Foto: Camila Cunha/PUCRS

Ndia 15 de maio o Governo do Estado decretou novas diretrizes para monitoramento, prevenção e enfrentamento à pandemia de Covid-19 no Rio Grande do Sul. Substituindo o modelo de distanciamento controlado por bandeiras, o Decreto 55.882 institui o Sistema de Avisos, Alertas e Ações. No semestre em andamento os protocolos sanitários e funcionamento previsto pela PUCRS não serão alterados.  

Frente à mudança, mantendo como prioridade a saúde e segurança da comunidade acadêmica, Universidade está revisando o planejamento de retomada das aulas para o próximo semestre conforme as possibilidades apresentadas pelo poder público, tendo também como base seu Plano Institucional de Prevenção e Redução de Riscos | Covid-19. O modelo de aulas planejado para 2021/2 será anunciado na segunda quinzena do mês de junho 

Com a mudança, a PUCRS segue com: 

Para que toda a comunidade acadêmica possa estar a par do funcionamento da PUCRS com essa mudança, respondemos as cinco principais dúvidas que recebemos em nossos canais sobre a atuação vigente da Universidade: 

1. Posso ir estudar no Campus? É possível utilizar os computadores? 

Na biblioteca, o oitavo pavimento está funcionando com 35% de sua capacidade e são disponibilizados computadores para estudo. No entanto, apenas pode ser utilizado para estudos individuais e é necessário comunicar a biblioteca antes de se deslocar ao Campus para verificar a disponibilidade de espaço nos pavimentos pelos telefones (51) 3320-3684, (51) 3353-4370 e (51) 3353-8348.  

Algumas Escolas também permitem que seus computadores sejam utilizados. Para isso, é necessário entrar em contato com cada uma para verificar se as máquinas sendo disponibilizadas e qual é o protocolo para uso. Pode ser necessário realizar agendamento. 

2 . Onde posso imprimir meus materiais?  

totem de impressão do prédio 7 (Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos) fica no saguão e está funcionando normalmenteConfira as instruções de como enviar seus documentos para impressão. 

Além disso, as reprografias estão funcionando da seguinte forma:  

Reprografia (prédio 5): de segunda a sexta-feira, das 8h30min às 12h e das 14h às 17h. Contatos: (51) 3336-1269 / (51) 3384-2413 (Adalberto) 

Cópias Todeschini (prédio 16): de segunda a sexta-feira, das 9h às 15h. Contatos: (51) 3339-2136 / 3384-6106 (Silvana) 

Foto: Camila Cunha/PUCRS

3 . Quais lojas e restaurantes estão abertos?  

As lojas e os restaurantes estão funcionando em diferentes formatos e horários. Para conferir o funcionamento de cada um, basta acessar a página de Serviços do Campus. 

4 . A Central do Aluno está aberta para a emissão de documentos?  

Tanto a Central do Aluno quanto a equipe do Prouni estão funcionando com atendimento de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, pelos telefones (51) 3320-3588 (setor financeiro) e (51) 3353-7974  (Prouni). 

Contatos também podem ser feitos pelos e-mails [email protected][email protected] e [email protected]. 

Além disso, a Central do Aluno possui atendimento por WhatsApp. 

5 . Como está o funcionamento da biblioteca?  

É possível retirar livros mediante agendamento. Para isso, o usuário deve enviar um e-mail para [email protected] contendo os dados da obra (autor, título e localização na estante) até as 21h do dia anterior à retirada do material (para retiradas às segundas-feiras, o e-mail deverá ser enviado até as 21h da sexta-feira anterior). Também é possível realizar devoluções durante o horário de funcionamento da biblioteca sem a necessidade de avisar previamente 

O horário de funcionamento é de segunda a sexta-feira das 9h às 17h.  

Bônus: é possível conferir o funcionamento de cada serviço da PUCRS por meio do Serviços do Campus e esclarecer outras dúvidas na página de Perguntas e Respostas.  

mulheres na ciência, pesquisadora

Foto: Bruno Todeschini

Com o início da pandemia do coronavírus, em março de 2020, diversas ações de combate à Covid-19 foram desenvolvidas pelas Escolas da PUCRS. Preocupados com a saúde física, mental e emocional da população, estudantes e professores atuaram tanto na linha de frente do tratamento da doença como nos bastidores – fomentando a geração de conhecimento, se opondo à desinformação e buscando formas de se fazer presente nesse momento tão difícil para todos 

O vice-reitor da PUCRS, Irmão Manuir Mentges, ressalta que, desde o começo do período pandêmico, a Universidade deu respostas aos problemas causados pela Covid-19, seja por meio de pesquisa aplicadaadaptações no modelo de ensino, participação nos testes da vacina Coronavac no Hospital São Lucas ou pela criação de projetos inéditos nas Escolas  

Sobre a relevância de a Universidade se relacionar com a cidade e comunidade em que está inseridaIr. Manuir destaca que PUCRS tem um importante compromisso com toda a sociedadeTudo aquilo que se ensina, que se pesquisa e que se inova, deve ir ao encontro da sociedade. Se por um lado temos diversos projetos que trazem as pessoas à Universidade, como a Clínica da Odontoo Centro Vila Fátima e o InsCer, também levamos a PUCRS para a comunidade por meio da participação em comitês estratégicos do Poder Público e participação no processo de vacinação da população. Essa relação não é apenas importante, ela é essencial para manter viva a missão para qual a Universidade é chamada a exercer nos tempos atuais”, complementa.  

Abaixo, você confere algumas ações lideradas pelas Escolas de Comunicação, Artes e Design – Famecos, de Humanidades, de Ciências da Saúde e da Vida e de Direito. Na próxima semana, traremos as iniciativas das Escolas de Medicina, de Negócios e Politécnica. Nessa série, já foram abordadas também as iniciativas dos laboratórios do Tecnopuc.

Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos 

jornalistas

Foto: Shutterstock

O compromisso do curso de Jornalismo da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos é levar informação sobre a Covid-19 à comunidade. É por isso que os estudantes do Editorial J, laboratório convergente do curso, criaram uma newsletter semanal, enviada todas as sextas-feiras por Whatsapp (para se inscrever e receber as atualizações, basta entrar no grupo)com as principais notícias da semana relacionadas ao coronavírus. Nesse ano, o principal enfoque da news são as atualizações em relação à vacinação. Além disso, os estudantes desenvolvem uma thread semanal no Twitter do J para compartilhar relatos de profissionais que estão atuando na linha de frente.  

Já no curso de Design os estudantes desenvolveram dois protótipos, sob orientação de seus professores, para auxiliar no cotidiano da população. O primeiro deles foi o projeto Mask Case, vencedor do Prêmio Bonancini de Design. Essa criação surgiu da identificação da dificuldade de armazenamento das máscaras de proteção individual no dia a dia, em atividades como comer em um restaurante, por exemplo.  

O resultado foi um compartimento de máscaras que permite guardá-las sem que elas sejam contaminadas. O Mask Case está em código aberto, ou seja, sem propriedade intelectual, permitindo que qualquer um possa produzi-lo, sendo necessária apenas uma impressora 3D para realizar sua confecçãoAlém disso, em parceria com o Tecnopuc, os estudantes desenvolveram um dispenser de álcool gel e medidor de temperatura.  

Teccine PUCRS realiza a produção de oito filmes em 2020

Filme: Eclipse / Foto: Divulgação

Durante o isolamento, o entretenimento ganhou um papel importante na vida de todos. Nesse sentido, o curso de Produção Audiovisual conseguiu, apesar das restrições, entregar oito filmes à comunidade em 2020. Nesse semestre, mais oito devem ser produzidos sendo que, destes, já foram iniciadas as gravações de dois. As produções são realizadas no TECNA 

O curso de Relações Públicas, por sua vez, abordou com frequência o tema comunicação na pandemia: foram realizadas lives sobre o assunto por meio da plataforma Zoom, contando com convidados e audiência de todo o Brasil. Além disso, em janeiro de 2021 houve uma oficina de verão sobre Atendimento ao Cliente: crise e gestão em tempos de pandemia. Ainda em 2020/2, os estudantes do  semestre do curso criaram projetos voltados para organizações e empresas, orientando sobre posicionamentos de comunicação e relacionamento com seus públicos neste período de pandemia.  

Os estudantes de Publicidade e Propaganda que fazem parte do Laboratório de Pesquisa coordenado pelos professores Claudia Trindade e Ilton Teitelbaum, puderam participar de uma pesquisa qualitativa sobre as questões de mobilidade ligadas ao presente a ao futuro da Pandemia da Covid-19, desenvolvida para o Projeto Vida Urgente, da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga. Já nas disciplinas do curso, em Planejamento de Mídia foi realizada, em parceria com a agência Moove, uma campanha de valorização dos médicos e profissionais da saúde em meio à pandemia a ser utilizada pelo Cremers. 

Escola de Humanidades 

Populações indígenas e aldeias contra o coronavírus - No Dia do Índio, povos lidam com fontes de renda comprometidas e desafios ambientais históricos

Foto: Unsplash

O Ir. Édison Hüttner, professor do curso de História da Escola de Humanidades da PUCRS, organizou um grupo de voluntariado para auxiliar aldeias indígenas do Ceará. Participam da ação docentes e discentes do programa de Pós-Graduação em História. Por meio do projeto, foram ajudadas comunidades das etnias potiguara, gavião, tabajara e tubiba tapuya. ação visa orientar a utilização de um equipamento de luz ultravioleta (UV-C INFO) pelos profissionais de saúde indígena para a esterilização de superfícies. O aparelho foi desenvolvido pela Hüttechempresa de tecnologia de combate a pandemia de Covid-19, sediada no Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), e será doado ao órgão responsável. A ação pretende:  

Escola de Ciências da Saúde e da Vida  

Estudantes vacinaram mais de mil pacientes em uma semana e seguem atuando na imunização

Estudantes atuando na imunização / Foto: Divulgação

Estudantes dos cursos de Enfermagem e de Farmácia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida fazem parte da equipe que atua na linha de frente no combate ao coronavírus. São eles que estão realizando a vacinação dos grupos prioritários e em uma das primeiras semanas de vacinação chegaram a imunizar mais de mil pessoasAlém disso, eles atuam nos cuidados hospitalares dos pacientes internados por Covid-19 no Hospital São Lucas da PUCRS 

Já o curso de Psicologia da Escola, por meio do Serviço de Atendimento e Pesquisa em Psicologia (SAPP), criou um programa de acolhimento na pandemia, disponibilizando atendimento online e gratuito. Coordenado pelas professoras Renata Dipp e Fernanda Moraeso SAPP realiza em média cerca de 15 mil atendimentos presenciais por ano, no entanto, devido à situação de crise sanitária, em 2020 o serviço teve uma pausa para adaptações entre os meses de março a agosto, retornando com capacidade de 25% em função dos protocolos sanitários. 

Em setembro, após liberação do Conselho Federal de Psicologia, os atendimentos realizados pelos estagiários puderam ser adaptados à modalidade online e em março foi iniciado o programa de acolhimento. As inscrições para a primeira edição iniciaram no dia 19/3 e foram encerradas em 72 horas, após o alcance de 500 inscritos que esgotaram a capacidade de atendimento dessa edição 

Por fim, diversas cartilhas de conscientização sobre os mais variados temas foram desenvolvidas pela Escola: o SAPP produziu orientações sobre saúde mental e a vida a dois na pandemiasaúde mental na pandemia e violência doméstica (visando orientar profissionais a identificarem sinais de abuso sexual em crianças e adolescentes), além de sugerir cuidados para a comunidade acadêmica 

Há, ainda, a força-tarefa PsiCOVIDaque surgiu com a missão de contribuir para o bem-estar das pessoas com conhecimento científico durante a pandemia. O grupo publicou mais uma série de cartilhas de assuntos como enfrentamento do estresse durante a pandemiaatividades físicas para realizar durante a pandemia e combate à Covid-19 para idosos. 

Dezoito estudantes do curso de Fisioterapia da PUCRS realizam estágio junto à equipe de Fisioterapia do HSL na recuperação de pacientes com diferentes patologias, como a Covid-19 / Foto: Lucas Vilella/HSLPUCRS/Divulgação

Todas as cartilhas podem ser conferidas na página sobre o coronavírus no portal da PUCRS e na página do SAPP. 

O curso de Fisioterapia, em parceria com o Serviço de Fisioterapia do Hospital São Lucas, está auxiliando na recuperação de pacientes internados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) com sequelas da Covid-19. Para isso, estão utilizando tecnologias como realidade virtual, ou Virtual Reality (VR), além de eletroestimulação muscular e treinamento muscular ventilatório. Dessa forma, é possível realizar a retomada da força física, do controle e da coordenação motora além de aspectos lúdicos. 

Escola de Direito 

O programa de Pós-Graduação em Ciências Criminais realizou uma série de conteúdos em vídeo para fornecer orientações sobre o Direito e a pandemia. As produções estão disponíveis para acesso e alguns temas abordados foram:  

Além disso, a Escola de Direito realizou a publicação de alguns livros como o Ciências Criminais e Covid-19, do professor Nereu Giacomolli e o Direito de Família no Pós-Pandemia: repercussões jurídicas no “novo normal”, desenvolvido pelo grupo de estudos Temas Atuais de Direito das Família, coordenado pelo professor Daniel Ustarroz. Para o lançamento do último, foi realizado um congresso virtual, composto por uma série de palestras, as quais ficaram salva para acesso posterior no canal do professor Daniel no YouTube 

 

Leia também: Laboratórios do Tecnopuc apoiam soluções de enfrentamento a Covid-19 

 

 

 

 

 

Estudantes realizam estágio junto à equipe do de Fisioterapia HSL na recuperação de pacientes com diferentes patologias, como a Covid-19 / Foto: Lucas Vilella/HSLPUCRS/Divulgação

O Serviço de Fisioterapia do Hospital São Lucas da PUCRS (HSL), associado ao curso de Fisioterapia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS, está aplicando um método inovador para a recuperação de pessoas internadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) com sequelas da Covid-19. A reabilitação acontece com o usde tecnologias como realidade virtual, ou Virtual Reality (VR)além de eletroestimulação muscular e treinamento muscular ventilatórioAssim, é trabalhada a retomada da força físicado controle e da coordenação motora também e aspectos lúdicos. 

Com a VR, são apresentados conteúdos interativos que simulam situações reais e do cotidiano como pescarias, escaladas em montanhas e caminhadas na praia. Segundo a professora e chefe do serviço no HSL, Flávia Franzdurante a imersão nessas cenas, a equipe trabalha exercícios funcionais associados aos vídeos que os/as pacientes estão assistindo. “Estimulados assim, o paciente a elevar as mãos para jogar uma vara de pesca, subir até o cume, colocar os seus pés na areia e até caminhar à beira-mar. Tudo isso auxilia de forma importante na recuperação de sequelas”, explica. 

Junto à equipe de Fisioterapia do hospital, 18 estudantes do curso de Fisioterapia também realizam estágio na recuperação de pacientes com diferentes patologias, como a Covid-19. Coordenado pela professora Clarissa Blattner, o grupo do estágio curricular (com duração de três semestres) vivencia e aplica na prática o que foi aprendido em sala de aula. “O Serviço e a Universidade têm uma atuação integrada que possibilita esse tipo de experiência, enriquecendo a trajetória do aluno e o preparando de forma efetiva para o mercado de trabalho”, comenta Clarissa.  

O começo do projeto 

O projeto teve início após Clarissa propor o uso dos óculos de Realidade Virtual com o grupo de estudantes, há algumas semanas, e a partir disso, apresentou a ideia de implementar a atividade no hospital. No mesmo dia, um paciente em recuperação pós-Covid-19 utilizou o recurso e o retorno foi instantâneo. “Tanto a equipe como os alunos e professores ficaram encantados com o resultado. O que vimos foi a comprovação do que propõe a realidade virtual: a imersão e a interação, promovendo motivação para um trabalho de maior independência funcional aos pacientes”, conta Flávia. 

A fisioterapeuta ressalta que o paciente em questão logo ficou motivado a participar dos estímulos multissensoriais, como os visuais, auditivos e, sobretudo, emocionais. Clarissa acrescenta que com esse tipo de prática o processo de reabilitação se torna mais agradável para os/as pacientes: “apesar de não substituir outros processos inerentes à reabilitação, percebemos que além da vantagem física, a VR impacta na motivação e na adesão ao tratamento”. 

Após o início do projeto, que já atendeu muitas pessoas, o HSL adquiriu cinco novos óculos VR e entregou à coordenação da ação, para que mais pacientes possam utilizar o recurso simultaneamente. 

“Pescaria”, “caminhada na praia” e autoestima renovada  

A estudante Kellyn Gatto, que está no 9º semestre do curso de Fisioterapia, recorda o caso de um paciente de 72 anos que gostava muito de pescar e pode sentir novamente um pouco dessa paixão com o uso da Realidade Virtual. “Ele está internado desde dezembro e, para ajudar a sair um pouco do ambiente hospitalar, simulamos a prática da pesca. Ele pôde fazer o movimento de jogar a rede e puxar a linha, por exemplo, que ajuda a entreter e serve como motivação para realizar exercícios alternativos”, conta. 

Kellyn comenta que se interessou pela área ao acompanhar o tratamento do próprio avô, que teve câncer. Segunda ela, com a experiência de estagiar no HSL e atuar na recuperação de pacientes, pôde se aproximar do sonho de cuidar de outras pessoas. No futuro, a estudante espera realizar residência clínica, para trabalhar tanto com adultos quanto com crianças. 

Uma outra paciente utilizou a realidade imersiva na reabilitação após 75 dias de UTI e um quadro de 95% de comprometimento pulmonar causado pelo coronavírus, precisando de traqueostomia e de ventilação mecânica. Para ela, Flávia explica que a equipe utilizou imagens de praia e céu estrelado e lembra que a VR é uma ferramenta eficiente, mas não substitui as técnicas de reabilitação: 

“Com essa paciente, percebemos uma resposta muito significativa do controle cefálico e da motricidade fina, entre outros aspectos, na tentativa de interagir com o cenário. Hoje, ela já consegue controlar a cabeça, o tronco e apresenta simetria nos membros superiores, com maior coordenação. Além disso, notamos uma efetiva melhora em sua autoestima, pois, com esse controle, ela já consegue se comunicar de forma mais eficiente com a equipe e expressar seus sentimentos”. 

Saudade do ônibus e corrida simulada  

Foto: Lucas Vilella/HSLPUCRS/Divulgação

Outro caso relatado pela fisioterapeuta foi o de um paciente que passou 30 dias na UTI, também intubado, e que chegou a passar por uma traqueostomia após o intenso período de ventilação mecânica. Esse paciente relatou à equipe que era motorista de ônibus e que tinha muita saudade de dirigir. 

A equipe então carregou um vídeo de corrida de Fórmula 1 e o resultado foi emocionante. “Ele estava com a cabeça mais lateralizada para a esquerda com um déficit motor muito grande. Notamos imediatamente que ele começou a fazer os movimentos de direção com os membros superiores e a inclinar a cabeça para o outro lado nas ‘curvas’. Foi muito gratificante para a equipe perceber que, ao retirarmos o paciente do ambiente hospitalar, mesmo que figurativamente, passamos a ter um grande aliado no processo de reabilitação”. 

Atuação do Centro de Reabilitação 

Além do Serviço de Fisioterapia do HSL, a PUCRS também possui um Centro de Reabilitação (CR), um espaço de assistência integrada ao processo de ensino, pesquisa e extensão da Universidade. Com foco na atenção à saúde da pessoa como um todo, as ações programáticas do CR são interdisciplinares e também contam com a atuação de 21 estudantes do curso de Fisioterapia.

Foto: PUCRS

Em março de 2020, com os primeiros casos de Covid-19 no Brasil, grande parte das atividades foi suspensa na PUCRS. No entanto, mais do que proteger a comunidade acadêmica, era necessário agir contra a doença. Por isso, diversos setores da Universidade apoiaram ações de combate ao coronavírusParque Científico e Tecnológico (Tecnopuc) e o Centro de Apoio do Desenvolvimento Científico e Tecnológico da PUCRS (Ideia) são alguns exemplos de locais que não pararam de funcionar desde o início da pandemia. Os espaços estão há um ano com as portas de seus laboratórios (Tecnopuc CrialabTecnopuc FabLab e Tecnopuc Usalab) abertas para apoiar soluções de combate ao vírus.  

Ao longo desse períodoesses laboratórios já receberam 232 pedidos, distribuíram mais de 21 mil protetores faciais e atenderam cerca de 150 instituições, sendo 38 hospitais (clínicas geriátricas, unidades de pronto atendimento e unidades básicas de saúde), 25 instituições sociais (institutos e residenciais geriátricos) e mais de 40 instituições de ensino e de outras áreas. Além disso, o Tecnopuc apoiou 20 projetos e produziu mais de 180 modelos de um protótipo de conector de alto fluxo impresso em 3D 

Foto: PUCRS

Esse aparelho possibilita que pacientes em tratamento com Covid-19 recebam um fluxo maior de oxigênio, diminuindo a necessidade de intubação. A iniciativa envolveu o Agente de Inovação da Escola de Medicina, Giovani Gadonski, que participou da criação da peça. O material foi impresso no Tecnopuc Fablab, testado no Hospital São Lucas da PUCRS e pode ser conectado na estrutura de suplementação de oxigênio já existente em qualquer hospitalCom o cateter de alto fluxo, é possível fornecer até 30 litros de oxigênio por minuto, sendo que, nos aparelhos convencionais, a quantidade é de até 15 litros de oxigênio por minuto. O dispositivo oferece mais conforto ao paciente e possibilita inclusive a alimentação oral, o que é impossível com a máscara, ou mesmo quando intubado. 

Leia mais: Protótipo desenvolvido pela PUCRS começa a ser utilizado em oito hospitais
 

Conexão entre ecossistemas 

O projeto Rede colaborativa para o desenvolvimento de ventiladores para o tratamento da Covid-19 foi selecionado no edital de apoio ao enfrentamento da doença da Secretaria Estadual de Inovação, Ciência e Tecnologia (SICT). A iniciativa foi desenvolvida em uma parceria entre diferentes universidades: UFRGS, UnisinosFeevale e PUCRS, no contexto dos seus parques tecnológicos. O objetivo é construir soluções tecnológicas de maneira colaborativa, otimizando o desenvolvimento a partir de recursos existentes em cada uma das instituições. 

Segundo o secretário da SICT, Luís Lamb, o propósito do edital foi promover e fomentar soluções tecnológicas inovadoras para o desenvolvimento de produtos, serviços e/ou processos que auxiliem no combate à pandemia, baseados em tecnologias ofertadas nos ambientes de inovação estaduais das oito regiões do programa Inova RS. 

 

Colaboração com Hospitais para melhorar ambientes de atendimento 

Foto: PUCRS

O Tecnopuc Crialab, laboratório de criatividade, desenvolveu a ação Paredes Afetivas para o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). A iniciativa nasceu de uma preocupação de Marta Nassif Pereira Lima, chefe da Unidade de Radioterapia do HCPA. “Ela procurava uma forma de manter o engajamento e a motivação dos profissionais da saúde. A partir daí, pensamos juntos em uma maneira de inspirá-los e valorizá-los”, conta a líder do Tecnopuc Crialab, Ana Berger.  

A partir da conversa com Marta, as paredes afetivas começaram a ser erguidas. “Optamos por levar arte para uma das principais paredes do ambiente do Serviço de Radioterapia, um local por onde passam diariamente centenas de pessoas, entre profissionais da saúde e pacientes”, destaca Ana. A escolha pelas palavras se deu por meio de um formulário eletrônico enviado aos colaboradores do Serviço de Radioterapia. No questionário, eles comentaram sobre palavras e expressões que gostariam de ouvir e lembrar todos os dias. As mais votadas e sugeridas foram transformadas em cartazes.  

Laboratórios estão disponíveis para desenvolver iniciativas 

Os laboratórios do Tecnopuc estão disponíveis para testar e desenvolver iniciativas da comunidade. Interessados em utilizar esses espaços para esse fim precisam preencher este formulário. Em seguida, as propostas recebidas são avaliadas tecnicamente, visando identificar a viabilidade de atendimento. 

Foto: PUCRS

A iniciativa conta com diversos parceiros, como o Projeto GRU, que visa fabricação de protetores faciais e é formado por um grupo baseado na quádrupla hélice: Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); empresas como Taurus, Stihl Ferramentas Motorizadas, Controil do grupo Randon, Aços Peças Oliveira e outras; sociedade; e Forças Armadas. Recentemente, a Stihl, por meio desse projeto, doou mais de 7 mil testeiras que serão utilizadas na produção dos protetores faciais a serem encaminhados para a área da educação, incluindo a Universidade e escolas 

Alexandre de Moura Duarte, coordenador do Projeto GRU, afirma que a colaboração é crucial para que todo o movimento aconteça e atenda às necessidades da população. Flávia Fiorin, gestora de Operações e Empreendedorismo do Tecnopuc e coordenadora da Rede InovaPUCRS, destaca que a colaboração despontou como uma das principais responsáveis para que iniciativas de combate à pandemia obtivessem sucesso. “Para além de processos e estruturas formais, diferentes agentes do ecossistema de inovação, de saúde e de pesquisa da Universidade se uniram por um único objetivo: combater a pandemia”, afirma. 

 

Foto: PUCRS

Conheça mais sobre os laboratórios do Tecnopuc: 

Tecnopuc FabLablaboratório de criatividade e prototipagem. Conta com equipamentos variados de pequeno e médio porte, nas áreas de mecânica, computação e maquetaria, contando, ainda, com impressoras 3D e computadores com softwares para modelagem bidimensional e tridimensional de projetos mecânicos, design e softwares para testes. 

Tecnopuc Crialablaboratório de criatividade. É um espaço de experiências em processo criativo em permanente transformação, dedicado a interações construtivas. Conta com estrutura propensa para a realização de pesquisa, desenho de produtos, prototipações rápidas, testes e simulações. 

Tecnopuc UsaLab: laboratório de Engenharia de Usabilidade de Produtos para a Saúde. Entre os equipamentos disponíveis estão uma plataforma de simulação em saúde – Sim Man; equipamento monitorizado, controlado, conectado à plataforma digital; aparelhos de anestesia; monitores multiparamétricos; desfibriladores, entre outros. 

 

Leia também: Nossas iniciativas frente à Covid-19 

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Foto: Shutterstock

Dificuldades para dormir têm afetado boa parte da população durante a pandemia provocada pela Covid-19. Entre os adultos, 70% tiveram alterações para iniciar ou manter o sono. Esse é o resultado apontado pela primeira etapa da pesquisa Como está o seu sono nessa quarentena?, realizada pelo Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer). 

O estudo destacou que nos adultos as alterações no sono estão principalmente relacionadas às mudanças na rotina dos filhos e preocupações emocionais como ansiedade e medo. Os dados apontaram alterações no sono de 58,6% das crianças de 0 a 3 anos, 27,7% das crianças de 4 a 12 anos e 56,6% dos adolescentes. De acordo com a pesquisa, pais que têm filhos nessas faixas etárias tiveram aumento nas chances de desenvolverem problemas no sono. 

“Comparando com dados anteriores, durante a pandemia os problemas para dormir duplicaram entre adultos e adolescentes. Nas crianças de 0 a 3 anos, as dificuldades triplicaram”, afirma a coordenadora da pesquisa e vice-diretora do InsCer, Magda Lahorgue Nunes. 

Insônia pode ser consequência da quebra da rotina  

Em relação à dificuldade para dormir, Magda destaca que as mudanças na rotina podem ser um dos causadores. “Queixas de insônia estão sendo muito frequentes durante a quarentena. Isso certamente é decorrente de quebras nas rotinas, da falta de necessidade de cumprir horários, além do relaxamento nos aspectos de higiene do sono, como variações no horário de dormir e de acordar e o uso excessivo de telas”, afirma.  

Para manter a saúde do sono, apesar de todas as mudanças e das preocupações causadas pela pandemia, é importante tentar seguir uma rotina. “Ter um horário para dormir e acordar, evitar o uso de telas pelo menos 30 minutos antes de dormir, não fazer uso excessivo de álcool, optar por refeições leves à noite e evitar bebidas com cafeína podem ajudar”, sugere Magda. 

Ampliação da pesquisa sobre alterações no sono

A primeira etapa do estudo teve dados coletados entre abril e junho de 2020. Com a extensão do contexto de pandemia, foi adicionada uma segunda etapa do estudo para entender o comportamento do sono da população após mais de um ano de quarentena. 

A segunda etapa da pesquisa está aberta a todos, independente da participação na primeira fase. Para participar basta responder um questionário online, disponível até o dia 30 de junho. Nesta segunda fase, foram adicionadas questões referentes à depressão e à violência doméstica.

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Estudante participando do drive-thru de vacinação contra a Covid-19 no Campus da PUCRS / Foto: Camila Cunha

Quase 29 milhões de pessoas já receberam pelo menos a primeira dose da vacina contra a Covid-19 no Brasil, segundo dados do consórcio de veículos de imprensa divulgados neste mês. Desde o começo de abril, acontece em paralelo a 23ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe (Influenza) em todo o território nacional, promovida pelo Ministério da Saúde. Se você faz parte do grupo que está apto a receber as duas doses, confira respostas para as principais dúvidas e alguns cuidados importantes antes de se vacinar. 

A professora Ana Duarte, da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS, preparou algumas orientações úteis. Como pesquisadora, Ana trabalha com temas relacionados a vacinas, imunologia viral, terapias antivirais e antitumorais e respostas de diferentes tipos de células. 

1. Confira qual grupo prioritário está sendo vacinado

Antes de procurar um posto de vacinação é importante se informar sobre quais são os grupos prioritários estabelecidos pelo Plano Nacional de Imunização (PNI) (para a Covid-19). No caso no Rio Grande do Sul, acompanhe os informativos no site Te Vacina, da Secretaria Estadual da Saúde. 

Os grupos prioritários foram estabelecidos para garantir a proteção de pessoas com maior risco de desenvolvimento dos estágios mais graves dessas doenças, preservando vidas e possibilitando o  funcionamento dos serviços de saúde. 

Para a Covid-19, pela escassez de doses disponíveis, a preferência é para pessoas com 60 anos ou mais; pessoas com deficiência (PCDs); gestantes; povos indígenas vivendo em terras indígenas; povos e comunidades tradicionais ribeirinhas e quilombolas; trabalhadores da Saúde; grupo com comorbidades; entre outros disponíveis no PNI, mas ainda sem previsão para o começo da imunização. 

Além dessas, no caso da gripe também estão incluídas: crianças de seis meses a menores de seis anos de idade; pessoas em período pós-parto (puérperas); e adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas. 

2. Leve os documentos necessários

Drive-Thru, vacinação, Covid-19

Levar o documento e comprovantes é importante no momento de tomar as vacinas para Covid-19 e para a gripe (Influenza) / Foto: Cristine Rochol/PMPA

É importante lembrar de levar algum documento de identificação (com foto, de preferência), comprovantes (caso faça parte dos grupos prioritários não relacionados à idade, como profissionais da saúde) e a carteirinha de vacinação das crianças (para Influenza). Se for receber a segunda dose contra o coronavírus, leve também o comprovante de que você tomou a primeira vacina. 

3. Tome precauções no dia da vacina

Para preservar a saúde, em alguns casos o ideal é adiar a aplicação das vacinas. Em pacientes com doenças febris, por exemplo, recomenda-se esperar até a melhora dos sintomas. A vacina da Influenza pode ser administrada mesmo com a ingestão de outros medicamentos, entretanto, remédios imunossupressores podem atrapalhar a resposta da vacina. 

Pacientes que previamente apresentaram reações alérgicas após ingestão de ovo (angioedema, desconforto respiratório, vômitos repetidos) podem receber a vacina para Influenza, desde que em um ambiente onde seja possível o tratamento de manifestações alérgicas graves e com supervisão médica. 

Também é preciso ter cautela e avaliar caso a caso ao administrar a vacina em pessoas com trombocitopenia, qualquer distúrbio da coagulação ou a pessoas em terapia anticoagulante.  

Não é recomenda a administração simultânea das vacinas contra o coronavírus e a gripe. A indicação é respeitar um intervalo de pelo menos 14 dias entres as doses. 

4. Programe-se para tomar a segunda dose, quando for necessário

Atualmente, duas vacinas contra o coronavírus estão sendo aplicadas na população

Imunizações acontecem de acordo com os grupos prioritários estabelecidos no PNI / Foto: Bruno Todeschini

As vacinas contra a Covid-19 atualmente disponíveis no Brasil têm esquemas diferentes de aplicação. Fique atento/a ao cronograma para o momento certo de retornar para segunda dose de acordo com a empresa fabricante: 

Crianças com menos de nove anos recebem duas doses da vacina da Influenza na primeira imunização, com intervalo de um mês. Acima de nove anos a dose é única. 

5. Prepare-se para (raros) possíveis efeitos adversos

As reações adversas mais comuns associadas a todas essas vacinas estão relacionadas à dor local e eventual processo alérgico. Em especial para vacina da AstraZeneca (Fiocruz), existe o risco muito baixo de ocorrência de coágulos sanguíneos. Preste atenção aos possíveis sintomas, como falta de ar, dor no peito, inchaço na perna, dor de cabeça e abdominal. 

Todos os imunizantes disponíveis hoje passaram por longos períodos de testes e análises e são seguros para a utilização pela população. Caso seja necessário, procure orientação médica, mas evite se expor aos vírus. 

Continue cuidando de si e de quem você ama   

Para que todo mundo possa voltar a fazer planos para o período pós-pandemia, é necessário que cada um e cada uma continue tomando os principais cuidados de higiene e segurança. Se precisar sair, lembre-se de usar máscara e levar o álcool em gel, além de manter o distanciamento social. 

Atuação na área da saúde 

Além de docente, Ana Paula Duarte de Souza é graduada em Farmácia Bioquímica e Análises Clínicas (UFSM), tem mestrado em Biotecnologia (UFSC) e doutorado em Biologia Celular e Molecular (PUCRS) com sanduíche na University of Melbourne na Austrália (2009) e pós-doutorado na área de Imunologia (PUCRS). 

Vacinei, e agora? 

A Universidade Aberta da Terceira Idade (Unati) promoveu nesta semana o bate-papo online Vacinei, e agora?, que abordou a importância e os efeitos da imunização contra a Covid-19. 

O convidado foi o médico Fabiano Ramos, chefe do serviço de Infectologia do Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) e líder do estudo de desenvolvimento da vacina Coronavac no Rio Grande do Sul, que contou com mais de mil voluntários/as. 

Confira a gravação completa do evento e saiba mais sobre o processo de imunização:

Letycia escreveu o livro após conviver, durante o mestrado, com pacientes internados por Covid-19.
Foto: acervo pessoal

Como conscientizar pessoas além dos números? Esse foi um dos questionamentos que levaram a mestranda em Biologia Celular e Molecular pela PUCRS, Leticya Simone Melo dos Santos, a compilar relatos de sua experiência ao lado dos pacientes internados com coronavírus no livro Covid-19: O que os olhos não veem.

A pesquisadora estuda sobre o coronavírus, tentando caracterizar as células do sistema imunológico dos infectados e testando um protocolo de tratamento com óxido nítrico, um gás que já é utilizado para tratar alguns problemas pulmonares e que o Food and Drug Administration (FDA – órgão semelhante à Anvisa dos Estados Unidos) também liberou seu uso emergencial durante a pandemia. Apesar de não estar na linha de frente do combate à pandemia, os três meses de convivência com os pacientes em internação serviram de inspiração para criar o livro.

Inicialmente, a estudante escreveu seus relatos em forma de diário, para desabafar. Como ela conta, sempre gostou de escrever, mas nunca tinha achado algo que a tocasse ao ponto de querer compartilhar com outras pessoas. A pandemia foi o que motivou esse compartilhamento: ela gostaria de fazer com que quem não vivencia a pandemia de perto diariamente – como profissionais da saúde e pesquisadores – conhecessem melhor essa realidade.

A mestranda também escreve para que familiares dos pacientes, que não podem acompanhá-los de perto, se sintam consolados: “Se eles pudessem ler, pensei que poderiam ver que os profissionais de saúde, na sua maioria, se importam e fazem o máximo que podem para cuidar e auxiliar no que for preciso. Senti que esse era também o meu papel no hospital, além da pesquisa”, conta Leticya.

O livro Covid-19: O que os olhos não veem está disponível para venda na versão e-book pela Amazon e, em breve, será possível adquirir o exemplar físico pelo mesmo site.

Quando olho no espelho: a influência da pandemia no mercado de beleza

Foto: Pavel Danilyuk/Pexels

Pele hidratada, mais uma conferida no cabelo ou na maquiagem e pantufa nos pés: assim se inicia a rotina de muitas pessoas que precisaram se adaptar à pandemia da Covid-19. Mesmo com a instabilidade econômica e o distanciamento social, o mercado de beleza teve crescimento e ganhou ainda mais espaço no carrinho de compras de jovens. Isso é o que mostra a pesquisa Mercado de beleza durante a pandemia, realizada por estudantes da Escola de Comunicação, Artes e Design da PUCRS – Famecos. 

“Os consumidores passaram a fazer compras mais conscientes, com marcas que dialogam com os seus valores e são ativas nas mídias sociais. Além disso, as pessoas continuaram consumindo por compreender a importância do autocuidado para a produtividade do dia a dia”, explica Vitória Petry, estudante do 8º semestre do curso de Publicidade e Propaganda que liderou a pesquisa. 

Investindo na autoestima  

Em todas as etapas do estudo a maioria dos/as participantes respondeu que considera produtos estéticos como um investimento que vai além de um mero capricho. Para o público analisado, entre 16 e 30 anos, as questões estéticas, de saúde mental e autocuidado se sobressaem. Para 83% das pessoas entrevistadas, as aquisições não são consideradas um gasto, como relatou na pesquisa Thaísa Zilli, estudante de Publicidade e Propaganda: 

“Estou fazendo um curso de autoconhecimento e investindo em mim em todos os sentidos, inclusive em estética”. 

As médias de frequência de compra e de valor gasto se mantiveram em comparação a antes da pandemia e também obtiveram aumentos significativos para alguns públicos. A maioria segue consumindo pelo menos uma vez por mês. Ou seja, as pessoas controlam os gastos, mas não deixam de se cuidar. 

Quando olho no espelho: a influência da pandemia no mercado de beleza

Pesquisa Mercado de Beleza na pandemia / Imagem: Reprodução

Apesar disso, o número de compras mensais caiu 12% e a quantidade de pessoas que passaram a comprar menos de uma vez por mês aumentou 16%. Já o ticket médio (valor médio de vendas no período) se manteve de R$ 50 a R$ 150. 

O professor e publicitário Ilton Teitelbaum, supervisor da pesquisa, conta que o ato de comprar também é um mecanismo de recompensa.Os consumos por autoindulgência (para compensar sentimentos negativos) e de vingança (comprar itens de desejo, em vez de produtos essenciais, para suprir o período de contenção de gastos) se concretizaram durante a pandemia”, destaca. 

Mesmo com o desafio, o docente conta que as empresas ainda têm muitas oportunidades: “apesar da queda no poder aquisitivo, as marcas precisarão se adaptar aos aspectos emocionais que envolvem o processo de compra e buscar caminhos que lhes permitam seguir presentes na vida das pessoas”. 

Jovens influenciáveis, mas com responsabilidade social 

Entre as tendências, está a de seguir digital influencers. Nas entrevistas, 82% relataram que eram altamente suscetíveis a seguir recomendações feitas por microinfluenciadores. O público mais jovem, de 16 a 18 anos, é o que se mostra mais inclinado a manter os mesmos hábitos e com mais disposição para gastar mais. 

É uma geração conhecida por ser crítica, exigente, dinâmica e que muda de opinião toda hora. Segundo o estudo, essas são algumas das principais implicações mercadológicas: 

“As empresas que souberem se comunicar com transparência, sustentabilidade e diversidade cultural tendem a se destacar entre os jovens”. 

Outra reivindicação, que não é de hoje, é a por marcas mais coerentes. O público quer que as empresas se preocupem com o meio ambiente, tragam visibilidade para homens e mulheres na indústria de cosméticos, estejam atentas aos problemas sociais, tenham mais diversidade de pessoas nas campanhas e sejam empáticas com temas sensíveis, como a pandemia. 

Comprar com facilidade e agilidade 

Mesmo que muitas pessoas ainda prefiram comprar nos sites das lojas, essa é uma escolha menos frequente entre jovens, segundo dois levantamentos citados na pesquisa. A Technavio, empresa de relatórios de pesquisa de mercado, afirma que o social commerce (ou compras a partir de redes sociais) deve aumentar cerca de 34% até o final de 2021. 

Já a agência Accenture prevê que esse canal deve ser um dos mais importantes para a Geração Z (nascidos entre 1995 e 2010). “Dos entrevistados, 69% disseram que gostariam de comprar diretamente por meio das mídias sociais e 44% usam redes como Facebook, Instagram e Twitter para encontrar informações sobre produtos”, destaca a empresa. 

Brasil é o 4º maior mercado de beleza do mundo 

Segundo o provedor de pesquisa de mercado Euromonitor International, o Brasil é o maior mercado de beleza e cuidados pessoais do mundo. O País movimenta pelo menos U$$ 30 bilhões, ficando atrás apenas do Japão, da China e dos Estados Unidos. 

A supervisora de vendas de um dos maiores conglomerados de beleza do Brasil, conta no estudo que as vendas não foram impactadas pela pandemia, com exceção das lojas das cidades do interior dos estados: vendemos até mais do que no ano passado”. 

Tecnologia e concorrência internacional 

Quando olho no espelho: a influência da pandemia no mercado de beleza

Foto: Pexels

Contudo, as marcas internacionais ainda são vistas como melhores e mais consumidas. Mesmo com o alto valor de produtos do exterior, eles não deixam de estar entre os mais vendidos. A pesquisa destaca que para mostrar os seus diferenciais, é importante que as empresas nacionais invistam em tecnologias como realidade virtual, inteligência artificial e outros recursos que melhorem a experiência dos usuários. 

Nem online nem offline: a vida no all-line 

Durante a pandemia, as vendas online alavancaram 300% para algumas lojas. Mesmo assim, consumidores/as relatam sentir falta da experiência física, enquanto outros/as dizem ter receio de voltar a experimentar algo que já foi usado, por medo de contaminações. 

Depois da pandemia o comportamento all-line, hábito de consumir tanto pelos meios digitais quanto presencialmente, ganhou força. Sobre a preferência, as pessoas alegam que consomem: 

A psicóloga Susana Gib explica no estudo que o público deve comprar cada vez mais em casa: “a pandemia fortaleceu a compra pelo meio digital. É claro que as pessoas ainda sentem falta de olhar o produto, tocar, comparar. Mas a tendência é essa. 

Mapeando tendências de comportamento 

O estudo foi elaborado pelos/as estudantes Eduarda Friedrich, Larisse Alves, Tamires Fetter, Victoria Bossle e Vitória Petry, da disciplina de Projeto de Pesquisa de Mercado em Publicidade e Propaganda, de agosto a novembro de 2020. 

Em sua etapa qualitativa, contou com um grupo focal com seis mulheres e oito entrevistas em profundidade com homens e mulheres. Depois, na fase quantitativa, foram 204 respostas válidas a uma coleta feita por meio de questionário online. 

Se você quer criar e investigar novas narrativas, conheça as graduações em Comunicação da PUCRS e comece a estudar ainda em 2021. 

Curtiu este conteúdo? Confira também os impactos da pandemia na moda e as novas formas de consumir conteúdo que ganham espaço durante o período. 

Ainda mais conectados: novas formas de consumir conteúdo ganham espaço

Foto: Pexels

Estudo, trabalho, contato com a família e amigos, entretenimento e notícias. Durante a pandemia provocada pela Covid-19, essas foram situações que se tornaram cada vez mais digitais em toda a sociedade. Em um contexto de distanciamento social, estar conectado passou a ser um dos principais recursos para realizar as atividades do dia a dia.  

Entre os jovens, um dos públicos mais presentes nas redes sociais e na internet, a pandemia modificou hábitos de consumo de conteúdo. É o que aponta uma pesquisa realizada por estudantes da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos, que investigou o comportamento de pessoas de 16 a 34 anos que residem em de Porto Alegre e na região metropolitana. 

“O consumo de conteúdo, atualmente, ocupa uma parte fundamental no cotidiano das pessoas, especialmente as da faixa etária estudada no projeto, e as mudanças que temos passado em relação a isso são notórias, destaca o professor Ilton Teitelbaum, que orientou a pesquisa. 

Leia também: 73% dos jovens acreditam que a convergência entre virtual e físico é positiva 

A aluna Rita Karasek, uma das responsáveis pelo estudo, ressalta que a investigação contribui para informar sobre as mudanças de forma simultânea à pandemia. “Estamos passando por um momento inédito e histórico para todos e por isso, ainda escasso de pesquisas. A partir dos dados, também podemos entender quais conteúdos estão sendo mais consumidos e como o isolamento está afetando outros pontos, como a saúde mental dos entrevistados. 

Mais conectados, porém seletivos 

De acordo com a pesquisa, mais de 68% dos jovens permanecem conectados de quatro a 12 horas por diae 12% dos entrevistados afirmaram passar mais de 12 horas na internet diariamente. As redes sociais são responsáveis por boa parte desse tempo. Em 2020, o Brasil saltou para a segunda posição ent

Ainda mais conectados: novas formas de consumir conteúdo ganham espaço

Foto: Pexels

re os países com a população que mais acessa esses sites e aplicativos, com média de 3h34min por dia. 

Utilizar a internet para mais finalidades durante a pandemia também contribuiu para o maior consumo de conteúdos digitais. Dados do estudo realizado pela Famecos destacaram que cerca de 71% dos jovens se consideram heavy users, ou seja, usuários muito ativos. Porém, 63% dos entrevistados apontam que gostariam de consumir conteúdo com menor frequência no contexto pós-pandemia. 

A perspectiva, no entanto, é de um aumento constante, com cada vez mais pessoas consumindo uma variedade maior de conteúdos digitais em diferentes formatos. Apesar dessa estimativa de crescimento, o estudo ressalta que produtores e marcas devem pensar estrategicamente no conteúdo que oferecem, pois a tendência é de um público cada vez mais crítico e seletivo. 

“O digital permite escolha. E os algoritmos permitem direcionamento e customização. Isso significa que cada pessoa pode consumir o que deseja e o que gosta, na hora que melhor lhe pareça, onde se sinta mais confortável. Esse é o lado bom. O lado ruim é que isso reforça o comportamento em ilhas, o que forma bolhas e afasta cada vez mais as pessoas do convívio com o contraditório. A não ser que elas desejem e busquem saber o que acontece no mundo dos que pensam diferente delas”, comenta Teitelbaum.    

Domínio do conteúdo audiovisual  

Outra tendência apresentada pela pesquisa é o crescimento no consumo de vídeos, principalmente os de menor duração. O estudo demonstrou que no período de distanciamento social, os vídeos rápidos são o formato de conteúdo mais consumido por quase 45% dos jovens. 

Segundo Teitelbaum, os vídeos rápidos tiveram crescimento durante a pandemia principalmente por serem uma alternativa à tensão do momento. “Uma das maiores realidades da pandemia chama-se TikTok. Ele cresceu justamente por ser ‘democrático’ e servir como um conteúdo mais leve, muito oportuno em um momento de tensão coletiva, analisa.   

Séries, filmes e vídeos também são destaque entre os conteúdos que os entrevistados desejam manter ou aumentar o hábito de consumo após a pandemia. Para atender a essa demanda, o público espera que haja um crescimento da oferta desse tipo de conteúdo entre as opções do mercado. 

Um levantamento realizado durante o estudo apontou que em 2020 o uso da televisão para consumir streaming teve aumento de 33%. A Netflix se destaca dentre as plataformas com maior ascensão, com cerca de 16 milhões novos usuários.  

Multiplicação de lives 

Ainda mais conectados: novas formas de consumir conteúdo ganham espaço

Foto: Pexels

Desde o início das medidas de distanciamento social, as lives se multiplicaram como uma alternativa de entretenimento ao vivo. O formato passou a ser um dos principais recursos para que artistas, marcas e produtores de conteúdo mantivessem o contato com o público de forma síncrona. As buscas por conteúdo ao vivo tiveram expansão de mais de 4.900% desde março de 2020. 

A interatividade entre produtores de conteúdo e o público é apontada como um aspecto importante para mais de 90% dos jovens. Os entrevistados acreditam que a construção de uma relação é um diferencial para o sucesso e aproximadamente 54% dos jovens afirmaram que interagem com produtores. 

Saúde mental impacta no consumo 

Uma das razões apontadas pelo estudo para o desejo de consumir menos conteúdo é a preocupação com a saúde mental. Entre os entrevistados, 90% dos jovens afirmaram que a pandemia afetou de alguma forma seu bem-estar emocional e mental 

Apesar do crescimento no consumo de notícias com aumento de 42% nos acessos a sites de informação –, a tendência do público jovem é consumir esse tipo de conteúdo de forma mais superficial e com menor probabilidade de pagar para receber essas informações. 

Entenda mais sobre o estudo 

A pesquisa O Universo do Consumo de Conteúdo contou com pesquisa de dados, etapa qualitativa e etapa quantitativa com mais de 200 respostas. Os dados da etapa quantitativa foram coletados de forma online, por meio de questionário, entre os dias 3 e 18 de novembro de 2020. 

Coordenado pelo professor Ilton Teitelbaum, o estudo foi realizado pelos estudantes Lucas Mucke, Marina Gonçalves, Miguel Bilhar, Nicolas Lima, Patryc Pinto e Rita Karasek. O relatório da pesquisa pode ser conferido neste link. 

Protótipo desenvolvido pela PUCRS começa a ser utilizado em oito hospitais

Protótipo impresso na impressora 3D / Foto: Divulgação/PUCRS

Criado por pesquisadores da PUCRS, o protótipo conector para sistema de alto fluxo impresso em 3D possibilita que pacientes em tratamento com Covid-19 recebam maior fluxo de oxigênio, diminuindo a necessidade de intubação. Até o momento, já foram produzidos 120 protótipos que estão sendo utilizados em oito hospitais do Rio Grande do Sul e Minas Gerais: Hospital São Lucas, PUCRS (RS), Hospital Independência (RS), Hospital Divina Providência (RS), Hospital São José (RS), Hospital Santa Isabel (RS), Hospital Estrela (RS), Hospital Bruno Born (RS) e Hospital Nossa Senhora de Fátima (MG). 

De acordo com um dos responsáveis pela criação do protótipo, o chefe do Serviço de Clínica Médica no Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) e professor na Escola de Medicina Giovani Gadonski, resultados preliminares analisados no HSL – primeiro hospital a utilizar a peça impressa –, mostram que o aumento do fluxo no oxigênio pode reduzir em até um terço a necessidade de intubação. Todas as instituições participantes da pesquisa, que aderiram ao Acordo de Cooperação, estão simultaneamente coletando dados para ampliar a abrangência e qualificação da pesquisa. 

Protótipo desenvolvido pela PUCRS começa a ser utilizado em oito hospitais

Como funciona o protótipo do conector / Foto: Divulgação/PUCRS

A peça, impressa no IDEIA/Tecnopuc FabLab, pode ser conectada na estrutura de suplementação de oxigênio já existente em qualquer hospital. Com o cateter de alto fluxo, é possível fornecer até 30 litros de oxigênio por minuto, sendo que, nos aparelhos convencionais, a quantidade é de até 15 litros de oxigênio por minuto. O dispositivo oferece mais conforto ao paciente e possibilita inclusive a alimentação oral, o que é impossível com a máscara, ou mesmo quando intubado. 

Para o professor Eduardo Giugliani, diretor do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Científico (IDEIA) e responsável pela produção das peças 3D, sob o contexto científico e tecnológico o projeto permite consolidar iniciativas integradas entre vários centros de pesquisa da PUCRS e demonstrar o potencial de uma ação interdisciplinar. Estiveram envolvidos na criação do protótipo múltiplos atores: médicos, engenheiros, fisioterapeutas, enfermeiros e técnicos (tecnologia e saúde), entre outros. 

Impacto da pesquisa na sociedade 

Para o médico e professor Giovani Gadonski, o conector é motivo de alegria por comprovar mais uma vez o impacto da pesquisa no dia a dia da sociedade. “Para quem está inserido na universidade como professor e na assistência dentro do hospital, poder desenvolver uma alternativa que possa ajudar as pessoas no enfrentamento da doença é muito gratificante. Me sinto privilegiado por estar dentro de uma instituição que proporciona um ecossistema de inovação que permite a aplicação translacional da pesquisa e assistência no mesmo ambiente”, comenta. 

Para Giugliani outro aspecto que cabe destaque é a urgência em que foi efetivada a pesquisa e a rápida trajetória até a prototipagem do conector, em um processo com duração inferior a 60 dias. “Processo que não seria possível em uma Instituição que não apresenta características e competências tão interdisciplinares como a PUCRS, capacidade de resposta rápida e efetiva para uma ação em rede, além de contar com um capital humano altamente qualificado, em todos os níveis demandados”, completa.