Reprodução HSL

Reprodução de vídeo

Passando por um reposicionamento, o Hospital São Lucas da PUCRS (HSL) já vinha em busca de dar respostas para necessidades de saúde da população que se apresentam a partir do novo contexto demográfico global e das projeções para os próximos anos, como o crescimento da demanda na oncologia, por exemplo. Com a chegada do coronavírus, uma redução significativa no fluxo de atendimento a pacientes com doenças que costumavam ser as mais comuns nos corredores, como câncer e cardiopatias, preocupa os médicos.

Mesmo tendo adotado protocolos de segurança específicos, a instituição acredita que a principal hipótese para a redução no fluxo de tratamentos que são urgentes e muito importantes para a não evolução das doenças, é o medo de contaminação pela Covid-19. Em contrapartida, segundo o Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM), no Rio Grande do Sul, 21,76% das mortes são causadas pelo câncer. Em Porto Alegre, o índice chega a 23,11%, números muito superiores à média nacional que é de 16,29%.

Para reforçar aos pacientes que ninguém deve correr riscos desnecessários – nem de contaminação pelo vírus, nem por adiar situações de emergência que oferecem, em alguns casos, até um maior risco à vida – , o HSL criou um vídeo que reforça a preocupação da instituição em manter um ambiente seguro para as equipes, os pacientes e seus familiares.

A produção mostra que o hospital está preparado para atender as necessidades da população. “Trabalhamos rigorosamente para que o ambiente do São Lucas seja seguro para as equipes e pacientes. As nossas taxas demonstram isso.  Toda equipe que está na operação Covid foi treinada e é dedicada somente aos casos sintomáticos. Os demais pacientes que precisem realizar exames, cirurgias, consultas ou qualquer tipo de procedimento, são encaminhados para um outro fluxo, totalmente livre de contato com os sintomáticos”, ressalta o diretor-geral do HSL, Leandro Firme.

Na entrada da instituição é realizada uma triagem de sintomas para todos os pacientes e acompanhantes. A recomendação básica é que pacientes oncológicos, cardiopatas e outros que precisem ir às dependências do hospital, sigam os protocolos estabelecidos pelos médicos e pelos órgãos de Saúde responsáveis. Medidas como a utilização de máscara, protetores faciais e a higienização frequente das mãos e dos ambientes já fazem parte da rotina e são intensificadas diariamente.

Cabe lembrar que algumas doenças se agravam com o tempo e, quanto mais precoce o tratamento, maior a chance de recuperação.

O que não pode ser adiado nos tratamentos

Uma pesquisa realizada pelo site Angioplasty.Org, mostrou que o fenômeno é comum também em outros países. Em Nova Iorque (Estados Unidos), por exemplo, o número de pessoas que morreram em casa, de ataque cardíaco, entre 30 de março e 5 de abril, foi 800% vezes maior do que o mesmo período em 2019.

O levantamento ainda revelou que no período houve uma queda de 50% ou mais no número de pessoas tratadas nas emergências de hospitais para o mesmo tipo de problema. Se essas paradas cardíacas tiveram algo a ver com o coronavírus, não se sabe. Mas a pesquisa afirma que muitos dos casos poderiam ter sido tratados prontamente, salvando essas vidas.

Outros sintomas sérios e sugestivos de doenças que exigem tratamento rápido, como infarto, AVC, reações alérgicas severas, não devem ser ignorados.

Assista ao vídeo informativo: 

Reitor falará sobre os impactos da pandemia no ensino superior

Reitor falará sobre os impactos da pandemia no ensino superior

Na próxima terça-feira, dia 30 de junho, às 11h, acontece o International Forum for Discussion: Back to New Normal?.

O webinar How coronavirus is changing Higher Education: Perspectives for University Research and Teaching, contará com a participação do reitor da PUCRS, Ir. Evilázio Teixeira, entre os palestrantes do encontro virtual.

Promovido pela Universidade de São Paulo (USP), com apoio da Comissão Fulbright Brasil Universidade de Brasília (UNB), líderes de instituições nacionais e internacionais estarão juntos para debater os impactos, desafios e perspectivas sobre o futuro.

O encontro visa compartilhar experiências e boas práticas, além de debater, a partir de diferentes pontos de vista, a educação superior neste novo cenário. O evento remoto ocorre na plataforma Youtube neste link e será conduzido em inglês.

Palestrantes: 

live reitor

Reprodução de vídeo

Reflexões sobre como a educação e a mente humana tiveram impactos devido à Covid-19 foram temas abordados pela reitoria da PUCRS na última quinta-feira, dia 18 de junho. De forma simultânea, no horário das 17h, o reitor da Universidade, Ir. Evilázio Teixeira, e o vice-reitor, Jaderson Costa da Costa, puderam contribuir com os seus conhecimentos para as redes sociais. As transmissões contaram com uma grande interatividade do público, que puderam fazer perguntas aos convidados.

A educação pós-pandemia

Pelo Youtube, o reitor da PUCRS esteve na live A educação na pós-pandemia e seus reflexos na sociedade, promovida pelo Conselho Regional de Farmácia do Rio Grande do Sul (CRF/RS). Também participaram do evento Rui Vicente Oppemann, reitor da UFRGS, e Luís Isaías Centeno do Amaral, vice-reitor da UFPel, com a mediação de Willam Peres, conselheiro federal suplente pelo Rio Grande do Sul do CRF/RS.

Em uma das suas explanações, o reitor destacou que, com um problema tão complexo, como é a pandemia, não se pode resolver os desafios de uma forma linear, mas sim por meio de um pensamento adaptativo. “O nosso planejamento era para até 2020 e teremos que repensar tudo isso. Esse cenário fez com que se antecipasse o que era para futuro, tornando algo imperativo no presente. Evidentemente, a nossa responsabilidade é buscar, junto com a comunidade, opções viáveis para o futuro”, comentou.

Teixeira salientou também a mobilização e engajamento das equipes da Universidade. “Confesso que fiquei impressionado e contente, que, apesar dessa crise, tivéssemos respostas eficazes e rápidas; além de um aprendizado de novas ferramentas de ensino e interação. Um outro elemento frente à migração que houve é o empenho para manter a motivação e audiência dos nossos alunos, garantindo, ao máximo, o acompanhamento, a qualidade e a excelência”, enfatizou. Esse encontro virtual do CRF/RS pode ser conferido na íntegra neste link.

live vice reitor

O comportamento do cérebro no coronavírus

Por meio do Instagram, o vice-reitor e diretor do Instituto do Cérebro (InsCer) abordou o tema Como o nosso cérebro se comporta em uma pandemia. A live da série Mentes Transformadoras, do Jornal do Comércio, teve como entrevistadora a jornalista Patrícia Knebel.

Questionado pela repórter sobre a rotina ter a sensação dos dias serem iguais, afetando na vida privada e profissional, o vice-reitor comentou que, se não invade o lar, tendo ambientes, reuniões e tempos definidos, a relação com o trabalho será boa. “Quando começa a misturar a vida doméstica, com a profissional, se trabalha mais. Nas reuniões, é preciso cuidar se não está havendo um ruído ou se alguém não passará atrás do vídeo. O desgaste é muito grande, pois é uma atenção periférica. Nesses encontros, a tensão é maior, se fica preso a uma tela, ao som que pode não estar dos melhores. É uma série questões que deixa mais cansativo, interferindo a dinâmica familiar”, analisou.

Sobre o home office, o diretor do InsCer apontou que as novas gerações não sentiram muitas dificuldades pelo fato de estarem acostumadas com as redes sociais e acredita que todos sairão diferentes em relação ao comportamento no trabalho após a pandemia. “Teremos graus diferentes de experiências com o home office. Uns terão amado, outros nem tanto e outros provei e não gostei. É algo mais emocional do que propriamente relacionado a uma tecnologia”, ressaltou. A conversa completa com vice-reitor pode ser assistida neste link.

 

 

Docentes da PUCRS integram projeto de atenção em saúde mental por teleatendimento - Iniciativa visa apoiar profissionais de saúde do SUS, oferecendo consultas virtuais com psicólogos

Foto: Marcus Aurelius/Pexels

Profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) que sentem estresse, ansiedade, depressão ou irritabilidade agora poderão contar com apoio psicológico por teleatendimento. O projeto TelePSI é uma iniciativa do Ministério da Saúde em parceria com o Hospital de Clínicas de Porto Alegre e tem a expectativa de atender pelo menos 10 mil profissionais da área da saúde. A ação subsidiará o maior projeto de pesquisa desta natureza já realizado no País e um dos maiores do mundo.

Os professores Christian Kristensen, da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, e Lucas Spanemberg, da Escola de Medicina, integram o projeto e estão atendendo de forma virtual os profissionais de saúde. Luis Souza Motta, médico psiquiatra e membro do Serviço de Psiquiatria do Hospital São Lucas da PUCRS, também faz parte do projeto.

Avaliação online

As teleconsultas serão feitas por videochamada. No primeiro contato, os casos são avaliados para definir a melhor abordagem e tratamento para os atendimentos. Se identificado algum potencial risco ou sintomas intensos de sofrimento psíquico, os pacientes serão encaminhados para avaliação psiquiátrica.

Os profissionais de saúde terão à disposição materiais e vídeos produzidos pela equipe, em parceria com diversas instituições da sociedade. Os terapeutas contarão com manuais de modelo de atendimento terapêutico desenhados no projeto, videoaulas e sessões simuladas.

Apoio necessário

Kristensen explica que os efeitos adversos à saúde mental dos profissionais que atuam no enfrentamento de pandemias foram bem documentados por conta do surto de SARS-CoV nos anos de 2002 e 2003; e por estudos recentes relacionados à pandemia da Covid-19, publicados neste ano. Problemas relacionados a ansiedade, depressão, reações pós-traumáticas ou mesmo sintomas de exaustão emocional (como caracterizado na síndrome de Burnout) se apresentam de forma frequente nestes profissionais, agravados também pelo distanciamento ou afastamento de seu grupo de apoio.

“Em nosso País, à medida que aumentam os casos de Covid-19 que necessitam hospitalização, cada vez mais será necessária a atenção à saúde mental dos profissionais que atuam na linha de frente no combate à pandemia”, explica o docente.

Spanemberg comenta que, mesmo fora do contexto da pandemia, profissionais de saúde já apresentam uma prevalência aumentada destes transtornos, muitas vezes subdiagnosticados e subtratados, com alta prevalência de afastamento laboral, prejuízo na qualidade de vida e aumento do risco de suicídio. O médico conta que as estratégias de telepsicoterapia ajudam os profissionais a lidar com as ansiedades, os conflitos e os dilemas relacionados a esse momento difícil. “Em geral, a maioria dos participantes considera que as intervenções são muito efetivas, com alívio importante dos sintomas”, comenta.

Sobre o projeto

O projeto também é um grande estudo que randomiza os participantes em diferentes grupos. Dessa forma é possível validar e comparar os tratamentos, como o atendimento remoto ainda é uma modalidade relativamente recente.

A participação dos docentes da PUCRS se iniciou através de um edital para realização de estágio pós-doutoral neste projeto, conciliando as atividades de pesquisa com a atenção à saúde mental pública. O estágio é orientado pelo professor Giovanni Salum.

A central telefônica para primeiro contato funcionará das 8h às 20h, de segunda a sexta-feira, pelo número 0800 644 6543. Podem acessar o canal profissionais do SUS das 14 categorias de saúde.

Pesquisadores da PUCRS desenvolvem novo teste para coronavírus - Alternativa de exame possibilita diminuir custos e ter resultados mais rápidos,pesquia

Novo teste para Covid-19 / Foto: Divulgação/InsCer

Multidisciplinaridade na área de saúde é quando pessoas de diferentes campos de atuação trabalham no mesmo caso. Durante a pandemia, mais de 50 profissionais e pesquisadores se uniram em uma força-tarefa para combater a Covid-19. Nesse grupo, também está o trabalho realizado no Centro de Pesquisas em Biologia Celular e Funcional (CPBMF), que impacta em diferentes frentes na contenção do novo coronavírus.

“A sociedade moderna está alicerçada em tecnologias que são consequência direta dos avanços científicos. Em meio à uma crise pandêmica, a importância da pesquisa se manifesta de forma dramática: necessitamos o quanto antes de novos medicamentos para tratar pacientes e de vacinas para prevenir a disseminação da Covid-19”, explica um dos integrantes do CPBMF, o professor Cristiano Valim Bizarro, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular (PPGBCM) da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS.

Segundo ele, uma das prioridades no momento é desenvolver novos testes diagnósticos que sejam confiáveis, mais rápidos e de menor custo, possibilitando que a grande população seja testada. “Além disso, a pesquisa e a ciência são fundamentais para que as tomadas de decisão em diferentes esferas públicas e privadas estejam pautadas em dados embasados e atualizados”, destaca.

O trabalho do CPBMF está relacionado a ensaios de atividades de compostos antivirais em culturas do vírus SARS-CoV-2. Ou seja: desvendar a Covid-19 para poder combatê-la. Confira algumas das iniciativas:

A identificação de possíveis medicamentos

Alunos de diferentes laboratórios decidiram agregar seus conhecimentos em prol de um bem maior. Com a orientação de Celia Carlini, professora da Escola de Medicina e pesquisadora do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer), os doutorandos Matheus Grahl (PPGMCS) e Carlo Moro (PPGMCS), com a mestranda Paula Caruso (PPGBCM), juntaram-se aos alunos orientados por Jaderson Costa da Costa, diretor do InsCer.

Através de uma pesquisa em ambiente controlado, os estudantes obtiveram resultados positivos quanto ao reposicionamento de fármacos já disponíveis no mercado mundial, identificando possíveis agentes terapêuticos com ação antiviral contra o novo coronavírus. “Essa iniciativa dos alunos da Pós permitiu que o grupo integrasse a força-tarefa”, conta Celia.

Testes moleculares

Dentro da força-tarefa, Grahl foi convidado para integrar o subgrupo liderado por Daniel Marinowic, professor da PUCRS e pesquisador do Hospital São Lucas da PUCRS, que buscava inovar um teste molecular para detecção do SARS-CoV-2. O projeto tem perspectivas de ampliar ainda mais as metodologias de exames e aprimorar a precisão na detecção do vírus.

Inteligência artificial contra a Covid-19

“Nossa proposta visa contribuir para o avanço dos estudos computacionais focados em proteínas alvos para a descoberta de fármacos em potencial para tratar a Covid-19. As abordagens computacionais servirão de base modelos de aprendizado de máquina e previsões”, explica o professor Walter Filgueira, coordenador do Laboratório de Bioquímica Estrutural da PUCRS.

Os resultados obtidos em testes controlados ficarão disponíveis aos membros da rede de laboratórios o que permitirá uma integração. Com a participação da doutoranda Gabriela Bitencourt Ferreira (PPGBCM), este projeto foca nas seguintes etapas: seleção de alvos do SARS-CoV-2; elaboração de modelos de inteligência artificial; e busca virtual. As outras etapas serão executadas por diferentes laboratórios da rede.

O mesmo vírus, diferentes resultados

Biologia molecular: desvendando a Covid-19 através da pesquisa - Trabalho de um dos Centros de Pesquisas da PUCRS impacta em diferentes frentes no combate ao novo coronavírus

Coronavírus / Foto: Unsplash

“Nosso grupo tem experiência na área de imunologia. Mais especificamente, trabalhamos com mecanismos de inflamação. Uma das perguntas que nos fizemos é porque algumas pessoas apresentam uma doença tão grave, enquanto outras exibem uma forma moderada ou até sem sintomas”, conta a professora e pesquisadora Florência Barbe Tuana, do PPGBCM.

Para responder a essa pergunta, Florência estuda a comunicação entre dos tipos celulares importantes na defesa de nosso corpo contra o SARS-CoV-2, macrófagos e neutrófilos. Ao entender como acontece a secreção de mediadores inflamatórios e suas vias de controle no contexto da Covid-19, é possível auxiliar no entendimento dos mecanismos de sinalização e sugerir possíveis alvos terapêuticos.

Único laboratório no Rio Grande do Sul

Além disso, o CPBMF está realizando o cultivo de um isolado do vírus SARS-CoV-2, contando com o único laboratório com nível de biossegurança exigido (NB3) para a manipulação do novo coronavírus em operação no Rio Grande do Sul.

Uma plataforma está sendo construída com compostos de uma biblioteca química do centro de pesquisas para pensar formar de combater o vírus. Alguns desses compostos já se mostraram promissores para o tratamento da tuberculose (TB) e serão avaliados para atacar o novo coronavírus.

Também foi montada uma rede de pesquisadores de diferentes instituições gaúchas que fará uso dessa plataforma para novos ensaios e pensar em diferentes estratégias experimentais e computacionais.

Impacto social da pesquisa

“A pesquisa, a ciência e a educação visam atender as expectativas populacionais que emergem de tempos em tempos e possuem notória importância social”, conta Matheus Grahl. Ao longo da história, o desenvolvimento científico se mostrou essencial para sociedades bem-sucedidas, destaca Carlo Moro. Para ele, isso é mais visível no mundo moderno, que é baseado em tecnologia. “Essa importância às vezes pode passar despercebida para quem não está diretamente envolvido com a ciência, mas fica bastante evidente em momentos de crise, como pandemias”, afirma.

Para Cristiano Valim, é gratificante poder contribuir com esse esforço da comunidade acadêmica internacional para o combate à pandemia. “Estamos seguramente vivenciando a maior crise sanitária das últimas décadas e essa situação demanda um esforço coletivo para a busca das soluções tão necessárias e desejadas por toda a sociedade”, acrescenta.

Leia também: Pesquisadores da PUCRS desenvolvem novo teste para coronavírus

Um grande centro de pesquisa

Com nota 6 pelo conceito Capes, o Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular tem sua excelência reconhecida internacionalmente. Forma profissionais qualificados para elaborar e executar propostas científicas, tecnológicas, educacionais e políticas relacionadas ao estudo de células e moléculas, bem como a caracterização e manipulação de mecanismos celulares e moleculares com fins aplicados.

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Pesquisa permite pensar em políticas públicas mais assertivas para melhorar a infraestrutura onde mais precisa / Foto: Cezary Pawel/Pixabay

Quando a transmissão do novo coronavírus começou a aumentar, tornando-se uma epidemia e, posteriormente, uma pandemia, uma das medidas tomadas em muitos países foi a quarentena. Com o distanciamento social, menos pessoas circulam pelas ruas, fazendo com que a tão falada “curva de contágio” seja “achatada”. Enquanto não há uma vacina nem um medicamento para a Covid-19, diminuir ao máximo possível o número de infectados parece ser a melhor solução para evitar o colapso do sistema de saúde, com o esgotamento dos leitos de UTI disponíveis.

Entretanto, o cálculo é mais complexo do que parece, uma vez que a distribuição desses leitos de UTI nem sempre é equilibrada em diferentes municípios e regiões. E é sobre isso que trata a pesquisa Desigualdade espacial na acessibilidade aos leitos de UTI nos municípios do Brasil, desenvolvida dentro do Programa de Pós-Graduação em Economia do Desenvolvimento (PPGE), da Escola de Negócios da PUCRS.

O estudo tem como base uma metodologia apresentada previamente pelo professor Adelar Fochezatto, que tinha como objetivo analisar a desigualdade de acesso a hospitais, de uma maneira geral. Logo que a pandemia começou, Natássia Bayer, que concluiu o mestrado em 2019, e o doutorando Paulo Uranga começaram a organizar os dados, aplicando essa metodologia.

Mapeamento pode contribuir para planejamento de políticas públicas

Segundo Fochezatto, o mapeamento realizado a partir da pesquisa mostra as diferenças nessa distribuição. “Desenvolvemos um estudo mostrando onde estão os leitos em todo o Brasil, utilizando coordenadas dos municípios e dos próprios leitos. Fizemos essa análise por grupos de idade, focando na questão dos idosos, que são mais propensos a ter quadros graves da doença; e de gênero”, explica.

Para o professor, a pesquisa permite que sejam recomendadas políticas públicas mais assertivas para melhorar a infraestrutura de leitos e de profissionais onde mais precisa. “A acessibilidade de leitos no Brasil não é das melhores – o número para cada 100 mil habitantes é muito baixo”, aponta Uranga. Ele acredita que o estudo consiga apontar onde devem ser realizadas melhorias nesse setor: “Agora estamos vendo vários investimentos sendo feitos, mas parece ser sempre nos mesmos centros urbanos. E, quando as epidemias avançam no interior, as pessoas precisam se deslocar”.

Um outro estudo realizado por Natássia, sobre doenças decorrentes de inadequações no saneamento básico, chama a atenção para a importância de que o trabalho seja feito em conjunto entre as cidades. “É uma política que precisa ser pensada não individualmente no município, mas considerando uma região maior, uma vez que os problemas relacionados à falta de saneamento ultrapassam essas fronteiras”, ressalta.

Uma área com atuações diversas

Natássia conta que, no PPGE, os alunos aprendem diversos métodos e, a partir deles, conseguem aplicar à realidade e propor políticas públicas para resolver outros problemas. Para Fochezatto, desenvolvimento se trata justamente isso: “pensar em saúde, educação, segurança. As pessoas precisam ter boas condições para ter uma vida digna. E ter renda, também”, pontua, afirmando que há muitas possibilidades para um profissional da Economia do Desenvolvimento atuar na sociedade.

“Lembro de uma aula do professor em que ele falava sobre desenvolvimento regional e nós comentávamos sobre espaços no País que não tinham nenhum atrativo para mão de obra jovem. Uma das coisas que pensávamos era nos investimentos tecnológicos na área da saúde”, conta Natássia. Ela acredita que, nessa situação, seria interessante investir em estudos que possam desenvolver a região para atuar na prevenção de pandemias e pensar no desenvolvimento a longo prazo desses espaços.

“Em pequenas localidades, poucos profissionais especializados já fazem uma grande diferença. E isso, aliado a pesquisa, gera efeitos sobre outros setores da economia”, conclui Fochezatto. A pesquisa Desigualdade espacial na acessibilidade aos leitos de UTI nos municípios do Brasil já foi concluída e os resultados poderão ser conhecidos em breve.

Professor do PPG integra grupo que simula avanço da doença no Estado

Modelar e simular o avanço da pandemia de Covid-19 no Rio Grande do sul é o objetivo do PampaNerds, grupo formado por cientistas pesquisadores do Estado. O professor do PPGE Ely Mattos é um dos integrantes. Conforme ele explica, essa é uma iniciativa autônoma, que conta com pesquisadores de diversas áreas. “Nossa ideia é trabalhar com modelagem computacional de diferentes aspectos da pandemia, e meu papel no grupo é apresentar a visão do economista, discutindo questões que podem influenciar a dinâmica da epidemia”, diz.

Mattos acredita que toda iniciativa nesse contexto é bem-vinda e que o PampaNerds tem contribuído com o debate para buscar soluções para a atual situação. Em relação à área da Economia, diz existir um debate sobre a sua relação com a saúde no Brasil. “As pesquisas na área ajudam a situar melhor essa discussão e apontam para uma complementariedade das dimensões, ao invés de uma competição”, conclui. O professor Jorge Audy, superintendente de Inovação e Desenvolvimento da PUCRS, também faz parte do grupo.

PPG em Economia do Desenvolvimento recebe inscrições

Programa de Pós-Graduação em Economia do Desenvolvimento está com inscrições abertas para os cursos de mestrado e doutorado. Dentro das áreas de concentração Desenvolvimento Econômico e Economia Regional, abrange as linhas de pesquisa Crescimento, Inovação e Equidade e Aglomeração Produtiva, Agronegócio e Meio Ambiente, respectivamente. Interessados em ingressar ainda neste ano podem se inscrever até o dia 19 de junho. Neste edital, a entrega da documentação será feita online.

SAIBA MAIS E INSCREVA-SE

A doutora Alessandra Morelle, alumni da Escola de Medicina da PUCRS, com residência e doutorado no Hospital São Lucas (HSL), e o oncologista do HSL Carlos Barrios, desenvolveram o aplicativo Tummi Onco. O serviço é voltado para pacientes, clínicas e consultórios e tem como propósito acompanhar o tratamento oncológico de forma remota. Por meio da plataforma, os pacientes podem registrar diariamente seus sintomas, gerando uma notificação para a equipe médica quando há possibilidade de algum problema. Com a pandemia, a equipe da startup, instalada no Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), no Health Plus Innovation Center (uma parceria da Grow+ com a PUCRS), adaptou as funcionalidades da plataforma e lançou o Tummi Coronavírus.

Tummi Coronavírus

A plataforma online permite que o paciente realize uma triagem física (informando sintomas como febre, tosse) e emocional (onde responde 21 perguntas em relação as suas emoções – sintomas como ansiedade e estresse). De acordo com os resultados, o paciente é direcionado para uma avaliação com médico ou psicólogo online. O projeto já realizou mais de mil atendimentos. De acordo com Alessandra, “o propósito é auxiliar o país de forma humanitária”. Saiba mais clicando aqui.

Tummi Onco

Alessandra destaca que a startup começou sua história com o Tummi Onco . “Percebi que quando o paciente recebe o diagnóstico de câncer, precisa de uma informação qualificada e rápida. Pensei em desenvolver algo que ajudasse os pacientes mesmo remotamente”, conta. Foi assim que nasceu o Tummi, que tem o nome inspirado no Deus Inca da Medicina. Alessandra apresentou a ideia para Barros, e os dois começaram o projeto. Em 2017, a médica viajou para o Vale do Silício, onde participou de um workshop para imergir no mundo das startups e do empreendedorismo.

A CEO da Tummi, explica que quem contrata o serviço são clínicas e consultórios, que recebem o suporte da startup para instalação de um dashboard no sistema, possibilitando que o aplicativo seja disponibilizado para os pacientes. A médica também ressalta que pacientes de clínicas não cadastradas podem utilizar o serviço. “Aqueles pacientes que não estão vinculados a clínicas e consultórios também pode baixar gratuitamente o app para se autogerenciar. A partir dos dados que inserem no aplicativo, os usuários podem gerar arquivos para download e impressão para que possam levar até a sua equipe médica”, afirma.

Próximos passos 

A equipe percebeu que 11% dos pacientes que utilizam o aplicativo têm outras patologias, como hipertensão, por exemplo, mas utilizam a plataforma para acompanhar seus sintomas. A partir disso, foi desenvolvida, em parceria com doutor Carlos Eurico Pereira, uma nova função em pneumologia. “Foi quando começou a pandemia. Nós nos adaptamos rapidamente para lançar o Tummi Coronavírus, mas em breve teremos a funcionalidade de pneumologia funcionando”, complementa Alessadra.

Carlos Klein, coordenador do Biohub PUCRS, iniciativa que promove a inovação e conecta talentos e conhecimentos para gerar negócios inovadores em ciências da vida, afirma que a Tummi é uma solução digital alinhada com o futuro da medicina. “Representa uma mudança de paradigma do foco na doença para o foco na saúde do paciente. Além disso, conta com um time de empreendedores de alta qualidade e que combinam competências de diversas áreas e que faz toda a diferença na busca de soluções relevante e efetivas para a saúde”, destaca Klein.

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Idosos apresentam risco mais elevado de quadros graves / Foto: Freepik

Quando o coronavírus chegou ao Brasil, por ter causado epidemias em outros países anteriormente, já se sabia algumas informações sobre ele. Uma delas diz respeito aos grupos de risco, ou seja, às pessoas mais vulneráveis a manifestar o vírus de uma forma mais grave. Idosos e portadores de doenças crônicas, como as cardiovasculares e respiratórias, diabete melito, cânceres e obesos fazem parte desse grupo.

Estudos na área da saúde que entendam como a doença age nessas pessoas tornam-se muito importantes no combate à pandemia de Covid-19. E, no Programa de Pós Graduação em Medicina e Ciências da Saúde, da Escola de Medicina da PUCRS, algumas pesquisas já buscam contribuir para este cenário. Uma delas é desenvolvida por um grupo multidisciplinar de pesquisadores da Universidade, entre eles o professor Douglas Sato, que também é diretor do Instituto de Geriatria e Gerontologia (IGG) e superintendente de Ensino, Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer).

O estudo teve início logo após a confirmação dos primeiros casos de coronavírus no Brasil. “Os idosos apresentam risco mais elevado de quadros de maior gravidade (especialmente os longevos, com 80 anos ou mais), o que nos motivou a investigar o que explicaria essa frequência bem mais alta de casos críticos e óbitos”, conta Sato.

O professor explica que estão sendo desenvolvidos projetos com idosos para avaliar a situação social, grau de dependência, fragilidade, parâmetros nutricionais, aspectos emocionais e o manejo de outras doenças crônicas durante a pandemia e os impactos da restrição social. “A partir disso, queremos identificar quais destes indivíduos apresentam maior suscetibilidade para desenvolver infecções graves através de diversos biomarcadores celulares e moleculares”, destaca Sato.

Mais de 18% da população gaúcha é idosa

Segundo pesquisa divulgada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV Social), o Rio Grande do Sul é o Estado brasileiro com maior proporção de pessoas acima dos 60 anos. Baseada em números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a FGV estima que 18,77% da população gaúcha é idosa. Por isso, entender o impacto que a Covid-19 tem nesse grupo é relevante.

Sato ainda lembra que dados de 2018 do Ministério da Saúde apontam que 39,5% dos idosos possui alguma doença crônica e quase 30% sofre de duas ou mais comorbidades, mostrando um grande número de indivíduos suscetíveis para desenvolver a forma grave da doença causada pelo novo coronavírus.

Essa hipótese se fortalece a partir dos números observados na China, onde a mortalidade geral dos pacientes infectados pela Covid-19, até o momento, foi de 0,32% para indivíduos com menos de 60 anos, 6,4% para aqueles entre 60 e 80, saltando para 13,4% entre os acima de 80 anos. “Além disso, a necessidade de internação hospitalar foi menor que 1% na faixa pediátrica, aumentando progressivamente de acordo com a faixa etária, até atingir 18,4% nos indivíduos acima de 80 anos”, diz o professor.

Pesquisas podem contribuir na definição de políticas públicas de saúde

Segundo a doutoranda do PPG Cristina Rabelo, reumatologista do corpo clínico e membro do serviço de Reumatologia do Hospital São Lucas da PUCRS (HSL), o projeto visa identificar pacientes com Covid-19. “A partir disso, podemos observar as repercussões imunológicas da infecção através de análise de marcadores imunológicos no sangue e da análise do quadro clínico nos pacientes com doenças autoimunes”, afirma.

Para Sato, essas pesquisas, desenvolvidas a partir do conhecimento e utilizando equipamentos de ponta da Universidade, poderão auxiliar na definição de políticas públicas de saúde mais precisas e seguras. “Poderemos identificar os idosos com maior risco de complicações e outros com menor risco. Os resultados permitirão individualizar os cuidados para cada pessoa, tais como modelo de distanciamento social e a intervenção em fatores que podem melhorar a imunidade e a resposta ao Covid-19. Assim, poderemos tentar reduzir a internação hospitalar e a gravidade da doença nesse grupo”, conclui.

Pacientes com diabetes podem ter a saúde mais afetada em situações de crise

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Pessoas com diabetes também são consideradas grupo de risco / Foto: Pexels

Outro grupo considerado de risco para a Covid-19, dentro da categoria de pessoas com doenças crônicas, é o dos pacientes com diabetes. Como ainda não há dados sobre o impacto que eventos da magnitude da pandemia que estamos vivendo no controle glicêmico e em aspectos emocionais em pacientes com diabetes, a professora Gabriela Teló decidiu iniciar um estudo sobre o assunto. O objetivo é avaliar os resultados de uma intervenção de saúde tele-guiada tanto no bem-estar emocional quanto na adesão medicamentosa em adultos portadores da doença durante o período de distanciamento social.

Segundo Gabriela, estudos prévios mostram que intervenções que proporcionam escuta qualificada e suporte psicossocial melhoram significativamente o nível de saúde mental e o controle glicêmico em pacientes com diabetes. “Levando isso em conta, nossa pesquisa permitirá avaliar o impacto de medidas assistenciais envolvendo educação e apoio à distância, evitando o risco de exposição relacionada à necessidade de busca por atendimento”, explica.

A professora conta que o estudo também teve início logo após a confirmação do primeiro caso de Covid-19 no Brasil, a partir do Grupo de Pesquisa em Endocrinologia e Diabetes. Ela ressalta que, em qualquer situação de desastre biológico, temas como medo, incerteza e estigmatização são comuns e podem atuar como barreiras às intervenções médicas e de saúde mental: “Esses desafios, quando enfrentados por aqueles que vivem com uma doença crônica, como o diabetes melito, podem influenciar negativamente o bem-estar mental e a adesão ao tratamento, comprometendo o controle da doença”.

Projeto envolve pesquisadores de diferentes áreas da saúde

O projeto é desenvolvido a partir de um ensaio clínico randomizado, acompanhando pacientes com diabetes tipo 1 e tipo 2 em dois hospitais de Porto Alegre. A equipe é composta por 12 pesquisadores de diferentes áreas da saúde, o que estimula a interação entre alunos da graduação e da pós-graduação, médicos residentes e professores de diferentes universidades.

Uma das integrantes é Débora Franco, formada em Educação Física, estudante do último semestre de Medicina da PUCRS e mestranda no PPG em Medicina e Ciências da Saúde. “A pandemia que estamos vivendo gera muitas dúvidas, e participar de estudos como este é uma forma de contribuir para a sociedade, seja esclarecendo dúvidas ou construindo novos conhecimentos que poderão ajudar na prática clínica”, aponta.

Débora conta que se envolveu no projeto desde o início, participando dos treinamentos, da elaboração de intervenções para aplicar aos participantes da pesquisa, do recrutamento e inclusão dos participantes e da coleta de dados, que é feita através de contato teleguiado semanalmente.

Estudo poderá orientar pacientes para o controle da doença

Gabriela explica que a intervenção tem previsão de três meses de duração ou mais, dependendo das orientações de distanciamento social. Apesar de ainda não haver resultados do impacto da estratégia proposta pelo estudo, as análises iniciais indicam alta prevalência de transtornos de saúde mental, como sintomas de ansiedade e depressão e distúrbios alimentares e do sono nos pacientes participantes. Segundo a professora, esses sintomas tendem a ser de duas a quatro vezes mais comuns em pessoas com diabetes em relação à população em geral.

Além disso, parece existir uma relação entre a saúde mental e o controle glicêmico. “Diabetes e transtornos de saúde mental compartilham uma interface mútua: o desafio de conviver e superar o diabetes pode resultar em sobrecarga emocional, assim como a presença de sintomas de depressão e ansiedade pode estar associada à menor adesão ao tratamento, levando a um pior controle glicêmico”, observa.

A professora ainda ressalta que essa associação pode ser exacerbada em um momento de estresse e que o sofrimento psicológico pode aumentar esses sintomas. Entretanto, lembra que a repercussão clínica sobre o controle glicêmico e psicológico do cenário atual nos pacientes com diabetes ainda é hipotética. “A intervenção proposta permitirá disponibilizar ao paciente um ambiente de escuta regular e qualificada, onde possa compartilhar seus medos, ansiedades e frustrações relacionadas à atual pandemia”, pontua. A pesquisa também vai possibilitar que sejam oferecidas orientações regulares em relação à dieta e atividades físicas, por exemplo, que complementem o cuidado clínico do paciente com diabetes nesse período em que o acesso aos serviços de saúde é restrito.

Legado para o futuro

Para a mestranda Débora, pesquisas relacionadas à Covid-19 e aos desafios apresentados pela pandemia são essenciais para se entender e enfrentar o que ainda é desconhecido. “Com projetos nessa área podemos elucidar desde questões relacionadas diretamente à doença até os impactos causados nos indivíduos e no mundo em situações de crise como essa”, defende.

Em relação ao que poderá ficar desses estudos para o futuro, Gabriela acredita que será possível encontrar respostas sobre a melhor forma de suporte a ser oferecido aos pacientes com diabetes durante situações de calamidade pública. “As evidências disponíveis até o momento são limitadas a estudos observacionais, e um estudo experimental como o nosso poderá ter impacto imensurável no planejamento da assistência à saúde em situações semelhantes no futuro”, conclui.

PPG em Medicina e Ciências da Saúde recebe inscrições

Programa de Pós-Graduação em Medicina e Ciências da Saúde está com inscrições abertas para os cursos de mestrado e doutorado. Dentro das áreas de concentração Clínica Cirúrgica, Clínica Médica, Farmacologia Bioquímica e Molecular, Nefrologia e Neurociências, abrange diferentes linhas de pesquisa. Interessados em ingressar ainda neste ano podem se inscrever até o dia 19 de junho. Neste edital, a entrega da documentação será feita online.

SAIBA MAIS E INSCREVA-SE

Pesquisa busca avaliar o estado de saúde e as condições de vida de nonagenários e centenários durante a pandemiaA pandemia mundial da Covid-19 mudou a rotina de todos, mas impactou especialmente a vida dos idosos, mais vulneráveis à transmissão do novo coronavírus. As pessoas com mais de 90 anos (nonagenárias e centenárias) são a camada da população com maiores chances de desenvolver um quadro grave da doença e, por isso, têm adotado em maior escala medidas preventivas como o isolamento social.  De acordo com dados publicados no periódico Lancet Infect Diseases a mortalidade geral, na China, foi de 0,32% para indivíduos com menos de 60 anos, 6,4% para aqueles entre 60 e 80 anos e 13,4% entre os acima de 80 anos. No Brasil, 77% dos casos são de pacientes com mais de 60. Idade avançada e males como insuficiência respiratória, doença cardíaca, hipertensão e diabetes são importantes fatores de risco.

Mas quais impactos o isolamento tem trazido à vida dos nonagenários e centenários? É o que pretende responder um projeto liderado pelo professor da Escola de Medicina, Ângelo Bós. O estudo, que busca avaliar o estado de saúde e as condições de vida de nonagenários e centenários em Porto Alegre durante a pandemia, é conduzido pelo Grupo de Pesquisa em Saúde Pública e Envelhecimento do Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS.

Análise em curso

Os idosos que participam da pesquisa são acompanhados pelo grupo desde 2016 e, neste momento, novas investigações estão em curso para avaliar os impactos da pandemia. De acordo com Bós, o principal objetivo é observar os maiores impactos da restrição social, principalmente sobre a saúde física, cognitiva, emocional e nutricional nessa faixa etária, além de identificar possíveis mecanismos que ajudem a melhorar esses problemas.  A pesquisa ainda está em andamento, mas o professor adianta algumas análises: ele explica, por exemplo, que os idosos em acompanhamento estão seguindo a quarentena, mas estão menos ativos em virtude disso.

Outros participantes ressaltam o menor tempo em companhia da família, apesar de se sentirem amparados através da comunicação por telefone ou mensagem. “Muitos já tinham problema com o sono e percepção de memória ruim, mas quando questionados se repararam se a quarentena mudou as condições de saúde, a maioria afirma que não percebe mudanças”, adiciona Bós.  O acompanhamento destes idosos é longitudinal, buscando observar o impacto a longo prazo. A pesquisa integra o projeto Atenção Multiprofissional ao Longevo (Ampal), que recebeu verba do Fundo Municipal do Idoso de Porto Alegre em 2016 e 2018.

Cuidados com a saúde dos idosos 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece a importância da manutenção das habilidades funcionais para um envelhecimento saudável, o que implica na relação de uma boa capacidade intrínseca em um ambiente que o favoreça. Ou seja, a avaliação e o manejo das saúdes visual, auditiva, locomotora, psicológica e vital, esta por sua vez, onde a OMS prioriza o cuidado alimentar. Seguindo esse raciocínio, o Ampal faz algumas recomendações aos longevos durante a pandemia:

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Imagem: Freepik

As máscaras são alguns dos acessórios mais utilizados na prevenção e combate à Covid-19 no cotidiano da população. Visando minimizar o aumento de casos confirmados do novo coronavírus, infectologistas alertam para que o seu uso ocorra de forma consciente e segura. Marina Rodrigues da Silva, Infectologista do Hospital São Lucas, preparou cinco dicas para uma utilização eficiente da máscara.

Menor chance de contágio

Considerando a flexibilização para abertura de estabelecimentos e para a circulação da população, é recomendado o uso de máscaras não profissionais de tecido, segundo a doutora. A especialista também ressalta que, por si só, a máscara não protege a pessoa que a utiliza de ser infectada, porém, impede a disseminação de secreções respiratórias em ambiente e em superfícies.

Segundo pesquisa publicada pela revista The Lancet, no início de junho, o risco de infecção ou transmissão ao usar o acessório é de 3%; sem ele, esse índice sobe para 17%. Confira as recomendações:

  1. As máscaras devem ter um tamanho adequado para cobrir o nariz e boca e devem se ajustar corretamente ao rosto, de forma que não haja folgas entre o tecido e a pele. É importante lembrar que a máscara não pode ser removida para falar, ou usada na testa e pescoço, por exemplo;

2. É fundamental higienizar as mãos antes de colocar ou remover a máscara. O ideal é evitar tocar o tecido durante todo o tempo de uso, a fim de evitar a contaminação através das mãos;

3. O período de uso de cada máscara não deve ser superior a duas horas, pois o tecido fica úmido e perde a sua função de barreira. Após esse período, ou antes, se a máscara estiver úmida, com sujeira aparente ou danificada, é necessário fazer a substituição por um nova. Para removê-la, manuseie o elástico ao redor das orelhas sem tocar a parte frontal e, em seguida, coloque-a em um saco plástico até que possa ser realizada a lavagem;

4. As máscaras de tecido devem ser lavadas com água potável e água sanitária, deixando de molho por 30 minutos em uma solução de 500ml de água potável com 10ml de água sanitária. Em seguida, o ideal é enxaguá-la em água corrente e lavar com água e sabão. Após a lavagem, deixar secar totalmente e passar a ferro;

5. Descarte a máscara de tecido se houver a perda de elasticidade das alças ou deformidades no tecido que possam causar prejuízos à barreira. As máscaras de TNT não podem ser lavadas e devem ser descartadas logo após o uso.