Equipe do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul produzirá novo radiofármaco / Foto: Divulgação

O Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer) passou a produzir oficialmente o radiofármaco Neuraceq neste mês. A substância, que nunca foi utilizada no Brasil, auxilia no diagnóstico de pacientes com comprometimento cognitivo e que apresentem quadros da doença de Alzheimer. A produção experimental do radiotraçador, realizada no final de 2020, ocorreu com sucesso.

Jaderson da Costa, diretor do InsCer, foi o anfitrião da reunião de abertura do projeto de Avaliação de neuroimagem estrutural e molecular em síndromes demenciais, que aconteceu no começo de março. O encontro virtual oficializou a produção do Neuraceq no País e contou com a presença de instituições parceiras, como UFPR/CETAC, DASA, Instituto de Pesquisa D’Or, Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa, United Health Group Brasil, UNICAMP e Hospital Albert Einstein.

Para a produção do radiofármaco está sendo utilizado o equipamento Synthera +, da empresa IBA, instalado no InsCer. Após o período de desenvolvimento do projeto a máquina permanecerá no Brasil para dar continuidade à iniciativa, fruto da colaboração entre InsCer, grupo R2IBF e a empresa Life Molecular Imaging, desenvolvedora do produto.

Jaderson da Costa em reunião com parceiros do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul / Foto: Reprodução

Segundo Louise Hartmann, coordenadora do Centro de Produção de Radiofármacos do InsCer, a colaboração por parte das instituições foi de suma importância para a implementação da iniciativa: “Com essa união vamos conseguir incluir um número maior de pacientes no estudo em um curto período de tempo. O desafio será a logística de distribuição, pois o produto deve ser aplicado no mesmo dia de fabricação, pois não é possível estocar este tipo de produto”.

A importância do radiofármaco

O Neuraceq identifica a existência de placas beta-amilóides no cérebro de pacientes (placas características do Alzheimer), sendo um marcador assertivo no diagnóstico para esta doença progressiva que destrói a memória e outras funções mentais importantes.

Segundo o Ministério da Saúde, 11,5% das pessoas com 65 anos ou mais são acometidas no País pela doença , que também atinge 1,2 milhões de brasileiros e brasileiras, conforme informações da Associação Brasileira de Alzheimer. Este número tende ainda a aumentar, como um dos efeitos do envelhecimento da população.

Visita Ministros, Marcos Pontes, Osmar Terra

Da esquerda para a direita: Marcos Pontes, Osmar Terra, Solimar Amaro, Ir. Evilázio Teixeira, Jaderson Costa da Costa. Foto: Bruno Todeschini

O ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Marcos Pontes, esteve na PUCRS nesta quinta-feira, 4 de julho. A visita é parte de um itinerário por três dos principais parques tecnológicos do País: Tecnopuc, Porto Digital (Recife) e o Parque Tecnológico da UFRJ (Rio de Janeiro). As viagens integram a etapa de criação do plano de inovação do Governo Federal. Em sua primeira passagem pela Universidade, Pontes esteve acompanhado do ministro da Cidadania, Osmar Terra, e foi recepcionado pelo reitor Ir. Evilázio Teixeira juntamente com o vice-reitor Jaderson Costa da Costa e os pró-reitores de Graduação e Educação Continuada, Ir. Manuir Metges, e de Pesquisa e Pós-Graduação, Carla Bonan. Além de conhecer a estrutura do Tecnopuc, o Ministro do MCTIC também visitou o Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer).

Futuro da educação

No salão nobre da Reitoria, os ministros conversaram com os gestores sobre planos da instituição e do Governo à luz dos temas educação e inovação. “Estamos empenhados em tornar a PUCRS uma Universidade global. A estrutura que temos hoje e o nível das nossas pesquisas é o que sonhamos para todas as universidades brasileiras. Sabemos que os senhores são grandes incentivadores da ciência e, nesse sentido, nossas ações estão muito alinhadas com os ministérios”, destacou o reitor, que agradeceu a Terra o apoio às iniciativas da instituição e do InsCer.

Visita Ministros, Marcos Pontes, Osmar Terra

Os ministros conversaram sobre educação e inovação. Foto: Bruno Todeschini

Durante o encontro, o ministro Marcos Pontes compartilhou metas para o Brasil no cenário internacional. “Acredito no poder de transformação da educação. Sou um exemplo disso. Vim de uma realidade onde meu pai era faxineiro. O incentivo à pesquisa e à ciência precisam estar presentes desde o colégio até a graduação. Atualmente, estamos na 13ª posição em produção acadêmica no mundo, mas apenas na 64ª em inovação. Nos próximos anos, queremos estar entre os 20 melhores”, afirmou. Para Costa da Costa, esse é um dos diferenciais da PUCRS. “Em tudo o que realizamos, especialmente no InsCer e no Tecnopuc, damos foco aos resultados. Nossas pesquisas representam entregas e soluções efetivas para a sociedade”.

Inspirações para o desenvolvimento

Pontes e Terra também visitaram o Instituto do Cérebro e o Parque Tecnológico. Na companhia do vice-reitor e diretor do InsCer, conheceram o Centro de Produção de Radiofármacos, ligado à medicina nuclear onde está instalado o Cíclotron, um acelerador de partículas responsável por produzir reações nucleares. Curioso, Pontes fez vários apontamentos e perguntas sobre o equipamento e a produção de radiofármacos para a responsável pelo CPR, Louise Hartmann, e o físico João Alfredo Borges. O grupo também conversou sobre pesquisas com células-tronco, inteligência artificial e outras desenvolvidas no InsCer relacionadas ao aprendizado infantil.

No Tecnopuc, foram recebidos pelo superintendente de inovação e desenvolvimento Jorge Audy e pelo diretor Rafael Prikladnicki para uma visita guiada pelas empresas e outros espaços do ecossistema. Os ministros assistiram a apresentações do grupo Pedra Circular sobre prevenção de desastres naturais e reconstrução de áreas abaladas, como Brumadinho. Ainda, estiveram presentes na sede da HP e da HPE, empresa de eletrônicos. Segundo Pontes, a operação de um ambiente tão complexo e a conexão com os estudantes impressionam. “É bom que os jovens participem e visualizem todas essas possibilidades futuras. Estamos construindo um plano de inovação muito amplo, que irá abraçar diversos campos. Esperamos que os resultados sejam tão positivos quanto estes”, completou.

 Confira imagens da visita:

 

 

Obra Inscer

Obra triplicará tamanho do InsCer

Para comemorar seus 70 anos de história, a PUCRS anunciou importantes iniciativas nas áreas de educação, saúde, mobilidade urbana e inovação. A divulgação ocorreu durante jantar comemorativo, na noite desta sexta-feira, 9 de novembro. O reitor da Universidade, Ir. Evilázio Teixeira, apresentou os projetos para as cerca de 400 pessoas que prestigiaram o evento no Restaurante Panorama Gastronômico.

Na saúde, foi divulgada a expansão do Instituto do Cérebro do RS (InsCer), que consolida o centro como referência na área da neurociência no Brasil e no exterior. Na mobilidade urbana, haverá a construção de uma ponte sobre o Arroio Dilúvio, em Porto Alegre, para facilitar o acesso ao Hospital São Lucas, e também melhorar o fluxo do trânsito na região leste da Capital. Com relação ao ensino, a Universidade apresentou um novo prédio, no coração do Campus, totalmente voltado a metodologias inovadoras de ensino, além de espaços de convivência e estudo para os estudantes.

Confira os vídeos das obras:    InsCer    |     Nova ponte     |     Prédio 15

“Somos uma Universidade em permanente transformação. O sentido da mudança encontra o seu verdadeiro significado na procura incessante de novos caminhos, de novas ideias e de novas soluções, na ambição permanente de uma universidade que se interpela todos os dias. Sólida nos princípios, mas aberta à inovação, tão consistente e capaz de assumir opções de continuidade quanto leve e eficaz quando chega a hora de mudar”, frisou o reitor, na cerimônia.

Ir. Evilázio Teixeira recordou o papel e o compromisso da PUCRS com as pessoas, o desenvolvimento e o aprendizado permanente. “A universidade é, por sua natureza, uma organização humana de natureza social e comunitária. Mais do que um lugar de ensino, é um local de aprendizagem para todos: estudantes, professores, corpo administrativo, pesquisadores e todas as pessoas de algum modo beneficiadas por nossas ações e serviços”, destacou.

Durante a exposição das entregas do 70º aniversário, Teixeira também agradeceu aos mais de 170 mil diplomados, estudantes e a toda comunidade PUCRS, que “com seu trabalho e dedicação diária fazem da Universidade uma instituição de referência em educação, pesquisa e inovação, como também um lugar de realização pessoal e profissional”, enalteceu.

Expansão do Instituto do Cérebro do RS

Iniciativa voltada ao ensino, à assistência e à promoção da saúde, de maneira integrada e multidisciplinar, a ampliação do InsCer é a primeira obra prevista do Campus da Saúde da PUCRS. Este ambiente congrega as Escolas de Ciências da Saúde e Medicina da PUCRS, com seis empreendimentos dedicados a essa área: além do InsCer, o Hospital São Lucas, o Parque Esportivo, o Centro de Reabilitação, o Centro Clínico e o futuro Healthcenter Care, um centro com serviços diferenciados voltados à saúde e ao bem-estar, que está em fase de desenvolvimento. “Com o Campus da Saúde, o paciente vai ter um atendimento completo. É uma mudança de modelo, de paradigma, com integração entre todas as unidades e circulação facilitada”, destaca o vice-reitor da PUCRS e diretor do InsCer, Jaderson Costa da Costa.

Serão investidos em torno de R$ 60 milhões na obra que conta com financiamento da FINEP. A expansão do InsCer é o primeiro projeto a ser enquadrado na linha de financiamento Inovação Crítica da Finep em 2018. A linha é destinada a propostas que expressem a necessidade de desenvolvimento tecnológico para atendimento a prioridades nacionais de interesse estratégico.

Já iniciadas, as obras têm previsão de conclusão para abril de 2020 e irão triplicar o tamanho do Instituto. Durante este período, o InsCer terá uma nova entrada para o acesso de colaboradores e clientes, e todas as atividades atuais serão mantidas: os exames feitos no Centro de Imagem, as pesquisas clínicas e pré-clínicas e a produção de radiofármacos. Os clientes não terão nenhum prejuízo em relação aos atendimentos realizados.

Atualmente, o Instituto ocupa uma área de 2.549 metros quadrados, correspondendo a aproximadamente 40% da área originalmente projetada. A ideia da ampliação é completar a área correspondente ao projeto original, chegando a área total de 9.335 metros quadrados.

Aumento da produção de radiofármacos e as novas estruturas

Com a nova estrutura, o Centro de Produção de Radiofármacos vai ter sua capacidade de desenvolvimento ampliada e todo o processo de produção destes novos produtos vai ocorrer dentro do InsCer, desde a pesquisa básica para descobrir novos biomarcadores, até a aplicação em pacientes. Denominado de Pesquisa Translacional, este ciclo de início, meio e fim vai ser dar em uma nova e ampla estrutura, totalmente focada nas pesquisas e no atendimento ao paciente. Estes novos produtos são voltados às doenças neurodegenerativas e oncológicas, que têm despertado grande interesse no mundo inteiro em função da expressiva ocorrência na população.

Também estão previstos sete laboratórios altamente equipados que vão ser construídos e representam um avanço para as pesquisas translacionais, com espaços que favorecem a interação entre os pesquisadores. Os ambientes serão dedicados exclusivamente às pesquisas experimentais em neurociências, incluindo o Centro de Memória, onde atua o renomado pesquisador Ivan Izquierdo.

O ambulatório de pesquisa aplicada terá nove espaços dedicados a pacientes das pesquisas desenvolvidas no InsCer; duas suítes de polissonografia e uma sala para o simulador de ressonância, equipamento usado em pacientes que tem fobias. O Centro de Imagem, onde são realizados os exames, vai ser expandido, com a aquisição de um novo equipamento de ressonância magnética de ponta e outro equipamento de tomografia, duplicando os exames oferecidos à comunidade.

A recepção vai ser renovada, oferecendo maior conforto aos clientes, que também vão contar com um bistrô para alimentação e um moderno auditório com 240 lugares para uso da comunidade científica, acadêmica e da população.

Ponte visa melhorar fluxo de trânsito e acesso ao Hospital

Por meio de um termo de compromisso firmado com a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, a PUCRS vai construir uma ponte no entorno das instalações da Universidade na avenida Ipiranga. A proposta é melhorar o fluxo de veículos, ciclistas e pedestres. Com previsão de término no primeiro semestre de 2019, a obra será edificada em frente ao Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS (MCT-PUCRS), dando acesso direto ao estacionamento do Hospital São Lucas, evitando que seja necessário o retorno junto à avenida Cristiano Fischer.

A ponte terá a extensão de 26,5 metros, com a largura de 13,6 metros. Serão três faixas de rolamento, uma de ciclovia e uma de passeio. Esse acesso será edificado em concreto armado por meio do sistema de pré-moldagem das peças. A ponte terá sinalização viária, sendo implantadas sinaleiras, placas e pintura de faixas.

Novos ambientes voltados à educação inovadora e empreendedora

Além das iniciativas voltadas à saúde e à mobilidade, a Universidade dá sequência às entregas do movimento PUCRS 360°, inseridas nos eixos Campus Repensado e Aprender Diferente, com um ambiente totalmente pensado para implementar metodologias inovadoras de ensino e que inclui também áreas de convivência localizadas no Prédio 15. Ao todo, são 16 salas de aula, sete grandes áreas de convivência/lazer e alimentação, uma arena, um auditório, centrais de informações e relacionamento e setores com serviços aos estudantes. Este complexo vai proporcionar novas metodologias de ensino-aprendizagem, bem como oferecer ambientes de lazer e descanso.

Também dentro das celebrações dos 70 anos, a Universidade anunciou a ousada meta de criar mil novas startups nos próximos 10 anos. O compromisso foi firmado na comemoração dos 15 anos do Tecnopuc, completados neste ano. Essa iniciativa reflete uma tendência dos principais ecossistemas de inovação do mundo, que têm direcionado seus esforços para a geração de startups de alto desempenho e impacto social.

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Foto: Bruno Todeschini

O Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer) é um centro de referência de exames de imagem, que busca associar tecnologia de ponta e pesquisa aplicada em benefício do paciente. A instituição constitui uma proposta inovadora, interdisciplinar e multi-institucional que permite aos pesquisadores de diferentes áreas e domínios se reunirem em torno de um objetivo comum: promover o cuidado com a vida, por meio da inovação, ensino, pesquisa e assistência, em prol da saúde e do bem-estar das pessoas.

O Instituto é dividido em três importantes frentes que constituem a sua base: a pesquisa; o Centro de Imagem e o Centro de Produção de Radiofármacos. Nesse último, são feitos radiofármacos utilizados nos exames de imagem, o que é muito raro no mundo, já que o Instituto engloba, em um mesmo prédio, tanto a produção do elemento, quanto a sua utilização nos pacientes que fazem exames. Também no InsCer está o Centro de Pesquisa Pré-Clínica, uma unidade de vanguarda que abriga um aparelho de microPET/CT, que permite estudos experimentais.

Tecnologia inovadora

Ressonância Magnética, Tomografia Computadorizada, SPECT e PET/CT são os exames feitos no InsCer que abrangem todas as partes do organismo, e não apenas o cérebro. Com equipamentos de tecnologia avançada, a qualidade na imagem dos exames é altíssima, o que facilita a produção de laudos mais precisos.

O InsCer é conduzido por um time de neurocientistas renomados e está comprometido com o desafio de prestar serviços de diagnóstico de imagem de alta qualidade, mediante o desenvolvimento e o emprego de tecnologias inovadoras. Conta com a participação dos pesquisadores e professores da PUCRS, a fim de estabelecer um elo forte entre pesquisa e assistência médica. “O Instituto do Cérebro é referência internacional com produção acumulada de conhecimentos fundamentada na pesquisa translacional de ponta”, afirma o diretor da Instituição e vice-reitor da PUCRS, Jaderson Costa da Costa.

Pesquisa com Superidosos

André Palmini - Palestras InsCer para a Comunidade

InsCer para a comunidade
Foto: Eduarda Pereira/PUCRS

Na área de pesquisa, são muitos os projetos desenvolvidos. “Um que podemos destacar é o Superidosos, o primeiro estudo no Brasil com o objetivo de entender o funcionamento cerebral de idosos que parecem ser imunes aos efeitos do envelhecimento”, destaca o coordenador Costa da Costa. O estudo pretende revelar características anatômicas e funcionais únicas desse grupo da população e deve auxiliar no diagnóstico precoce e em estratégias de prevenção e tratamento da Doença de Alzheimer.

Entre os voluntários que participaram do projeto Superidosos, está Loyde de Carvalho Fagundes, professora aposentada de 83 anos, ativa e lúcida. “Acho importante participar desse tipo de pesquisa para podermos atingir ainda mais pessoas com mudanças nos hábitos de vida. Eu, por exemplo, estou sempre conversando e incentivando todo mundo a ser mais ativo. O movimento é a base do meu universo. Se eu fico quieta, adoeço. O importante é se exercitar, ler, aprender e ensinar”, afirma.

InsCer para a Comunidade

Além das pesquisas, da fabricação de fármacos e dos exames, o Instituto promove outras formas de interação com o público. A principal é o evento InsCer para a Comunidade, organizado anualmente em junho, mês de aniversário da Instituição. A programação é composta por um ciclo de palestras gratuitas com os pesquisadores da casa, com apresentações didáticas e esclarecedoras sobre temas importantes, como preservação da memória, bullying e implicações na saúde mental, transtornos de aprendizagem, esclerose múltipla e a importância de dormir bem, entre outros. Em 2018, a atividade ocorreu entre os dias 31 de maio de 2 de junho.

Inspirado no carisma e nos valores maristas, o InsCer tem como missão o cuidado com a vida, por meio da inovação, ensino, pesquisa e assistência, em prol da saúde e do bem-estar das pessoas. O objetivo é continuar sendo uma referência à população.