O planeta Terra, nossa casa comum, está sob pressão. A educação ambiental, ação já incorporada em escolas e universidades, é mais uma etapa da formação para a cidadania que deve ser permanentemente aperfeiçoada ao longo da vida.
A restrição ao uso de combustíveis fósseis, o respeito à natureza, o consumo de alimentos orgânicos e a reciclagem de produtos descartáveis são indissociáveis da responsabilidade social do cidadão do século 21. Mas também são necessárias ações que ultrapassem a responsabilidade individual, por exigirem amplos investimentos em tecnologia. A ousadia e a heroicidade dos pilotos Bertrand Piccard e André Borschberg os levaram a dar a volta à Terra numa aeronave movida a energia solar. Trata-se de uma prova eficaz do uso de energias renováveis e do poder das tecnologias limpas, já utilizadas em projetos menos audaciosos que contribuem para a qualidade de vida de muitas comunidades, tais os parques eólicos que vêm transformando a paisagem de diversas regiões do Brasil.
Sobre o impacto do homem no meio ambiente, Paul Josef Crutzen, prêmio Nobel de Química, denomina Antropoceno o novo período geológico no qual os humanos vêm substituindo a natureza como força ambiental dominante na Terra, conceito que aprofunda a discussão sobre as questões ecológicas relacionadas à sustentabilidade global. Nessa linha, é oportuno mencionar países, como a Dinamarca, que se destacam pela prioridade dada ao meio ambiente. A indispensável taxa verde exigida para a circulação de um carro, assim como as exigências econômicas e o tratamento aplicado ao material descartável refletem o compromisso desse país, cuja população assumiu com responsabilidade o desafio ecológico.
Perante as mudanças ambientais, difíceis de prever com exatidão, entende-se que diversas organizações internacionais sintam necessidade de abordar o tema em profundidade. O carismático Papa Francisco manifesta abertamente a urgência de uma nova solidariedade universal. Nesse sentido, a PUCRS, sensibilizada, está implementando seu projeto Campus Verde, que inclui, dentre outras ações, um seminário internacional para discutir a sustentabilidade e a importância do ensino e da prática do compromisso ecológico em escolas, universidades e centros sociais, reconhecendo que a casa comum é, também, uma causa comum.
Joaquim Clotet
Reitor da PUCRS