A maior parte das pessoas que compareceu ao Mutirão de Renegociação de Dívidas, realizado no final de julho na PUCRS, é do sexo feminino (51%), tem mais de 40 anos (80%), é pensionista ou aposentado (37%) e tem renda de 1 a 3 salários mínimos (59%). Esses dados foram coletados em entrevista com 70 dos 275 participantes do mutirão. A atividade foi promovida pela Escola de Negócios e pela Escola de Direito da PUCRS – através do Grupo de Estudos Superendividamento: crédito e sociedade de consumo e do Balcão do Consumidor-, e também pelo Procon Porto Alegre.
A pesquisa revelou ainda que em 42% dos casos, a maior fonte de gastos dos endividados é o cartão de crédito, enquanto 68% já estão com o nome inscrito em órgão de proteção ao crédito. Já quando o assunto é o credor, 59% dos entrevistados devem para bancos, enquanto apenas 18% devem para lojas. 53% dos participantes da pesquisa estão com a renda muito comprometida com as dívidas. Problemas com a saúde representaram o principal motivo na mudança da renda (44% dos casos). Já quando o assunto é a renegociação das dívidas, grande parte dos entrevistados (74%) alegaram ter condições parciais de renegociar.
O professor André Perin, coordenador do Grupo, considerou o mutirão um sucesso: “Os dados deste 3º mutirão não surpreendem. Inicialmente se pode dizer que o superendividado brasileiro, na média, é um aposentado, sem poupança, que usa o cartão de crédito com frequência e contrata crédito consignado para gastos imprevistos”, salientou. Segundo Perin, o grupo fará novas análises para aprofundar a pesquisa, “sempre buscando uma solução para este problema endêmico da sociedade brasileira”.