casa de Rio Grande, no sul do Estado. A conexão entre a ação do Tecnopuc e o Colégio Marista foi realizada pelo Ir. Manuir José Mentges, Pró-Reitor de Graduação e Educação Continuada da PUCRS (PROGRAD). Ele explica que o momento convida a atuações conjuntas e inovadoras, integrando ensino, pesquisa, extensão. “Neste sentido, as ações integradas entre os espaços da Rede Marista fortaleceram o vínculo e o nosso papel de contribuição, por meio da educação, para com a sociedade. Mobilizamos nossas estruturas na área social, colégios, Universidade, Hospital São Lucas, Inscer, Tecnopuc e outras, para juntos enfrentarmos este momento desafiador”, comenta o Pró-Reitor.

O diretor do Colégio Marista São Francisco, Ir. Jader Luiz Henz, relembra que a solidariedade é um valor presente na instituição Marista desde os primórdios da sua fundação. “Encontramos, nos livros de história Marista, relatos do Pe. Champagnat e dos primeiros irmãos, abrindo mão do pouco que tinham para doar aos que mais precisavam. Mais do que nunca, hoje, o olhar sensível às situações que exigem a nossa ajuda, levou o Colégio Marista São Francisco, em parceria com a Associação de Pais e Mestres e a PUCRS, a fazer essa doação à Associação de Caridade Santa Casa do Rio Grande. É uma singela maneira de retribuir ao imenso trabalho realizado pelos profissionais de saúde no combate a essa pandemia”, frisa Ir. Jader.

O Superintendente de Inovação e Desenvolvimento da PUCRS, Jorge Audy, afirma que esta ação do Tecnopuc está inserida nos esforços da Universidade de mitigar os efeitos da pandemia na sociedade gaúcha, em especial para entidades e ações sociais, clínicas geriátricas e hospitais. “Temos a certeza que estes primeiros 10 mil protetores faciais ajudaram muitas instituições a proteger seus profissionais das áreas de saúde e assistência social, seus pacientes e estudantes e pesquisadores, bem como nosso Hospital São Lucas, o Inscer, as áreas de ensino, pesquisa e administração da PUCRS e ações sociais de nossa Mantenedora. Nesta caminhada, desde março, contamos com um número crescente de parceiros que se uniram a nós neste esforço. Empresas como Unimed, Projeto GRU, Taurus, Stihl e Grendene forneceram insumos, protetores faciais e impressoras 3D para nossas ações. As novas impressoras 3D, doadas pelo convênio com a Unimed, serão usadas após a pandemia no novo Tecnopuc Fablab, que será instalado no Living 360º em conjunto com a Pró-Reitoria de Graduação e Educação Continuada (Prograd), a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propesq) e o Ideia, para uso de nossos estudantes de graduação”, complementa Audy.

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Relações Institucionais da PUCRS, Solimar Amaro, e Ir. Miguel Orlandi, coordenador do Cen​tro Social Marista Irmão Antônio Bortolini / Foto: Divulgação Tecnopuc

Entrega para galpões de reciclagem

Também nesta semana ainda foram entregues protetores faciais doados pela PUCRS em parceria com o Projeto GRU, Taurus e Stihl para ações dos Irmãos Maristas em galpões de reciclagem. O coordenador do Cen​tro Social Marista Irmão Antônio Bortolini e vice-diretor da Escola de Educação Infantil Marista Menino Jesus, Miguel Orlandi, foi o responsável por receber as doações. De acordo com ele, a ação está possibilitando o cuidado e proteção à Rede de Recicladores e Recicladoras da Região Metropolitana.

Ir. Miguel destaca: “Já são dezenas de Recicladores que estão protegidos, trabalhando dentro de normas de segurança. Antes estavam desprovidos do equipamento, especialmente pelo custo. Com novos tempos, encontramos novas formas de solidariedade, e a doação destes protetores é uma delas. Todas as Unidades de triagem de Porto Alegre agradecem a doação. Assim se protege um grupo social que é de extrema vulnerabilidade e geralmente esquecido nas ações sociais. A Solidariedade aproximou a Universidade, o Tecnopuc e Catadores, que poderão continuar cuidando do planeta com mais tranquilidade”.

Abertura dos Laboratórios do Tecnopuc: como participar?

A iniciativa integra um movimento do Tecnopuc de abrir seus laboratórios (Tecnopuc Fablab, Tecnopuc Crialab e Tecnopuc Usalab) para soluções inovadoras que combatam a pandemia. As propostas recebidas são avaliadas por uma equipe técnica que identifica a possibilidade de atendimento nos laboratórios, envolvendo o Tecnopuc e Ideia, que está ligado à Pró-Reitoria de Pesquisa da Universidade (Propesq). Para participar, é necessário preencher o formulário disponível neste link: bit.ly/labs_tecnopuc.

A executiva do Tecnopuc e coordenadora do movimento de abertura dos laboratórios, Flávia Fiorin, destaca que até o momento mais de 100 instituições foram atendidas. “São solicitações de mais de 23 mil protetores faciais, 10 mil protetores entregues entre produção do Tecnopuc Fablab e as doações do Projeto GRU, Taurus e Sthil”, conta Flávia.

O coordenador do Ideia, Eduardo Giugliani, conta que a força-tarefa de produção de máscaras completa 4 meses e meio funcionando desde o início da pandemia. “O momento nos ofereceu a possibilidade de conhecer melhor as pessoas. Foi formada uma rede de colaboradores absolutamente importante. E esse é o melhor resultado: a capacidade que as pessoas têm de se adaptar e se transformar de uma forma muito rápida para um novo contexto, que até a primeira quinzena de março era incerto e imprevisto. E o fato de contar com colaboradores além das suas horas, em finais de semana, demonstra uma capacidade do ser humano de oferecer uma contribuição em prol do bem comum. Isso é imensurável. É o grande resultado desse período atípico que vivemos”, realça Giugliani.

Histórico de doações

A entrega dos protetores faciais, que ocorre desde março, teve como um dos principais atores da linha de frente das entregues o Relações Institucionais da PUCRS, Solimar Amaro. Ele relembra um pouco sobre a experiência: “As entregas dos protetores faciais para inúmeras Instituições foram uma oportunidade de testemunhar o ‘olhar de gratidão’ destes ‘guerreiros da Ponta’. Casas de Acolhimento aos Idosos, Hospitais e UPAS, Centro Sociais, Galpões de Reciclagem, Policiais, IGP e IML. Renovo ‘ponta’, pois não terceirizamos as entregas, tivemos o cuidado de como PUCRS visitarmos e entregarmos em cada unidade suas demandas. Nosso Tecnopuc e parceiros foram incansáveis, inclusive nos finais de semana e feriados, confeccionado os protetores sem interrupção. É gratificante ter participado de uma ação que gerou proteção e saúde. Que refidelizou nosso DNA Institucional de ‘servir’”, frisa Solimar.

A Gerente de Captação de Recursos e Projetos do HSL, Izadora Silveira, comenta que a solidariedade vem sendo uma das mais importantes marcas registradas no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. “São momentos de dificuldade que nos unem em torno de um objetivo comum. E são gestos como esses de pessoas engajadas em fazer o bem, com atitudes nobres, que devem ser reconhecidos por todo. Por isso, o nosso agradecimento deve ser praticado diariamente”, afirma Izadora.

Confira a lista de instituições beneficiadas desde março:

Hospitais e instituições da saúde

Entidades e Ações Sociais

Clínicas Geriátricas

Orgãos Públicos e de Governo

Confira o histórico de notícias sobre as entregas realizadas desde março:

●     Mil máscaras produzidas no Tecnopuc são doadas para 11 instituições de saúde
●     Tecnopuc entrega máscaras no HSL e no Inscer
●     HPS e Hospital da Brigada Militar recebem máscaras produzidas no Tecnopuc
●     PUCRS entrega 80 máscaras de proteção produzidas no Tecnopuc Fablab
●     PUCRS entrega 100 máscaras para os hospitais Cristo Redentor e Presidente Vargas
●     Braskem, Grendene, IBASE e Laerdal Medical apoiam iniciativas da PUCRS contra a Covid-19
●     Lar Santo Antônio dos Excepcionais e Grupo Hospitalar Conceição recebem máscaras produzidas na PUCRS
●     PUCRS entrega mais de 2,5 mil máscaras produzidas no Tecnopuc
●     250 máscaras doadas pela PUCRS são entregues nesta semana
●     PUCRS fecha parceria com Defesa Civil do RS, Secretaria de Governança e Taurus
●     PUCRS segue doando máscaras produzidas no Tecnopuc Fablab
●     Parque recebe doação do SENGE para demandas contra a Covid-19
●     PUCRS segue entrega de máscaras para instituições de saúde
●     Projeto GRU e Taurus doam 2 mil protetores faciais para Tecnopuc, área de saúde e ações sociais parceiras da PUCRS
●     Obras Sociais da Rede Marista recebem protetores faciais doados pela PUCRS, por parceria do Tecnopuc com Projeto GRU e Taurus
●     Protetores faciais são entregues no Hospital de Viamão
●     PUCRS entrega protetores faciais para galpões de reciclagem de resíduos
●     PUCRS entrega primeiros protetores faciais produzidos com doação da Unimed

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Na companhia das suas filhas, Rafael está em casa / Foto: Arquivo pessoal

Enquanto grande parte do mundo ainda mensurava os efeitos da pandemia do novo coronavírus, Rafael Lisboa Muller, de 45 anos, se deparava com o maior desafio de saúde da sua vida. No dia 29 e março, após argumentar com a esposa que precisava de ajuda médica por achar que “poderia morrer” de tanta dificuldade em respirar, ele ingressou apressado no Hospital São Lucas da PUCRS. O que o representante comercial não sabia ainda é que aquela seria a sua segunda casa pelos próximos meses.

Com baixa oxigenação no corpo devido ao diagnóstico de Covid-19, Muller logo precisou ser entubado na UTI. “Foi tudo muito rápido. Vim para o hospital, recebi o diagnóstico e avisei meu irmão para vir buscar o carro, pois não sabia quanto tempo ficaria”, relata. Não houve tempo para despedidas e a partir daquele momento, sua esposa Sheila, e as filhas Rafaela e Giovana, de 15 e 13 anos, respectivamente, tiveram que lidar com o acompanhamento a distância.

Foram 42 dias inconsciente, 50 na UTI e a constante sensação de medo e insegurança. “Meu maior choque foi acordar e perceber que não conseguia me mexer. Ali eu entendi que precisaria de ajuda por um tempo. Não era mais autossuficiente”, pondera. O carinho familiar imprescindível veio algum tempo depois, em forma de esperança. “Passei 63 dias sem ver as minhas filhas e naqueles breves 20 minutos que tivemos para nos encontrar no Hospital, passamos praticamente o tempo todo chorando”, recorda.

É a partir dessas lembranças que o empresário se reconecta com o dia a dia do hospital, onde viveu uma rotina jamais esperada. Até a sua alta oficial, no dia 16 de junho, o processo de recuperação era acompanhado de perto por Fabiano Ramos, chefe do Serviço de Infectologia do HSL, e toda a equipe de atendimento. Com gratidão, Muller lembra de todos que de alguma forma tentavam animar seus dias, cuidando, trazendo as notícias que vinham de fora e ajudando com algumas vontades simples, como o banho fora da cama. “É difícil citar todo mundo que foi especial nesse período, mas destaco o Jason e o Henrique, da Enfermagem, como duas figuras muito importantes no dia a dia”, comenta.

A grande batalha contra o vírus

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Família novamente reunida / Foto: Arquivo pessoal

Durante a batalha contra a Covid-19, o porto-alegrense precisou lidar ainda com quatro bactérias que estenderam a sua internação. Ainda viu o irmão André ficar na mesma jornada contra a doença, mas a recuperação finalmente chegou, trazendo desafios e responsabilidades para a retomada da vida normal. “Pela inatividade do corpo, precisei de fisioterapia para voltar a andar, o que só foi possível uma semana depois da alta”, relembra. O estilo de vida ativo permanece no horizonte. Muller só retornou ao trabalho no dia 18 de julho. Os oito quilômetros diários de corrida, ainda são um desejo distante.

Mesmo reconhecendo as limitações temporárias, ele sabe que o pior já passou, deixando importantes lições que o fazem enxergar a vida de outra maneira. “O que eu posso dizer é que não tenho mais problemas. Depois que você passa por uma experiência dessas, não tem mais pressa. Ser feliz e passar o máximo de tempo com a família é a minha prioridade”, celebra. Essa é a mensagem que pretende levar adiante, principalmente para aqueles que se encontrarem na mesma situação. “Você tem uma montanha pela frente, então faça a escalada devagar. Na volta, respeite o tempo e esteja aberto a contar com a ajuda dos outros”, conclui.

Veja o momento que o paciente recebe alta no HSL:

Novas relações de trabalho e formas de gerir, humanização de marcas, tecnologias e inovações para o cotidiano, um futuro em constante transformação. Não, nós não estamos falando do “futuro pós-pandemia”, mas sim da realidade causada pela aceleração digital provocada pela Covid-19: o novo normal acontece hoje.

Separamos para você as melhores dicas e os destaques das aulas abertas realizadas pelas nossas professoras e professores de todas as Escolas sobre como se preparar para as novas demandas do mercado e acompanhar as reinvindicações da sociedade de forma consciente. Mas, principalmente, sobre a importância de sermos parte da mudança.

Trabalhar de casa ou como freelancer também conta?

Com André Jobim, Denise Fincato, Eugênio Hainzenreder, Gilberto Stürmer, Henrique Rocha, João Vicente Rothfuchs, Luiz Antônio Azevedo, Martha Sittoni e Maurício Góes.

Com o atual cenário não se fala mais em empregabilidade, mas sim, em trabalhabilidade, que vai além do exercício de funções consideradas padrões e estáveis, ou do regime autônomo, “não protegido”. Como lidaremos com as novas situações do mundo do trabalho, com as plataformas digitais, com os serviços informais e com o teletrabalho?

“O mundo do trabalho já estava mudando antes do novo coronavírus mudar planos em escala global, ele apenas acelerou esta mudança. E elas já são perceptíveis.” GILBERTO STÜRMER. 

Sem dúvidas, os conflitos decorrentes das relações de trabalho estarão presentes, como sempre estiveram. Porém, a grande aposta está na capacidade de mediação como instrumento de alcance de soluções coletivas.

Assista à aula gratuitamente: Qual o futuro do Direito do Trabalho?

Será que as marcas e empresas estão preparadas para um futuro mais consciente e responsável? 

Com Claudia Trindade, Denise Pagnussatt e Fabian Chelkanoff Thier.

A responsabilidade social compreende questões que já são debatidas há mais tempo: empresas e sociedade precisam agir de forma ética, responsável e comprometida. Hoje esse conceito se amplia e propõe novas formas de se pensar a Publicidade, o Jornalismo, as Relações Públicas e a Comunicação de forma geral. Não basta falar sobre propósito, valores e missão, sem rever a estrutura das organizações para entender o seu impacto e papel na transformação social.

“Humanização, engajamento, propósito e responsabilidade social. Afinal de contas, para quem a gente se comunica e o que comunicamos?” FÁBIAN CHELKANOFF.

O diálogo entre as instituições e a sociedade não pode ser de mão única: é necessário que haja troca. Nessa dinâmica, a transparência e a honestidade são pontos chave. Trabalhar o social é essencial e precisa ser algo consistente, não pontual.

Assista à aula gratuitamente: Comunicação com propósito e a responsabilidade social das marcas.

Como as diferentes doenças provocadas pelo coronavírus afetam a subjetividade humana?

Com Inês da Silva, Andreia dos Santos, Teresa Marques, Rosane Zimmer, Maria Amodeo e Marcia da Silva.

Somos seres relacionais. E se alteramos a forma como estabelecemos nossas relações, também modificamos as próprias relações. O medo é uma reação, e, durante a pandemia, temos experienciado a ausência do convívio. Porém, o medo pode ser um impulsionador, com a capacidade de nos paralisar, mas também de nos mobilizar.

“Caberá ao futuro reinventar a confiança, o respeito, a empatia, a solidariedade, recuperando todas essas perdas que vivenciamos durante o período de pandemia.” ANDREIA DOS SANTOS.

O nosso papel é o trabalho junto à humanidade. A pandemia deixa muito mais evidentes algumas mazelas históricas, mas também nos leva a pensar sobre coisas mais profundas, como as filosóficas, que dizem respeito à nossa natureza humana.

Assista à aula gratuitamente: A humanização das profissões e das relações sociais após a pandemia e O impacto da pandemia na educação.

A curiosidade é algo fundamental para profissionais de qualquer área

Com Augusto Aiquel, Ely Mattos, Jorge Elias e Lélis Espartel.

Comportamento do consumidor, logística, gestão de pessoas, economia… Todos esses são temas importantes para profissionais da área de Negócios. Mas, independentemente do ramo de atuação, quem quer se destacar no mercado de trabalho precisa desenvolver a curiosidade e saber questionar.

“Uma das questões que fica será a profissionalização. Precisamos de pessoas com competência para saber o que fazer e tomar decisões. Muitas não eram usuárias do meio digital, e agora são. O desafio é fazer isso funcionar.” AUGUSTO AIQUEL.

As restrições mudam os comportamentos. Muitas pessoas tiveram que procurar alternativas durante a quarentena, e isso vai impactar no consumo, no varejo, e em diversas outras áreas. Por isso é importante pensar em um trabalho multidisciplinar para construir soluções coletivas.

Assista à aula gratuitamente: Os desafios da gestão na Nova Economia.

A tecnologia em favor do combate à pandemia

Com Anderson Terroso, Fabiano Hessel, Rodrigo Barros, Karina Ruschel, Marlon Moraes, Odilon Duarte e Sérgio Boscato.

Todas as empresas de médio e grande porte estão buscando formas de utilizar Inteligência Artificial para ter vantagem competitiva nos seus negócios ou para automatizar os seus processos e ganhar em agilidade. Elas descobriram que, aquelas que não evoluírem, vão perder mercado. Durante a pandemia, a importância dos avanços tecnológicos ficou ainda mais evidente.

“E se esse contexto tivesse acontecido há 20 anos? Será que nós, enquanto sociedade, conseguiríamos ter os mesmos resultados? É bem provável que não, porque os avanços tecnológicos das últimas décadas foram decisivos pra que hoje tenhamos conforto e condições de fazer com que as atividades fossem mantidas, pelo menos minimamente.” MARLON MORAES.

Essas novas ferramentas são importantes para que possamos prevenir que situações parecidas com a atual se repitam. A capacidade de monitorar e agir é decisiva para a segurança e a saúde da população.

Assista às aulas gratuitamente: A importância da Internet das Coisas e da Inteligência Artificial no mundo pós-Covid-19 e A importância do desenvolvimento tecnológico neste momento de pandemia.

Como ficarão nossa mente e o nosso corpo quando a “vida presencial” voltar?

Com Ana Feoli, Rodrigo Sartori, Rochele Fonseca, Cristina Pio, Eduardo de Lima, Giuseppe Potrick, Rafael Baptista e Thais Resende.

É um momento de instabilidade em diferentes âmbitos, mas principalmente no emocional. Não é difícil de se deparar com relatos de pessoas que estão enfrentando uma “montanha-russa” de sentimentos, hora se sentem bem, hora não. Entender que está tudo bem não estar sempre bem é importante, assim como saber respeitar o seu tempo e espaço para se adaptar às mudanças. O trabalho de profissões da área da saúde, como a Psicologia, Medicina e a Nutrição, por exemplo, se mostra cada vez mais essencial no cotidiano da população.

“Todos nós tivemos que aprender a nos virar nessa pandemia. Isso cria trilhas mentais totalmente novas. A gente teve que se virar para cozinhar, para fazer exercícios, para se concentrar para ler.” ROCHELE FONSECA.

Outra discussão muito presente durante a quarentena é sobre o slowfood, a alimentação mais lenta, onde cada um produz a sua própria comida. Onde a batata pré-frita é substituída pela batata comprada em uma feira e preparada com um tempero especial. Isso tudo muda as abordagens tradicionais, e acaba incentivando o interesse em cuidar da alimentação.

Assista às aulas gratuitamente: Como ficará nossa mente quando a vida voltar? Dicas práticas da neuropsicologia, educação física e nutrição e Os aprendizados trazidos pela Covid-19 para a área da saúde.

Esteja preparado para o futuro das profissões

Você sabia que quem estuda ganha mais? Pessoas formadas no ensino superior costumam ganhar mais que o dobro (140%) do que quem possuiu apenas o ensino fundamental. É o que mostra o relatório Education at a Glance, da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne as nações consideradas mais ricas.

Estude na PUCRS, a melhor universidade privada do País, e conte com uma estrutura completa, ao mesmo tempo em que prioriza a segurança, com a adaptação das aulas e de protocolos. Conheça todos os nossos benefícios aqui!

5 dicas: como lidar com as armadilhas da mente - Em momentos de crise, como uma pandemia, a inquietação, o estresse e o medo são fatores comuns, mas trabalhar o autoconhecimento pode ajudar

Foto: Renan Lima/Pexels

No passado a humanidade enfrentou outras situações desafiadores causadas por doenças como Peste Negra e a Gripe Espanhola. Porém, a pandemia da Covid-19 tomou proporções nunca vistas antes no Brasil e no mundo, não somente na área da saúde, mas também economicamente, socialmente e psicologicamente, despertando diversos gatilhos emocionais em muitas pessoas. 

Pensando nisso, o grupo PsiCOVIDa criou uma cartilha para ajudar a identificar e minimizar as consequências de duas das principais armadilhas da mente nesse período: subestimar riscos e tentar controlar o incontrolável. Confira algumas dicas: 

1. Perceba que o medo e a ansiedade são emoções bastante comuns e razoáveis neste contexto: ou seja, o mundo está diante de um perigo invisível, porém real. E, por vezes, letal. Temer este perigo é sinal de que você está dimensionando a realidade do problema e os riscos existentes.

2. Quando não há medo, esta pode ser a primeira armadilha da mente: é a lógica do “não dá nada”, sabe? Você já deve ter ouvido alguém dizer: “Não é pra tanto”, “Quanta histeria” ou “Que exagero”. Contudo, antes de julgarmos quem adere à tal lógica, é preciso entender que ela está ligada a um mecanismo de defesa do ser humano: a negação. Ele age como um elemento de manutenção da “zona de conforto”.  

3. A brincadeira sadia, o bom humor e o autocuidado podem ser importantes aliados para ajudar a aliviar um pouco a tensão: com compromisso e amor, frequentemente relembre que cada gesto de cuidado é vital e demonstra importante compromisso com a saúde, além de representar um ato de amor para consigo e com quem você gosta. 

4. Nenhum extremo é positivo, nem a ausência de medo, nem o medo excessivo: como essas reações emocionais são, em geral, padrões automatizados, é preciso esforço para conseguir perceber qual a sua maneira de lidar. Se a maioria dos seus pensamentos são negativos, suas emoções e reações refletirão isso. É a consciência que possibilita educar a mente. 

5. De sentido às dificuldades: encontrar sentido  em situações desafiadoras leva as pessoas a valorizar mais o presente e a vida. Por outro lado, não dar o devido valor ao que acontece hoje frequentemente gera sofrimento psicológico. 

Então, o que fazer neste cenário? 

Segundo o grupo PsiCOVIDa, diante de uma situação de estresse ou medo, faça duas perguntas: “Há algo útil, que eu possa fazer agora diante disso?” e “O que eu poderia fazer agora que me aproximaria das coisas mais importantes para mim, para a minha família, para as pessoas que amo, para a minha comunidade, para o meu país, ou para o mundo?”. Estas duas simples perguntas ajudam a trazer a mente para o que é possível ser feito no momento presente, sempre na direção da saúde, do amor próprio e do respeito aos demais. 

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Sobre o PsiCOVIDa 

Arte: PsiCOVIDaEm um contexto de mudança de rotina, distanciamento físico, excesso de notícias e consequências econômicas e sociais, é comum que surjam sentimentos como emoções negativas, medo, tristeza, raiva, solidão, estresse e ansiedade. Pensando nessa realidade, pesquisadores e estudantes de Pós-Graduação em Psicologia da PUCRS e da PUC-Campinas se uniram com o objetivo de ajudar as pessoas a lidarem com esse desconforto emocional, dando origem à Força-Tarefa PsiCOVIDa. 

Triagem de candidatos será feita no Centro de Pesquisas Clínicas do HSL FOTO: Bruno Todeschini

Triagem de candidatos será feita no Centro de Pesquisas Clínicas do HSL / Foto: Bruno Todeschini

Estão abertas as inscrições para os interessados em participar do estudo que testará a vacina contra o novo coronavírus. Os voluntários que se enquadrarem nos pré-requisitos (confira abaixo) poderão preencher o cadastro de interesse que está disponível neste link.

Já na próxima semana, a equipe de profissionais do corpo técnico, administrativo e operacional designada para conduzir o estudo no Centro de Pesquisas Clínicas (CPC) do Hospital São Lucas da PUCRS, fará a triagem e seleção dos candidatos para o início dos testes, previsto inicialmente para a primeira semana de agosto. Todas as pessoas confirmadas para participar do procedimento receberão contato do Hospital para agendamento, checagem dos critérios e orientações gerais.

CRITÉRIOS DE INCLUSÃO:

CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO:

Leandro Firme Foto: Camila Cunha

Leandro Firme / Foto: Camila Cunha

O primeiro semestre de 2020 passou e levou muito de todos nós. Planos, experiências e as condições de vida com as quais estávamos acostumados. Rápido, silencioso e doloroso, levou também a nossa saúde, mental e física, por vezes em definitivo. Mas a tristeza nos fez seguir adiante, com a missão de encontrar saídas para uma crise global de saúde nunca antes sentida na contemporaneidade.

Os efeitos de tudo isso têm intensidades diferentes em cada um. Embora isso nos preocupe do ponto de vista social, chama a atenção a forma com que nos aproximamos enquanto seres humanos. Sim, a vida foi posta em jogo. E quando nos vimos impactados por um turbilhão de fatos negativos, não conseguimos recorrer como gostaríamos àqueles que amamos. O abraço entrou em compasso de espera.

Viver a experiência de enfrentar uma pandemia dentro de um complexo hospitalar é algo que não se esquece. Além da batalha contra a Covid-19, as demais doenças não param. O reflexo está nos rostos do dia a dia, que carregam medo, insegurança e incerteza. Mas não é só isso. Também emerge dos ambientes clínicos um chamado ainda maior à vida. Está nas mãos, mentes e sobretudo corações dos profissionais da saúde, que na assistência, no atendimento clínico ou na pesquisa se tornam ainda mais fundamentais. Nesses momentos, percebemos que juntos somos mais fortes.

Se os primeiros meses do ano foram de luta, o último semestre nos encoraja a colher o resultado de tanto esforço. É tempo de se fazer presente, reunir forças e alimentar a esperança de que podemos alcançar nosso resultado. Nosso ponto de partida é a testagem da vacina contra o coronavirus, que iniciará nas próximas semanas em nosso centro de pesquisa. Estaremos em sintonia com todos, sobretudo os gaúchos, para que em breve seja possível retomar o normal que conhecemos.

Sabemos que essa luta tem diversas frentes. Por isso, até que a vacina seja eficaz e possa ser distribuída, precisamos seguir com todos os cuidados de prevenção e distanciamento, sempre refletindo sobre como as nossas atitudes podem impactar o outro. Por mais que muitas vezes a vida esteja sob cuidado dos médicos, até chegar a eles, a responsabilidade é de todos nós.

Doação de Sangue no HSL

Foto: Bruno Todeschini/PUCRS

A fim de equilibrar o estoque do banco de sangue, bastante afetado durante a pandemia do novo coronavirus, o Hospital São Lucas da PUCRS busca pessoas interessadas em contribuir com novas doações. A instituição, que é um dos 12 complexos hospitalares brasileiros confirmados para testar a vacina da Covid-19, tem visto o estoque ser reduzido a níveis extremamente baixos. “Estamos com uma queda de 60% nas doações em relação ao período anterior à pandemia”, lamenta Marco Antônio Winckler, médico líder do Serviço de Hemoterapia.

Outro aspecto destacado por Winckler é o volume baixo da doação de plaquetas, importante componente para a recuperação de pacientes que estão em tratamento de câncer, cirurgias cardíacas, traumas gerais, queimaduras, entre outros. “As doações de plaquetas precisam ser frequentes, pois esses componentes têm validade de apenas 5 dias”, ressalta.

Os interessados em realizar novas doações podem agendar um horário pelo telefone (51) 3320.3455 ou pelo WhatsApp (51) 98503.9958. O atendimento é no 2º andar do Hospital, nas segundas, terças, quintas e sextas-feiras, das 8h às 18h30, nas quartas-feiras, das 8h30 às 18h, e aos sábados, das 8h às 12h.

Pré-requisitos para a doação de sangue

O projeto Rede Colaborativa para o Desenvolvimento de Ventiladores para o tratamento da Covid-19 foi selecionado no edital de apoio ao enfrentamento da doença, da Secretaria Estadual de Inovação, Ciência e Tecnologia (SICT). A iniciativa foi desenvolvida em parceria entre UFRGS, Unisinos, Feevale e PUCRS, no contexto dos seus parques Tecnológicos, respectivamente Parque Zenit Tecnosinos, Feevale Techpark e Tecnopuc. O objetivo é construir soluções tecnológicas de maneira colaborativa, otimizando o desenvolvimento a partir de recursos existentes em cada uma das instituições.

Segundo o secretário da SICT, Luís Lamb, o propósito do edital foi de promover e fomentar soluções tecnológicas inovadoras para o desenvolvimento de produtos, serviços e/ou processos que auxiliem no combate à pandemia, baseados em tecnologias ofertadas nos ambientes de inovação estaduais das oito regiões do programa Inova RS. “A iniciativa propõe a construção de uma agenda comum entre os atores dos ecossistemas de inovação em várias regiões do Rio Grande do Sul”, explica Lamb. As quatro universidades integram o Comitê da Região Metropolitana e Litoral Norte no âmbito do InovaRS.

Por ser de produção nacional, trará redução de custo do equipamento. Além disso, sua tecnologia possibilita que o paciente não fique completamente sedado. As quatro universidades que compõem o projeto propõem um consórcio para acelerar esforços e gerar sinergias na avaliação e o desenvolvimento de soluções simplificadas para respiradores. A união de esforços permite que sejam agregadas as competências das equipes de pesquisa, das startups e dos gestores das quatro instituições.

De acordo com Daiana de Leonço Monzon, diretora de Inovação da Universidade Feevale e coordenadora técnica do Comitê da Região Metropolitana e Litoral Norte do InovaRS, a junção das quatro universidades fará com que cada uma leve a sua expertise para dentro do projeto e, juntas, trabalhem em prol de um grande objetivo. “Acreditamos que o desenvolvimento de ventiladores, que é uma forte demanda em função da pandemia, contribuirá muito para o tratamento da Covid-19. Para nós, da Feevale, é uma satisfação poder atuar em rede com as demais instituições e pensar em soluções reais para esse problema”, salienta Daiana.

A diretora do Tecnosinos, Susana Kakuta, destaca: “Considero muito importante a resposta de nossas Universidades em colocar a inovação, de forma consorciada, na busca de soluções tecnológicas para suporte a qualidade de vida e combate ao Covid-19. Com isto demonstramos que juntos somos complementares e mais influentes, fazendo a inovação acontecer”.

Carla Ten Caten, vice-diretora da Escola de Engenharia da UFRGS, frisa que o ganho da parceria vai muito além do valor financeiro. “Compartilharemos os laboratórios de referência de cada instituição e ainda nossos melhores talentos e conhecimentos intensivos. O potencial desse trabalho conjunto, em termos de desenvolvimento tecnológico e de transferência de tecnologia, será decisivo no auxílio aos profissionais da saúde. São as universidades mostrando o seu valor para a sociedade”, afirma Carla.

O diretor do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico da PUCRS – Ideia, Eduardo Giugliani, também reforça que o mais relevante, além do enfrentamento da epidemia, é atuação em rede entre as quatro Universidades com um valor agregado inestimável. “Todas as instituições trabalharão de forma colaborativa, utilizando redes de compartilhamentos de ativos físicos e intangíveis, no sentido de desenvolver vários projetos que possuam uma relação orgânica entre si. Seja de protótipos de ventiladores pulmonares, seja de produção de componentes com elevada nacionalização”, destaca Giugliani.

Surgimento da rede colaborativa

Devido à grande mobilização do setor acadêmico da região metropolitana em combater a Covid-19, surge a Rede Colaborativa. As instituições de ensino desenvolveram inúmeras ações voltadas para a produção de Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs), usando tecnologia 3D. Também desenvolveram soluções para o desenvolvimento de ventiladores; para o estudo de formas de desinfecção e higienização; para a qualificação, certificação e produção de EPIs têxteis; para a viabilização de testes clínicos de detecção de contaminados; para o suporte a pequenas empresas e para ações de apoio a comunidades vulneráveis, entre outras.

Uma iniciativa considerada prioritária desde o início da pandemia envolve a geração de ventiladores (respiradores), equipamento fundamental no tratamento de casos graves da Covid-19, que estão sob forte demanda no mercado nacional e internacional, dificultando as aquisições dos fabricantes tradicionais.

A Rede busca atenuar essa escassez e gerar equipamentos que pelo menos possam dar suporte adicional, liberando os mais complexos para a linha de frente de tratamentos, estudos sobre diversos modelos foram iniciados em um grande número de instituições acadêmicas ao redor do mundo, incluindo neste contexto o Brasil e o Rio Grande do Sul.

Confira os focos prioritários do projeto: