Ter a oportunidade de viver diferentes experiências na graduação contribui para a formação de um profissional mais atualizado. Isso é o que Service Learning propõe: uma metodologia ativa de ensino e aprendizagem, que promove o desenvolvimento dos alunos por meio da aplicação prática do conhecimento adquirido em sala de aula.
Nesta metodologia, os estudantes devem solucionar problemas reais de organizações parceiras, estimulando competências sociais, comportamentais e técnicas com o objetivo de prepará-los para um mercado de trabalho em que o empreendedorismo, a inovação e a responsabilidade social são fundamentais.
Foi com esse objetivo que estudantes das disciplinas de Modelos de Negócio em Publicidade e Propaganda e Empreendedorismo da Escola de Comunicação, Artes e Design (Famecos), ministradas pela Profa. Ana Cecília B. Nunes, e das disciplinas Agência Experiencial; Marketing Global e Inteligência de Mercado; e ainda Consultoria Empresarial da Escola de Negócios, ministradas pela Profa. Ana Cristina Schneider, em parceria com o Laboratório Interdisciplinar de Inovação e Empreendedorismo da PUCRS (IDEAR), tiveram a oportunidade de vivenciar uma experiência prática no 1° Service Learning Internacional na América Latina.
Junto com alunos da Universidade EAFIT, da Colômbia, o grupo trabalhou de forma online e síncrona na elaboração de uma solução e estratégia de marketing para duas empresas colombianas. Para a professora da Escola de Comunicação, Artes e Design e Coordenadora Acadêmica do IDEAR, Ana Cecília Bisso Nunes, estratégias do tipo COIL (Collaborative Online International Learning) possibilitam uma internacionalização em casa.
“Iniciativas como esta propiciam um ambiente internacional e intercultural até mesmo para alunos que não fazem uma mobilidade acadêmica. Os estudantes puderam ter uma experiência internacional e intercultural de forma virtual e colaborativa, sem sair do Campus. É como ir a Medellin a cada encontro, mas sem sair de Porto Alegre. Foi uma experiência pontual de intercâmbio virtual entre dois países, duas universidades, professores e estudantes”, relata Ana Cecília.
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Os participantes foram colocados no papel de assessores de comunicação e estratégia digital das associações AGECOSUR (Jericó) e OMCE (Támesis), que se dedicam tanto à produção e comercialização de produtos associados ao café colombiano como ao fortalecimento dos produtores na região. As associações queriam identificar o estado de seus canais digitais para receberem orientação sobre suas estratégias de comunicação. Para isso, os estudantes foram convidados a fazer um diagnóstico dos canais existentes e realizarem recomendações. Toda a comunicação foi feita diretamente com os gestores das organizações.
“No caso desta experiência, os participantes trabalharam em grupo com colegas da Colômbia, se comunicaram com representantes das organizações parceiras da disciplina e tiveram interação com professor de outra universidade. Assim, os aprendizados foram desde a ampliação do conhecimento, oportunidades e desafios de uma organização em um contexto diferente do brasileiro, até a interação intercultural com colegas, conteúdos e professores, lidando com desafios linguísticos e culturais”, ressalta.
Para Andressa Protti, aluna do sexto semestre da Escola de Comunicação, Artes e Design, a participação nesse projeto possibilita a abertura de portas para novas experiências profissionais e pessoais, além de ampliar os conhecimentos através de trocas com os estudantes e professores.
“Conseguimos ampliar a visão de mercado, além de colocar em prática os conhecimentos adquiridos durante a faculdade. Eu amei ter participado! Foi muito bom poder ter esse contato com os estudantes colombianos no desenvolvimento desse projeto, pois além de poder praticar o idioma, pude conhecer mais como as marcas da Colômbia trabalham suas comunicações nas redes sociais, entendendo a diferença da Publicidade e Propaganda no Brasil e na Colômbia. Essa experiência foi muito construtiva e divertida. Foi uma troca maravilhosa entre os professores e os estudantes!”.
Para a professora Ana Cecília, a experiência positiva abriu espaço para projetos mais longos nos próximos semestres.
“Foi emocionante ver as apresentações de trabalho acontecendo com representantes brasileiros e colombianos juntos. Trabalhos resultantes de uma cooperação internacional e virtual que nasceu na Universidade. Esta é também uma ação que propicia uma participação mais global, sem filtros de recursos financeiros que podem inviabilizar, por vezes, uma vivência fora do país, por exemplo”.
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Daniel Higuita Olaya, professor de Comunicação na Universidade EAFIT, da Colômbia, ressalta que a participação dos alunos é sempre muito produtiva. Eles podem se comunicar com colegas de outro país, combinar dinâmicas de trabalho e superar dificuldades como barreiras linguísticas e sobreposição de horários.
“É importante que os alunos participem deste tipo de atividade porque lhes permite mobilizar os seus conhecimentos num ambiente onde, adicionalmente, trabalham competências diferentes das suas disciplinas. A colaboração com colegas de outras profissões e nacionalidades facilita o treino das suas soft skills: negociação, comunicação assertiva, planejamento e gestão do tempo, flexibilidade, entre outras. Também permite que eles conheçam novas culturas e ampliem suas percepções sobre sua profissão, mundo e pessoas que o habitam”, destaca.