Durante o período de volta às aulas, no dia 6 de agosto, a Editora da PUCRS (Edipucrs) lança a primeira obra com sua nova marca. Trata-se do livro Utopia, resistência, perda do centro: a literatura brasileira de 1960 a 1990, de Giovanni Ricciardi, com colaboração de Antonio Hohlfeldt, professor da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos. A editora estará na Rua da Cultura, com uma barraca e um espaço de leitura com pufes e um televisor que passará um vídeo apresentando a novidade. Não haverá sessão de autógrafos.
Em 2018, quando completa 30 anos de atuação, a Edipucrs apresenta o conceito “Chegou a hora de virar a página”. A mudança da marca busca resgatar a sua essência, dando ênfase às ideias de pluralidade, conexão e transformação. Saiba mais no hotsite http://ebooks.pucrs.br/edipucrs/30anos/.
A obra de Ricciardi reúne análise crítica e seleção de textos e entrevistas com escritores brasileiros, cuja produção ocorreu pouco antes, durante e logo depois do golpe de 1964 e no ciclo da posterior ditadura implantada no Brasil. O italiano é professor de Literatura Portuguesa e Brasileira.
De 6 a 10 de agosto, a barraca da Edipucrs terá livros próprios com 35% de desconto, de outras editoras com 20% e seleção de títulos a R$ 9,90.
No Dia Mundial do Teatro, celebrado em 26 de março, o professor Antonio Hohlfeldt, da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos, assumiu a presidência da Fundação Theatro São Pedro. Sua principal missão é conseguir verba para terminar as obras do Multipalco e equipá-lo, com investimento estimado em R$ 19 milhões. Destinado à exibição de espetáculos menores, o local já está com funcionamento parcial, incluindo feiras, musicais, oficinas para adolescentes e adultos e cursos de formação também voltados a crianças carentes.
Para estimular o apoio de empresários e frequentadores do São Pedro, Hohlfeldt espera contar com o Espaço Experiência, laboratório de comunicação da Famecos. Alunos, com supervisão de professores, poderão criar uma campanha para ampliar o número de integrantes da Associação Amigos do Theatro São Pedro (que hoje chega a quase 1,2 mil). Durante os eventos, são feitos novos cadastros. O associado tem 50% de desconto nos ingressos e redução no valor do estacionamento.
O professor também vai buscar concretizar parcerias entre o São Pedro e a PUCRS na promoção de eventos culturais. “O que se puder somar, será bom para os dois lados”, afirma.
Hohlfeldt tem a missão de suceder Eva Sopher, que morreu em fevereiro, aos 94 anos. Ela dedicou a vida à instituição criada em 1858, tendo trabalhado no local desde 1975, atuando para sua recuperação e posterior reabertura, em 1984. Como governador em exercício, em 2003, Hohlfeldt esteve ao lado dela na inauguração das obras do Multipalco. Mas a convivência remonta aos anos 70, antes mesmo de Eva Sopher assumir no São Pedro. Ela presidia a Pró-Arte – Sociedade de Artes, Letras e Ciências, uma associação cultural com sede em Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo, quando conheceu o jornalista ao divulgar a agenda de concertos no Correio do Povo. Hohlfeldt então começou uma amizade com a produtora cultural, chegando a fazer sugestões para a programação da Pró-Arte. Tempos depois foi trabalhar como secretário dela na associação.
Com vontade de deixar a casa dos pais, na Vila do IAPI, ele recebeu um convite da amiga. Morou por quase um ano com a família de Eva, sendo considerado o “filho do meio”, entre Renata e Ruth.
Em 1991, lançou Doce fera, sobre a vida de Eva Sopher. Geraldo Lopes, da Opus Promoções, teve a ideia de homenageá-la e procurou outros jornalistas para o desafio antes de chegar ao nome de Hohlfeldt, que planejou, fez o roteiro e escreveu o livro em dois ou três meses. Escolheu o título Doce fera imaginando que traduz bem a identidade da protagonista. “Parecia brava para quem não a conhecia. Quando conversavam com ela, viam que era maravilhosa”, define.
O escritor vai preparar uma nova edição, a ser lançada neste ano, com capítulo dedicado ao Multipalco e incluindo os últimos anos de vida da protetora do Theatro São Pedro.
Das características da Doce Fera, o novo presidente da Fundação Theatro São Pedro pretende seguir a persistência (“é preciso teimar em fazer”), a pró-atividade e o equilíbrio entre paciência e convencimento para conseguir apoios. Também elogia a equipe formada por ela ao longo das décadas. “É um pessoal militante, que acredita no teatro.” Na posse de Hohlfeldt, Eva foi homenageada com duas placas, uma do governo do Estado e outra da Associação de Amigos. “Ela foi também uma grande incentivadora da formação das plateias. Ainda no tempo da Pró-Arte, havia uma assinatura especial para os estudantes, contando com descontos”, complementa o sucessor.
Mestre e doutor em Linguística e Letras, com pós-doutorado em Teoria e História do Jornalismo, premiado nas áreas de literatura e jornalismo, Hohlfeldt atua na PUCRS desde 1994. No Programa de Pós-Graduação em Comunicação, do qual já foi coordenador, pesquisa sobre Crítica literária de rodapés e suplementos literários na imprensa brasileira e O conceito de jornalismo/jornalista emergente no jornalismo colonial de expressão portuguesa e os entraves das diferentes censuras.
Assina semanalmente coluna no Jornal do Comércio como crítico de teatro. Ao assumir no São Pedro, deixará de abordar as programações da instituição. Também trabalhou no jornal Correio do Povo e Diário do Sul. Filiado ao PMDB, foi vice-governador do Estado na gestão de Germano Rigotto (2003-2006). Estreou como político se elegendo vereador em 1982. Deve atuar no Theatro pelo menos até 31 de dezembro, quando se encerra o mandato de José Ivo Sartori, mas, como ele mesmo afirma, “o São Pedro está além dos governos”.