Se você pudesse salvar um livro do fogo, qual seria ele? Essa é a pergunta que os convidados do novo projeto do Instituto de Cultura da PUCRS terão que responder. A iniciativa Livros para Salvar do Fogo, inspirada no romance Fahrenheit 451, Ray Bradbury, será lançada nesta quarta-feira, dia 14 de outubro, às 18h, com transmissão pelo perfil da PUCRS Cultura no Facebook e pelo canal da universidade no YouTube, onde ficará disponível para acesso posterior. Com mediação do escritor Renato Pujol Filho, o evento contará com a participação dos autores Antonio Xerxenesky e Ana Rüsche.
Após o lançamento, todas as quintas-feiras serão postados novos vídeos do projeto no Instagram e no canal da PUCRS no YouTube. Personalidades de diferentes áreas (literatura, sociologia, artes visuais, entre outras) irão compartilhar qual livro escolheriam salvar do fogo e por quê.
A obra Fahrenheit 451 apresenta uma sociedade distópica na qual os livros são proibidos e queimados, seus portadores são considerados criminosos e a população passa grande parte da vida em frente a telas de televisão. Nesse contexto, uma comunidade minoritária de pessoas começa a memorizar livros como forma de preservá-los, em uma ação de resistência que tem início sem planejamento: cada um tinha um livro que desejava se lembrar e se lembrou. É isso que o projeto Livros para Salvar do Fogo quer descobrir: qual livro personalidades contemporâneas desejariam guardar em um mundo ameaçado pelo fogo – de todos os tipos e tamanhos.
O autor do livro, Ray Bradbury (Waukegan, 1920 – Los Angeles, 2012), completaria 100 anos de vida em 2020. Ele é considerado um dos mais admiráveis e produtivos escritores de nossos tempos, figurando entre os mais traduzidos do mundo. Desde sua infância, desenvolveu a paixão pelos livros, lendo autores como H.G. Wells, Júlio Verne e Edgar Allan Poe. Começou a escrever aos 12 anos, espelhando-se nas histórias de que gostava.
Ao longo de sua vida, Bradbury lançou mais de 400 contos e aproximadamente 50 livros, transitando entre narrativas ficcionais, poesias, ensaios, peças de teatro, roteiros para filmes e programas de televisão. Recebeu diversas premiações, como a National Book Foundation Medal for Distinguished Contribution to American Letters (2000) e o Pulitzer Prize Special Citation (2007).
A primeira versão do conto The Fire Man, que mais tarde se tornou Fahrenheit 451, foi escrita na sala de datilografia do porão da biblioteca da Universidade da California, em Los Angeles, onde Bradbury alugava uma máquina de escrever a dez centavos por cada meia hora. Nos intervalos de sua escrita, caminhava pelas estantes, tocando os livros, tirando-os das prateleiras, virando suas páginas, perdido de amor – contexto propício para escrever essa história que é também uma reafirmação da potência dos livros e da leitura.
Reginaldo Pujol Filho é autor dos livros Não, não é bem isso (2019), Só faltou o título (2015), Quero ser Reginaldo Pujol Filho (2010) e Azar do personagem (2007). É doutor e mestre em Escrita Criativa pela PUCRS e tem pós-graduação em Artes da Escrita pela Universidade Nova de Lisboa. Escreve ensaios, críticas e resenhas para veículos como Folha de SP, O Globo, Zero Hora, Suplemento Pernambuco, entre outros. Ministra cursos e workshops de literatura e escrita criativa.
Ana Rüsche nasceu em 1979 em São Paulo. Escritora e pesquisadora, é autora de A telepatia são os outros (Monomito, 2019), entre outras obras de prosa e poesia. É doutora em Estudos Linguísticos e Literários pela Universidade de São Paulo (2015), com tese sobre ficção científica e utopia.
Antônio Xerxenesky nasceu em 1984 em Porto Alegre e radicou-se em São Paulo. Escritor e tradutor, é autor, dentre outros, de As perguntas (2017) e F (2014), finalista do Prêmio São Paulo de Literatura e primeira seleção do Prix Médicis Étranger). Sua obra foi traduzida para outras quatro línguas. É doutor em Teoria Literária pela Universidade de São Paulo (USP).