Dia Mundial do Urbanismo

Foto: Camila Cunha

Responsável por moldar parte importante da cultura e história da sociedade, arquitetura pode ser um verdadeiro universo a explorar. A primeira coisa que quem deseja atuar nessa área precisa saber é: há muitas possibilidades no mercado para esses profissionais. Abrangendo temas como paisagismo e urbanismo, a Arquitetura é intrínseca ao caminhar da humanidade e, obviamente, o progresso da tecnologia também se faz presente e influente neste campo do conhecimento. 

Camila Fujita, professora e integrante da comissão coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Escola Politécnica da PUCRS contextualiza:  

“Os avanços científicos e tecnológicos recentes têm influenciado tanto a forma de pensar como fazer e experienciar a arquitetura, por meio da interação em ambientes virtuais e de realidade aumentada, de novos softwares de criação e gerenciamento, de tecnologias e da automação para a construção civil, bem como das tecnologias da informação e comunicação aplicadas às cidades e aos espaços públicos, dentre muitos outros.” 

Inovações tecnológicas traçam novos caminhos para a área 

Assim como em tantas outras áreas do conhecimento, a arquitetura entra em uma nova era, na qual novas tecnologias modificam cada vez mais tanto o trabalho de arquitetos/as quanto ambientes projetados por esses profissionais. A coordenadora do curso, Maria Alice Medeiros Dias, elenca como importantes e inovadoras as tecnologias relacionadas à modelagem 3D, realidade aumentada, automação residencial e nanotecnologia. 

De acordo com a pesquisadora, que tem experiência na área de Arquitetura e Urbanismo, com ênfase no Projeto de Espaços Livres Urbanos, ferramentas de modelagem tridimensional possibilitam maior eficiência, economia e integração à execução de projetos de casas e edifícios. Um exemplo de inovação nessa área é o Building Information Modeling (BIM), ou Modelagem da Informação da Construção, em português. Trata-se de uma metodologia que estabelece diretrizes e parâmetros para melhorar o fluxo de trabalho em áreas como Arquitetura, Engenharia, Administração Economia e Ciência da Computação. O BIM geralmente é comportado por softwares de modelagem como o Autodesk Revit e o Graphisoft Archicad. 

Foto: Jonathan Heckler

A automação residencial modifica a forma como o ser humano interage com os ambientes e equipamentos à sua volta. Além disso, a realidade aumentada tem se mostrado útil em transações no mercado imobiliário e a nanotecnologia vem contribuindo para a descoberta de materiais inovadores e mais sustentáveis. “A arquitetura se transforma na mesma medida que o conhecimento e a tecnologia, pois tudo e todos necessitam estar e interagir em algum lugar, seja esse real e/ou virtual”, diz. 

Outro tema constante, cuja incorporação ao trabalho dos arquitetos já se mostra como um passo natural, é o metaverso. Isso se deve ao fato de que a proposta de integração entre os ambientes real e virtual já é algo presente no cotidiano da profissão por meio do crescente uso de recursos computacionais.  

“Nesta nova camada de experiências da realidade, em qualquer que seja a oportunidade de negócio ou desenvolvimento de serviços será necessário trazer referências espaciais de lugares e ambientes, oportunizando a participação do arquiteto e urbanista. Temos, inclusive, egressos do curso que já estão atuando nesta área”, comenta Maria Alice. 

Um curso que prepara para um mercado repleto de novidades 

Em constante atualização, o curso de Arquitetura e Urbanismo da Escola Politécnica é composto de uma nova e atual matriz curricular que inclui muitas das novas transformações tecnológicas e mercadológicas. Entre as reflexões e atividades propostas estão uma maior integração e aplicação dos conhecimentos por meio de aulas e práticas nos diversos ateliês do curso, laboratórios, além de viagens de estudo, vivências com profissionais do mercado e aproveitamento de ambientes de aprendizagem dentro e fora do Campus. O ensino, sobretudo nos ateliês de projeto, ocorre essencialmente por meio de metodologias ativas que buscam dar conta de transmitir as melhores práticas da atualidade e realizar um acompanhamento próximo e atento ao desenvolvimento do/da estudante.  

As professoras explicam que os próprios edifícios e espaços abertos do Campus da PUCRS servem como verdadeiras aulas práticas nas áreas de arquitetura, paisagismo e urbanismo. Além de tudo isso, o curso de graduação oportuniza aos alunos viagens de estudo, que são essenciais para a construção de repertório profissional. Nessas viagens, estudantes visitam especialmente patrimônios edificados do Rio Grande do Sul, com o acompanhamento de professores especialistas na área. 

A interdisciplinaridade presente na Escola Politécnica, onde também estão diferentes cursos de Engenharia, promove no curso a abordagem de temas como eficiência energética, gestão, empreendedorismo e sustentabilidade. Este último, em especial, é um tema constante no mercado atual e em toda a sociedade, – conforme ressalta Raquel Rodrigues Lima, também integrante da comissão coordenadora da graduação: 

Foto: Jonathan Heckler

“Nosso curso tem tradição na discussão deste tema e proporciona ao estudante oportunidade de explorar e aprofundar este debate. O tema da sustentabilidade urbana comparece de modo transversal, do primeiro ao último nível da graduação, por meio do ensino nas disciplinas, atividades de extensão e pesquisa, palestras e eventos promovidos”. 

Escola Politécnica é berço de projetos que visam o impacto social 

Com um longo histórico de ensino, pesquisa e extensão, o curso de Arquitetura e Urbanismo da PUCRS está direcionado especialmente a temas como inovação social e sustentabilidade. Um exemplo é o projeto Urbanistas Contra o Corona, realizado em 2020. A ação, que reuniu professores, alunos e egressos do curso, tinha como propósito formar uma rede de apoio no Estado e produzir soluções emergenciais a fim de garantir equidade social e espacial nos espaços periféricos, diante da pandemia de Covid-19. O projeto integra uma rede nacional de instituições de ensino, de classe e outras organizações.  

Também há o projeto Service Learning, que oportuniza parcerias entre disciplinas do curso e instituições que trazem para dentro da sala de aula desafios que precisam de soluções. A disciplina proporciona a interação dos estudantes com representantes de associações de moradores, como a Associação Integração dos Anjos e a Associação de Amigos da Praça David Ben-Gurion, além das prefeituras de Guaíba, Imbé, Osório e Porto Alegre, a Câmara de Vereadores da capital e a Empresa Pública de Transporte e Circulação de Porto Alegre (EPTC). 

Em cada semestre, estudantes desenvolvem projetos e posteriormente os apresentam aos representantes das instituições parceiras. Entre os resultados já foram entregues ideias para projetos urbanos em cidades, estudos para praças urbanas e habitação social, oficinas sobre arquitetura e sustentabilidade urbana para estudantes de comunidades carentes, entre outros.   

Estude Arquitetura e Urbanismo na PUCRS

Escola Politécnica promove nova certificação internacional em parceria com universidades de cinco países/ Foto: Giordano Toldo

Estão abertas as inscrições para a primeira edição da certificação Prácticas y Perspectivas Sostenibles en Iberoamérica, certificação internacional ministrada em língua espanhola, desenvolvido pela Escola Politécnica em parceria com cinco universidades estrangeiras, três da América Latina e duas da Europa. Direcionado às áreas de Arquitetura, Engenharia e Design, o curso tem como público-alvo alunos de graduação e pós-graduação com interesse na temática de sustentabilidade, profissionais das áreas de gestão ambiental, arquitetura e urbanismo, engenharias e demais áreas afins. As aulas começam no dia 22 de setembro e vão até o dia 28 de outubro. 

A certificação foi idealizada pela professora Cibele Figueira, do curso de Arquitetura e Urbanismo, e pelo professor Jacinto Almeida, do curso de Engenharia Civil. Além deles, o curso conta com a participação de professores das outras cinco instituições participantes: a professora Rocio Hidalgo, da Pontifícia Universidade Católica do Chile; o professor José Alayon, da Universidade Javeriana, na Colômbia; os professores Reina Loredo e Miguel Bartorila, da Universidade Autônoma de Querétaro, no México; o professor Antônio Antunes, da Universidade de Coimbra, em Portugal; e a professora Miriam Germeno, da Universidade Politécnica da Catalunha, na Espanha. Cada instituição tem a cota máxima de 15 inscrições, com o objetivo de garantir a presença de estudantes de diferentes nacionalidades. 

Metodologia inovadora  

A certificação será ministrada na modalidade online ao vivo, utilizando a metodologia Collaborative Online International Learning (COIL), “Aprendizagem Internacional Colaborativa Online” em português. Desenvolvido originalmente pela Universidade de Nova York, o COIL é adotado por instituições de ensino desde 2016. “Essa modalidade tem unido docentes de diferentes partes do mundo e conectado estudantes em uma proposta internacional em formato remoto”, comenta a professora Cibele. 

Ela explica que o COIL já foi testado anteriormente pela Escola Politécnica, na área de Engenharia Química: o curso “Engineering the Future” foi coordenado do professor Allan Morcelli, juntamente com a Catholic University of America, nos Estados Unidos, durante o período da pandemia. A primeira edição teve enfoque em aplicações da biotecnologia na mitigação da fome no mundo, e a segunda edição abordou a bioengenharia na nova fase de exploração espacial, contando com participação de astrofísicos da Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (NASA). 

Já o novo curso, “Prácticas y Perspectivas Sostenibles en Iberoamérica”, terá como foco principal a sustentabilidade. A proposta do curso se baseia nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), especificamente na meta número 11: cidades e comunidades sustentáveis. 

Certificação se baseia principalmente na meta de número 11 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU/ Foto: Giordano Toldo

“Serão apresentadas soluções urbanas para reduzir os impactos ambientais causados pela atividade humana no mundo. Os participantes terão a oportunidade de conhecer inovações em projetos e ações sustentáveis aplicadas nas comunidades, com o objetivo de promover a harmonia entre os pilares ambiental, social, cultural e econômico. O curso reúne profissionais de diferentes países e formações que apresentarão e discutirão práticas e perspectivas sustentáveis nas cidades ibero-americanas”, explica Cibele. 

A certificação será oferecida de forma online, por meio da plataforma Zoom, tendo um total de 12 encontros ao longo de seis semanas, totalizando uma carga horária de 30 horas. As aulas serão ministradas em espanhol com suporte de monitores brasileiros e cada encontro será realizado de forma simultânea, na hora local dos países de cada instituição. 

Sustentabilidade e internacionalização 

A professora Cibele conta que a ideia de criar um curso com a temática da sustentabilidade em uma colaboração internacional veio de sua própria experiência no exterior. Ela viveu durante 12 anos na Espanha, onde, além de atuar profissionalmente, fez sua pós-graduação e participou ativamente da redIALA (Investigaciones Arquitetônicas para Latinoamérica). O professor Jacinto, também criador do curso, fez o caminho inverso: natural de Portugal, ele veio para o Brasil fazer pós-graduação e também atuou profissionalmente.  

“Estas vivências nos conectaram a profissionais de distintas nacionalidades e o tema das cidades e da sustentabilidade, nos permitiu sonhar com uma maior integração entre nossas áreas de conhecimento em uma busca por vislumbrar soluções para demandas urbanas e socioambientais”, diz a professora. 

Ela destaca o papel fundamental que o Brasil exerce no contexto global para atingir metas sustentáveis no futuro, devido às suas características físicas naturais, além da importância de formar profissionais que saibam agir de forma consciente e consequente no presente. Além disso, há um grande benefício na troca de conhecimentos entre os países envolvidos no projeto: os países latino-americanos de língua espanhola são parceiros fundamentais do Brasil nesse debate, em razão da similaridade de seus contextos ambientais e problemáticas urbanas. A ideia é trazer práticas e experiências a fim de aprender com casos implementados nas cidades latino-americanas. 

“As perspectivas serão apresentadas no que se refere ao planejamento urbano e ao futuro da mobilidade almejados para o contexto ibero-americano. O curso buscará, além das aulas ministradas pelos professores, promover atividades que integrem os alunos das distintas nacionalidades. Uma das metas é aprender com experiências significativas e estabelecer conexões com profissionais e futuros profissionais interessados em projetos de impacto para o desenvolvimento sustentável”, finaliza. 

Faça sua inscrição

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Práticas em sala de aula aproximam estudantes do curso de Arquitetura e Urbanismo das necessidades da sociedade / Foto: Camila Cunha

A acessibilidade universal, a mobilidade urbana e o direito à cidade são temas fundamentais na atualidade. As principais tendências discutidas na área de Arquitetura e Urbanismo estão ligadas à busca por relações mais equilibradas entre humanidade e ambiente, à proposição de soluções inspiradas na natureza e no conceito de biofilia (o amor à vida), e à forte conexão com o mundo natural, incluindo a dimensão humana e o uso de tecnologias. Esses são apenas alguns dos aspectos das chamadas cidades inteligentes, que devem revolucionar a vida em comunidade. 

Dentre as estratégias difundidas nos projetos arquitetônicos, paisagísticos e urbanísticos estão o uso consciente dos recursos. “Nesse sentido, podemos destacar: o uso de recursos renováveis, o sequestro de carbono pelo uso da madeira certificada (que absorve a poluição) e a autogeração de energia nas edificações; a instalação de infraestruturas verdes (com plantas e integração com a natureza), principalmente nas soluções de drenagem urbana e na gestão dos recursos hídricos”, explica a professora Maria Alice Medeiros Dias, coordenadora da graduação em Arquitetura e Urbanismo da PUCRS. 

Para desenvolver projetos com essa lógica são necessários anos de estudo, pesquisa e aprofundamento. Letícia Sebben, que está no 9º semestre da graduação na área, afirma que “a formação acadêmica fornece o conhecimento necessário para embasar tal processo, conferir segurança e valor para a prática profissional, bem como nos preparar para os possíveis caminhos que o futuro revelará para esta profissão” 

Para quem também sonha em atuar no setor, o curso de Arquitetura e Urbanismo está com inscrições abertas para ingresso por meio do Vestibular de Inverno (com prova de redação online, aproveitamento da nota do Enem ou a modalidade que houver o melhor desemprenho), até o dia 6 de junho. Também é possível solicitar Transferência (para estudantes de outras instituições) e Ingresso de Diplomado (para quem já se formou no ensino superior, com desconto). 

O que significa pensar ambientes com foco nas pessoas? 

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Oficina do Open Campus na Escola Politécnica / Foto: Camila Cunha

Maria Alice pontua que a ideia principal é promover a qualidade de vida das pessoas, criar condições dignas de habitação, trabalho e lazer para que, de forma ampla, possam realizar suas atividades e explorar potenciais: 

“Uma cidade inclusiva e pensada para as pessoas impacta positivamente a saúde física e mental da população, contribui para o desenvolvimento humano, abrangendo as diversas demandas da sociedade”. 

Ela também destaca que o respeito ao patrimônio ambiental, cultural e histórico dos espaços deve estar presente na concepção de cidades inteligentes. 

O avanço das cidades inteligentes 

As cidades inteligentes do futuro deverão priorizar o bem-estar das pessoas por meio do uso criterioso de recursos tecnológicos. De acordo com a professora, o importante é assegurar que as novas ferramentas e inovações possam contribuir para que as cidades sejam mais humanas, seguras e eficientes nos serviços que oferecem aos cidadãos e cidadãs. 

“As discussões nesse sentido têm envolvido a academia, as comunidades e os órgãos da administração pública em estudos, atividades e propostas para cidades mais sustentáveis, inteligentes e circulares”, acrescenta. 

Afinal, quem já perdeu a paciência esperando para poder atravessar a rua em uma avenida movimentada e mal sinalizada, ou se encantou com a beleza convidativa de um ambiente ao ar livre planejado para a convivência, consegue entender brevemente qual é a importância prática da área. 

O futuro das cidades será construído por profissionais que inovam 

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O foco das cidades inteligentes do futuro será o bem-estar das pessoas / Foto: Camila Cunha

Os espaços passaram a exercer funções ainda mais importantes na vida das pessoas nos últimos anos, e isso foi intensificado pelo período de distanciamento social causado pela pandemia da Covid-19, salienta a aluna Letícia. Já a professora Maria Alice reforça que os futuros bons arquitetos e arquitetas serão profissionais que estão preparados/as para propor inovações de acordo com as necessidades do momento, tendo também uma visão empreendedora: 

“Será necessário atuar como agente de inovação e transformação, dedicado a colaborar na solução e na gestão das demandas sociais. Criatividade, compartilhamento de ideias e trabalho colaborativo são competências essenciais no perfil de arquitetos e urbanistas”. 

Letícia diz ainda que após a formação espera exercer a sua função com base em valores humanos: “A área de Arquitetura e Urbanismo tem muito potencial para modificar a nossa sociedade, que é o que eu acredito e acho coerente como futura profissional”. 

Estude Arquitetura e Urbanismo na PUCRS em 2022/2

Dia Mundial do Urbanismo

Foto: Camila Cunha

Responsável por moldar parte importante da cultura e história da sociedade, arquitetura pode ser um verdadeiro universo a explorar. A primeira coisa que quem deseja atuar nessa área precisa saber é: há muitas possibilidades no mercado para esses profissionais. Abrangendo temas como paisagismo e urbanismo, a Arquitetura é intrínseca ao caminhar da humanidade e, obviamente, o progresso da tecnologia também se faz presente e influente neste campo do conhecimento. 

Camila Fujita, professora e integrante da comissão coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Escola Politécnica da PUCRS contextualiza:  

“Os avanços científicos e tecnológicos recentes têm influenciado tanto a forma de pensar, como fazer e experienciar a arquitetura, através da interação em ambientes virtuais e de realidade aumentada, de novos softwares de criação e gerenciamento, de tecnologias e da automação para a construção civil, bem como das tecnologias da informação e comunicação aplicadas às cidades e aos espaços públicos, dentre muitos outros.” 

Inovações tecnológicas traçam novos caminhos para a área 

Assim como em tantas outras áreas do conhecimento, a arquitetura entra em uma nova era, na qual novas tecnologias modificam cada vez mais tanto o trabalho de arquitetos/as quanto ambientes projetados por esses profissionais. A coordenadora do curso, Maria Alice Medeiros Dias, elenca como importantes e inovadoras as tecnologias relacionadas à modelagem 3D, realidade aumentada, automação residencial e nanotecnologia. 

De acordo com a pesquisadora, que tem experiência na área de Arquitetura e Urbanismo, com ênfase no Projeto de Espaços Livres Urbanos, ferramentas de modelagem tridimensional possibilitam maior eficiência, economia e integração à execução de projetos de casas e edifícios. Um exemplo de inovação nessa área é o Building Information Modeling (BIM), ou Modelagem da Informação da Construção, em português. Trata-se de uma metodologia que estabelece diretrizes e parâmetros para melhorar o fluxo de trabalho em áreas como Arquitetura, Engenharia, Administração Economia e Ciência da Computação. O BIM geralmente é comportado por softwares de modelagem como o Autodesk Revit e o Graphisoft Archicad. 

Foto: Jonathan Heckler

A automação residencial modifica a forma como o ser humano interage com os ambientes e equipamentos à sua volta. Além disso, a realidade aumentada tem se mostrado útil em transações no mercado imobiliário e a nanotecnologia vem contribuindo para a descoberta de materiais inovadores e mais sustentáveis. “A arquitetura se transforma na mesma medida que o conhecimento e a tecnologia, pois tudo e todos necessitam estar e interagir em algum lugar, seja esse real e/ou virtual”, diz. 

Outro tema constante, cuja incorporação ao trabalho dos arquitetos já se mostra como um passo natural, é o metaverso. Isso se deve ao fato de que a proposta de integração entre os ambientes real e virtual já é algo presente no cotidiano da profissão por meio do crescente uso de recursos computacionais.  

“Nesta nova camada de experiências da realidade, em qualquer que seja a oportunidade de negócio ou desenvolvimento de serviços será necessário trazer referências espaciais de lugares e ambientes, oportunizando a participação do arquiteto e urbanista. Temos, inclusive, egressos do curso que já estão atuando nesta área”, comenta Maria Alice. 

Um curso que prepara para um mercado repleto de novidades 

Em constante atualização, o curso de Arquitetura e Urbanismo da Escola Politécnica é composto de uma nova e atual matriz curricular que inclui muitas das novas transformações tecnológicas e mercadológicas. Entre as reflexões e atividades propostas estão uma maior integração e aplicação dos conhecimentos por meio de aulas e práticas nos diversos ateliês do curso, laboratórios, além de viagens de estudo, vivências com profissionais do mercado e aproveitamento de ambientes de aprendizagem dentro e fora do Campus. O ensino, sobretudo nos ateliês de projeto, ocorre essencialmente por meio de metodologias ativas que buscam dar conta de transmitir as melhores práticas da atualidade e realizar um acompanhamento próximo e atento ao desenvolvimento do/da estudante.  

As professoras explicam que os próprios edifícios e espaços abertos do Campus da PUCRS servem como verdadeiras aulas práticas nas áreas de arquitetura, paisagismo e urbanismo. Além de tudo isso, o curso de graduação oportuniza aos alunos viagens de estudo, que são essenciais para a construção de repertório profissional. Nessas viagens, estudantes visitam especialmente patrimônios edificados do Rio Grande do Sul, com o acompanhamento de professores especialistas na área. 

A interdisciplinaridade presente na Escola Politécnica, onde também estão diferentes cursos de Engenharia, promove no curso a abordagem de temas como eficiência energética, gestão, empreendedorismo e sustentabilidade. Este último, em especial, é um tema constante no mercado atual e em toda a sociedade, – conforme ressalta Raquel Rodrigues Lima, também integrante da comissão coordenadora da graduação: 

Foto: Jonathan Heckler

“Nosso curso tem tradição na discussão deste tema e proporciona ao estudante oportunidade de explorar e aprofundar este debate. O tema da sustentabilidade urbana comparece de modo transversal, do primeiro ao último nível da graduação, por meio do ensino nas disciplinas, atividades de extensão e pesquisa, palestras e eventos promovidos”. 

Entre os eventos mais recentes relacionados a essa temática está o Congresso Internacional: Sustainability the City and Society 2023, promovido pelo curso de Arquitetura e Urbanismo em conjunto com a Escola Politécnica, Escola de Humanidades, Centro de Estudos Europeus e Alemães (CDEA – PUCRS/UFRGS), Departamento Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e o Programa de Pós-Graduação em Planejamento Urbano e Regional (PROPUR/UFRGS). O congresso corre entre 19 a 21 de outubro de 2023, no Campus da PUCRS. 

Escola Politécnica é berço de projetos que visam o impacto social 

Com um longo histórico de ensino, pesquisa e extensão, o curso de Arquitetura e Urbanismo da PUCRS está direcionado especialmente a temas como inovação social e sustentabilidade. Um exemplo é o projeto Urbanistas Contra o Corona, realizado em 2020. A ação, que reuniu professores, alunos e egressos do curso, tinha como propósito formar uma rede de apoio no Estado e produzir soluções emergenciais a fim de garantir equidade social e espacial nos espaços periféricos, diante da pandemia de Covid-19. O projeto integra uma rede nacional de instituições de ensino, de classe e outras organizações.  

Também há o projeto Service Learning, que oportuniza parcerias entre disciplinas do curso e instituições que trazem para dentro da sala de aula desafios que precisam de soluções. A disciplina proporciona a interação dos estudantes com representantes de associações de moradores, como a Associação Integração dos Anjos e a Associação de Amigos da Praça David Ben-Gurion, além das prefeituras de Guaíba, Imbé, Osório e Porto Alegre, a Câmara de Vereadores da capital e a Empresa Pública de Transporte e Circulação de Porto Alegre (EPTC). 

Em cada semestre, estudantes desenvolvem projetos e posteriormente os apresentam aos representantes das instituições parceiras. Entre os resultados já foram entregues ideias para projetos urbanos em cidades, estudos para praças urbanas e habitação social, oficinas sobre arquitetura e sustentabilidade urbana para estudantes de comunidades carentes, entre outros.   

Estude Arquitetura e Urbanismo na PUCRS

Dia Mundial do Urbanismo

Dia Mundial do Urbanismo / Foto: Camila Cunha

O Dia Mundial do Urbanismo, comemorado no dia 8 de novembro, propõe um debate consciente sobre a promoção e criação de soluções de urbanismo, que podem contribuir para uma saudável integração dos elementos de uma comunidade. Entre os temas debatidos estão mobilidade urbana, locais para habitação, soluções de lazer e planejamento de áreas verdes. De acordo com o professor do curso de Arquitetura e Urbanismo da PUCRS Flávio Kiefer, o Urbanismo é a ciência que estuda os fundamentos que estão por trás das formas que as pessoas encontraram para compartilharem suas vidas em conjunto.

Para o docente, o urbanismo aborda arquitetura, distribuição de serviços, trabalho, habitação, lazer, capital, religião, ideologia e muitos outros aspectos que condicionam a forma da cidade. Desta forma, conhecer todas essas dimensões permite ao urbanista antecipar o planejamento e desenho da transformação das cidades, acompanhando o permanente processo de mudança que nos caracteriza.

Na PUCRS, o curso de Arquitetura e Urbanismo da Escola Politécnica é responsável pela formação de profissionais prontos para atuar em diversos nichos e capazes de entender as necessidades da sociedade, de pensar criativamente e de forma inovadora, de ver o mundo com sensibilidade e de expressar as suas ideias por meio do trabalho. Durante a graduação, o aluno reflete sobre os lugares, seja casa, bairro ou cidade, para entender e atuar em cada um desses ambientes, trazendo cada vez mais harmonia e significado para o mundo.

Qualidade de vida nas cidades

O urbanismo é a área do conhecimento que estuda as relações entre a sociedade e o espaço em que ela está inserida. Com seu surgimento após a revolução industrial, no fim do século XIX, seu papel é planejar espaços urbanos para facilitar a vida das pessoas. Durante esse período, os grandes centros urbanos passavam por intensas transformações causadas pelo aumento populacional e por conta disso se tornou necessário refletir a qualidade de vida nas cidades.

Desta forma, assim como a arquitetura, o urbanismo nasce com a função de organizar os espaços urbanos para execução de várias funções, para manter a sociedade em pleno funcionamento e com sustentabilidade. O que difere das áreas são suas complexidades e escalas de projeto. A professora do curso de Arquitetura e Urbanismo da PUCRS Caroline Kuhn explica que as equipes multidisciplinares de urbanismo buscam resolver esse espaço complexo que são as cidades, onde vivem hoje quase 60% da população mundial.

“O desafio atual é grande, o de migrarmos para um modelo sustentável de desenvolvimento urbano, com cidades igualitárias e inclusivas, tendo como pautas a habitação, mobilidade, meio ambiente, saneamento e desenvolvimento socioeconômico”, complementou a docente.

Caroline cita a colocação de Françoise Choay, professora francesa de urbanismo, arte e arquitetura na Université de Paris VIII, que disse que o “urbanismo quer resolver um problema: o planejamento da cidade”. Desde então, foram muitas as teorias e modelos de cidades desenvolvidos, preocupando-se em resolver os problemas urbanos em termos de estrutura, relações sociais, econômicas e ambientais.

Urbanismo na PUCRS

A professora Caroline integra o grupo de pesquisa Cidade, Projeto e Gestão vinculada à Escola Politécnica, coordenado pela Prof. Cibele Vieira Figueira. Pesquisadores, professores e alunos desenvolvem metodologias para o reconhecimento de áreas de reabilitação e requalificação em zonas urbanas com tecido histórico, tendo como estudo de caso o Quarto Distrito de Porto Alegre.

O objetivo dos projetos realizados pelo grupo é instrumentalizar as tomadas de decisão, reforçando a ideia de sustentabilidade como melhor aproveitamento dos recursos existentes, neste caso, a manutenção de edificações e conjuntos edificados que valorizam e contribuem para a ambiência histórica do local. Em março, o PUCRS Pesquisa divulgou alguns destes projetos em celebração aos 250 anos de Porto Alegre, confira mais no especial.

O professor Flávio Kiefer pesquisa e escreve sobre a cidade a partir de sua história, de sua memória, buscando encontrar elementos que ajudem a balizar a sua transformação sadia. Já a professora Caroline Kuhn atua como consultora de planejamento urbano e geoprocessamento, além de atuar como professora da Escola Politécnica da PUCRS. Ambos os pesquisadores atuam no curso de Arquitetura e Urbanismo da PUCRS, saiba mais através do site.

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Foto: Camila Cunha

Estão sendo realizadas duas exposições gratuitas e abertas ao público no saguão da Biblioteca Central Ir. José Otão durante o mês de junho. A mostra itinerante O Desenho da Memória traz croquis e desenhos realizados por 26 arquitetos, colocando o desenho como parte fundamental do processo de pensar arquitetura. Realizada pelo Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento do Rio Grande do Sul (IAB/RS), com apoio da Escola Politécnica, a exposição fica na Universidade até o dia 5 de julho. Parte dos trabalhos expostos são de autoria de três professores do Curso de Arquitetura e Urbanismo da PUCRS, Tiago Giora, Daniel Pitta e Paulo Ricardo Bregatto, além do diplomado Daniel Dillenburg.

 

Arte Sacra Jesuítico-Guarani

Também está sendo realizada pela Escola de Humanidades, por meio do Projeto de Arte Sacra Jesuítico-Guarani, a mostra São Pedro – Arte Sacra Jesuítico-Guarani séc. XVII-XVIII, que fica exposta até 29 de junho, no térreo da Biblioteca, após as catracas. A exposição traz as descobertas inéditas do Grupo de Pesquisa sobre Arte Sacra Jesuítico-Guarani da PUCRS, com um pouco da história e a arte do imaginário jesuítico-guarani dos séculos 17 e 18. A principal peça exposta é a escultura sacra missioneira de São Pedro, padroeiro do Rio Grande do Sul, feita em cedro policromado no século 18. Para acessar a exposição, a comunidade acadêmica e técnicos administrativos da PUCRS devem utilizar seus crachás e carteirinhas, e o público em geral pode fazer um cadastro na recepção.

Urban21, FAU

Imagem: Reprodução

Um projeto desenvolvido por alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo garantiu o primeiro lugar no 3º Urban21 – Concurso Universitário Nacional de Urbanismo, que, promovido pela Revista PROJETO e pela Alphaville Urbanismo, incentiva a prática do desenho urbano entre os estudantes e premia produções de destaque. O trabalho, intitulado Reconhecer – Olhar o urbano através do detalhe, desenvolveu um estudo para a região do 4º Distrito de Porto Alegre, na Zona Norte da Capital, local marcado por diversos vazios urbanos. Orientados pela professora Cibele Figueira, os alunos Francine Franco, Aloísio Gianesini Júnior, Bárbara Remussi, Carol Solaro, Eduarda Rossatto, Gustavo Franco, Lucas Gomes e Ricardo Dorfman receberam o reconhecimento durante cerimônia realizada no edifício Copan, localizado no centro de São Paulo. Considerada uma das construções mais emblemáticas da cidade, foi projetada na década de 1950 por Oscar Niemeyer.

Case vencedor

Urban21, FAUA proposta vencedora teve como base a simulação de um cenário de desenvolvimento para os bairros Floresta, São Geraldo e Navegantes, focando no desenho urbano do entorno das antigas instalações da Companhia de Fiação e Tecidos Porto Alegrense (Fiateci) e da fábrica de chocolates Neugebauer. “Os alunos sugeriram uma postura de equilíbrio entre o saudosismo, que prega a intocabilidade do legado histórico e considera qualquer nova ação intrusiva, e a modernização irrestrita, que substitui momentos já vividos com novas edificações”, explica a professora Cibele. Para a equipe, é necessário continuar construindo a história sem deixar de levar em conta os ganhos do passado, incorporando traços da contemporaneidade a eles. O projeto se voltou justamente a este conceito, selecionando dois cenários em situações distintas – um que já foi alvo de intervenção e outro que ainda se encontra em sua forma original –, com a ideia de coexistência dos tempos.

Para a área da antiga Fiateci, hoje um condomínio fechado, foi proposta a implementação de uma rua de pedestres, que desempenharia um papel importante na ambientação da região. No projeto também consta o uso do térreo para comércio e serviços, o que vitalizaria a rua e aumentaria a segurança do local. Na antiga fábrica Neugebauer, a equipe sugeriu a implementação de pontos de cultura, lazer e serviços, no intuito de recuperar a importância econômica do bairro. Além disso, também seria criado um polo educacional. Novos usos na área portuária induziriam o pedestre a transitar até a orla do Guaíba, o que, de acordo com o grupo, contribuiria para o resgate da relação entre a cidade e o rio.

O júri concedeu o primeiro lugar ao projeto dos alunos da PUCRS de maneira unânime. Destacaram o entendimento do local, a qualidade da apresentação, dos desenhos urbanos e da volumetria das edificações e a reflexão apresentada sobre o conceito de patrimônio.

Pedro Terra Oliveira recebe o Prêmio IAB RS 2015 José Albano Volkmer

Pedro Terra Oliveira recebe o Prêmio IAB RS 2015 José Albano Volkmer
Foto: Divulgação

O diplomado em Arquitetura e Urbanismo da PUCRS Pedro Terra Oliveira venceu o Prêmio IAB RS 2015 José Albano Volkmer, promovido pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB). O diplomado venceu com o projeto Infraestrutura da Paisagem – Valorização Cultural e Turística de Mostardas/RS, e teve como professora orientadora Maria Dalila Bohrer. Ele recebeu como troféu uma obra de arte criada pelo artista plástico Vinicius Vieira, um certificado de melhor projeto, além de uma bolsa de estudos para participar dos cursos promovidos pelo IAB RS durante o período de um ano. A cerimônia, que ocorreu no Ponto de Cultura Solar do IAB, contou com 33 trabalhos de arquitetos gaúchos recém-formados e que em 2015 receberam, em suas faculdades, Menção Honrosa pelo melhor trabalho de conclusão de curso na área.