Arnaldo Antunes

Foto: Jonathan Heckler

Além de encher o Campus de vida, o retorno à presencialidade também tem possibilitado uma jornada de reconexão da comunidade universitária com a cultura. Após centenas de atividades online promovidas pelo Instituto de Cultura da PUCRS – em que artistas levaram música, arte e poesia a milhares de lares durante o período de distanciamento – um reencontro aconteceu pessoalmente, no dia 24 de março, no Salão de Atos. O show Lágrimas no Mar, novo trabalho do cantor e compositor Arnaldo Antunes com o pianista Vitor Araújo, foi composto por uma linguagem interartística que reuniu piano, voz, poesia e audiovisual.

A apresentação, que estava programada para 2020 om o álbum O Real Resiste, aconteceu agora com o novo lançamento do artista, dois anos depois, em consequência da pandemia. Este, inclusive, foi o ponto de partida para definir os contornos de Lágrimas no Mar, seu novo e último disco.

“Foi uma noite pautada por elementos tão preciosos como a poeticidade, a delicadeza, o afeto. Vivenciamos um momento especial, um olhar de delicadeza aos pequenos detalhes do cotidiano. Uma espera de dois anos pelo show O Real Resiste acabou desaguando em Lágrimas no Mar, um show com a união de um pianista virtuoso, incrível como o Vitor, e um cantor e poeta que é o Arnaldo. Foi um momento de destaque da PUCRS Cultura nos últimos anos, trazendo essa possibilidade de viver o Campus e sobretudo pensar a cultura como educação”, destaca o diretor do Instituto de Cultura, professor Ricardo Barberena.

O encontro com a plateia

Cerca de mil pessoas estiveram no evento que, segundo o professor, acabou sendo também uma celebração da vida depois de um momento de tantas perdas. “Março é um sempre um mês especial no nosso Campus, de volta às aulas, de recomeços. O show acabou sendo uma grande arte do encontro com a plateia, com os artistas e a esperança de um presente e de um futuro um pouco mais tranquilo”, destacou.

No repertório, além das novas canções, estiveram clássicos como Socorro e O Pulso. Canções de Marisa Monte, Caetano e Itamar Assumpção também emocionaram o público presente, além da participação especial da cantora Marcia Xavier.

Sobre o show Lágrimas no Mar

Arnaldo Antunes e Vitor Araújo apresentam um show que conta com apenas voz e piano, um formato inédito para ambos os artistas, que uniram o gosto pela experimentação na criação do álbum. O disco reúne novas canções, releituras, interpretações e participações especiais. O show teve interpretação simultânea na Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Sobre o novo álbum

Lágrimas no Mar, álbum lançado em novembro de 2021, é fruto da sintonia criativa da voz de Arnaldo Antunes com os arranjos do pianista Vitor Araújo. O disco foi gravado no estúdio Canto da Coruja, o mesmo em que Arnaldo havia gravado seus dois últimos discos, num sítio no interior de São Paulo. O novo álbum traz em suas canções a compreensão da natureza emocional, resultado da imersão na música e o convívio com a natureza.

Foto: Fernando Laszlo

Foto: Fernando Laszlo

Devido à disseminação do coronavírus, seguindo as recomendações dos órgãos oficiais de saúde e do poder público, em comum acordo com a produção do artista, o show do cantor Arnaldo Antunes foi transferido para o dia 18 de março de 2021, quinta-feira, às 21h, no Salão de Atos da PUCRS. A realização é do Instituto de Cultura da PUCRS, com produção local de Kauidea Produções Artísticas, com apoio de Piperita Sabores Selecionados e Bar do Beto.

Os ingressos comprados para as apresentações marcadas para 26 de março e 18 de agosto de 2020 valerão para a nova data. Caso o cliente decida pela devolução dos ingressos, essa se dará da seguinte forma:

Ingressos adquiridos na PUCRS Store 

Ingressos adquiridos pelos canais Uhuu

Prazos de Reembolso:

 *Conforme regras da sua administradora de cartão, para compras realizadas acima de 90 dias, a Uhuu poderá, em alguns casos, solicitar os seus dados bancários para depósito. 

O Real Resiste, o show

O cantor e compositor Arnaldo Antunes mostra o seu novo disco em uma nova configuração, com a qual nunca se apresentou. Acompanhado ao piano por André Lima, com cenário e projeções de Marcia Xavier, no show, Arnaldo vai intercalar canções de seu novo disco, O Real Resiste, com outras de várias fases de sua carreira, como Debaixo Dágua, Lua Vermelha, Socorro, Vilarejo, O Seu Olhar, Contato Imediato, entre outras, com poemas falados, entoados, sussurrados, filtrados por efeitos.

“Resolvi trazer um pouco do trabalho que apresento em minhas performances de poesia para o show, intercalando canções e poemas; fazendo uma ponte mais explícita entre essas duas frentes de minha produção, nessa formação mínima (voz e piano)”, destaca o cantor. O show terá interpretação simultânea na Língua Brasileira de Sinais (Libras). Os ingressos podem ser adquiridos pelo site uhuu.com.

O novo álbum de Arnaldo Antunes

Assim como o anterior, o RSTUVXZ (2018), o seu novo álbum, O Real Resiste (2020), foi gravado no sítio-estúdio Canto da Coruja, no interior de São Paulo, entre árvores, banhos de lago, cavalos, cachorros, crianças e galinhas. Arranjado com a mesma formação em todas as suas dez faixas (Cézar Mendes, no violão de nylon; Daniel Jobim no piano; Dadi, na guitarra, baixo, violões de 12 cordas e de nylon, slides e bandolim; Chico Salem, na guitarra, banjo e violões de aço e nylon), o disco apresenta uma sonoridade mais uniforme, tecida apenas com piano e instrumentos de cordas (sem bateria, percussão ou programações).

Gravado com os músicos tocando quase sempre juntos, buscando uma identidade original a partir desses poucos elementos, O Real Resiste se diferencia dos últimos trabalhos de Arnaldo, que variavam diferentes gêneros e formações instrumentais em suas faixas. A sonoridade do disco remete a sua fase mais intimista e concentrada nas canções, que resultou em Qualquer (2006) e na turnê registrada em Ao Vivo no Estúdio (2007). Nas palavras de Arnaldo: “Depois de um álbum (RSTUVXZ) em que alternava rocks e sambas, com seus pesos rítmicos característicos, tive vontade de me voltar mais para as canções, num registro sereno, com poucos elementos, mais próximo da maneira como foram compostas ao violão, acentuando as relações entre letra e melodia, saboreando mais as sílabas”.