Hermílio Santos utiliza a sétima arte para divulgar resultados de suas pesquisas/ Foto: Arquivo pessoal

Herdeiras Negras, documentário apoiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), é um dos trabalhos mais recentes do sociólogo Hermílio Santos, professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais e coordenador do Centro de Análises Econômicas e Sociais (CAES) da PUCRS. O professor da Escola de Humanidades utiliza o cinema como meio de divulgação dos resultados de suas pesquisas científicas.  

O filme, realizando tanto com os recursos da bolsa de Produtividade em Pesquisa do CNPq concedida ao professor Santos e por meio do edital nº 31/2022, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), ainda em realização, trata da narrativa biográfica de três gerações de mulheres negras, habitantes de locais que foram marcados pela exploração da mão-de-obra escrava, em períodos distintos: no ciclo do açúcar, em Pernambuco; no do ouro e diamante, em Minas Gerais; e no do charque, no extremo sul do Rio Grande do Sul. A pesquisa foi desenvolvida a partir de entrevistas atuais. Como em todos os outros documentários já realizados pelo professor, a utilização do componente biográfico se relaciona à teoria criada pelo sociólogo austríaco, Alfred Schütz,  com que o professor Santos trabalha. 

Embora utilize o cinema como forma de divulgar seu trabalho científico, o professor Santos ressalta que o documentário não é a pesquisa, mas tem papel importante na difusão dos estudos. “Nunca vi [o documentário] como um substituto da divulgação escrita dos resultados, mas como um instrumento adicional e muito possante, que acaba por atrair a atenção para a própria pesquisa. O documentário cria a oportunidade de diálogo com um público acadêmico e não acadêmico sobre atividades acadêmicas”, salienta ele.  

“É uma forma de a universidade transbordar suas atividades de pesquisa para um público que não está sempre afeito às atividades acadêmicas, aos canais de divulgação tradicionais acadêmicos, como revistas, periódicos, congressos”, ressalta, lembrando da exibição de um documentário de sua autoria em dois cinemas alemães, como parte da atividade promovida por uma universidade da Alemanha. A mostra realizada para o público em geral, contudo, foi uma exceção. Os filmes ainda não se encontram disponíveis para o grande público. Na página do CAES da PUCRS no YouTube é possível encontrar os teasers de alguns documentários do professor. “Ainda estou montando estratégia para colocá-los todos disponíveis gratuitamente”, afirma o professor Santos. 

Hermílio já realizou pesquisas com temáticas como adolescentes infratores, histórias negras e indígenas e iniciativas sociais na pandemia/ Foto: Bruno Todeschini

O primeiro documentário realizado pelo professor – Intimidade Vigiada (2010) – possuía apenas doze minutos de duração e tratava de uma pesquisa desenvolvida por Santos com adolescentes infratores, no Rio Grande do Sul. Seis anos depois, uma pesquisa do professor sobre violência contra crianças em quinze favelas localizadas em Recife, São Paulo e no Rio de Janeiro, resultou no documentário Infância Falada.  

“Como desdobramento da pesquisa, que mostrou muita violência no cotidiano, as mães indicavam que bater nas crianças não resolvia, que o que resolveria seria o diálogo”, diz Santos. Dessa forma, ele resolveu documentar, nas mesmas cidades em que seu estudo se desenrolou, projetos sociais que apostavam no diálogo com crianças e adolescentes e na autonomia desses jovens. Em 2018, Santos desenvolveu o documentário Mundo da Vida – A Sociologia de Alfred Schütz, para apresentar a teoria do fundador do método empírico que envolve a abordagem da narrativa biográfica. O documentário apresenta depoimentos e reflexões de estudiosos de vários países, incluindo Japão, França, Itália, Alemanha e Argentina, país sul-americano onde Schütz é mais conhecido. Um novo filme sobre a obra de Schütz, Mundo da Vida II – Biografias e Narrativas, já se encontra em fase de edição. Na obra, Santos explica a forma de trabalhar de Schütz. 

Durante a pandemia, o professor realizou a obra Desafios do Brasil contemporâneo, uma série de seis vídeos tratando de questões como a indígena, a do meio ambiente e a da mulher negra, além de iniciativas da sociedade civil nas periferias das metrópoles e iniciativas civis durante a pandemia. Os vídeos foram apresentados ao público participante do IV Fórum de Sociologia da Associação Internacional de Sociologia (ISA, em inglês), que ocorreu de modo virtual em fevereiro de 2021, reunindo especialistas de 125 países. As obras mais recentes do professor Santos são Espaços de fronteira, ainda em produção, e um documentário intitulado Embarcados, que ele fez a partir de uma pesquisa contratada pela Petrobrás e outras cinco empresas de petróleo do pré-sal. A pesquisa, multidisciplinar, envolveu várias equipes, que durante cinco anos estudaram as questões de trabalho e de acidentes nas plataformas de petróleo. O professor Santos foi o coordenador da pesquisa na área de sociologia. 

*Com informações do CNPQ 

Quem poderia ser melhor referência para indicar filmes e séries do que os/as próprios/as profissionais da Produção Audiovisual e de outras áreas da comunicação? Por isso, docentes da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos, que sabem tudo sobre os bastidores por trás das câmeras, prepararam sugestões de obras para você aprender mais sobre os assuntos estudados na escola. Prepare a sua pipoca e fique de olho na programação:  

Grandes cenas (2016), de Ana Luiza Azevedo e Vicente Moreno Grandes cenas (2016), de Ana Luiza Azevedo e Vicente Moreno 

A série busca examinar grandes momentos do cinema brasileiro, incluindo alguns títulos argentinos e um uruguaio. 

“Assistindo à série, não só temos a chance de rememorar ou conhecer instantes antológicos da filmografia brasileira, mas também penetramos nos corações e mentes de diretores, atores e críticos. Uma aula de cinema! Comece pelo episódio sobre Pixote e vá passeando por outros filmes incontornáveis, como Cidade de Deus e Central do Brasil. É um convite para rever os filmes, respirar audiovisual e pensar o Brasil”. 

Indicação do professor Fabiano Grandene, do curso de Produção Audiovisual. 

Abstract: The Art of Design (2017), de Scott Dadich Abstract: The Art of Design (2017), de Scott Dadich 

A primeira temporada da série da Netflix aborda a arte, ciência e filosofia do design. O objetivo da obra é ilustrar como o design influencia diversos aspectos de nossas vidas. Os episódios, disponíveis no YouTube, contam com a participação de Paula Scher (designer gráfica)Cristoph Niemann (ilustrador)Platon (fotógrafo)Tinker Hatfield (designer da Nike), Ralph Gilles (projetista de automóveis)Ilse Crawford (designer de interiores) e Es Devlin (arquiteta de cenários). 

No curso de Design trabalhamos desde o primeiro semestre com temas reais, como móveis e brinquedos para a infância. Indico, especificamente, o episódio da designer Cas Holman (segunda temporada), com sua original concepção de brinquedos infantis, desde os seus esboços iniciais até a negociação e fabricação de seus projetos por grandes empresas chinesas. O episódio mostra sua metodologia de trabalho e suas origens, resultado de uma infância feliz e livre no interior americano. Inspiração para criar de objetos e brinquedos infantis inusitados, que estimulam a imaginação. 

Indicação do professor Marcelo Martel, dos cursos de Design. 

La Casa de Papel (2017), de Jesús Colmenar La Casa de Papel (2017), de Jesús Colmenar 

Nove ladrões são liderados por um Professor para realizar o maior roubo do século na Casa da Moeda da Espanha. 

Embora a série já seja bem conhecida, eu que trabalho com a disciplina de Gestão da Conta Publicitária, indico as duas primeiras temporadas. É uma verdadeira aula sobre gestão, formação de equipes, papel do atendimento publicitário, relacionamentos, conflitos, visão estratégica e planejamento. 

Indicação da professora Márcia Christofoli, do curso de Publicidade e Propaganda. 

Scandal (2012), de Shonda Rhimes Scandal (2012), de Shonda Rhimes 

Ao deixar a posição de diretora da comunicação da Casa Branca para se dedicar a sua própria empresa de gestão de crises de imagem, Olivia Pope descobre que não deixou o passado para trás. 

Pensei em alternativas referentes às questões e expectativas da área de Relações Públicas, mas que também impactam de uma forma geral outros setores. Scandal fala sobre as relações interpessoais e de poder a serviço dos interesses individuais, muito mais do que a serviço da coletividade. 

Indicação da professora Ana Baseggio, do curso de Relações Públicas. 

The Post, a Guerra Secreta (2017), de Steven Spielberg The Post, a Guerra Secreta (2017), de Steven Spielberg  

The Washington Post, da proprietária Kat Graham, é um jornal local que pretende lançar suas ações na Bolsa de Valores para ganhar fôlego financeiro.  

Quando o New York Times inicia uma série de matérias denunciando que vários governos norte-americanos mentiram acerca da atuação do país na Guerra do Vietnã, com base em documentos sigilosos do Pentágono, o presidente Richard Nixon decide processar o jornal com base na Lei de Espionagem, de forma que nada mais seja divulgado. A proibição é concedida por um juiz, o que faz com que os documentos cheguem às mãos de Bradlee (editor-chefe) e sua equipe, que precisa agora convencer Kat e os demais responsáveis pelo The Post sobre a importância da publicação de forma a defender a liberdade de imprensa. 

O filme fala sobre Jornalismo e é indicado com 4,5 estrelas pelo Adoro Cinema. 

Mad Men (2007), de Phil Abraham Mad Men (2007), de Phil Abraham 

A série mostra Nova York nos anos 1960. Após sair do mundo das grandes agências de publicidade, através da rotina do protagonista (Don Draper) percebe-se as relações do cotidiano e as mudanças sociais e morais dos Estados Unidos na época. 

“É minha série favorita. Toda narrativa é vivida no cotidiano de agência de propaganda nas décadas de 1960 e 1970. Gosto da estética, dos conflitos comportamentais e da busca por ideias”. 

Indicação do professor Vinícius Mano, do curso de Publicidade e Propaganda. 

Fyre Festival (2019), de Chris Smith Fyre Festival (2019), de Chris Smith  

A maior festa que nunca aconteceu é um documentário que conta como um megaevento luxuoso em uma ilha particular no Caribe se tornou um desastroso fiasco, na versão dos próprios organizadores. 

“É uma abordagem mais específica, mas extremamente interessante para quem trabalha com eventos, sobre o que não fazer e como não deixar a ambição sobrepor-se a tudo. 

Indicação da professora Ana Baseggio, do curso de Relações Públicas. 

Ingresse na Escola de Comunicação, Artes e Design em 2023  

Curtiu as sugestões e se interessou pelos temas estudados na Famecos? Anota na agenda: o Vestibular da PUCRS já tem data – nos dias 5 e 6 de novembro, os portões do Campus estarão abertos esperando por você. As inscrições já estão abertas e vão até o dia 31, você pode fazer a sua clicando aqui. 

Grupo de pesquisa trabalha cinema e educação

Grupo de pesquisa já realizou oficinas com professores da rede pública / Foto: arquivo pessoal

O Programa de Pós-Graduação (PPG) em Comunicação e o PPG em Educação têm uma colaboração por meio do grupo de pesquisa em Cinema, Audiovisual, Tecnologias e Processor Formativos, do qual a professora da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos Cristiane Freitas Gutfreind participa. Com a liderança do também professor da Famecos João Barone, o grupo propõe discussões que perpassam justamente a relação entre o cinema, a educação e o uso de filmes em sala de aula. 

O grupo de pesquisa se dispõe a realizar a curadoria de filmes que possam auxiliar o ensino de diferentes disciplinas, como história, artes e literatura, mas também geografia, matemática e biologia. Os integrantes também realizam diversos workshops para professores de ensino fundamental e médio para capacitação qualificada de filmes em sala de aula e participam de cineclubes formativos.  

A pesquisadora Cristiane explica que a imagem tem uma grande influência na formação da sociedade na contemporaneidade. O uso de filmes desperta nos alunos e alunas uma leitura do audiovisual, assim gerando uma capacidade crítica do olhar e possibilitando distinguir as diferenças entre as imagens e sons. 

Definindo o melhor filme para sala de aula 

Com o apoio do Tecnopuc Tecna, foram oferecidas oficinas com professores da rede pública de Viamão, por exemplo. A atividade foi ministrada pelos doutorandos do grupo de pesquisa com supervisão dos professores responsáveis. Foi um dia com professores de ensino fundamental e médio de diversas escolas públicas de Viamão. De acordo com a professora Cristiane, o objetivo era capacitar esses educadores para o uso de audiovisual nas salas de aula, passando pela teoria, uso técnico das ferramentas de exibição e disponibilidade de onde encontra o material.  

Outra atuação do grupo é o fomento à pesquisa, com participações em bancas, produção de artigos científicos e apresentação de trabalhos em eventos com interface entre cinema e educação. Dos estudos que estão sendo realizados, destacam-se a tese da doutoranda do PPG em Comunicação Juliana Costa e a tese de doutorado já defendida da egressa Gabriela Peruffo. 

Para o ambiente escolar, Cristiane ressalta a importância de considerar diversos fatores no momento de decisão de qual filme irá se encaixar melhor na proposta. É preciso dar atenção ao tempo que será exibida a imagem, qual é o equipamento disponível, a faixa etária dos estudantes, o tema de interesse para aula, então, não temos uma fórmula”, destaca a docente. 

Filmes têm o dom de encantar, ensinar e fazer refletir

Filmes despertam nos estudantes uma leitura do audiovisual, uma capacidade crítica do olhar / Foto: Envato Elements

Despertar um olhar crítico 

O cinema é responsável por nos apresentar histórias e narrativas audiovisuais que nos tocam e prendem em horas de entretenimento e emoção. Conhecidos como a sétima arte, os filmes e séries nos sensibilizam, encantam e nos fazem refletir. Porém, outro caráter importante da obra cinematográfica é ensinar.  

A professora Cristiane Gutfreind pesquisa cinema, estética e política com uma interface com a educação, a partir de processos formativos. De acordo com a docente, os filmes são uma ferramenta que auxiliam o aprendizado de forma lúdica. “Com os filmes é possível fazer analogias e associações, possibilitando ao estudante desenvolver uma capacidade reflexiva e crítica”, complementa.

mulheres na ciência, pesquisadora

Foto: Bruno Todeschini

Com o início da pandemia do coronavírus, em março de 2020, diversas ações de combate à Covid-19 foram desenvolvidas pelas Escolas da PUCRS. Preocupados com a saúde física, mental e emocional da população, estudantes e professores atuaram tanto na linha de frente do tratamento da doença como nos bastidores – fomentando a geração de conhecimento, se opondo à desinformação e buscando formas de se fazer presente nesse momento tão difícil para todos 

O vice-reitor da PUCRS, Irmão Manuir Mentges, ressalta que, desde o começo do período pandêmico, a Universidade deu respostas aos problemas causados pela Covid-19, seja por meio de pesquisa aplicadaadaptações no modelo de ensino, participação nos testes da vacina Coronavac no Hospital São Lucas ou pela criação de projetos inéditos nas Escolas  

Sobre a relevância de a Universidade se relacionar com a cidade e comunidade em que está inseridaIr. Manuir destaca que PUCRS tem um importante compromisso com toda a sociedadeTudo aquilo que se ensina, que se pesquisa e que se inova, deve ir ao encontro da sociedade. Se por um lado temos diversos projetos que trazem as pessoas à Universidade, como a Clínica da Odontoo Centro Vila Fátima e o InsCer, também levamos a PUCRS para a comunidade por meio da participação em comitês estratégicos do Poder Público e participação no processo de vacinação da população. Essa relação não é apenas importante, ela é essencial para manter viva a missão para qual a Universidade é chamada a exercer nos tempos atuais”, complementa.  

Abaixo, você confere algumas ações lideradas pelas Escolas de Comunicação, Artes e Design – Famecos, de Humanidades, de Ciências da Saúde e da Vida e de Direito. Na próxima semana, traremos as iniciativas das Escolas de Medicina, de Negócios e Politécnica. Nessa série, já foram abordadas também as iniciativas dos laboratórios do Tecnopuc.

Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos 

jornalistas

Foto: Shutterstock

O compromisso do curso de Jornalismo da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos é levar informação sobre a Covid-19 à comunidade. É por isso que os estudantes do Editorial J, laboratório convergente do curso, criaram uma newsletter semanal, enviada todas as sextas-feiras por Whatsapp (para se inscrever e receber as atualizações, basta entrar no grupo)com as principais notícias da semana relacionadas ao coronavírus. Nesse ano, o principal enfoque da news são as atualizações em relação à vacinação. Além disso, os estudantes desenvolvem uma thread semanal no Twitter do J para compartilhar relatos de profissionais que estão atuando na linha de frente.  

Já no curso de Design os estudantes desenvolveram dois protótipos, sob orientação de seus professores, para auxiliar no cotidiano da população. O primeiro deles foi o projeto Mask Case, vencedor do Prêmio Bonancini de Design. Essa criação surgiu da identificação da dificuldade de armazenamento das máscaras de proteção individual no dia a dia, em atividades como comer em um restaurante, por exemplo.  

O resultado foi um compartimento de máscaras que permite guardá-las sem que elas sejam contaminadas. O Mask Case está em código aberto, ou seja, sem propriedade intelectual, permitindo que qualquer um possa produzi-lo, sendo necessária apenas uma impressora 3D para realizar sua confecçãoAlém disso, em parceria com o Tecnopuc, os estudantes desenvolveram um dispenser de álcool gel e medidor de temperatura.  

Teccine PUCRS realiza a produção de oito filmes em 2020

Filme: Eclipse / Foto: Divulgação

Durante o isolamento, o entretenimento ganhou um papel importante na vida de todos. Nesse sentido, o curso de Produção Audiovisual conseguiu, apesar das restrições, entregar oito filmes à comunidade em 2020. Nesse semestre, mais oito devem ser produzidos sendo que, destes, já foram iniciadas as gravações de dois. As produções são realizadas no TECNA 

O curso de Relações Públicas, por sua vez, abordou com frequência o tema comunicação na pandemia: foram realizadas lives sobre o assunto por meio da plataforma Zoom, contando com convidados e audiência de todo o Brasil. Além disso, em janeiro de 2021 houve uma oficina de verão sobre Atendimento ao Cliente: crise e gestão em tempos de pandemia. Ainda em 2020/2, os estudantes do  semestre do curso criaram projetos voltados para organizações e empresas, orientando sobre posicionamentos de comunicação e relacionamento com seus públicos neste período de pandemia.  

Os estudantes de Publicidade e Propaganda que fazem parte do Laboratório de Pesquisa coordenado pelos professores Claudia Trindade e Ilton Teitelbaum, puderam participar de uma pesquisa qualitativa sobre as questões de mobilidade ligadas ao presente a ao futuro da Pandemia da Covid-19, desenvolvida para o Projeto Vida Urgente, da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga. Já nas disciplinas do curso, em Planejamento de Mídia foi realizada, em parceria com a agência Moove, uma campanha de valorização dos médicos e profissionais da saúde em meio à pandemia a ser utilizada pelo Cremers. 

Escola de Humanidades 

Populações indígenas e aldeias contra o coronavírus - No Dia do Índio, povos lidam com fontes de renda comprometidas e desafios ambientais históricos

Foto: Unsplash

O Ir. Édison Hüttner, professor do curso de História da Escola de Humanidades da PUCRS, organizou um grupo de voluntariado para auxiliar aldeias indígenas do Ceará. Participam da ação docentes e discentes do programa de Pós-Graduação em História. Por meio do projeto, foram ajudadas comunidades das etnias potiguara, gavião, tabajara e tubiba tapuya. ação visa orientar a utilização de um equipamento de luz ultravioleta (UV-C INFO) pelos profissionais de saúde indígena para a esterilização de superfícies. O aparelho foi desenvolvido pela Hüttechempresa de tecnologia de combate a pandemia de Covid-19, sediada no Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), e será doado ao órgão responsável. A ação pretende:  

Escola de Ciências da Saúde e da Vida  

Estudantes vacinaram mais de mil pacientes em uma semana e seguem atuando na imunização

Estudantes atuando na imunização / Foto: Divulgação

Estudantes dos cursos de Enfermagem e de Farmácia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida fazem parte da equipe que atua na linha de frente no combate ao coronavírus. São eles que estão realizando a vacinação dos grupos prioritários e em uma das primeiras semanas de vacinação chegaram a imunizar mais de mil pessoasAlém disso, eles atuam nos cuidados hospitalares dos pacientes internados por Covid-19 no Hospital São Lucas da PUCRS 

Já o curso de Psicologia da Escola, por meio do Serviço de Atendimento e Pesquisa em Psicologia (SAPP), criou um programa de acolhimento na pandemia, disponibilizando atendimento online e gratuito. Coordenado pelas professoras Renata Dipp e Fernanda Moraeso SAPP realiza em média cerca de 15 mil atendimentos presenciais por ano, no entanto, devido à situação de crise sanitária, em 2020 o serviço teve uma pausa para adaptações entre os meses de março a agosto, retornando com capacidade de 25% em função dos protocolos sanitários. 

Em setembro, após liberação do Conselho Federal de Psicologia, os atendimentos realizados pelos estagiários puderam ser adaptados à modalidade online e em março foi iniciado o programa de acolhimento. As inscrições para a primeira edição iniciaram no dia 19/3 e foram encerradas em 72 horas, após o alcance de 500 inscritos que esgotaram a capacidade de atendimento dessa edição 

Por fim, diversas cartilhas de conscientização sobre os mais variados temas foram desenvolvidas pela Escola: o SAPP produziu orientações sobre saúde mental e a vida a dois na pandemiasaúde mental na pandemia e violência doméstica (visando orientar profissionais a identificarem sinais de abuso sexual em crianças e adolescentes), além de sugerir cuidados para a comunidade acadêmica 

Há, ainda, a força-tarefa PsiCOVIDaque surgiu com a missão de contribuir para o bem-estar das pessoas com conhecimento científico durante a pandemia. O grupo publicou mais uma série de cartilhas de assuntos como enfrentamento do estresse durante a pandemiaatividades físicas para realizar durante a pandemia e combate à Covid-19 para idosos. 

Dezoito estudantes do curso de Fisioterapia da PUCRS realizam estágio junto à equipe de Fisioterapia do HSL na recuperação de pacientes com diferentes patologias, como a Covid-19 / Foto: Lucas Vilella/HSLPUCRS/Divulgação

Todas as cartilhas podem ser conferidas na página sobre o coronavírus no portal da PUCRS e na página do SAPP. 

O curso de Fisioterapia, em parceria com o Serviço de Fisioterapia do Hospital São Lucas, está auxiliando na recuperação de pacientes internados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) com sequelas da Covid-19. Para isso, estão utilizando tecnologias como realidade virtual, ou Virtual Reality (VR), além de eletroestimulação muscular e treinamento muscular ventilatório. Dessa forma, é possível realizar a retomada da força física, do controle e da coordenação motora além de aspectos lúdicos. 

Escola de Direito 

O programa de Pós-Graduação em Ciências Criminais realizou uma série de conteúdos em vídeo para fornecer orientações sobre o Direito e a pandemia. As produções estão disponíveis para acesso e alguns temas abordados foram:  

Além disso, a Escola de Direito realizou a publicação de alguns livros como o Ciências Criminais e Covid-19, do professor Nereu Giacomolli e o Direito de Família no Pós-Pandemia: repercussões jurídicas no “novo normal”, desenvolvido pelo grupo de estudos Temas Atuais de Direito das Família, coordenado pelo professor Daniel Ustarroz. Para o lançamento do último, foi realizado um congresso virtual, composto por uma série de palestras, as quais ficaram salva para acesso posterior no canal do professor Daniel no YouTube 

 

Leia também: Laboratórios do Tecnopuc apoiam soluções de enfrentamento a Covid-19 

 

 

 

 

 

pós-graduação,comunicação social,pós-graduação em comunicação social,programa de pós-graduação em comunicação social,ppgcom,jornalismo,publicidade,publicidade e propaganda,relações públicas,cinema,audiovisual,estudo,pesquisa,pós,desenvolvimento,mestrado,doutorado

Alunos do PPGCom podem desenvolver assuntos sobre diferentes temas / Foto: Chris Montgomery/Unsplash

Em uma realidade de distanciamento social na qual inúmeras atividades até então realizadas presencialmente migram para o virtual, não há como negar o importante papel da tecnologia da informação e do audiovisual. Sejam nas relações sociais, culturais, políticas ou científicas, novos recursos e plataformas surgem para criar possibilidades de interação com o mundo. Não é novidade, mas está mais claro que não é preciso estar fisicamente perto para se comunicar. 

Desenvolver pesquisas sobre produtos tecnológicos capazes de auxiliar nas relações das pessoas com a sociedade é um dos caminhos possíveis para quem ingressa no Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social (PPGCom) da Escola de Comunicação, Artes e Desing – Famecos da PUCRS. Os alunos de mestrado e doutorado podem se envolver em estudos relacionados ao desenvolvimento de aplicativos, jogos, produtos criativos e outras áreas afins. “Outra perspectiva possível é refletir sobre as transformações nas práticas informativas, estéticas e culturais e sobre as mudanças nos relacionamentos nas organizações e no imaginário social”, destaca a coordenadora do Programa, professora Cristiane Freitas. 

Estrutura para inovar e impactar o universo da comunicação 

Ingressando no Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da PUCRS, o aluno poderá se conectar com diferentes questões que envolvem a comunicação e a informação. Relações nas redes sociais, influência das tecnologias na mediação do mundo, importância da imagem na formação das pessoas e os impactos da informação na realidade social e nas organizações são apenas algumas delas. 

Quem se interessa por assuntos como audiovisual, entretenimento, jornalismo, publicidade, cultura e política encontra no PPGCom uma infraestrutura de alto nível para realizar uma pós-graduação. Os estudantes têm acesso a laboratórios equipados com tecnologia avançada para o desenvolvimento de pesquisas – incluindo espaços em parceria com o Tecna e o Tecnopuc – e salas de aula diversificadas. 

Corpo docente qualificado e possibilidades de internacionalização 

pós-graduação,comunicação social,pós-graduação em comunicação social,programa de pós-graduação em comunicação social,ppgcom,jornalismo,publicidade,publicidade e propaganda,relações públicas,cinema,audiovisual,estudo,pesquisa,pós,desenvolvimento,mestrado,doutorado

Programa conta com laboratórios equipados com tecnologia avançada à disposição dos estudantes / Foto: Bruno Todeschini

Outro ponto a destacado por Cristiane é o corpo docente: 

“Contamos com professores qualificados, que atuam em redes de pesquisa nacionais e internacionais, participando ativamente dos principais fóruns científicos do País”. 

A coordenadora do curso ainda ressalta o fato de os alunos de mestrado e doutorado poderem ter experiências internacionais por meio do contato com pesquisadores estrangeiros renomados em seminários, grupos de pesquisas e acordos de dupla diplomação. 

O Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da PUCRS tem sua área de concentração focada no estudo das práticas e culturas da comunicação e oferece duas linhas de pesquisa: Cultura e tecnologias das imagens e dos imaginários e Política e práticas profissionais na comunicação. Com nota 5 na avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o PPGCom está com inscrições abertas para os cursos de mestrado e doutorado até o dia 30 de outubro. 

Inscreva-se

Ciência que busca soluções para questões atuais 

Cristiane aponta que a Universidade tem acompanhado as demandas do presente, adaptando-se rapidamente ao ensino remoto. “Como a tecnologia e o audiovisual são parte do nosso fazer, a sala de aula é uma extensão da reflexão e do desenvolvimento de soluções para lidar com a pandemia e para planejar o futuro em transformação mediado pelas mídias”, aponta. 

pós-graduação,comunicação social,pós-graduação em comunicação social,programa de pós-graduação em comunicação social,ppgcom,jornalismo,publicidade,publicidade e propaganda,relações públicas,cinema,audiovisual,estudo,pesquisa,pós,desenvolvimento,mestrado,doutorado

Grande quantidade de lives nos primeiros meses do ano despertou interesse para pesquisa / Foto: Adi Goldstein/Unsplash

Uma das pesquisas realizadas nesse sentido diz respeito às transformações estéticas no audiovisual durante e pandemia. Desenvolvido pelo professor Roberto Tietzmann, o estudo se relaciona com outros dois que já estavam em andamento, sendo um deles sobre o fenômeno recente das lives, que apareceram em grande número nos primeiros meses deste ano.  

O objetivo é investigar os resultados da pandemia nas manifestações culturais desse período. Segundo Tietzmann, passado o primeiro semestre de 2020, estamos vendo diversas temáticas e estéticas que refletem o isolamento e a tecnologia de realização audiovisual se afirmando como “a cara” deste momento: 

“Os retângulos que cercam o quadro de cada videochamada, a apresentação do espaço doméstico como um lugar de performance além da aparência pessoal e o isolamento de cada personagem em sua narrativa”. 

A pesquisa ainda contribui para a identificação de exemplos e informações que podem inspirar sobre como lidar com as questões e dificuldades de produção enfrentadas pelos alunos. “Assim, a pesquisa olha para o global e seus resultados colaboram com o local”, conclui o professor.  

Ao fim do estudo a ideia é que se tenha uma análise de como o isolamento se reflete no audiovisual, assim como um repertório de estratégias e soluções de como manter a produção ativa, levando em consideração o que é ou não viável fazer neste momento.

As mulheres brasileiras estão fazendo história no cenário audiovisual. Cada vez mais elas assumem não apenas o protagonismo das narrativas em frente às câmeras, mas também os bastidores de séries produzidas no Brasil

No dia 9 de setembro, das 18h às 19h30, no canal da PUCRS no YouTube, a Escola de Comunicação, Artes e Design (Famecos) promove uma conversa sobre protagonismo das mulheres na indústria criativa. As convidadas são Camila Groch e Janaína Fischer. 

Camila é produtora executiva de séries, filmes e conteúdo, entre eles Coisa Mais Linda (Netflix), Modo Avião (Netflix) e Cheiro do Ralo. Janaína é diretora e roteirista, atuou em Todas as Mulheres do Mundo (Globoplay), Doce de Mãe (Rede Globo) e Vida de República (Canal Futura).  

Para participar é preciso se inscrever neste link e aguardar as orientações de acesso.  

Representatividade 

Em 2014primeira vez em que se obteve dados sobre gênero no cinema brasileiro, as mulheres dirigiram apenas 10% dos filmes lançados comercialmente em salas de exibição. Segundo o último levantamento da Agência Nacional do Cinema (Ancine)em 2018 as mulheres foram responsáveis pela direção de 22% dos títulos. Um aumento considerável, mas que ainda exige mais: as obras dirigidas por mulheres concentraram apenas 12% do públicoou seja, elas ainda não estão na direção dos filmes de maior bilheteria.  

O potencial da indústria criativa 

Em 2017, apenas no Rio Grande do Sul, a economia criativa empregou formalmente 130.079 profissionais. Os dados do Departamento de Economia e Estatística mostram que, no Estado, o setor cultural e a indústria da criatividade empregam mais do que as tradicionais fábricas calçadistas e automobilísticas.  

Este é um dos motivos pelos quais o curso de pós-graduação em Desenvolvimento de Projetos Audiovisuais da PUCRS pretende promover uma ampla visão do mercado audiovisual local e nacional. Pensado para potencializar a atuação de profissionais das diferentes áreas da indústria criativa como produtores, gestores, realizadores e roteiristas, está com inscrições abertas até o dia 1º de outubro, quando iniciam as aulas.  

Segundo o coordenador do curso, professor Eduardo Wannmacher, além de aprender com professores que são referência no mercado audiovisual nacional e internacional, os estudantes têm a possibilidade de interagir com espaços de trabalho, como o Centro Tecnológico Audiovisual do Rio Grande do Sul (Tecna/PUCRS).  

Ele explica que o debate sobre a produção em séries está presente no curso pois o formato assumiu protagonismo no mercado audiovisual, tanto por parte dos produtores quanto do público. “As plataformas de streaming apresentam conteúdos e formatos que demonstram a cultura de consumo na atualidade. Essa é a oportunidade dos roteiristas e realizadores formatarem projetos, de acordo com as tendências de produção, no Brasil e no mundo”, ressalta. 

Fazendo séries brasileiras: a perspectiva das mulheres em frente e atrás das câmeras 

Convidadas 
Camila Groch, Produtora Executiva de Coisa Mais Linda/Netflix 
Janaína Fischer, Roteirista de Todas as Mulheres do Mundo/Globoplay  

9 de setembro, das 18h às 19h30, no canal do Youtube da PUCRS.  

Inscrições: https://lp.rlkpro.com/l/mbom5aABF1187 

 

cinema,dia do cinema brasileiro,produção audiovisual,tecna,teccine

Em 19 de junho é celebrado o Dia do Cinema Brasileiro / Foto: Bruno Todeschini

Neste período de isolamento social, ir ao cinema é uma das atividades de lazer que mais está fazendo falta para os amantes da sétima arte. A sala escura e a tela em branco diante de poltronas ocupadas por indivíduos – que estarão diferentes quando subirem os créditos – já deixa saudades nos corações cinéfilos. Ao mesmo tempo, a televisão de casa se torna cada vez mais requisitada, proporcionando momentos de imersão em uma realidade diferente, em uma história nova ou no conforto de um clássico capaz de fazer esquecer, por 90 ou 120 minutos, as angústias da vida.

Não à toa, os cine drive-in ressurgiram com força neste mês. Além de arte que inspira e encanta espectadores, o cinema é um mercado importante, que emprega cerca de 300 mil profissionais e movimenta significativamente a economia no Brasil. “É uma atividade geradora de trabalho e renda, com produtos que não têm data de validade, comercializados via licenciamento a qualquer tempo”, diz o professor João Guilherme Barone, docente do curso de Produção Audiovisual da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos da PUCRS.

Um registro da história e reflexo da sociedade

Hoje, 19 de junho, é celebrado o Dia do Cinema Brasileiro. A data se refere ao ano de 1889, quando ítalo-brasileiros registraram as primeiras imagens em movimento no Brasil. E, desde então, o cinema nacional passou por diversas fases, acompanhando e se adaptando às mudanças de formato – das bitolas super-8 à digitalização – e da sociedade, enfrentando momentos críticos para a liberdade de expressão e passando e passando por períodos com políticas públicas mais estruturadas e favoráveis à área nas duas últimas décadas.

cinema,dia do cinema brasileiro,produção audiovisual,tecna,teccine

Assim, não é errado dizer que o cinema ajuda um pouco a contar a História. Para Barone, ele é um reflexo da sociedade:

“Acredito que a capacidade de representar a sua história, com maior ou menor quantidade de filmes ou ênfases em determinados períodos, é um indicativo da força da indústria audiovisual de um país”.

O professor acredita que, no Brasil, existe uma memória relativamente acessível através do cinema, embora ainda incompleta, se comparada com as cinematografias de países como França, Alemanha, Itália e Estados Unidos. “Algumas lacunas existem. Talvez nos faltem ainda mais filmes sobre a formação do Brasil, considerando os primeiros três séculos após o descobrimento. Nessa periodização, algumas questões estão ainda em pauta, como a situação dos povos indígenas, a escravidão, as consequências da exploração da natureza, as crises e conflitos do Império e da República etc.”.

Cinema em tempos de streaming: novas possibilidades de circulação

Atualmente, as produções audiovisuais encontram no streaming novas possibilidades de circulação. Para Barone, esses serviços são decorrência dos avanços tecnológicos que começaram com a revolução digital, ainda em 1990. “Anteriormente, a circulação da obra cinematográfica estava restrita à sala de cinema, ao mercado de home video (com as locadoras) e à televisão (aberta ou por assinatura)”. Agora, com a liberdade de se assistir a um filme em casa, independentemente da programação de uma emissora de televisão ou da sala de cinema, o professor acredita que “há uma mudança radical no comportamento do público que vai ao cinema e que também gosta de consumir em casa”.

O cinema como espetáculo a ser desfrutado em uma sala específica para isso, segundo Barone, nunca poderá ser oferecido da mesma forma em um ambiente doméstico. “Ao mesmo tempo, há um dilema relativo ao tamanho do circuito exibidor mundial, que, com mais de 250 mil salas, ainda é insuficiente para poder lançar todos os filmes produzidos no momento certo e mantê-los em cartaz pelo tempo ideal para que todos possam assistir”, observa. No Brasil, por exemplo, os blockbusters internacionais chegam a ocupar 80% das 3.200 salas, fazendo com que filmes nacionais não encontrem lugar no circuito. “Estes poderão ser vistos no streaming, pouco tempo depois do lançamento nas salas e até quando não são lançados nos cinemas”, pontua.

O professor Carlos Gerbase aponta que, para as séries nacionais, o streaming é ainda mais interessante, uma vez que a remuneração de um produto único, como um longa-metragem, costuma ser pequena. “Ainda assim, esse mercado beneficia muitos produtos de qualidade que teriam dificuldade em encontrar seu espaço de divulgação em outros meios”, afirma.

Universidade: onde (também) se faz cinema

cinema,dia do cinema brasileiro,produção audiovisual,tecna,teccine

Teccine foi lançado em 2003 na PUCRS / Foto: Camila Cunha

O curso de Produção Audiovisual da PUCRS foi lançado em 2003. Antes disso, tanto Barone quanto Gerbase já lecionavam na Universidade, compartilhando com os estudantes o que há anos viviam na prática. “Minha relação com o cinema começou na infância, no Rio de Janeiro, assistindo a desenhos animados e filmes de aventura, mas também através da literatura”, lembra Barone. Carioca, conta que o pai escrevia roteiros e que visitou algumas produtoras com ele na época: “Na juventude, foi inevitável me tornar um cinéfilo apaixonado”.

O professor veio para Porto Alegre em 1977, em função de uma proposta de trabalho. “Aqui, fui acolhido pela Famecos, onde encontrei um ambiente muito estimulante em relação ao cinema”. Em 1985, em parceria com Enio Staub, colega jornalista, concluiu a produção de um documentário em 16 mm sobre a violência política no Cone Sul: “O filme recebeu o prêmio de Melhor Curta Gaúcho no 13º Festival de Gramado, além de outras premiações, e eu achei que era o momento de me dedicar profissionalmente a escrever e dirigir”.

A atuação na academia vem desde 1993, sendo que, cinco anos depois, assumiu a coordenação do curso de especialização em Produção Cinematográfica da Famecos – que foi o embrião para a criação do curso superior de tecnologia em Produção Audiovisual (Teccine). “O projeto do Teccine foi uma grande experiência de aprendizado, compartilhada com o Carlos Gerbase, e até hoje é uma referência em inovação no ensino de cinema”.

Gerbase começou a se interessar por cinema quando já cursava Jornalismo na Famecos, e essa relação também se deu através da literatura. “Eu já escrevia contos quando conheci o colega Nelson Nadotti, que fazia cinema em super-8. Achei que seria interessante se pudesse contar histórias dessa forma”. Os dois, junto com Hélio Alvarez, desenvolveram o filme Meu Primo, em 1979:

“Esse filme foi muito importante pra mim. Acabou sendo a porta de entrada pro mundo do cinema e eu não parei mais”. 

Professor da Famecos desde 1981, acredita que a Universidade forma pessoas talentosas e que uma prova disso é a elevação da qualidade dos filmes produzidos no Estado. “O Rio Grande do Sul demorou um pouco a entrar no mercado da educação audiovisual, mas entrou muito bem e os resultados são evidentes”, aponta.

Cinema, ciência e tecnologia

cinema,dia do cinema brasileiro,produção audiovisual,tecna,teccine

Estrutura do Teccna tem capacidade para receber projetos de filmagens e e oferecer todo o fluxo de pós-produção / Foto: Bruno Todeschini

Segundo Barone, a Universidade tem e terá um papel cada vez mais importante no desenvolvimento da atividade audiovisual como um todo. “É preciso relembrar que o cinema nasce como produto da ciência e da tecnologia no final do século 19. Uma câmera fotográfica capaz de registrar o movimento levou ao surgimento de um novo espetáculo público, que se transformou em mídia social e com uma dimensão industrial planetária”, recorda.

O professor destaca o Centro Tecnológico Audiovisual do Rio Grande do Sul (Tecna), como um marco para a produção no Brasil: “É a única iniciativa de uma universidade brasileira para construir uma infraestrutura dedicada ao audiovisual, compartilhada com o mercado. O Tecna é um espaço de convergências e inovação, com ambientes tecnológicos de ponta que até bem pouco tempo eram inacessíveis à produção independente no Rio Grande do Sul e no Brasil”.

O centro, que teve sua estrutura completa inaugurada em novembro de 2019, tem capacidade para receber projetos de filmagens e oferecer todo o fluxo de pós-produção, incluindo mixagem em padrão THX para filmes, comerciais, musicais, séries, animação e games. Ao mesmo tempo, atende programas de formação regular ou de capacitação para os novos profissionais. “Certamente vai trazer muitos benefícios ao setor de produção nacional”, acredita Barone.

Ensinamentos e aprendizados que atravessam gerações

cinema,dia do cinema brasileiro,produção audiovisual,tecna,teccine

Registro do filme Inverno preservado no acervo do Delfos / Foto: Fernando Wittboldt Rocha

Além de ser um espaço de produção cinematográfica, a Universidade também é lugar de preservação da memória. Exemplo disso são arquivos mantidos pelo Delfos. Um dos registros encontrados no acervo diz respeito ao filme Inverno (1983), de Carlos Gerbase, com Giba Assis Brasil como assistente de direção e montador. Em um provável release, consta que o filme foi dublado e sonorizado nos estúdios da Famecos. “O som do filme é muito bom, comparado com o que fazíamos nos filmes anteriores, que era na base da fita cassete em estúdios caseiros. Ali já deu pra ver que era possível brincar um pouco mais com o som. Inverno foi uma escola para mim e as lembranças que eu tenho desse período são as melhores possíveis”, conta o professor, que vê a Famecos também como sua casa.

“Acho que a gente pode falar de pelo menos quatro gerações de cineastas que tiveram sua base na PUCRS. Em mais de 40 anos, muitos cineastas tiveram suas carreiras diretamente ligadas à Universidade”, aponta.

Um dos profissionais que Gerbase considera da “segunda geração” e que atua como professor na PUCRS há 14 anos é Gustavo Spolidoro. Seu primeiro filme, Velinhas (1998), é um curta metragem de 16mm, que ganhou os prêmios de Melhor Direção em Gramado e de Melhor Filme e Direção no Festival de Brasília. “Foi aí que começou minha carreira. Um tempo depois comecei a dar aula, fiz e sigo fazendo outros filmes”. Atualmente envolvido em três produções, Spolidoro diz que o mais lhe encanta em fazer cinema é o processo:

“Pensar num roteiro, numa equipe, nos festivais… é tudo muito interessante. A alegria de fazer cinema vem daí e das relações que a gente estabelece”. 

Gerbase considera essa possibilidade do trabalho coletivo como algo muito forte do cinema. “Ele é feito coletivamente e também é assistido coletivamente, e pra mim isso foi muito importante, pois me colocou em contato com pessoas talentosas e interessantes. Além disso, eu acho muito bacana quando muitas pessoas estão concentradas em volta da mesma história. O ser humano é um animal social, então contar histórias socialmente é muito bom”. Talvez por isso as salas de cinema estejam fazendo tanta falta.

O músico Daniel Drexler escolheu o Tecna para a gravação dos videoclipes do seu novo disco AIRE. As filmagens, realizadas pela Estação Filmes, com direção do Rene Goya Filho, ocorreram no mês de janeiro no centro de produção audiovisual localizado em Viamão. Nesta quinta, dia 16 de abril, está disponibilizado no YouTube o primeiro clipe, de uma série de cinco vídeos, do single ¿Por qué la infancia es tan corta?, que já está no Spotify, Deezer e Apple Music.

Leia também: Músico Daniel Drexler grava clipes no Tecna

Lançamento online e pós-produção à distância

Após as gravações de janeiro, Drexler viria novamente a Porto Alegre para trabalhar com Goya na pós-produção. Porém, o cenário da Covid-19 obrigou a uma mudança de planos, o processo criativo de montagem e finalização do material audiovisual precisou ser feito totalmente de maneira virtual pelos diversos profissionais envolvidos.

“Eu tenho a sensação de que a pandemia acelerou processos relacionados ao uso da tecnologia, coisas que já estavam acontecendo como shows ao vivo, aulas e encontros virtuais. Já tem anos que eu faço aulas de composição por Skype. Essa é uma das maravilhas da tecnologia, descobrimos uma maneira de trabalhar de forma remota em algo complexo. É um processo que pede muito foco e concentração de todos que estão participando”, comenta Drexler.

Segundo Goya, a pós-produção feita à distância, compartilhando telas, ideias, música e muita criação, tem sido um grande experimento. Ao todo, foram mais de 40 pessoas envolvidas e os espaços utilizados no Tecna foram o Estúdio A, com camarins e sala de produção, e novos ambientes recentemente inaugurados como o catering e a sala de receptivo.

Para o Tecna toda história importa

“Sempre sonhei com a possibilidade de filmar um filme, de estar em um set de gravação com o diretor gritando: ação! Adorei a ideia de gravar tudo com uma única câmera montada sobre uma dolly e com planos longos, com movimentos harmoniosos e com muitas transições de foco”, destaca Drexler. Foram dias de preparação e gravação como se fosse um sonho transformado em realidade, “Estou muito agradecido com a enorme quantidade de pessoas que participaram deste projeto e, sobretudo, feliz com o resultado que será entregue ao público”, ressalva o músico uruguaio.

O Tecna é um Centro de Produção Audiovisual que nasceu para apoiar a produção audiovisual brasileira. Conta com uma infraestrutura de padrão internacional, equipada com tecnologia de ponta, em amplos espaços para o trabalho de produção e finalização. Por aqui já passaram cenas de cinema, filmes publicitários, séries, conteúdos para internet, games e muitas outras histórias.

Lançamento do Tecna, Tecnopuc, Famecos, Cinema, Produção Audiovisual

Cerimônia aconteceu no dia 25 de novembro / Foto: Bruno Todeschini

Na segunda-feira, 25 de novembro, uma das mais completas infraestruturas para produção audiovisual do Brasil foi oficialmente inaugurada. Composto por estúdios com parâmetros internacionais e salas para mixagem de som, desenvolvimento de animação e finalização, o Tecna, Centro de Produção Audiovisual da PUCRS, localizado no Tecnopuc Viamão, tem capacidade para atender a todo o ciclo produtivo do setor. O evento contou com representantes da Universidade e autoridades políticas, além de artistas e profissionais do circuito cultural e criativo. Na cerimônia, também foi anunciada uma série de workshops gratuitos que serão ministrados nos próximos meses. As atividades já estão recebendo inscrições.

A coordenadora do Tecna, Aletéia Selonk, destacou a importância do audiovisual, como uma das maiores indústrias mundiais, que gera emprego e renda, além de seu papel para a sociedade, seja como entretenimento, conhecimento ou arte: “O audiovisual cria tecido social com sua capacidade de ser, por vezes, espelho de uma sociedade e, em outras, dar visibilidade à perspectiva do pensamento na qual ela evolui”. Para Aletéia, o Tecna é um espaço de ensino e aprendizado. A coordenadora ainda destacou que os workshops a serem realizados entre dezembro de 2019 e janeiro de 2020 serão uma boa oportunidade para fortalecer e preparar a indústria criativa regional.

A possibilidade de desenvolvimento regional a partir da instalação do Tecna em Viamão foi um aspecto bastante citado no evento. Conforme o superintendente de Inovação e Desenvolvimento da PUCRS, Jorge Audy, desde que a estrutura começou a ser pensada, uma questão relevante era o que ela poderia agregar ao futuro do município: “Pensávamos o nosso papel enquanto parque tecnológico e enquanto Universidade para contribuir com o futuro da cidade. Assim, atendíamos a duas premissas: uma acadêmica e outra de desenvolvimento regional”. Para o prefeito de Viamão, André Nunes Pacheco, essa também é uma oportunidade de capacitar os jovens da região e de mostrar tudo o que Viamão tem a oferecer. “Estamos muito felizes com esse projeto, que vai fomentar a economia, desenvolver a região e fazer de Viamão a grande cidade que é”, celebra.

Representando o governador Eduardo Leite, a secretária de Cultura do Rio Grande do Sul Beatriz Araújo acredita que a economia criativa pode transformar vidas e comunidades. “Temos um potencial enorme na área do audiovisual, e acredito que vamos, sim, poder contribuir para que esses espaços sejam de um trabalho importante e para que nossa produção tenha ainda mais destaque”, declara.

O reitor Ir. Evilázio Teixeira encerrou o primeiro momento da cerimônia de lançamento da estrutura completa do Tecna, destacando a Universidade como um ambiente inspirador e inovador para quem deseja criar, seja conhecimento, saber, cultura, ideias ou ideais. “A indústria audiovisual e criativa do Rio Grande do Sul e do Brasil estão recebendo o que há de mais moderno na área. Não tenho dúvida de que grandes histórias serão contadas a partir deste lugar, desenvolvendo não apenas a economia de todo um setor, mas ajudando a enriquecer a nossa cultura”, conclui. Na sequência, os convidados puderam conhecer os diferentes espaços do Centro de Produção Audiovisual da PUCRS em uma visita guiada.

Workshops gratuitos recebem inscrições

Entre os meses de dezembro de 2019 e janeiro de 2020, o Tecna irá promover uma série de workshops gratuitos, com especialistas de diferentes áreas da produção audiovisual. As inscrições já estão abertas.

A primeira atividade se inicia no dia 12 de dezembro e tem como tema Produção executiva. Na capacitação, serão abordadas as etapas da produção de uma obra para cinema e TV a partir do ponto de vista da produção executiva, desde a leitura do roteiro até o lançamento.

O workshop Coprodução internacional – Eave on Demand Rio Grande do Sul, em parceria com o Eave – principal organização de treinamento para produtores da Europa –, será o segundo a ser ministrado. A atividade ocorre de 10 a 12 de janeiro de 2020 e é exclusiva para produtores do Rio Grande do Sul.

Desenvolvimento de lideranças para o mercado audiovisual é o tema do workshop que será ministrado de 23 a 25 de 2020. A atividade é dedicada a desenvolver lideranças capazes de entender seu papel estratégico de atuação no mercado atual. O público alvo é composto por produtores e sócios de empresas produtoras de conteúdo audiovisual.

O que o Tecna oferece

A estrutura ainda abrange o Laboratório de Pesquisas Audiovisuais (Lapav), estrutura de pesquisa vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Escola de Comunicação, Artes & Design – Famecos, e integrado ao Tecna.

Confira fotos do evento:

evento_tecna_alienO Laboratório de Pesquisas Audiovisuais – LaPav (Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social – PPGCom / Centro Tecnológico Audiovisual do RS – Tecna) promove o segundo evento da série Encontros Cinema, Ciência e Tecnologia. A iniciativa conta com palestras e debates sobre temas relacionados ao cinema e suas intersecções com diferentes áreas do conhecimento, reunindo pesquisadores, profissionais e o público interessado. O tema da próxima edição será Tensões, Revelações e Novas Descobertas em Alien: O Oitavo Passageiro, de Ridley Scott (1979). A atividade acontece no contexto da da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, e ocorre no dia 22 de outubro, às 15h, no auditório da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos, no prédio 7 do Campus (Av. Ipiranga, 6681 – Porto Alegre/RS), com entrada gratuita e inscrições neste link.

Após a sua primeira edição, em maio, no Estúdio A do Tecna, no Tecnopuc Viamão, tratando do clássico de ficção científica 2001, uma odisseia no espaço (Stanley Kubrick, 1968), o evento está ampliando a proposta do diálogo científico através do cinema com a escolha de Alien, decorridos 40 anos de seu lançamento. Nesta edição, o filme será apresentado pela mestranda do PPGCOM Carina Schröder, com base na sua pesquisa sobre o protagonismo feminino no cinema de ficção científica, a partir da personagem Ellen Ripley e seus desdobramentos. O professor Roberto Tietzmann, do PPGCom PUCRS, fará uma abordagem sobre a tecnologia do filme, como suporte da narrativa, incluindo efeitos, montagem e cenários. Da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, foram convidados os professores Carlos Alexandre Sanchez Ferreira e Walter Filgueira de Azevedo Junior, ambos do Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular, para considerações sobre os aspectos relacionados à biologia e à física que estão na essência do roteiro de Alien, já que os personagens participam de uma expedição científica no espaço exterior. A mediação será do professor João Guilherme Barone, do PPGCom e coordenador do LaPav.

Sobre o filme
Após a sua estreia, em 1979, Alien: O Oitavo Passageiro foi considerado um novo clássico do sci-fi (ficção científica), seguindo o caminho aberto por Stanley Kubrick e Arthur Clarke, em 2001, uma odisseia no espaço, combinando o rigor cientifico com a alta tecnologia para contar uma história. Ridley Scott soube combinar as influências estéticas de 2001, especialmente quanto aos ambientes tecnológicos espaciais, com as referências dos quadrinhos da Metal Hurlant e da literatura tradicional de ficção científica e horror. Alien conta a história da tripulação do rebocador Nostromo que durante a sua jornada no espaço encontra um sinal estranho vindo de uma lua. O sinal alienígena obriga a nave a interromper o curso de volta à Terra para investigar a situação. A trama se desenvolve quando um dos tripulantes traz de volta consigo uma criatura alienígena que espalhará o terror entre os membros da espaçonave. O filme também merece destaque por ser a estreia de Sigourney Weaver como protagonista no cinema, papel que a consagrou como ícone em Hollywood e “rainha do sci-fi”. Um clássico instantâneo, considerado um dos 10 filmes mais importantes do gênero pelo American Film Institute, Alien expandiu seu universo para uma franquia que gerou oito filmes, além quadrinhos, video games e brinquedos. Foi também o filme que inaugurou a era da presença feminina entre protagonistas no cinema de sci-fi.