O Programa de Pós-Graduação em Medicina e Ciências da Saúde tem excelência internacional atestada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) desde a avaliação trienal de 2004-2006. Com um corpo docente qualificado e interdisciplinar, o programa se destaca pela realização de projetos de pesquisa diversificados, propiciando o intercâmbio de conhecimentos no meio científico e a aplicação dos avanços da pesquisa básica e clínica com caráter inovador em benefício da comunidade. O corpo discente é formado não apenas por médicos. Recebe até mesmo engenheiros que trabalham com o sistema de imagens médicas ou professores interessados em novas tecnologias aplicadas à saúde. As inscrições para o doutorado vão até 22 de junho.
“O nosso grande diferencial é a infraestrutura da Universidade em termos de equipamentos”, sublinha o coordenador, Alexandre Padoin, citando o Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer-RS), que conta, por exemplo, com PET Scan (tomografia por emissão de pósitrons) para pesquisa com animais de pequeno porte, “o que poucos lugares têm”. Parcerias com centros internacionais também permitem que sejam feitos projetos com outras tecnologias.
O Pós em Medicina e Ciências da Saúde presta consultorias a programas mais recentes, o que é muito valorizado pela Capes. Algumas das instituições que contam com esse apoio são UFRGS, Unisinos, Uniritter, Unipampa, Furg, USP, UFBA, Unesp, Inca e UFRJ.
Todos os professores do Programa incluem alunos de graduação em suas pesquisas, além dos mestrandos e doutorandos. Uma das formas de estimular que se dediquem à investigação científica desde cedo é o programa MD PHD da Capes. Na primeira vez que participou do edital, em 2008, a PUCRS integrou quatro estudantes de Medicina ao doutorado, mediante concurso interno. Três terminaram com êxito seus trabalhos e realizaram doutorado sanduíche no exterior, sendo que Marta Hentschke recebeu o Prêmio Capes de Tese em 2015. Outros seis acadêmicos ingressaram no MD PHD desde então.
Um dos exemplos da excelência da pesquisa realizada pelo Pós em Medicina e Ciências da Saúde e também em Biologia Celular e Molecular é o trabalho do Centro de Pesquisas em Biologia Molecular e Funcional (CPBMF), que sedia o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Tuberculose. No local, são buscados novos compostos menos tóxicos e mais eficientes contra a doença, que ainda tem números alarmantes. São 2 bilhões de infectados. Em 2016, houve 10,4 milhões de novos casos e 1,3 milhão de óbitos, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, 69.569 pessoas foram diagnosticadas em 2017 e 4.426 morreram em 2016, segundo o Ministério da Saúde. A taxa de abandono do tratamento chega a 10% no País, duas vezes além da meta da OMS.
O coordenador, Luiz Augusto Basso, diz que o CPBMF tenta acompanhar o que os melhores laboratórios do mundo fazem. Encurtar o tempo de medicação (hoje são seis meses) e eliminar as cepas resistentes são dois dos desafios. Para isso, o INCT é dividido em três partes: diagnóstico, agentes quimioterápicos e proteoma/vacinas. A PUCRS se envolve nos dois últimos. A maioria dos experimentos é feita no centro, localizado no Parque Científico e Tecnológico da Universidade (Tecnopuc).
São selecionados compostos com potencial de atividade contra a tuberculose. Das centenas de sintetizados, sobram alguns que podem funcionar e passarão para as novas etapas. E não há garantia de que terão efeito nos modelos in vivo. Os esforços da equipe incluem abordagens racional e fenotípica para identificação de compostos químicos promissores a serem utilizados no tratamento.
Análises de toxicidade e segurança dessas substâncias são realizadas em linhagens de células eucarióticas, no zebra fish, em roedores e não roedores. Essa etapa ajuda a prever o comportamento dos compostos nos sistemas mais complexos. Em paralelo aos estudos, há a tentativa de identificação do alvo desse possível novo fármaco – no hospedeiro ou na micobactéria. Nos últimos três anos, pesquisadores foram para os EUA e Inglaterra aprender novas estratégias que foram implantadas no CPBMF.
Além de Basso, professor permanente dos Programas de Pós em Medicina e em Biologia Celular e Molecular (PPGBCM), atuam no local os professores Cristiano Valim Bizarro, da Escola de Ciências, que coordena o PPGBMC, e Pablo Machado, da Escola de Ciências da Saúde, responsável pelo Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia Farmacêutica. Hoje, o CPBMF tem sete bolsistas de pós-doutorado, da Medicina e da Biologia Molecular, seis doutorandos, seis mestrandos, além de cinco alunos de iniciação científica. De formações variadas, envolvem-se da pesquisa básica à aplicada.
SAIBA MAIS |
Inscrições até 22 de junho |
Valor da bolsa integral Capes/CNPq |
Mestrado: R$ 1.500
Doutorado: R$ 2.200 |
Mestres e doutores diplomados pelo Programa desde 1994 |
Mestres: 468
Doutores: 242 |
Professores titulados (doutores e pós-doutores) |
30 professores (24 permanentes e 6 colaboradores) – mais de 50% têm pós-doutorado no exterior |
Professores bolsistas de produtividade do CNPq |
17 bolsistas docentes (68% do total) – 3 são nível 1A (o máximo) |
Alunos de fora do Estado |
Alunos vindos do Rio de Janeiro e de Minas Gerais |
Alunos de fora do País |
Alunos do México, Argentina, Chile, Peru e Colômbia |
Alunos em estágio pós-doutoral |
14, sendo 5 bolsistas do Programa Nacional de Pós-Doutorado (PNPD) e 1 bolsista do Prêmio de Tese, ambos da Capes. |
Bolsas de estudo |
CNPq (mestrado e doutorado)
Proex/Capes – parcial e integral (mestrado e doutorado) |