foto da fachada da Universidade mostra a escultura da entrada

Serviços requerem agendamento prévio | Foto: Ascom PUCRS

A PUCRS passa a atender de forma presencial alguns dos seus serviços no Campus, mediante agendamento, e seguindo um conjunto detalhado de recomendações, de prevenção e de segurança. A Universidade já deu início à implementação do seu Plano Institucional de Prevenção e Redução de Riscos | Covid-19, voltado à segurança do trabalho, considerando todos os protocolos previstos no modelo de distanciamento controlado do Estado e Município, e já consolidou seu Guia dos casos suspeitos e confirmados, que estabelece os processos de atenção e cuidado com relação à saúde e ao bem-estar da comunidade universitária.

Confira e acompanhe as atualizações emhttp://www.pucrs.br/coronavirus/

Central de Atendimento ao Aluno

A central reabre em regime de atendimento presencial, mediante agendamento, com antecedência mínima de (1) um dia útil. Cada setor da central (Registro Acadêmico, Financeiro e PROUNI) atenderá através dos seus próprios canais. O atendimento presencial no Registro Acadêmico é voltado somente para os casos que não podem ser atendidos de forma online.

Coordenadoria de Registro Acadêmico: [email protected]  ou através do WhatsApp (51) 984430788
Financeiro: [email protected]  ou através do telefone (51) 3320-3588
PROUNI: [email protected]  ou através do telefone: (51) 3353-7974

PUCRS Carreiras

O setor de atendimento do PUCRS Carreiras retorna as atividades presenciais a partir do dia 9 de junho, para assuntos relacionados aos estágios. O serviço funcionará em regime de plantão, nas terças e quintas-feiras, das 10h às 16h, mediante agendamento pelo WhatsApp (51) 9 9984 1653.
Os demais serviços oferecidos pelo PUCRS Carreiras como Consultoria de Carreira, Oficinas e Processos de Seleção continuam acontecendo de forma online.

Parque Esportivo

A primeira unidade do campus a implementar o Plano Institucional e retomar gradualmente as atividades foi o Parque Esportivo. O Parque está recebendo apenas quem já é aluno para atividades agendadas e individuais de pilates, funcional, musculação e natação.  O ambiente foi todo sinalizado e há procedimentos de segurança que buscam garantir a saúde e o bem-estar, tanto dos alunos como de toda a equipe.
A natação está funcionando de segunda a sexta-feira, das 9h às 22h, com as modalidades Natação Aprendizagem, Raia Livre e Condicionamento para o público adulto na piscina olímpica. Todas modalidades precisam ser agendadas, exceto Raia Livre.
Os contatos para todos os agendamentos são: (51) 33320-3910 e (51) 3320-3622, pelo WhatsApp (51) 98428-8317 ou pelo e-mail [email protected].

Biblioteca 

Devoluções e empréstimos podem ser realizados, de forma presencial, pela comunidade acadêmica com vínculo ativo com a Universidade, mediante agendamento, de segunda à sexta-feira, das 9h às 17h. Além disso, a Biblioteca Irmão José Otão está oferecendo treinamentos online para quem está produzindo sua monografia, artigo e pesquisas.
Os materiais devolvidos ficam em quarentena durante 5 dias e, após esse período, serão higienizados antes de serem incorporados ao acervo para novos empréstimos.
Para retiradas:
Contatos pelo e-mail [email protected]  ,contendo os dados da obra (autor, título e localização na estante) até às 21h do dia anterior à retirada do material. Para retiradas de material nas segundas-feiras, o e-mail deverá ser enviado até às 21h da sexta-feira anterior.
Para verificar a disponibilidade de espaço nos pavimentos, entrar em contato pelos telefones: (51) 3320.3684, (51) 3353.4370 ou (51) 3353.8348.

Leia também: Universidade mantém aulas online até o final do semestre

Um grupo multidisciplinar da Universidade, em colaboração com pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), está desenvolvendo a análise de imagens radiológicas dos pulmões para o auxílio ao diagnóstico da Covid-19.

Como o vírus ataca os pulmões e provoca pneumonia, imagens de pulmão como radiografia de tórax e tomografia computadorizada têm a possibilidade de auxiliar no diagnóstico e até no prognóstico da doença.

Segundo a professora Ana Maria Marques da Silva, coordenadora do Laboratório de Computação em Imagens Médicas da PUCRS, o objetivo da pesquisa, já aprovada no Comitê de Ética da Universidade, é buscar as diferenças entre indivíduos positivos para a Covid-19 e outras doenças pulmonares infecciosas e inflamatórias, correlacionando-os com os desfechos dos pacientes que desenvolveram a Covid-19.

“Em estágios mais avançados, as imagens podem indicar qual é a extensão ou o avanço do comprometimento dos pulmões em diferentes momentos do tratamento. No entanto, nos estágios iniciais da doença, essas mudanças podem ser bastante sutis, pois ela pode avançar rapidamente ou não afetar os pulmões de maneira mais grave. Assim, pouco se sabe sobre como os exames de imagem podem prever a gravidade da doença (prognóstico). Nossa pesquisa tem por objetivo exatamente investigar como as características das imagens radiológicas extraídas computacionalmente, denominada assinatura radiômica, podem estar relacionadas com fatores de prognóstico e gravidade da doença”, explica.

Ferramenta para qualificar diagnóstico e tratamentos

Considerando que no início do inverno sempre há um aumento das doenças pulmonares, o que  leva um maior número de pessoas a buscar a realização de exames de imagem para verificar o comprometimento pulmonar, a pesquisadora prevê uma ampliação na base de imagens para a pesquisa, o que amplia também a confiabilidade dos resultados.

A previsão é de que quando for concluída a primeira fase de estudos com as radiografias de pulmão, o grupo poderá fornecer uma ferramenta computacional que deve ajudar os médicos a identificarem imagens de pulmão com Covid-19. Na segunda fase, com as imagens de tomografia computadorizada, a análise pode ser melhorada e ampliada para indicar fases da doença.

A professora Ana Maria ressalta que nenhuma ferramenta substituirá totalmente os testes para identificar a Covid-19, mas que, na medida que vão surgindo, elas poderão auxiliar a classificar os pacientes em função da maior probabilidade de agravamento e direcionar melhor os tratamentos.

Resultados obtidos até o momento

Na Universidade Federal de Uberlândia (UFU) foi desenvolvida uma rede neural artificial (Figura 1) que diferencia as imagens de radiografia de indivíduos saudáveis e indivíduos com Covid-19. Segundo os pesquisadores, todo o treinamento da rede neural foi feito com centenas de imagens de raios X de pulmão que estão sendo disponibilizadas em bases de dados públicas criadas com radiografias enviadas de todo mundo.

Na PUCRS estão sendo coletadas radiografias de pacientes diagnosticados com Covid-19 para avaliar o desempenho da rede neural artificial e aumentar a sua confiabilidade. Também na PUCRS foi implementada uma ferramenta de segmentação automática dos pulmões nas radiografias (Figura 2) e tomografias computadorizadas (Figura 3), que está em fase de validação.

Além disso, o time de pesquisadores, que conta com físicos, engenheiros, cientistas da computação e médicos, está coletando também a maior quantidade possível de exames de radiografia e tomografia computadorizada de indivíduos diagnosticados e que estão em tratamento ou tiveram diferentes progressões da doença. De acordo com a líder do projeto na universidade gaúcha, saber como os pacientes evoluíram ao longo da doença permitirá investigar quais as características radiômicas das imagens que podem dar uma indicação sobre a evolução da doença.

Na PUCRS, o projeto é liderado pela professora Ana Maria Marques da Silva, coordenadora do Laboratório de Computação em Imagens Médicas, com a participação dos professores Bruno Hochhegger e Rodrigo Coelho Barros, além de estudantes de graduação e pós-graduação. Na UFU a pesquisa é liderada pela professora Ana Cláudia Patrocínio, do Laboratório de Engenharia Biomédica, contando com uma equipe de estudantes de graduação e pós-graduação.

Colaboradores, estudantes e familiares de todos os empreendimentos da Rede Marista têm direito a valores diferenciados para a realização de testes laboratoriais para identificação da Covid-19. Os exames poderão ser feitos por meio de agendamento prévio.

Para receber o benefício na hora de realizar o teste, é necessário apresentar crachá ou carteira de estudante ou documento de identidade com filiação. Alinhado às diretrizes e medidas vigentes dos órgãos oficiais de saúde, os testes serão realizados no Hospital São Lucas (HSL).

HSL oferece dois tipos de testes

Dois tipos de testes estão disponíveis, de acordo com o nível de sintomas de cada paciente. Confira:

Teste RT-PCR 

Indicação do teste: do terceiro ao 10º dia após o início dos sintomas
Resultado: até dois dias úteis
Amostra coletada: swab nasal e de orofaringe

Teste Sorológico

Indicação do teste: início dos sintomas há pelo menos 10 dias ou suspeita de contágio há mais de 14 dias, mesmo sem sintomas
Resultado: até 24 horas
Amostra coletada: sangue

Consulta de valores e agendamento podem ser feitos pelo telefone (51) 3320-5049. A coleta acontece no Laboratório Clínico do Hospital São Lucas da PUCRS (térreo do Centro Clínico da PUCRS, sala 117), de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, e aos sábados, das 7h às 13h.

Quem tem direito ao benefício?

Têm direito ao desconto no teste colaboradores e estudantes de todos os empreendimentos da Rede Marista (colégios e unidades sociais, Hospital São Lucas, Instituto do Cérebro e PUCRS) e seus familiares (pai, mãe, irmãos, cônjuge e filhos).

PsiCOVIDa lança cartilha de combato à Covid-19 para idosos - Pessoas com doenças crônicas e acima de 60 anos são principal grupo de risco do coronavírus

Foto: Shutter Stock

Com objetivo de gerar informações importantes para o combate ao coronavírus e entender a sua provável distribuição no espaço geográfico de Porto Alegre, mais de 50 profissionais da PUCRS, do InsCer e do Hospital São Lucas (HSL) desenvolveram o InCare. A plataforma não substitui a necessidade de atendimento médico, mas visa fornecer uma primeira orientação complementar, pautada em conhecimentos sequenciados de médicos e de agentes de saúde.

DBServer, empresa sediada no Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), foi a responsável pela criação do site, elaborado com a participação da força-tarefa. A ideia surgiu da necessidade de ajudar as unidades do sistema de saúde, de forma geral. Os dados obtidos pelo InCare poderão auxiliar previamente no mapeamento e análise de suspeitas de contaminação por sexo, idade e sintomas. A avaliação também leva em consideração se os respondentes fizeram alguma viagem recente, o que potencializaria a possibilidade de exposição à Covid-19.

Tecnologia e colaboração em favor da vida

Eduardo Peres, diretor de inovação da DBServer, conta que, quando receberam o convite para contribuir com a iniciativa, não pensaram duas vezes. “No DBLAB aprendemos a transformar dúvidas e incertezas em soluções centradas nas pessoas. E foi com este olhar que nosso time de User Experience se dedicou intensamente para a concepção e implementação do InCare”, ressalta Peres, enfatizando o propósito da empresa em estar no Tecnopuc: viabilizar a construção colaborativa e multidisciplinar de soluções tecnológicas para a sociedade como um todo.

Saiba mais: Força-tarefa multidisciplinar da PUCRS é formada contra a Covid-19

A iniciativa em si demonstra o poder da cooperação e da interdisciplinaridade, com profissionais de diferentes áreas do conhecimento unidos em prol de um bem maior, que é a preservação da vida, destaca Rafael Prikladnicki, diretor do Tecnopuc e professor da Escola Politécnica da PUCRS. “Em poucos meses, o mundo acelerou um futuro que vinha sendo desenvolvido e a tecnologia teve um papel fundamental nisso tudo. Não apenas nestas transformações, mas também em diversas soluções que tem melhorado o trabalho dos profissionais de saúde no combate à esta pandemia”, acrescenta.

A conscientização é aliada da saúde

Força-tarefa - Notícia_Prancheta 1Regis Lahm é professor da Escola de Humanidades da PUCRS e está à frente do projeto. Ele salienta que a plataforma não deve ser utilizada como orientação única, sendo necessário buscar atendimento médico sempre que o respondente achar pertinente.

No site, estão disponíveis informações sobre o que é o coronavírus; quais são e como identificar os sintomas; formas de transmissão; e como se prevenir. Os dados obtidos de forma anônima, cruzados com outros tantos possíveis, resultam em informações importantes para as tomadas de decisões relacionadas à contingência do vírus e a um melhor atendimento.

A força-tarefa

Mais de 50 profissionais e pesquisadores da PUCRS, incluindo docentes da Escola de Medicina, da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, da Escola de Humanidades, da Escola Politécnica, do Instituto do Cérebro do RS (InsCer), do Parque Científico e Tecnológico (Tecnopuc) e do Hospital São Lucas estão mobilizados na busca de soluções para diferentes questões que envolvem a pandemia do novo Coronavírus (Covid-19).

Participam do grupo responsável pelo projeto do InCare os profissionais Regis Alexandre Lahm, Rafael Prikladnicki, Everton Quadros, Guilherme Brito, Mirian Rosa, Andressa da Silva, Yasmin Noronha, Tatiana do Nascimento Ximenes, Mauricio Portela de Melo e Marcos Vinicius Costa.

Para contribuir com o banco de informações, clique aqui para responder!

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Caixas com os protetores faciais no Café Coworking no Tecnopuc / Foto: Divulgação Tecnopuc

Nesta semana, a Taurus e o Projeto GRU doaram mais duas mil unidades de protetores faciais que foram enviadas para o Hospital São Lucas da PUCRS (HSL), para o serviço de atendimento a pacientes da odontologia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, para 13 ações sociais Maristas e entidades da área de saúde. Este esforço de atender as demandas da área de saúde e social da Universidade e ajudar entidades parceiras da área de saúde, hospitais e clinicas de atendimento infantil e de idosos integra a ação de abertura dos Laboratórios do Tecnopuc, como Tecnopuc Fablab, Tecnopuc Usalab e Tecnopuc Crialab, com o Centro de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico da PUCRS (Ideia). Para participar, é necessário preencher o formulário disponível neste link.

Segundo Flavia Fiorin, executiva do Tecnopuc e responsável pela gestão das demandas dos laboratórios, com estes protetores faciais já são mais de seis mil doações realizadas, entre produção própria no Tecnopuc Fablab e doações do Projeto GRU e parceiros. De acordo com Flavia, até o momento foram mais de 130 demandas da sociedade inscritas, cerca de 45 instituições atendidas e 28 em atendimento. “São solicitações de mais de 18 mil protetores faciais, além de 16 solicitações de apoio ao desenvolvimento de produtos. Estamos atendendo diversas instituições das áreas sociais e da saúde, como Hospital São Lucas da PUCRS, Hospital de Pronto Socorro, residenciais geriátricos, entre outros”, conta.

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Entregas dos equipamentos no HSL / Foto: Divulgação Tecnopuc

Doações para Hospital e serviço de odontologia

O HSL recebeu mais 500 unidades dos protetores doadas pelo Projeto GRU. De acordo com Izadora Silveira, Gerente de Captação de Recursos e Projetos do Hospital, as contribuições recebidas e os gestos de solidariedade são fundamentais no enfrentamento à pandemia. “Felizmente, em meio às dificuldades e aos desdobramentos da Covid-19, pessoas e empresas se preocupam no que pode ser feito para ajudar. Aproveitamos para agradecer e homenagear cada gesto solidário, os quais fazem muita diferença”, celebra.

Outras 500 unidades foram doadas para o serviço de atendimento a pacientes de odontologia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS. De acordo com o Decano da Escola, Luciano Castro, “todos os cursos se caracterizam por intensa atividade de práticas laboratoriais e de atendimento ao público, sendo assim, é muito importante que estejamos preparados para proporcionar o máximo de segurança a todos os envolvidos nessas atividades. Obviamente, não são todas as atividades práticas da Escola que requerem esse tipo de proteção, mas estamos nos preparando”. O decano ainda reforça que “essa é uma pequena ação da Escola dentro de um grande movimento que a PUCRS vem realizando, buscando proporcionar altos níveis de segurança, para quando for possível o retorno às atividades presenciais.”

Sobre o Projeto GRU

Os protetores foram doadas pelo Projeto GRU, uma iniciativa para fabricação de protetores faciais formado por um grupo baseado na quádrupla hélice: Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); empresas como Taurus, Stihl Ferramentas Motorizadas, Controil do Grupo Randon, Aços Peças Oliveira e outras; sociedade; e Forças Armadas.

O projeto inclui quatro fases: na primeira, com grande participação da UFRGS, contemplou a fabricação dos protetores faciais por impressão 3D nos laboratórios LIFEE, LAMEF e LDSM da Escola de Engenharia da UFRGS. Foram fabricados diferentes modelos de protótipos, realizados testes de usabilidade pelo curso de Design da Fac. De Arquitetura em diversos hospitais e otimizado o projeto final do protetor facial GRU, composto por testeira, presilha de fechamento e viseira. A professora da UFRGS, Carla ten Caten, destaca que “a Universidade teve uma importância tanto no início, no desenvolvimento e otimização, quanto nas conexões entre os diferentes atores, principalmente na fase de captação de recursos de doações do projeto”.

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Representantes da Taurus e da PUCRS na sede da empresa em São Leopoldo / Foto: Divulgação Tecnopuc

Na fase 2 envolveu a sociedade, com doações para a compra de matéria-prima e viseiras. O Fundo Centenário, em parceria com a Fundação Empresa da Escola de Engenharia da UFRGS (FEENG), realizou uma campanha de doações e arrecadou RS 75 mil junto a pessoas físicas para a compra das viseiras. O projeto GRU também recebeu doações das entidades: União Gaúcha em Defesa da Previdência Social e Pública doou R$ 15 mil para a compra de viseiras; Fundo UNICRED por intermédio do Grupo Brothers in Arms doou R$ 4 mi para a compra de MP; Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul doou R$ 127 mil para a compra de MP e viseiras; Empresa Souza Cruz doou 63 mil viseiras.

Já a fase 3 está sendo liderada por Alexandre de Moura Duarte, da empresa Making.All, e contempla a fabricação em grande escala por empresas parceiras: Taurus, Stihl Ferramentas Motorizadas, Controil do grupo Randon, Aços Peças Oliveira e outras. A empresa Taurus fabricou 60 mil protetores faciais completos, que já foram entregues em hospitais, na Secretaria Estadual da Saúde e na Defesa Civil, para a distribuição em todo o Rio Grande do Sul. A empresa Stihl Ferramentas Motorizadas está fabricando 250 mil testeiras e a Controil 50 mil presilhas que serão montados com as viseiras viabilizadas pelas entidades doadoras.

Por fim, a fase 4 é liderada pelas Forças Armadas e pelo Comando Conjunto Sul ativado pelo Ministério da Defesa no contexto da Operação Covid-19, que tem a missão de higienizar e montar os protetores faciais nas instalações da empresa Taurus.

Leia também: Obras Sociais da Rede Marista recebem protetores faciais doados pela PUCRS

Com o avanço do novo coronavírus, estudos interdisciplinares se tornaram cada vez mais necessários. Dentre os diversos campos da ciência envolvidos nesta tarefa, a Física tem contribuído com conhecimentos e técnicas que permitem modelar, medir e prever o comportamento dos sistemas biológicos causadores da doença. “Um exemplo dessa contribuição é que a estrutura molecular do vírus SARS-CoV-2 foi determinada através de uma análise de cristalografia por raios X e de microscopia eletrônica. Outro ponto importante, é os medicamentos e as vacinas que podem combater a Covid-19 devem ser previamente simulados computacionalmente e, na fase de produção, investigados usando as técnicas físicas de microscopia eletrônica, difração e espalhamento de raios X”, explica a professora Ana Maria Marques, relatando os experimentos realizados por diversos grupos de pesquisa descritos na revista Physics Today, publicada neste mês.

A professora Michele Andrade, docente da Escola Politécnica, ainda destaca que a física é fundamental para a compreensão da extensão do contágio do coronavírus, pois trabalha diretamente nas simulações da dispersão de gotículas liberadas nos espirros e o nível de proteção de máscaras. “As simulações da física das partículas mostram que as gotículas maiores não viajam por uma distância longa por serem mais pesadas, mas as gotículas menores formam uma espécie de ‘nuvem gasosa’ que acaba se movimentando pelo ambiente e pode permanecer suspensa por várias horas”, salienta Michele.

A física também está presente nos hospitais que recebem os pacientes com sintomas da Covid-19, como dificuldade respiratória. De acordo com a professora Ana Maria, coordenadora do Grupo de Pesquisa em Imagens Médicas (NIMed), as técnicas de diagnóstico por imagem utilizando raios X são essenciais para a avaliação da gravidade do quadro dos pacientes. “As imagens da radiografia e da tomografia computadorizada mostram a extensão das áreas afetadas pela inflamação no pulmão devido a contaminação pelo novo coronavírus. A medicina nuclear também contribui para o diagnóstico, através da cintilografia de perfusão pulmonar, um exame que possibilita visualizar a extensão da perda de troca gasosa entre o sangue e o pulmão, auxiliando na avaliação da gravidade da doença”, ressalta a professora.

Físico médico: um profissional da saúde

Físicos médicos Daniela Estácio, Diego Teixeira e Mayara Prata, que atuam no serviço de Radioterapia do Hospital São Lucas, realizando testes de controle de qualidade no novo acelerador Varian Halcyon 2.0, que realiza tratamentos de pacientes com câncer / Foto: Arquivo Pessoal

Físicos médicos Daniela Estácio, Diego Teixeira e Mayara Prata, que atuam no serviço de Radioterapia do Hospital São Lucas, realizando testes de controle de qualidade / Foto: Arquivo Pessoal

A Física Médica é um campo da física aplicada altamente interdisciplinar, que combina os conhecimentos da física, matemática e computação, com a biologia, anatomia e fisiologia para solucionar problemas relacionados à saúde e à medicina. No combate à Covid-19, os físicos médicos estão integrados na equipe de saúde, atuando diretamente no diagnóstico e tratamento de pacientes.

Além de garantirem a qualidade dos equipamentos envolvidos no diagnóstico por imagem, eles atuam no desenvolvimento de sistemas computacionais de comunicação, processamento e análise digital de imagens. “Estes sistemas apoiam o médico no diagnóstico e possibilitam uma avaliação mais exata da condição de saúde do paciente e da extensão da doença, sendo útil para tomada de decisões em relação ao tratamento. Adicionalmente, os físicos médicos atuam no apoio à qualidade da telerradiologia, que é um braço da telemedicina”, comenta a professora Michele Andrade.

Segundo ela, na telerradiologia, exames de imagem realizados em áreas rurais ou mesmo em hospitais podem ser enviados e analisados remotamente por vários médicos. Além disso, a rápida disseminação do coronavírus amplificou o valor das ferramentas de telerradiologia, pois permitem que o médico radiologista trabalhe fora do hospital e isso reduz o risco de contágio desse profissional da saúde.

Já no ambiente hospitalar, os físicos médicos atuam nas áreas de diagnóstico por imagem e na radioterapia. “Na área de diagnóstico por imagem, a função do físico médico é garantir que as imagens produzidas pelos equipamentos de radiografia, tomografia computadorizada, medicina nuclear, ressonância magnética e ultrassom tenham qualidade e confiabilidade para um diagnóstico confiável e seguro para os pacientes e para a equipe técnica. Na radioterapia, o físico médico é responsável por planejar, em conjunto com o médico, a melhor forma de tratar pacientes com câncer, utilizando feixes de radiação emitidos por aceleradores lineares, para destruir células malignas e preservar as células saudáveis”, resume a professora Ana Maria Marques, como pode ser visto em mais detalhes na Associação Brasileira de Física Médica.

Pesquisa busca soluções para o diagnóstico da Covid-19

Configuração geral da rede neural artificial utilizada para realizar a classificação dos casos de Covid-19 e outras doenças, a partir das imagens de radiografia de tórax / Imagem: Medicom

Configuração geral da rede neural artificial utilizada para realizar a classificação dos casos de Covid-19 e outras doenças, a partir das imagens de radiografia de tórax / Imagem: Medicom

Uma das pesquisas desenvolvidas no Laboratório de Computação em Imagens Médicas (Medicom) da PUCRS vem utilizando métodos de inteligência artificial para identificar padrões e analisar a extensão do comprometimento dos pulmões durante a Covid-19. A pesquisa, que conta com uma equipe interdisciplinar de físicos, cientistas da computação e médicos, está desenvolvendo algoritmos que pretendem auxiliar o diagnóstico por meio da diferenciação das imagens de raios X da Covid-19 e de outras doenças, além de possibilitar a identificação de características nas imagens que estejam relacionadas com a maior probabilidade de agravamento da doença.

A professora Ana Maria, coordenadora do Medicom, destaca que os resultados iniciais demonstraram uma alta porcentagem de sensibilidade. “Os primeiros resultados, utilizando redes neurais artificiais na diferenciação da Covid-19 de outros tipos de doenças respiratórias com base em imagens de radiografia de tórax de bancos de dados públicos, apresentaram uma sensibilidade de 95%”, relata. A pesquisa está sendo realizada em cooperação com o Laboratório de Engenharia Biomédica da Universidade Federal de Uberlândia.  A coordenadora do laboratório ainda comenta que a pesquisa segue com novas fases. “Imagens estão sendo coletadas para ampliar a base de dados em melhorar o desempenho da rede neural. Adicionalmente, a investigação com as imagens de tomografia computadorizada está em andamento”, destaca Ana Maria.

Como se forma o físico médico

No curso de graduação em Física Bacharelado: Física Médica, os estudantes desenvolvem competências para a formação de um profissional com perfil interdisciplinar. O curso oferece uma base sólida em física e matemática e conhecimentos específicos e práticos nas áreas aplicadas, como radiologia, medicina nuclear, radioterapia e proteção radiológica.

A graduação habilita os estudantes para atuar em instituições de saúde, como hospitais e clínicas, indústria, centros de pesquisa e órgãos públicos. Assim como na formação médica, após a graduação, os físicos médicos podem realizar uma residência multiprofissional de dois anos em hospitais credenciados, como no Hospital São Lucas, escolhendo uma das três áreas de atuação: medicina nuclear, radiodiagnóstico e radioterapia.

Ficou interessado? Acesse o site Estude na PUCRS e saiba mais sobre o curso.

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Objetivo é manter as pessoas atualizadas sobre assuntos importantes na atualidade / Foto: Pexels

Logo que a quarentena teve início por aqui, a Universidade passou a oferecer aulas online gratuitas e ao vivo com professores do PUCRS Online. Com o objetivo de informar e atualizar as pessoas sobre negócios, carreira e futuro durante a pandemia da Covid-19, as lives, que tratam de assuntos relacionados a diversas áreas do conhecimento, permanecem disponíveis no YouTube.

Selecionamos cinco delas para você entender algumas questões relacionadas aos impactos do coronavírus, que também podem auxiliar a enfrentar desafios impostos pelo atual contexto. Confira:

1. Covid-19 e o futuro do trabalho: a aula foi ministrada por Tiago Mattos, professor da Singularity University e cofundador da Perestroika. Impactos do coronavírus no futuro do trabalho; inovação, tecnologia e crise; e home office são alguns dos tópicos abordados na live, que faz uma reflexão sobre o que está por vir, a partir das alterações impostas pela pandemia. Clique aqui para assistir.

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Christian Barbosa é um dos professores que participa das aulas gratuitas / Foto: Divulgação

2. Gestão do tempo em 2020: produtividade e gerenciamento do tempo são o foco da aula de Christian Barbosa, empresário e palestrante conhecido como “senhor do tempo”. O professor fala sobre a importância de gerenciar o tempo para ser produtivo tanto profissionalmente quanto na vida pessoal. Clique aqui para assistir.

3. Covid-19 e a ciência de dados: Ricardo Cappra, cientista-chefe do Cappra Institute, que cria métodos para simplificar a ciência de dados, apresenta uma live explicando o que significa cultura de dados e por que essa ciência é tão relevante. O professor fala sobre como os dados e a tecnologia da informação podem atuar em contextos de pandemia. Clique aqui para assistir.

4. Como administrar emoções em tempos de isolamento social: o tema da aula são as emoções humanas e como administrá-las neste período de distanciamento social. A live é ministrada por Carla Tieppo, conhecida por ser um dos maiores nomes brasileiros em neurociência aplicada à educação. Clique aqui para assistir.

5. O impacto da Covid-19 na segurança do paciente: a live contou com a participação de Aline Chibana, médica e diretoria da Fundação de Segurança do Paciente; e Cristiano Englert, médico, investidor-anjo, mentor de startups e cofundador da Grow. A aula fala sobre a segurança do paciente neste período de pandemia, considerando também os possíveis impactos causados pelos fatores humanos. Clique aqui para assistir.

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Reprodução via Zoom

Na tarde desta terça-feira, dia 19 de maio, a PUCRS, o Parque Científico e Tecnológico (Tecnopuc) e o Hospital São Lucas (HSL) participaram da 4ª Reunião da Mesa Diretiva do Pacto Alegre, realizada por videoconferência. Os novos desafios impostos pela crise foram discutidos por mais de 130 participantes. A reunião contou com a presença do prefeito Nelson Marchezan Júnior. A PUCRS foi representada pelo Reitor, Ir. Evilázio Teixeira; pelo Relações Institucionais, Solimar Amaro; pelo Superintendente de Inovação e Desenvolvimento, Jorge Audy; o diretor geral do HSL, Leandro Firme, e o diretor médico, Saulo Bornhost.

O prefeito Nelson Marchezan Júnior apresentou os dados epidemiológicos da cidade, as medidas adotadas no enfrentamento da doença e as projeções de déficit na receita do Município em razão da queda na arrecadação e aumento de despesas. Marchezan propôs “um Pacto ainda mais atuante”, aumentando a responsabilidade das decisões conjuntas “para superar essa crise com muito mais grandeza e menos reflexos nocivos à nossa sociedade”.

Segundo Marchezan, diante dessa nova realidade é necessário reestruturar a máquina pública para ajudar especialmente a população mais vulnerável e preparar Porto Alegre para o retorno das atividades econômicas. “Nossas tomadas de decisão neste período crítico adotaram o caminho de gestão que já vinha sendo realizado na cidade – de inovação, de modernização, de desburocratização. Um exemplo é o aumento do número de leitos, que vinha de um histórico de fechamento, uma das nossas prioridades na prestação de serviços e fortalecimento da área da saúde”, afirmou.

Presente na videoconferência, o consultor espanhol Josep Piqué destaca que a partir de agora o Pacto terá que se reinventar. “Temos aprendido a trabalhar e viver pacificamente. O vírus entrou nas nossas vidas, nossas empresas e nossas universidades criando novos desafios sanitários, sociais, econômicos e governamentais. E dentro desse novo contexto vamos nos adaptar à realidade de uma vida mais digital”, declarou. Para o coordenador do Pacto Alegre, Luiz Carlos da Silva Pinto, a atuação integrada e ágil da Aliança pela Inovação pode colaborar bastante com a cidade. “A ideia é ter um conselho atuante para efetivarmos as mudanças necessárias, emergenciais e de longo prazo”, comentou.

Plataforma digital de financiamento coletivo

A presidente do Badesul, Jeanete Lontra, anunciou que a primeira entrega do Pacto Alegre durante a pandemia é a estruturação de uma plataforma digital de financiamento coletivo, conhecida como crowdfunding, que deverá ser usada para estimular startups, especialmente as da área da saúde, e incentivar o aquecimento da ‘nova economia’ neste momento atípico para a cidade. “É um projeto pioneiro e altamente inovador, que conta com a captação de recursos e de negócios, projetos e ideias em ambiente virtual”, explicou Jeanete, confirmando também o lançamento da iniciativa nos próximos dias.

O papel das universidades no combate à crise foi ressaltado pelo reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Rui Carlos Oppermann. “A prefeitura tem as três universidades como parceiras na superação da pandemia. A Aliança pela Inovação tem colaborado com as ações propostas, seja na confecção de equipamentos de proteção e hospitalares, ações sociais e suspensão das atividades presenciais do ensino”, disse.

Força-tarefa da PUCRS

Mais de 50 profissionais e pesquisadores da PUCRS, incluindo docentes da Escola de Medicina, Escola de Ciências da Saúde e da Vida, Escola de Humanidades, Escola Politécnica, Instituto do Cérebro do RS (InsCer), Parque Científico e Tecnológico (Tecnopuc) e do Hospital São Lucas estão mobilizados na busca de soluções para diferentes questões que envolvem a pandemia da Covid-19. O objetivo da iniciativa é promover um apurado posicionamento técnico e científico para o estado do Rio Grande do Sul, frente a todas as incertezas relacionadas ao comportamento da infecção e ao tratamento da patologia do novo coronavírus.

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Odontologia, novos equipamentos

O projeto leva em consideração o elevado risco que os profissionais da odontologia estão expostos durante a pandemia. Foto: Bruno Todeschini

Dados do Ministério da Saúde divulgados no dia 14 de maio mostram que mais de 31 mil profissionais da saúde já foram infectados pela Covid-19 no Brasil. Estudos mostram que entre os mais vulneráveis estão os técnicos em saúde bucal, com alto risco de contágio em função do ambiente e da proximidade física com os pacientes. Pensando nisso, um grupo de pesquisadores da PUCRS está testando a eficácia de novos dispositivos que garantem mais segurança e saúde aos profissionais da Odontologia.

O projeto intitulado Eficácia de três protótipos de um dispositivo para redução da dispersão por aerolização em atendimentos odontológicos de urgência em tempos de pandemia de SARS-CoV-2: um ensaio clínico randomizado controlado, foi um dos quatro projetos da PUCRS contemplados no Edital Emergencial Ciência e Tecnologia no combate à Covid-19, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (FAPERGS).

Coordenado pelo pesquisador Maximiliano Schunke Gomes, da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, o projeto leva em consideração o elevado risco que os profissionais da Odontologia estão expostos durante a pandemia. “São altos riscos de infecção cruzada por SARS-CoV-2 durante suas práticas, em razão da exposição à saliva, sangue e outros fluidos corporais, combinados à realização de procedimentos que geram aerolização (lançamento de micropartículas de água, saliva, sangue e secreções, que ficam suspensas no ar) e ao manejo de instrumentais pérfuro-cortantes”, explica o pesquisador.

De acordo com Gomes, medidas adicionais de controle de infecção na prática odontológica são necessárias e vêm sendo sugeridas para impedir a disseminação do vírus da Covid-19 e ajudar a controlar a situação pandêmica. “Devido às características únicas dos procedimentos odontológicos, as medidas de proteção padrão no trabalho clínico diário podem não ser eficazes o suficiente para impedir a propagação do vírus, especialmente quando os pacientes estão no período de incubação, podendo ignorar ou mesmo ocultar que estão infectados”, comenta Gomes.

Em busca de alternativas seguras

De acordo com Gomes, recentemente, um grupo de cirurgiões-dentistas militares brasileiros propôs a utilização de um dispositivo, confeccionado a partir de uma estrutura de tubos rígidos de policloreto de vinila (PVC) envolvida por camadas de filmes translúcidos de PVC flexível. O dispositivo é ajustado à cadeira odontológica, envolvendo a região de cabeça e tórax do paciente. Assim, o cirurgião-dentista e equipe atuam através de pequenos orifícios confeccionados no filme de PVC, estando, em tese, mais protegidos do contato com partículas oriundas de aerolização.

A partir destas alternativas que estão sendo implantadas, o projeto proposto pelos pesquisadores da PUCRS visa analisar a eficácia de três protótipos deste dispositivo para redução da dispersão por aerolização em atendimentos odontológicos de urgência, testando a hipótese de que a utilização dos dispositivos reduz a dispersão de partículas em comparação ao tratamento controle padrão.

Caso os resultados deste projeto confirmem a hipótese de que um ou mais dos protótipos do dispositivo testado seja eficaz na redução da dispersão por aerolização em atendimentos odontológicos de urgência, então esta alternativa de baixo custo poderá ser amplamente utilizada e mesmo aperfeiçoada. Dessa forma, poderá reduzir um importante vetor de contaminação e contribuir para que os profissionais de Odontologia atuem de modo decisivo na prevenção da transmissão do SARS-CoV-2. Além disso, em caso de confirmação da hipótese testada, o dispositivo poderá ser adaptado a outros serviços de saúde, e não apenas utilizado para fins odontológicos.

Maximiliano Schunke Gomes lidera o projeto, juntamente com a coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Odontologia Maria Martha Campos, o doutorando Ruy Teichert Filho e a mestranda Camila Baldasso. O estudo será conduzido na Policlínica Odontológica Central, pertencente ao Centro Médico-Odontológico da Brigada Militar do RS. As análises microbiológicas ocorrerão no Centro de Pesquisa de Toxicologia e Farmacologia (Intox/PUCRS).

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Modelos matemáticos têm sido muito utilizados para determinar a disseminação do vírus / Foto: Pexels

Nos últimos meses, os noticiários têm sido invadidos por gráficos relacionados à pandemia da Covid-19. Um, em especial, tornou-se extremamente conhecido: o que mostra a curva de transmissão, que se fala tanto em “achatar”. E, para a elaboração e compreensão desses gráficos, além dos profissionais da saúde envolvidos, é necessária também a atuação de profissionais de uma área que não lida diretamente com pessoas, mas com números: a matemática.

Conforme o professor da Escola Politécnica da PUCRS Filipe Zabala, a relação entre saúde e matemática não é algo novo. Segundo o artigo The first epidemic model, a primeira contribuição da área para a epidemiologia é atribuída ao médico e matemático Daniel Bernoulli. Em de abril de 1760, Bernoulli fez uma palestra na Academia Real de Ciências de Paris, na qual demonstrou as vantagens da inoculação contra a varíola – prática muito debatida na época.

Desde então, outros estudos foram surgindo, mostrando informações relevantes para a área da saúde, como identificar qual o risco de contaminação por uma doença a partir do número de casos registrados na população. Em relação a epidemias, percebeu-se que a transmissão avança constantemente em diminuição da velocidade, até atingir seu ponto mais alto – o chamado “pico” da curva. Quando isso acontece, ela começa a cair.

Atualmente, existe uma área da matemática, chamada biomatemática, que estuda, entre outras questões, o crescimento de populações de seres vivos perante o convívio com outros seres vivos. Ao mesmo tempo, a estatística vem trabalhando constantemente junto à área da saúde, colaborando, por exemplo, em estudos de efeitos de tratamentos em populações de controle e em problemas de epidemiologia. “Quando se trada de uma pandemia, as duas ciências também contribuem muito no que diz respeito à economia – que, em período de quarentena mundial, está intimamente ligada à saúde”, destaca o coordenador dos cursos de Matemática da Escola Politécnica, professor Augusto Vieira Cardona.

Modelos auxiliam a entender o comportamento da pandemia

Mas, afinal, como matemática e estatística ajudam a enfrentar a Covid-19? Conforme conteúdo produzido pelo Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS (MCT), disponível aqui, modelos matemáticos têm sido muito utilizados para determinar a disseminação do vírus, bem como os números de infectados, de mortes e de hospitalizações. Todos esses modelos, conforme explica Zabala, são simplificações e idealizações da realidade: “A ideia de que complexos sistemas físicos, biológicos ou sociais possam ser precisamente descritos por um modelo é pouco verossímil”. Ainda assim, essas representações são fundamentais para análises científicas e de mercado, pois podem direcionar decisões em situações de incerteza.

“Os modelos são baseados nos dados disponíveis e no conhecimento técnico do profissional de modelagem. O confronto entre os valores preditos e realizados é a forma mais eficiente para comparar a capacidade preditiva dos modelos e fornecer ideias para a calibragem dos mesmos”, aponta Cardona. Assim, matemática e estatística ajudam a simular o comportamento futuro da pandemia, levando em consideração os dados colhidos e possíveis ações de controle do crescimento da enfermidade.

Segundo Zabala, o modelo Susceptible-Infected-Recovered (SIR) é um dos mais simples que se tem para explicar a propagação de um vírus em uma população. E, quanto mais preciso for o modelo, melhores são as decisões que podem ser antecipadas. “Como a situação que estamos vivendo é totalmente nova, não temos informações que nos apresentem uma ideia do que vai acontecer. Dessa forma, qualquer modelo que nos dê uma noção de como a disseminação do vírus acontece entre a população mundial é importante para garantir que não haja uma sobrecarga no sistema de saúde e que o governo possa retomar a economia com segurança”, aponta.

Outra área que pode auxiliar em contextos de pandemia, principalmente no que diz respeito à orientação de governantes, é a análise de riscos. Através dela, é possível ter uma ideia de possíveis cenários mediante ações de controle do crescimento do contágio. Isso é importante para estabelecer de que forma o movimento da população poderá ser liberado, sem perder o controle da situação – o que levaria a uma incapacidade de atendimento aos infectados.

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Hora de encarar a matemática com outros olhos

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Entender o quanto a matemática é relevante para a sociedade pode mostrar outro lado dos números / Foto: Pixabay

Muitas pessoas torcem o nariz para a matemática por considerarem algo difícil e, talvez por isso, não se interessam pelo assunto. Conforme Cardona, é o “patinho feio das ciências”. Por isso, entender o quanto ela é relevante para a sociedade pode mostrar outro lado dos números. Para o professor, este pode ser um momento de mostrar a importância da matemática e da estatística para a simulação de um mundo melhor. “Os modelos propostos podem indicar o caminho mais eficiente para a humanidade alcançar a sustentabilidade e o melhor convívio com a natureza”, conclui.

Há uma subárea da matemática e da estatística aplicadas que se dedica ao estudo e à análise da distribuição, de padrões e de determinantes das condições de saúde e doença. Trata-se da Epidemiologia, uma modelagem multidisciplinar, que também pode envolver profissionais de áreas como Biologia, Economia e Física. Um bom exemplo de que como trabalhar com números tem impactos práticos na sociedade.

Graduação em Matemática oferece diferentes possibilidades de trajetória

A PUCRS oferece dois cursos de graduação em Matemática: Licenciatura e Bacharelado (Empresarial), permitindo que o aluno vivencie experiências pedagógicas ou empresariais.

Os estudantes podem participar de projetos de pesquisa de mercado, políticas ou mesmo voltadas para a saúde, dentro da área da estatística. Há ainda a possibilidade de se dedicar mais especificamente a pesquisas sobre o ensino da disciplina. Na Matemática Aplicada, por exemplo, os estudantes têm contato com as áreas de estudos dos professores do curso.

Ficou interessado? Confira mais sobre os cursos de Matemática da Universidade no site Estude na PUCRS.

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