Em mobilização coordenada pelos cursos de Gastronomia e Nutríção, Universidade produz, com o apoio de voluntários, cerca de 1.400 refeições por dia para as vítimas das enchentes abrigadas no Parque Esportivo
Equipes na cozinha industrial da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS preparando as refeições para os abrigados emergencialmente no Campus Foto: Eduardo Seidl/Famecos PUCRS
As enchentes que causaram estragos em grande parte do Rio Grande do Sul deixaram milhares de desabrigados, incluindo famílias inteiras, animais de estimação e muitas crianças. Neste momento de calamidade, a PUCRS é um dos abrigos emergenciais em Porto Alegre, com estrutura montada no Parque Esportivo. O recebimento de doações está centralizado agora no Prédio 41 da Universidade, assim como a produção de refeições como café da manhã, lanche, almoço e jantar, seguindo as recomendações sanitárias.
Esta força tarefa de alimentação reúne professores, colaboradores, alunos, egressos e voluntários de outras universidades, totalizando cerca de 80 pessoas por dia, divididas em escalas. As refeições são produzidas e supervisionadas pelas professoras coordenadoras dos cursos de Nutrição, Alessandra Pizzato, e Gastronomia, Kátia Rangel Petry, no Laboratório de Ciência e Arte dos Alimentos da Escola de Ciências da Saúde e da Vida. Foi realizada a projeção dos insumos para o planejamento do cardápio, pensando no aproveitamento integral dos alimentos e na disponibilidade dos voluntários.
“No laboratório, fazemos a produção dos alimentos, de forma colaborativa entre muitas pessoas, e depois encaminhamos para o Parque Esportivo, onde fazemos a organização e distribuição das refeições”, explica a coordenadora Alessandra.
Os alimentos doados são recebidos e organizados por grupos e é realizada a conferência da validade e qualidade, em conjunto com a equipe da Engenharia de Produção e estudantes do curso de Ciências da Computação. Este processo possibilitou a doação de recursos a outros abrigos que demandam. É importante salientar que não há desperdício de alimento. Na eventualidade de excedente de produção, os alimentos são direcionados para outros abrigos devidamente identificados conforme vigilância sanitária.
“Ficamos muito sensibilizados aqui nos nossos cursos, porque esta é uma atividade muito solidária, que além de envolver nossos professores e alunos, envolve também a comunidade externa. Além de ser um momento de poder auxiliar as pessoas necessitadas, ainda conseguimos proporcionar aos jovens alunos uma vivência solidária”, ressalta a coordenadora Kátia.
Café da manhã, lanche, almoço e jantar são preparados no local, seguindo as recomendações sanitárias Foto: Eduardo Seidl/Famecos PUCRS
As professoras da Escola de Ciências da Saúde e da Vida informam que é necessário tomar alguns cuidados na hora de produzir refeições para doação, visando higiene e total aproveitamento dos alimentos. A orientação mais básica é a higiene na manipulação de alimentos, além do uso de EPIs, tanto para os voluntários em cozinhas estruturadas, assim como para as pessoas que estão produzindo marmitas em casa ou estruturas improvisadas.
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Refeições são preparadas na cozinha industrial da Universidade e encaminhadas pela equipe de transporte até o abrigo emergencial montado no Parque Esportivo da Universidade Foto: Eduardo Seidl/Famecos PUCRS
É importante ressaltar que toda ajuda é bem-vinda, mas é preciso ter um cuidado maior com os alimentos, para não desperdiçar nada em um momento de calamidade como este. Água também continua sendo um item necessário em todos os locais, para consumo e produção de alimentos. E lembre-se, antes de produzir alimentos, combine com o local de destino, para evitar transtornos.
O segundo e último dia de Open Campus foi mais um momento para que os jovens de escolas do Ensino Médio tivessem a oportunidade de acompanhar como é um ambiente acadêmico. Durante a manhã e tarde desta sexta-feira (22), os alunos puderam conversar com acadêmicos e professores, além de participar de oficinas de diversas áreas, para definir as suas escolhas profissionais.
Dentre as várias opções, a oficina do curso de Design colocou os jovens para usar a criatividade por meio de desenhos. Para o professor da graduação, Marcelo Martel, essa experiência permitiu demonstrar as aptidões básicas do curso. “Na nossa área, tem que gostar de desenho ou pelo menos querer aprender. Depois, se tem acesso a tecnologias mais sofisticadas”, explica. Para Rafael Médici, 17, do Monteiro Lobato, os ensinamentos foi uma amostra do que vai ser uma faculdade. “Para quem está meio indeciso, realmente é a forma para ver se gosta dessa área”, enfatiza.
Degustar e aprender a preparar pratos saborosos foi a proposta do curso de Gastronomia. A professora da graduação, Luísa Rihl, reforçou a empolgação dos participantes. “É importante abrir as portas da Universidade e mostrar um pouquinho dos cursos para que possam tirar as suas dúvidas e saibam o que seguir na vida”, destaca. E justamente estes esclarecimentos que Yasmin Richter, 20, do Universitário conseguiu captar. “Tinham alguns alunos de Nutrição que eu queria muito conversar. Também saber como é a parte teórica, o que mais me preocupa na Gastronomia. Mas pelo o que eles falaram, parece ser muito legal”, comenta.
Já na Engenharia Mecânica, Rafael Telli, 16, do Monteiro Lobato, pode saber como funcionam motores e máquinas em geral. “Vi todos os laboratórios, isso realmente ajuda a ter uma noção do que é o curso”, explica. A acadêmica do oitavo semestre da graduação e capitã da equipe Feng Eco Racing, Litiele dos Santos, 24, reforçou o entusiasmo dos jovens. “A retribuição deles foi muito boa, porque vieram com várias ideias e mostraram muito interesse”, diz.