O Hay Festival, evento anual de literatura e artes realizado no País de Gales, anunciou em 6 de maio a lista com os 39 melhores escritores de ficção da América Latina com menos de 40 anos, cuja obra será reunida em uma antologia a ser publicada em janeiro de 2018 por editoras de vários países. Natalia Borges Polesso, que recém concluiu o doutorado no Pós em Escrita Criativa na PUCRS e venceu no Prêmio Jabuti 2016 e no Açorianos de Literatura é uma das selecionadas.
A lista, chamada Bogotá39-2017, promove o trabalho de escritores jovens da América Latina, mostrando seu trabalho ao público e pretende estabelecer pontes entre a produção literária e o mercado editorial dos diferentes países latinos.
Com uma xícara de café, entre um gole e outro, Natália, 35 anos, conta sua vida literária e o motivo pelo qual se encantou pela prática da escrita. “É uma coisa que nasceu comigo”, diz. Em uma sala espaçosa com móveis modernos, mas construção clássica, em Caxias do Sul, na Serra gaúcha, divide sua vida de escritora com as aulas particulares de inglês. Os felinos Pandora e João completam o ambiente.
Uma estante com as mais diversas obras se destaca no escritório de paredes brancas e quadros que o ornamentam. Dentre elas, três publicadas são de Natalia: Recortes para álbum de fotografia sem gente (2013 – Não Editora), Coração à corda (2015 – Editora Patuá), e Amora (2016 – Não Editora).
O último, em 2016, foi premiado com o Jabuti nas categorias Contos e Crônicas e Escolha do Leitor, e com o Açorianos de Literatura na categoria Contos. Natalia já havia vencido, em 2013, o Açorianos de Literatura com Recortes para álbum de fotografia sem gente. Atualmente, ela encerra um ciclo na PUCRS com a apresentação de sua tese de doutorado depois de anos debruçada sobre a literatura feminina.
A Não Editora, que publicou seu livro, foi responsável por enviar ao Jabuti a obra de Natalia, que concorreu com outras 2.500. O júri foi composto pelos escritores Conceição Evaristo, Renata Pallottini e Edney Silvestre. “O mais legal no Jabuti foi ter ganho a escolha do leitor. Por mais que seja importante ter um reconhecimento técnico é muito bom ver que o público gostou”, frisa. O evento, em São Paulo, considerou emocionante. “Já tínhamos comemorado em Caxias, pois o resultado sai antes, mas lá é uma emoção que não dá para explicar.” No Açorianos, a expectativa foi ainda mais acentuada, pois o vencedor só é conhecido durante a premiação. “É o maior reconhecimento gaúcho para escritores e é muito bom ver teu nome lá”, observa.
A reportagem completa, tema da edição 183 da Revista PUCRS, pode ser acessada aqui.