Instituto de Cultura e professor da PUCRS recebem Açorianos de Literatura 2020

Troféu do Prêmio Açorianos de Literatura / Foto: Divulgação

Na noite da última quinta-feira, 17 de dezembro, aconteceu o Prêmio Açorianos de Literatura 2020, organizado pela Coordenação do Livro e Literatura da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Apresentada por Sergius Gonzaga, a cerimônia premiou e homenageou escritores, obras e iniciativas literárias. O Instituto de Cultura da PUCRS recebeu homenagem especial por suas iniciativas na área da Literatura e o escritor e professor de Letras e Escrita Criativa, Altair Martins, dividiu com o escritor Paulo Scott o prêmio de melhor narrativa longa pelo livro Os donos do inverno. 

A homenagem especial destinada ao Instituto de Cultura se deve às suas diversas iniciativas na área de Literatura, por meio de seus projetos culturais e do Delfos – Espaço de Documentação e Memória Cultural. Em mensagem de agradecimento, o Irmão Marcelo Bonhemberger, pró-reitor de Identidade Institucional, agradeceu à sua equipe e destacou a realização de 197 ações culturais que valorizaram diferentes artes e vozes, impactando mais de 164 mil pessoas. Somente na área da Literatura, projetos realizados em 2020, como Ensaios de Morar, Live de Cabeceira, Livros Para Salvar do fogo, Cem Anos de Clarice e Ato Criativo, contaram com a participação de 36 escritores e escritoras do Brasil e de outros lugares do mundo. 

Por decisão do juri, o prêmio de melhor narrativa longa foi entregue a dois escritores: Altair Martins, escritor e professor da Escola de Humanidades, pelo romance Os donos do inverno, e Paulo Scott, pelo romance Marrom e amarelo. Os donos do inverno conta a história de Elias e Fernando, dois irmãos que, apesar de viverem perto um do outro, se evitam há vinte e quatro anos. Em razão de um acontecimento inesperado, o professor Elias pedirá a ajuda de Fernando, taxista, para realizar o antigo sonho de seu falecido irmão mais velho. Lado a lado num táxi, eles terão que cruzar Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina com o objetivo de levar os ossos do jóquei C. Martins até a grande noite do turfe em Buenos Aires. 

Conheça o autor 

Professor Altair Martins / Foto: Davi Boaventura

Altair Martins nasceu em Porto Alegre, em 1975. É bacharel em Letras, além de mestre e doutor pela UFRGS. Atualmente, é professor dos cursos de Escrita Criativa e Letras da PUCRS. Entre outros prêmios, ganhou o São Paulo de Literatura (2009), com o romance A parede no escuro, o Moacyr Scliar (2012), com os contos de Enquanto água, e duas vezes o Guimarães Rosa (1994 e 1999), organizado pela Radio France Internationale, com os contos Como se moesse ferro e Humano. Tem textos publicados em Portugal, Itália, França, EUA, Argentina, Uruguai e Espanha. Em 2018, estreou na dramaturgia com o livro Guerra de Urina, lançado pela ediPUCRS. 

Confira todos premiados/as 

Os donos do inverno, de Altair Martins  

Marrom e amarelo, de Paulo Scott  

Apenas por nós choramos, de Anna Mariano  

Como se mata uma ilha, de Priscila Pasko  

Comigo no cinema, de Martha Medeiros  

Histórias de (não) era uma vez, de Maria Luiza Puglia, ilustrações de Martina Schreiner  

Rabiscos, de Luís Dill, desenhos de Fernando Vilela  

Tudo tem a ver, de Arthur Nestrovski  

Cem poemas de cem poetas: a mais querida antologia poética do Japão / por Andrei Cunha (tradutor)  

Instituto de Cultura da PUCRS  

Editora Figura de Linguagem 

Escritor Rossyr Berny 

Professora Regina Zilberman 

Professor Voltaire Schilling 

Professor Flávio Loureiro Chaves 

Tudo tem a ver, de Arthur Nestrovski 

tango para homens velhos, peça, teatro, GTU, Grupo de Teatro Universitário da PUCRS, Altair Martins, Charles D’Allagnol, Gisela Rodriguez

Altair Martins e Charles Dall’Agnol / Foto: Camila Cunha

A peça de teatro Tango para homens velhos, totalmente produzida pela PUCRS, está prestes a ser lançada. Escrito pelo professor da Escola de Humanidades Altair Martins, o espetáculo põe em cena as questões mais gratuitas — e por isso mesmo brutais — do feminicídio. Encenada pelo dramaturgo e pelo ator Charles Dall’Agnol, diretor do Grupo de Teatro Universitário (GTU), vinculado ao Instituto de Cultura, a produção apresenta dois personagens que, enquanto costuram uma bandeira, escondem-se atrás de uma tragédia cuja culpa não querem expiar: projetam um para o outro ratos que entraram em suas casas e assassinaram suas mulheres. A estreia acontece no dia 24 de março, às 19h30min, no Teatro do prédio 40 (Av. Ipiranga, 6681) e é aberta ao público (mais informações sobre a distribuição de ingressos serão divulgadas em breve).

“Na primeira vez em que li a peça Tango para homens velhos senti uma espécie de desconforto por estar diante de um assunto tão importante para nós, mulheres, mas sendo ali mostrado através de homens”, confessa Gisela Rodriguez, doutoranda em Escrita Criativa e diretora da peça. No entanto, segundo ela, essa sensação de estranhamento foi positiva, porque “estava na hora dos homens se reinventarem” nas questões que envolvem manifestações artísticas. Gisela conta que, durante os ensaios, o fato de dois homens falarem sobre o feminismo é bastante debatido. Além disso, a montagem foi construída em conjunto pelos membros do GTU, que conta com a participação de várias mulheres.

Os ensaios de Tango para homens velhos se iniciaram em setembro de 2019. Sobre a origem do espetáculo, Martins conta que começou a escrever o texto ouvindo a trilha sonora de tango que agora faz parte da encenação. No dia da estreia, após o espetáculo, haverá um debate sobre a peça com a diretora e os dois atores.

Serviço

tango para homens velhos, peça, teatro, GTU, Grupo de Teatro Universitário da PUCRS, Altair Martins, Charles D’Allagnol, Gisela Rodriguez

Foto: Camila Cunha

Peça de teatro Tango para homens velhos

24 de março, às 19h30min

Teatro do prédio 40 da PUCRS (Av. Ipiranga, 6681)

Entrada gratuita, com data de distribuição de ingressos a definir

Ficha técnica

Montagem: GTU (Grupo de Teatro Universitário da PUCRS)

Direção: Gisela Rodriguez

Dramaturgia: Altair Martins

Elenco: Charles Dall’Agnol (Sérgio) e Altair Martins (Alcides)

Sonoplastia: Felipe Durli

Iluminação e assistência de direção: Clenir Santos

Assistência de produção e contrarregragem: Marina Nogara

Cenografia, objetos e concepção sonora: Altair Martins

Figurino: Iara Fülber Sander

Confira mais fotos dos ensaios:

Fotos: Camila Cunha
Professor Altair Martins / Foto: Davi Boaventura

Professor Altair Martins / Foto: Davi Boaventura

Uma atividade de lazer que pode ser realizada a qualquer hora, independentemente do lugar e da previsão do tempo, é a leitura. Seja na praia, no campo ou mesmo na cidade, as férias podem ser uma boa oportunidade para colocar a leitura em dia, descobrir histórias e se envolver com personagens.

O escritor e professor Altair Martins, da Escola de Humanidades da PUCRS, dá sugestões de leitura para esse período, em que muitas pessoas aproveitam para tirar alguns dias de descanso. Confira:

2020_01_09-dicas_livros_a_escrita1. A escrita, de Vilém Flusser (São Paulo: Annablume, 2010)

“Trata-se de uma obra ensaística que põe em discussão o ato da escrita (como atividade física e mental), mostrando como a criação de um código comum a uma comunidade não só desencadeou a conquista da História como também permitiu que cada ser humano pudesse narrar a sua. Para nós da Escrita Criativa, é um livro indispensável.”

2020_01_09-dicas_livros_os_cadernos_da_solidao2. Os cadernos de solidão de Mario Lavale, de Arthur Telló (Porto Alegre: Zouk, 2019)

“Eis um livro de contos dos mais surpreendentes, mostrando como a arte da narrativa curta mantém-se inventiva ao flertar, nas fronteiras entre o lúdico e o poético, com as questões humanas mais imprescindíveis.”

2020_01_09-dicas_livros_lobo_de_oculos3. Lobo de óculos: trilogia onírica, de Carina Corá (Porto Alegre: Edipucrs, 2018)

“Peça de teatro que, além de genialmente escrita, põe em discussão o lugar do estrangeiro (e, por que não?, do diferente) e a renovação dos mitos mais caros ao Ocidente, como o destino de Édipo.”

2020_01_09-dicas_livros_dessa_cor4. Dessa cor, de Fernanda Bastos (Porto Alegre: Figura de Linguagem, 2019)

“Os poemas dessa autora que esbanja inteligência propõem dar voz e fazer escutar, entre outros temas, o que seria essa poesia “afrocentrada” que infla de significados a mulher negra brasileira.”

2020_01_09-dicas_livros_os_donos_do_inverno5. Os donos do inverno (Porto Alegre: Não editora, 2019)

“Sem ser indelicado, gostaria de indicar, por último, esse meu romance, que conta a trajetória de dois irmãos, Elias e Fernando. De táxi, eles levam os ossos do irmão mais velho, o jóquei C. Martins, para uma corrida de cavalos em Buenos Aires.”

Sobre o professor

Altair Martins atua como professor nos cursos de Letras e Escrita Criativa. Como escritor, publicou, entre outros, A parede no escuro, Prêmio São Paulo de Literatura.

Os cursos de Escrita Criativa e Letras

Os apaixonados por literatura – seja para ler ou para ler e escrever – encontram na PUCRS alternativas para explorar esse universo.

Como principal polo de Escrita Criativa em ambiente acadêmico no Brasil, a Universidade capacita alunos do curso a escrever diferentes tipos de narrativas. O diplomado ainda pode atuar como escritor, editor, revisor de texto, agente, redator ou roteirista, em diversos gêneros e linguagens, em um mercado de trabalho que está crescendo.

O curso de Licenciatura em Letras da PUCRS é classificado com cinco estrelas no Guia de Estudantes Abril. Quem conclui o curso está habilitado a ser professor, tendo como principal campo de atuação o ensino de língua e literatura em escolas de nível básico e médio, em escolas de idiomas e em instituições de ensino similares. Além disso, o profissional pode atuar em empresas ligadas à área de comunicação e em editoras.

Ficou interessado em um dos cursos? Os dois estão com inscrições abertas para o próximo semestre. Saiba mais sobre como ingressar em Escrita Criativa ou em Letras.

2019_11_07-premio_minuano

Foto: Solange Brum/Divulgação

O livro Guerra de urina, do professor da Escola de Humanidades Altair Martins, publicado pela Edipucrs, é o vencedor da segunda edição do Prêmio Minuano de Literatura, na categoria Texto Dramático. A entrega ocorreu quarta-feira à noite (dia 6 de novembro), na Sala de Música do Multipalco Theatro São Pedro.

O Prêmio Minuano de Literatura, resultado de uma parceria entre o Instituto Estadual do Livro (IEL) e o Instituto de Letras da UFRGS, com apoio da Fundação Theatro São Pedro, em sua segunda edição em 2019, tem o objetivo de ressaltar e reconhecer a produção literária gaúcha, contribuindo para sua divulgação e para o incentivo à leitura e à produção escrita, com premiação aberta para obras publicadas no decorrer do ano de 2018.

Altair Martins agradeceu ao IEL por tê-lo tornado leitor, à UFRGS por introduzi-lo na leitura erudita e à PUCRS por tê-lo publicado. Comentou que o livro foi rejeitado por várias editoras, que alegaram não publicar textos dramáticos, mesmo que tenha usado o truque de dizer que eram contos. “A Edipucrs tem os três finalistas nessa categoria, pois publicou 12 peças de teatro. Esse texto é fundamental em momentos como o que vivemos. É o gênero em que me sinto mais livre e poderoso.” O escritor finalizou pedindo que se mantenha a categoria do prêmio.

Três finalistas da Edipucrs

Além do premiado Guerra de urina, concorriam em Texto Dramático Mulheres pessegueiro, de Patrícia Cecato, e Dog day e diálogo nas folhas em branco, de Fernanda Moreno, ambas alumni da PUCRS. Todas obras da Edipucrs.

O editor-chefe da Edipucrs, Luciano Aronne de Abreu, destaca que a premiação resulta da nova política editorial que prevê a publicação também de obras de ficção. “A Edipucrs continua lançando livros que resultam das pesquisas acadêmicas e agora investe ainda em publicações de divulgação científica e literatura.” Lembra a tradição da Universidade na área de escrita criativa.

Confira os demais vencedores no link.

 

 

Obra "Conversas", de Vilma Pasqualini

Obra “Conversas”, de Vilma Pasqualini

Nesta quarta-feira, 27 de fevereiro, o professor da Escola de Humanidades e escritor Altair Martins participa de uma conversa sobre o processo criativo que teve na curadoria da exposição O que vemos, o que nos fala. Será às 19h30min no Instituto de Cultura/Delfos, com entrada gratuita. Inscrições pelo link http://bit.ly/OQueVemos.

A exposição

O que vemos, o que nos fala está na Pinacoteca Ruben Berta (Rua Duque de Caxias, 973 – Centro Histórico – Porto Alegre) até 11 de março. Martins foi convidado a escolher obras do acervo da Pinacoteca para escrever sobre elas. As 20 pinturas passam por clássicos, desde Pedro Américo, Almeida Júnior e Di Cavalcanti, às revoluções de Mário Gruber, Vilma Pasqualini e Tomie Ohtake.

Segundo o professor, o ponto de partida foi a obra de Didi-Huberman O que vemos, o que nos olha em que buscou estabelecer o diálogo possível entre a imagem e seus ecos linguísticos, ou “linguagéticos”, no dizer do semiólogo Louis Marin: propor diálogo entre o visível e o suscetível, entre os significantes visuais e verbais que se entrelaçam toda vez que olhamos uma imagem e toda vez que lemos um texto. “Não se trata de dizer o que as imagens dizem, mas de dar vazão aos seus possíveis conteúdos linguísticos, buscando, em verso, dar corda às suscitações visuais”, completa.

 

Obra "Conversas", de Vilma Pasqualini

Obra “Conversas”, de Vilma Pasqualini

O professor da Escola de Humanidades e escritor Altair Martins é o curador da exposição O que vemos, o que nos fala, que está na Pinacoteca Ruben Berta (Rua Duque de Caxias, 973 – Centro Histórico – Porto Alegre), a partir desta quinta-feira, 24 de janeiro.  A abertura ocorre às 18h30min. Martins foi convidado a escolher obras do acervo da Pinacoteca para escrever sobre elas. As 20 pinturas passam por clássicos, desde Pedro Américo, Almeida Júnior e Di Cavalcanti, às revoluções de Mário Gruber, Vilma Pasqualini e Tomie Ohtake.

Segundo o professor, o ponto de partida foi a obra de Didi-Huberman O que vemos, o que nos olha em que buscou estabelecer o diálogo possível entre a imagem e seus ecos linguísticos, ou “linguagéticos”, no dizer do semiólogo Louis Marin: propor diálogo entre o visível e o suscetível, entre os significantes visuais e verbais que se entrelaçam toda vez que olhamos uma imagem e toda vez que lemos um texto. “Não se trata de dizer o que as imagens dizem, mas de dar vazão aos seus possíveis conteúdos linguísticos, buscando, em verso, dar corda às suscitações visuais”, completa.

No dia 27 de fevereiro, Martins participa de uma conversa sobre o processo criativo que teve na exposiçãoO evento tem entrada gratuita e ocorre às 19h30min, no Instituto de Cultura/Delfos (7º Andar da Biblioteca Central). As inscrições podem ser feitas em http://bit.ly/OQueVemos.

Sobre a Exposição

O QUE VEMOS, O QUE NOS FALA 
Pinacoteca Ruben Berta
Rua Duque de Caxias, 973 – Centro Histórico – Porto Alegre
Abertura: 24 de janeiro de 2019, quinta-feira, 18h30min
Visitação: de 25 de janeiro a 11 de março de 2019
Horário: segunda à sexta, das 10h às 18h (último acesso 17h30min)

Contatos: [email protected] / (51) 3289 8292

 

pucrs cultura, instituto de cultura, delfos, ronaldo de brito, autor, escritor, literatura

Foto: Camila Cunha

O escritor Ronaldo Correia de Brito esteve no Instituto de Cultura da PUCRS nos dias 22, 23 e 24 de agosto para o lançamento de seu novo livro, Dora sem Véu. Durante a visita, o autor do romance Galileia ministrou palestras sobre escrita criativa, mediadas pelo também escritor e professor da Escola de Humanidades, Altair Martins. O evento aberto ao público abordou temas relacionados ao processo de produção literária e promoveu exercícios práticos para interação entre alunos.

Inspiração no sertão nordestino

No dia 22, Brito e Martins falaram sobre o processo criativo que deu origem ao livro Dora sem Véu e aos outros contos e romances. O escritor cearense contou como gosta de vivenciar, ouvir histórias e absorvê-las para criar o desenrolar das suas narrativas. Citou inspirações como Guimarães Rosa, principalmente pela maioria dos seus livros terem o cenário do sertão, por ter vivido muito tempo em Pernambuco e no interior do Nordeste. Ao final do encontro, respondeu perguntas para o público e autografou livros.

Da teoria à prática

pucrs cultura, instituto de cultura, delfos, ronaldo de brito, autor, escritor, literatura

Foto: Camila Cunha

No segundo dia, Brito realizou um exercício de escrita com os alunos inscritos. A primeira parte do exercício consistiu em separar o público por duplas e propor, em tempo determinado, que cada um contasse uma pequena história ao outro. O escritor ficou circulando pela sala, observando como as interações ocorriam. Logo após, na segunda parte do exercício, ele propôs que cada aluno formasse um novo par e contasse a pequena história que escutou como se fosse o protagonista dela. A ideia era trabalhar a apropriação da história, para que o aluno que escutasse a narrativa contada na segunda vez a escrevesse, ou seja, tornasse-a sua. Assim, a pequena história inicial foi transfigurada duas vezes. Após a atividade e a leitura em voz alta de alguns participantes, Ronaldo leu um texto que mencionava a teoria do conto de Ricardo Piglia e fez breves menções a Walter Benjamin e Octavio Paz.

No terceiro e último dia, os participantes criaram contos e promoveram um bate-papo sobre os textos produzidos, que teve como tema O conto possui tamanho?. A atividade prática permitiu que os alunos alcançassem o objetivo do evento, de gerar interação e novas possibilidades de escrita literária.

Sobre Ronaldo Correia de Brito

pucrs cultura, instituto de cultura, delfos, ronaldo de brito, autor, escritor, literatura

Foto: Camila Cunha

Autor de 11 livros, o escritor recebeu o prêmio São Paulo de Literatura, em 2009, pelo romance Galileia. Após, mais dois romances foram publicados: Estive Lá Fora, em 2012, e agora, Dora Sem Véu, livro no qual o autor volta ao agreste, universo de seus primeiros contos Faca (2003) e Livro dos Homens (2005).

Em Dora Sem Véu, Ronaldo retoma não exatamente o caminho da literatura regionalista da primeira metade do século passado, pois elege uma nova trilha, a do drama contemporâneo, recorrendo aos elementos formais da tragédia clássica para espelhar uma sociedade mítica, a sertaneja, em confronto com a modernidade laica.

Com traços dostoievskianos, em Dora Sem Véu, o escritor cria uma narrativa emocionante e multifacetada sobre o amor e a culpa. Sua personagem principal, Francisca, é uma mulher de meia-idade que vai com o marido explorar seu passado obscuro em busca da avó Dora que nunca conheceu. Nessa viagem reveladora, ambos irão enfrentar o amor, as suspeitas e a morte.

Paris,França,Université Paris-Sorbonne,Universidade Sorbonne

Foto: paris-sorbonne.fr

A PUCRS e a Université Paris-Sorbonne promovem o Simpósio Internacional A espera/ À espera: figurações do contemporâneo – l’attente/en attente: figurations du contemporain, nos dias 6 e 7 de outubro, nas dependências da instituição francesa. O evento reunirá pesquisadores de diversas instituições acadêmicas e espaços culturais para discutir questões teóricas, necessárias para a análise das obras literárias em seu conjunto, até estudos pontuais sobre livros e autores específicos, incluindo ainda interpretações sobre o campo literário atual. A iniciativa resulta da produtiva parceria entre o Curso de Letras da PUCRS e a Université Paris-Sorbonne.

De acordo com o professor do Programa de Pós-Graduação em Letras, Ricardo Barberena, “a contemporaneidade tem sido marcada por diferentes traumas do transitar (refugiados, subalternidades sociais, minorias identitárias). Discutiremos, ao longo do Simpósio como a literatura brasileira contemporânea está dialogando com esse delicado momento de crise global”.  O docente acrescenta que “as diferentes procedências dos participantes apontam para variadas perspectivas teóricas e metodológicas em debate no encontro. Os trabalhos têm como preocupação central o fazer literário no contexto atual”, explica.

Além de Barberena, que participa do evento como organizador e palestrante, a comitiva da PUCRS é formada pelos docentes do Curso de Letras Altair Martins, Cristiano Baldi e Arthur Telló (palestrantes), os doutorandos Reginaldo Pujol Filho e Natasha Centenaro (palestrantes) e o doutor pela PUCRS e agora professor Universidade de Lile (França), Vinicius Carneiro.