Atualmente, duas vacinas contra o coronavírus estão sendo aplicadas na população

Até o momento, estão sendo vacinados os trabalhadores da saúde e os idosos com mais de 85 anos / Foto: Bruno Todeschini

Na última semana, a aplicação das vacinas contra o coronavírus no Rio Grande do Sul completou um mês. Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúdecerca de 380 mil pessoas já receberam a primeira dose, das quais 14 mil já foram imunizadas com a segunda dose – o que corresponde a 3% do público estimadoAté o momento, estão sendo vacinados os trabalhadores da saúde e os idosos com mais de 85 anos 

Atualmente, duas vacinas contra o coronavírus estão sendo aplicadas na população: a CoronaVac, desenvolvida pela Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan; e a vacina de Oxford/AstraZeneca, que está sendo produzida no Brasil pela Fiocruz. Por se tratar de imunizantes recentes, para uma doença ainda nova, é comum haver dúvidas sobre o tema. Para entender melhor o funcionamento e a diferença entre as vacinas, o professor Marcelo Scottada Escola de Medicina, esclarece alguns pontos. Confira: 

Quais as principais diferenças entre as duas vacinas? 

A CoronaVac é composta por vírus inativados, ou seja, mortos.  

Já a de Oxford/AstraZeneca é composta de um vetor viral, sendo esse um adenovírus não replicante. Como este vetor não é patogênico em humanos, na prática ela funciona como uma vacina de vírus inativado. 

Qual o intervalo recomendado entre uma dose e outra? 

Para a CoronaVac, o intervalo é duas a quatro semanas. 

Para a vacina de Oxford/Astra Zeneca, é de oito a 12 semanas. 

A partir de que momento a pessoa vacinada pode ser considerada imunizada? 

Apesar de 14 dias após a primeira dose já ser possível haver uma redução de risco de infecção e da doença grave, o indivíduo é considerado plenamente imunizado 14 dias após a segunda dose. 

Como essas vacinas se comportam em relação às novas cepas do vírus que estão surgindo? 

Existem suspeitas de uma menor eficácia frente às novas variantes, como alguns dados iniciais indicando que a vacina de Oxford/AstraZeneca seria menos eficiente contra a variante sul-africana. Porém, ainda são dados incipientes.  

Cuidados não devem ser deixados de lado

Apesar de trazer esperança, a chegada das vacinas contra o coronavírus não deve resultar na redução dos cuidados para combater a pandemia, como o uso de máscaras, a higienização das mãos e o distanciamento social. “Essas medidas são as únicas formas de conter o vírus além da vacinação, cuja cobertura ainda está em estágios iniciais”, aponta Scotta. Neste dia 23 de fevereiro, o Rio Grande do Sul vive o pior momento da pandemia, com 11 regiões em bandeira preta no Distanciamento Controlado, considerada a de maior risco epidemiológico. 

Segundo o professor, em virtude da disseminação do vírus e da cobertura vacinal ainda pequena, é improvável que possamos retornar à normalidade neste ano. Porém, esse não deve ser um motivo para se descuidar: “É importante que a pandemia seja controlada o quanto antes, pois o surgimento progressivo de mais variantes aumenta a chance de um escape vacinal, ou seja, de a vacina não funcionar”, conclui. 

PUCRS atuante na vacinação contra o coronavírus 

Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) foi pioneiro no Estado para os testes de eficácia da CoronaVac, junto a 15 centros pelo País e, desde o dia 20 de janeiro, passou a integrar a campanha de vacinação, aplicando doses da vacina em profissionais da saúde. Nove dias depois, o Hospital vacinou a milésima pessoa. Além da imunização gradual dessas equipes que atuam na linha de frente do combate à pandemia, os voluntários e as voluntárias que receberam a dose placebo do estudo também já foram imunizados. 

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Covid-19: HSL vacinou hoje o milésimo profissional da saúde

Foto: Reprodução/HSL

Na tarde desta sexta-feira, 29 de janeiro, o Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) atingiu a importante marca de mil profissionais que já receberam a primeira dose da CoronaVac, vacina desenvolvida pela Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan, e da qual a instituição participou dos testes clínicos. Além da imunização gradual das equipes que atuam na linha de frente do combate à pandemia, os voluntários e as voluntárias que receberam a dose placebo do estudo também já foram imunizados, obedecendo o distanciamento social e evitando aglomerações. 

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou no dia 17 de janeiro o uso emergencial da CoronaVac e, desde então, os grupos prioritários previstos no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação têm sido chamados em etapas para a aplicação da vacina. 

Para Isabelita da Silva Gouveia, que foi a milésima pessoa a ser vacinada no HSL, fazer parte dessa iniciativa que impacta toda a sociedade é muito significativo. A gente estava esperando há tanto tempo por esse momento, passando por tantas coisas, o medo. Isso mexe muito com a nossa área. Esse momento foi muito esperado e está sendo muito abençoado hoje”, conta com emoção a técnica de enfermagem do HSL. 

Covid-19: HSL vacinou hoje o milésimo profissional da saúde

Isabelita da Silva Gouveia, técnica de enfermagem do HSL / Foto: Reprodução/HSL

“Na primeira fase, estão os trabalhadores da Saúde, população idosa a partir dos 75 anos de idade, pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência, população indígena e comunidades tradicionais ribeirinhas. Em um segundo momento, entram pessoas de 60 a 74 anos”, explica a medida divulgada. 

Em Porto Alegre, a pesquisa foi coordenada pelo médico Fabiano Ramos, chefe do serviço de Infectologia do HSL. Ele também conduz e assessora a elaboração de protocolos de prevenção, segurança e tratamento contra a Covid-19. Conheça melhor o seu trabalho na matéria completa da Revista PUCRS (páginas 40 e 41) e confira a homenagem feita pela PUCRS.

Escola de Medicina e HSL se unem para esclarecer temas relacionados à Covid-19A pandemia de Covid-19 tem levado a números trágicos de mortalidade em diversos países, incluindo o Brasil. Além da dificuldade natural no enfrentamento de um agente com rápida disseminação e elevada mortalidade em populações de risco, outro fator tem dificultado o combate à Covid-19: a desconsideração aos princípios da ciência e da medicina baseada em evidências científicas.  

Nesse contexto, no papel de educadores, pesquisadores e profissionais da Saúde de uma Universidade Comunitária e Marista, a Escola de Medicina e o Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) firmaram um posicionamento com a intenção de subsidiar tecnicamente as ações do poder público municipal acerca dessas temáticas, além de se colocar à disposição para diálogos e contribuições de toda ordem à sociedade. Confira o texto na íntegra:  

Sobre a vacinação e a eficácia das vacinas:  

  1. As vacinas têm sido, ao longo da história, a intervenção de maior sucesso contra as doenças infecciosas virais. 
  2. Algumas doenças foram erradicadas em alguns países (ex. Varíola, Poliomielite) e muitas tiveram seus efeitos minimizados (ex. Hepatite B, Varicela, Sarampo, Caxumba, Rubéola) pelo desenvolvimento e utilização das vacinas. 
  3. É frequente que algumas vacinas não consigam ter uma eficácia de 100% ou eliminar completamente a doença alvo. Porém, o efeito de reduzir a gravidade e a mortalidade pode ser o resultado mais o relevante para minimizar as consequências da Covid-19. 
  4. As vacinas que estão começando a ser utilizadas no Plano Nacional de Imunizações (Oxford AZ e CoronaVac) já passaram em estudos de Fase I-II e III e deveriam ser utilizadas por todos que puderem recebê-las. 
  5. As vacinas são, portanto, seguras e podem provocar um benefício individual (proteção contra as formas graves) e coletivo (redução da circulação do vírus). 

Sobre os medicamentos de tratamento precoce:  

  1. Não há uma intervenção, medicação ou kit precoce, neste momento, que tenha comprovada eficácia ou seja recomendado a todos os pacientes com Covid-19
  2. As medicações ou intervenções recomendadas atualmente no manejo da Covid-19 sempre consideram os fatores de risco e os sinais de gravidade de cada caso. Dessa forma, o paciente deve ser avaliado por um médico que possa analisar e fazer as recomendações adequadas para o caso específico. 
  3. Dessa forma, não é recomendado o uso de medicações preventivas ou “kits de uso precoce” para grandes grupos populacionais. Reiteramos nosso total interesse em continuar contribuindo com o Executivo Municipal nessa e em outras demandas que envolvam temas da Saúde Pública. 

Assinam o documento o decano da Escola de Medicina e representante dos membros do Colegiado da Escola, professor Leonardo Araujo Pinto, e o chefe do setor de Infectologia do HSL, Fabiano Ramos. Acesse neste link o documento na íntegra.  

Estudo da PUCRS analisa por que alguns pacientes desenvolvem sintomas mais graves de Covid-19

Foto: Unsplash

Apesar de serem delimitados grupos de risco para a Covid-19, pessoas que não fazem parte de nenhum deles podem precisar de internação por agravamento da doença, assim como alguns pacientes de grupo de risco podem apresentar apenas sintomas leves. Motivados por compreender o porquê disso, o Laboratório de Biologia Celular e Tecidual da PUCRS, em parceria com pesquisadores da UFCSPA e da UNIVATES, encontrou uma possível resposta nos níveis de angiotensina II no sangue. A angiotensina (tanto a I quanto a II) é um polipeptídio, ou seja, um conjunto de aminoácidos, responsável, dentre outras funções, por regular a pressão arterial, como explica Léder Leal Xavier, professor de Fisiologia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS e um dos responsáveis pelo estudo.  

O pesquisador acrescenta que a entrada do vírus da Covid-19 nas células humanas ocorre através de uma enzima que fica na membrana dessas células, chamada enzima conversora de angiotensina II (ECA2), encontrada, principalmente, no pulmão, ela é, portanto, a “ponte” para que o vírus entre no organismo. A angiotensina II, por sua vez, remove a ECA2 da membrana das células e, sem essa “porta de entrada”, diminui a quantidade de vírus que consegue, efetivamente, entrar no corpo. Na hipótese criada pelo grupo de pesquisa, pacientes que conseguem aumentar os níveis de angiotensina II durante a Covid-19, têm uma carga viral menor e ativam o sistema imune de uma forma adequada, tendo, consequentemente, melhor prognóstico. Entretanto, algumas pessoas não conseguem produzir um aumento nos níveis de angiotensina II, com isso, recebem uma carga viral elevada, e, por não ativar o sistema imune adequadamente no início da doença, podem ter sintomas mais graves. 

O estudo, que faz parte da tese de doutorado da aluna Paula Neves, do Programa de Pós Graduação em Biologia Celular e Molecular da PUCRS (PPGBCM), pode auxiliar no entendimento e possíveis tratamentos da COVID-19 e também de outras infecções por outros vírus que venham a ser descobertos e usem a ECA2 como modo de entrada no corpo humano. “É importante conhecermos a biologia básica das doenças para que depois possamos agir”, complementa Léder. 

A pós-doutoranda do PPGBCM, Andrea Wieck Ricachenevsky, por sua vez, comenta sobre a importância de unir cientistas de diferentes instituições de ensino em prol da ciência: “esses pesquisadores têm formações e especialidades distintas. Além disso, oferecem diferentes pontos de vista sobre o tema, proporcionando a multidisciplinariedade, o que é muito importante em um estudo”. 

Os pesquisadores, por fim, afirmam que o estudo é composto de teorias fisiológicas e bioquímicas sobre as respostas do corpo humano à Covid-19 e outras infecções virais e pode servir de base para estudos futuros em busca de tratamentos que atenuem os efeitos dessas doenças, mas salientam que medidas básicas como distanciamento social, uso de máscaras, vacinação e consulta ao médico em qualquer suspeita de Covid-19 são prioridades. Além disso, até o momento, o estudo não altera de forma alguma o tratamento clínico dos pacientes, visto que, por enquanto, não há um remédio “universal” para tratamento da Covid-19, e sim, diversos tratamentos para os sintomas, a serem definidos por um médico. 

O artigo completo, publicado no periódico internacional Frontiers of Immunology, pode ser conferido aqui. 

Homenagem ao Dr Fabiano Ramos, HSL, Reitoria

À frente do serviço de Infectologia do HSL, médico Fabiano Ramos coordenou na instituição a pesquisa clínica da vacina Coronavac / Foto: Bruno Todeschini

Nesta quinta-feira, 21 de janeiro, a Reitoria da PUCRS, a Diretoria do Hospital São Lucas (HSL), a Superintendência dos Colégios e Unidades Sociais e a Presidência da Rede Marista prestaram uma homenagem especial ao médico Fabiano Ramos. À frente do serviço de Infectologia do HSL, ele coordenou na instituição a pesquisa clínica da vacina Coronavac, produzida pela Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. Ao longo de cinco meses, 1.335 voluntários participaram dos testes do imunizante aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para uso emergencial.

No Salão Nobre, o reitor da PUCRS, Ir. Evilázio Teixeira, saudou o médico que, além de hoje ser um profissional essencial no trabalho da instituição, é Alumni PUCRS e foi o primeiro residente em Infectologia do HSL. “Além da excelência e profissionalismo na condução do estudo, o reconhecimento para o Fabiano é também pela disponibilidade e clareza com as quais há meses vem compartilhando conhecimento com as pessoas, com a imprensa de todo o País, com a sociedade. Obrigado pelo trabalho cuidadoso, interdisciplinar, dedicado, que sem dúvidas é fonte de inspiração para todos os profissionais que estão na linha de frente contra a Covid-19 em nosso hospital e que nos orgulha por gerar impactos urgentemente necessários neste momento histórico que estamos vivenciando”, destacou.

Leandro Firme, diretor-geral do HSL, agradeceu a coragem e a determinação do chefe do serviço de infectologia do hospital. “Ao Dr. Fabiano e toda equipe que conduziu a pesquisa clínica dentro do HSL, nossa gratidão imensa também pela disposição em ajudar as pessoas. Estamos felizes em poder contemplar um estudo de tamanha relevância em nossa instituição e enalteço a figura do Dr. Fabiano, a sua liderança exímia, incansável, dia e noite, em dias da semana e fim de semana, para que, neste momento, a gente pudesse ter uma vacina com resultados eficazes para todos nós”, ressaltou.

Homenagem ao Dr Fabiano Ramos, HSL, Reitoria

Alumni PUCRS, Fabiano Ramos foi o primeiro residente em infectologia do HSL / Foto: Bruno Todeschini

Junto a outros 15 centros do País, a participação do HSL foi fundamental para a aprovação e início da vacinação em todo o território nacional. A vacina, totalmente segura, comprovou ser eficiente em 100% dos casos graves que podem levar à internação ou morte.

Leia também: Hospital São Lucas inicia vacinação contra o coronavírus

Apoio incondicional para a presença cuidadosa e responsável

Fabiano, ao receber a homenagem, elogiou e agradeceu a dedicação e esforço de toda a equipe. “Estou muito feliz em ser reconhecido pela instituição em que me formei, que hoje trabalho e que me deu todas as condições para desenvolver esse estudo com toda a nossa equipe responsável pelo desenvolvimento da vacina. Essa vacina que está sendo distribuída para todo o Brasil. Temos orgulho de participar desse desenvolvimento, sabemos das dificuldades, mas é um reconhecimento do esforço não só meu e sim de toda a nossa equipe e da instituição”, afirmou.

O vice-reitor da Universidade, Ir. Manuir Mentges, também participou do ato de homenagem pelo trabalho de liderança e condução dos testes clínicos. Por meio de uma carta, o presidente da Rede Marista, Ir. Inacio Etges, agradeceu em nome de toda a instituição. “Sua determinação em liderar os estudos da Coronavac em nosso Hospital demonstra que sempre precisamos agir com audácia e olhar inovador frente aos desafios que o mundo nos apresenta. A presença significativa, o amor ao trabalho e o espírito de família são mais alguns valores que visualizamos nitidamente na sua atuação junto às equipes de saúde e pesquisa do HSL”, escreveu.

Homenagem ao Dr Fabiano Ramos, HSL, Reitoria

Homenagem foi concedida no Salão Nobre da Reitoria, com a presença do vice-reitor da PUCRS, Ir. Manuir Mentges, do reitor, Ir. Evilázio Teixeira, e do diretor-geral do HSL, Leandro Firme / Foto: Bruno Todeschini

O Superintendente dos Colégios e Unidades Sociais da Rede Marista, Rogério Anele, manifestou sua gratidão e reconhecimento em nome dos mais de três mil educadores e 22 mil estudantes e educandos. Destacou o apoio incondicional de Fabiano para a implementação de protocolos e cuidados que impactaram diretamente os territórios em que a Rede está presente, em 24 cidades no Rio Grande do Sul, no Distrito Federal e nos seguintes estados da Região Amazônica: Acre, Amazonas, Mato Grosso, Rondônia e Roraima.

A serviço da vida

Fabiano foi o primeiro residente em infectologia do HSL, em 2004 e, além do combate à Covid-19, atuou anteriormente frente à epidemia de dengue. Em entrevista à Revista da PUCRS, ele contou que se interessou por essa área da Medicina quando ainda estava na faculdade e participou do projeto Aderência Total, que prezava pela interdisciplinaridade e era realizado com pacientes portadores de HIV. O trabalho fascinou o então estudante que hoje inspira profissionais com sua liderança e resiliência e acredita que a infectologia deve integrar diferentes áreas médicas.

Para conhecer mais sobre a trajetória de Ramos, leia a matéria completa na Revista PUCRS (páginas 40 e 41).

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Profissionais da linha de frente contra a Covid-19 começaram a ser vacinados nesta quarta-feira no Hospital São Lucas da PUCRS / Foto: Matheus Wecki

Chegaram ao Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) nesta quarta-feira, 20 de janeiro, as doses destinadas à vacinação contra o coronavírus. A vacina Coronavac, produzida pela chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan – e aprovada no último domingo para uso emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) –, começou a ser ministrada às 11h30 no HSL. Cinco colaboradores do grupo prioritário participaram da primeira fase da imunização: profissionais da linha de frente contra a Covid-19, que atuam nas unidades de internação, Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e Emergência. Os demais funcionários serão chamados para o processo gradativamente, evitando aglomerações.   

Para o diretor-geral do HSL, Leandro Firme, este é um marco para toda a instituição. “É uma mistura de satisfação, gratidão e esperança. Uma alegria poder iniciar o processo de imunização dos nossos colaboradores e médicos que estão há mais de dez meses incansavelmente na linha de frente prestando assistência a tantas pessoas que foram acometidas pelo coronavírus”. Ele ressaltou que o Centro de Pesquisa se consolidou como pioneiro de um dos estudos mais importantes para a humanidade até o momento. “Isso trouxe uma resposta de saúde efetiva para salvar tantas vidas”.  

O início de tempos melhores 

A diretora assistencial do HSL, Simone Ventura, considera este um dia único e repleto de esperança. “Passamos por tempos difíceis e é realmente um gesto importante e muito emocionante. É o início de tempos melhores”. O técnico de enfermagem João Carlos Marques foi um dos primeiros colaboradores da instituição a receberem o imunizante no final desta manhã. “É uma sensação de muita emoção, expectativa, ansiedade. Esperamos que logo todos sejam vacinados para encontrarmos amigos e familiares. Que possamos viver felizes como antes”. Também vacinada, a médica intensivista Alessandra Dorsh não conteve a emoção: “Nós passamos tantos meses intermináveis de angústia e essa vacina traz uma sensação de esperança de tempos melhores. Foi difícil segurar a emoção, pois é um momento muito marcante”.  

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Participantes que receberam a dose placebo do estudo da Coronavac também começaram a receber a vacina / Foto: Matheus Wecki

Participantes do estudo com dose placebo também começam a ser imunizados   

Após a aprovação pelo Instituto Butantan também nesta manhã, os participantes que receberam a dose placebo do estudo da Coronavac também começaram a receber a vacina, garantindo a imunização. O processo de chamada será realizado com a manutenção do distanciamento social e é parte integrante dos testes que reuniram 1.335 voluntários ao longo de cinco meses.  

Fabiano Ramos, chefe do serviço de infectologia do hospital e condutor da pesquisa, afirma estar muito feliz em ver o resultado do trabalho e o esforço de meses desempenhado pelo Hospital São Lucas da PUCRS, em especial com a equipe que está conduzindo o estudo no desenvolvimento desta vacina. “Ver o produto desse estudo chegando à população e, principalmente aos profissionais que estão na linha de frente, é uma grande vitória”.    

HSL foi pioneiro no Estado para os testes de eficácia do imunizante junto a 15 centros pelo país, fundamentais para a aprovação e início da vacinação em todo o território nacional. A vacina, totalmente segura, comprovou ser eficiente em 100% dos casos graves que podem levar à internação ou morte. 

Confira oficinas gratuitas de comunicação para fazer em janeiroEntre os dias 18 e 25 de janeiro, o curso de Relações Públicas da Escola de Comunicação, Artes e Design da PUCRS (Famecos) promoverá diferentes oficinas de verão. As atividades são gratuitas e não é necessário ser estudante do curso para participar.

As temáticas envolvem desafios relevantes nas áreas de relações públicas e comunicação organizacional e são uma ótima forma de complementar os conteúdos estudados ao longo do ano letivo. Saiba mais sobre cada uma das atividades:

Precificando seu serviço

18, 19 e 25 de janeiro, das 18h15 às 19h30min | Acesse pelo Zoom

Aprenda a analisar a formulação da política de preços, considerados seus aspectos mercadológicos e financeiros; entenda como diferenciar “quanto custa” e “quanto vale” o seu serviço; orientações de como posicionar o preço para obter os melhores resultados em lucro, demanda e, consequentemente, volume de vendas.

Ministrante: Daiane Pagnussatt é administradora de empresas pela UFRGS, mestre em Administração de Empresas pela PUCRS e especialista em Gestão de Negócios Internacionais pelo IAE de Grenoble e em Gestão de Desenvolvimento de Produtos pela UFTPR.

Atendimento ao cliente: crise e gestão em tempos de pandemia

19 de janeiro, das 14h às 16h | Acesse pelo Zoom

A oficina se propõe a apresentar o estudo de caso da reabertura dos monumentos históricos na organização Historic Environment Scotland após lockdown; promover conhecimento através do compartilhamento das melhores práticas de atendimento ao cliente; e conscientizar sobre a importância da comunicação e atendimento ao cliente nos momentos de crise.

Ministrante: Mariana Sandini é administradora, pós-graduada em Planejamento em Comunicação e em Gestão de Crises de Imagem pela PUCRS e apaixonada por histórias e atendimento ao cliente. Atualmente, atua como gerente dos monumentos históricos de Dryburgh e Jedburgh Abbey na Escócia, trabalhando para a organização escocesa Historic Environment Scotland.

Conteúdo e SEO: do iniciante à primeira posição do Google

20 e 21 de janeiro, das 18h às 19h30min | Acesse pelo Zoom

O objetivo da atividade é ensinar a teoria sobre o que é SEO, aplicação e importância; demonstrar como se produz conteúdos com boas performances no Google; e mostrar como o inbound marketing alinhado a SEO pode gerar resultados para um negócio.

Ministrantes: Luana Girardi é formada em Relações Públicas e mestre em Comunicação pela PUCRS. Especialista em produção de conteúdo para web, trabalha com Marketing de Digital há mais de seis anos, direcionado principalmente ao desenvolvimento de conteúdos para mídias sociais, blogs e YouTube. E Rafaella Tedesco é graduada em Relações Públicas pela PUCRS e está cursando MBA em Negócios Digitais pela UP. Possui experiência em comunicação, marketing digital, inbound marketing, conteúdo orientado a SEO, gestão de projetos e relacionamento com os diversos públicos e gerenciamento de projetos de SEO para grandes marcar.

Estude comunicação na melhor

A Famecos foi criada com a finalidade de aproximar diferentes saberes na área da Comunicação, oportunizando maior interação e conhecimento. Aqui você encontrará os cursos de Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Relações Públicas, Produção Audiovisual e Design de Comunicação e Design de Produto. Gostou? Então assista e se surpreenda com a infraestrutura, tecnologia e qualidade da Escola:

Por conta da pandemia, o Banco de Sangue do Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) teve uma queda significativa nas doações de todos os tipos sanguíneos. Neste momento, especialmente, a instituição incentiva a participação de voluntários, lembrando que é um ato de cuidado, amor e solidariedade que pode, a cada doação, ajudar a salvar até quatro vidas.

Segundo Marco Antônio Winckler, médico e coordenador do Serviço de Hemoterapia do HSL, houve uma queda de 40% nas doações em relação ao período anterior à pandemia. Ele lamenta e ressalta que a doação é imprescindível para a recuperação de pacientes que estão em tratamento de câncer, cirurgias cardíacas, traumas gerais, queimaduras, entre outros. “As doações de plaquetas precisam ser frequentes, pois esses componentes têm validade de apenas cinco dias”, ressalta.

Ele explica ainda que o procedimento é totalmente seguro para os voluntários e que a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem comunicado periodicamente que doar sangue durante a pandemia de Covid-19 é seguro, dado o distanciamento social e o respeito às medidas de higiene. “Nós definimos um número limitado de pessoas que podem estar na recepção e nos demais espaços. A higienização de acordo com todos os protocolos sanitários é feita periodicamente e após a passagem de cada voluntário. Há um cuidado grande com o uso obrigatório de máscara e a higienização com álcool gel”, destaca.

Gotas que salvam vidas

Banco de sangue do HSL necessita doações de todos os tipos sanguíneos

Foto: Bruno Todeschini

O reitor da PUCRS, Ir. Evilázio Teixeira, doou sangue nessa quarta-feira, 13 de janeiro, e ressalta que a doação deveria ser um hábito, uma cultura entre as pessoas. “A melhor expressão que ouvi sobre o assunto foi chegando no hospital para doar: uma enfermeira disse que são gotas que salvam vida”, conta, pedindo para que, quem estiver em condições, não deixe de praticar esse ato de solidariedade e cuidado com o próximo.

Winckler complementa ainda que, em relação à segurança geral, não há risco de alguém adquirir qualquer doença doando sangue, pois todo material que entra em contato com o doador é descartável, de uso único e estéril. As doações podem ser feitas às segundas, terças, quintas e sextas-feiras, das 8h às 18h30min e às quartas-feiras das 8h30min às 18h. Para doar, é necessário agendar previamente um horário. O hospital adotou o protocolo para evitar aglomerações. Mais informações estão disponíveis pelo telefone (51) 3320-3455 ou através do WhatsApp (51) 98503-9958.

Leia também: Solidariedade: das experiências que precisam permanecer pós-pandemia

Confira o que é preciso para poder doar sangue:

Confira a lista completa de exigências no site do Hospital.

Serviço

Doações para o Banco de Sangue do Hospital São Lucas da PUCRS

Leia também: Doação de medula: conscientização para salvar vidas

Plataforma simula movimento populacional durante a pandemia

LODUS / Foto: Reprodução

Considerando a dinâmica habitual de deslocamentos de pessoas na cidade, inclusive de indivíduos contaminados pela Covid-19, um grupo de estudantes da PUCRS desenvolveu uma plataforma que permite simular a movimentação da população de Porto Alegre. Chamada de LODUS, a tecnologia foi concebida para ser uma ferramenta que auxilie na tomada de decisões na área da mobilidade urbana. A iniciativa conta com a coordenação da professora Soraia Musse, da Escola Politécnica da PUCRS, e o envolvimento dos alunos de Ciência da Computação André Antonitsch (mestrado), Amyr Borges (pós-doutorado), Diogo Schaffer (graduação), Douglas Schlatter (graduação), Gabriel Fonseca (mestrado) e Vinicius Cassol (pós-doutorado).

O projeto para criação da plataforma obteve recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs). Essa solução é uma das primeiras entre as ações que envolvem o novo Centro de Pesquisa, Ensino e Inovação em Ciência de Dados e Inteligência Artificial da PUCRS que terá também, a partir de 2021, o primeiro curso de bacharelado em Ciência de Dados e Inteligência Artificial (IA) da região Sul do País.

Para realizar projeções a ferramenta dispõe de dados gerados pela empresa In Loco, que possui um sistema de geolocalização; além de informações da Prefeitura de Porto Alegre e do Censo Demográfico do Brasil, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “A nossa tecnologia apresenta visualmente gráficos, entre eles, um mapa 3D da cidade em que se consegue simular os deslocamentos entre os bairros a partir das movimentações das pessoas via o GPS dos seus celulares. Também pode projetar situações de lockdown, eventos na cidade, estimativas de contágio e alguns dados comportamentais da população”, explica Soraia.

Simulando torcedores da dupla Gre-Nal nos estádios

A plataforma simulou diferentes cenários analisando a presença de torcedores da dupla Gre-Nal nos estádios, caso estivessem sendo frequentados durante a pandemia. Considerando as capacidades da Arena do Grêmio e do Beira Rio e os bairros em que estão localizados, a tecnologia projetou um maior número de contágios em 150 dias (aproximadamente 5 meses) após a realização de uma partida.

Com variações de ocupação dos estádios entre 20% e 80% das capacidades, o simulador analisou exemplos de baixas chances de contato com pessoas distantes, com máscaras e mais cuidadosas e altas chances de contágio, com torcedores sem máscara e se abraçando. Para realizar um parâmetro de porcentagens de contaminações, uma linha base que indica a realidade de infecções em Porto Alegre foi utilizada. Confira os resultados:

ARENA DO GRÊMIO

Ocupação do estádio 20% 80%
 

Alta chance de contágio

 

54 mil pessoas

(100% a mais da linha base)

 

60 mil pessoas

(122% mais da linha base)

 

 

Baixa chance de contágio

 

30 mil pessoas

(11% a mais da linha base)

 

37 mil pessoas

(37% a mais da linha base)

BEIRA RIO

Ocupação do estádio 20% 80%
 

Alta chance de contágio

 

58 mil pessoas

(114% a mais da linha base)

 

61 mil pessoas

(125% a mais da linha base)

 

Baixa chance de contágio 33 mil pessoas

(22% a mais da linha base)

41 mil pessoas

(51% a mais da linha base)

Nos casos simulados, o aumento de pessoas contagiadas, conforme descrito, é avaliado aproximadamente cinco meses depois da realização da partida. Após o dia do jogo, as pessoas que estavam no estádio e se contagiaram, retornam para suas casas e passam a infectar outras que, por sua vez, contagiam outras e assim sucessivamente. “No caso das partidas de Grêmio e Inter, é interessante ver que o jogo no Beira Rio acabou contagiando mais pessoas após 150 dias. Existem algumas possibilidades para isso ter acontecido. Primeiramente, uma diferença na localização dos bairros dos estádios em Porto Alegre. Em segundo lugar, existe uma aleatoriedade na movimentação das pessoas na cidade, uma vez que não conhecemos as origens e destinos dos cidadãos em Porto Alegre. Essas duas questões variam as chances de contágio”, analisa a professora da PUCRS.

A plataforma também mostra a estimativa com maiores e menores chances de contágio e como a movimentação das pessoas na cidade impacta no contágio. Durante a simulação não houve qualquer restrição à movimentação das pessoas, mesmo as que supostamente testaram positivo para a Covid-19. Soraia explica que os resultados de simuladores são dificilmente avaliados como a realidade, pois não se tem detalhes da exata movimentação das pessoas, individualmente, bem como todos os detalhes que envolvem as chances de contágio existentes no dia a dia delas. “O importante das simulações é desenhar cenários e avaliar possíveis impactos, para que pessoas responsáveis possam tomar decisões”, ressalva.

Possibilidades de outros tipos de projeções

O simulador será um legado para a capital gaúcha, pois pode reproduzir diversas projeções de concentração de pessoas, indicando as rotinas padrões de Porto Alegre. “A ferramenta LODUS é adaptável, ou seja, pode ser utilizada para várias situações críticas a serem analisadas”, aponta a professora da PUCRS.

Ainda segundo Soraia, a plataforma pode ser customizada também para outras cidades. “Será possível simular um novo tipo de catástrofe, projetar a abertura ou fechamento de avenidas em determinados horários, as ocupações nas linhas ônibus, entre outras possibilidades que envolvem a mobilidade urbana”, conclui.

Confira a demonstração em vídeo de como funciona a plataforma:

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PUCRS vai disponibilizar ultrafreezers para armazenamento de vacinas contra a Covid-19

Foto: Marco Favero/Agência RBS

A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (Propesq) da PUCRS está realizando um levantamento da quantidade e das condições dos ultrafreezers existentes na Universidade que estão aptos para armazenar, a -80°C, vacinas contra o coronavírus. A logística, o acesso e estratégias de imunização eficazes e seguras estão sendo amplamente debatidas por autoridades de Saúde das esferas municipal, estadual e federal, que já contataram a instituição.  

Segundo a diretora de Pesquisa, Fernanda Morrone, nas próximas semanas a Propesq deve concluir o levantamento e sinalizar às autoridades e entidades de Saúde detalhes sobre a participação da PUCRS nos processos. Queremos continuar colaborando com essa etapa da vacinação, tão importante para o combate da Covid-19. Desde o início da pandemia nossos pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento têm se empenhado e estão comprometidos com a busca de respostas para diminuir o impacto da doença na sociedade”, ressalta.  

Até o momento foram mapeados equipamentos com capacidades de 333L e 370 Litros. A PUCRS também se une à UFRGS e Unisinos, via Aliança para a Inovação, para em conjunto disponibilizar mais equipamentos. 

Leia também: Pesquisa da PUCRS com Universidade de Toronto estuda tratamento inédito contra Covid-19 

Combate à Covid-19 

PUCRS vai disponibilizar ultrafreezers para armazenamento de vacinas contra a Covid-19

Foto: Marco Favero/Agência RBS

Morrone explica que a PUCRS criou, ainda em março, uma força-tarefa multidisciplinar que conta com mais de 50 pesquisadores e 12 grupos envolvidos na busca de soluções para diferentes questões que envolvem a Covid-19. Atualmente, são mais de 40 projetos em andamento relacionados ao tema desenvolvidos na Universidade e também em colaboração com outras instituições de ensino superior nacionais e internacionais”, destaca. 

O reitor da PUCRS, Ir. Evilázio Teixeira, reforça que a PUCRS está mobilizada para contribuir da melhor maneira neste momento tão importante, assim como fez durante toda a pandemia, em diversas frentes. Estamos trabalhando no levantamento dos ultrafreezers e, em paralelo, seguimos com diferentes iniciativas envolvendo pesquisadores. Desde março a Universidade instituiu uma força-tarefa multidisciplinar e já contribuiu com ações de impacto como a participação nos testes clínicos para o desenvolvimento de uma vacina, o desenvolvimento de testes rápidos e acessíveis para a população e doou mais de 17,5 mil protetores faciais a mais de 130 instituições de todo o País”, ressalta.  

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