Os episódios de alagamentos em Porto Alegre ganharam uma pesquisa elaborada pelo Laboratório de Tratamento de Imagens e Geoprocessamento da PUCRS (LTIG). Já foram identificados mais de oito mil pontos em que ocorreram alagamentos na Capital, conforme reportados via mídias sociais com a hashtag #AlagaPOA no Twitter. Esta iniciativa faz parte do Programa de Apoio ao Ensino e à Pesquisa Científica e Tecnológica em Desastres Naturais (Pró-Alertas).
Desde 2013, a equipe do LTIG cruza os registros de alagamentos com índices pluviométricos e modelagens de escoamento da água da chuva na superfície por meio de inteligência geoespacial, utilizando o algoritmo HAND, disponibilizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Com essa integração de dados, a pesquisa vem evoluindo de conteúdo, permitindo a aplicação de inteligência artificial para o desenvolvimento de análises preditivas que possam apontar as bocas de lobo com maior probabilidade de alagar em determinadas taxas de chuva. Essas informações podem ser acessadas por instituições públicas ou privadas.
Além disso, o laboratório realizou um novo estudo de caso em uma área específica no bairro Partenon. Num raio de um 1km nas proximidades da PUCRS, a pesquisa procura entender os motivos seja por descarte irregular de lixo na rede de drenagem seja excesso de precipitação. Nesta área, foram identificadas mais de 18 mil estruturas públicas e privadas propícias a alagar, com escalas de baixo a alto nível. “Esse objeto de pesquisa simula qualquer região da cidade. É um grande serviço de utilidade pública, pois pode ser inserido em aplicativos, por exemplo”, diz o professor Regis Lahm, coordenador do LTIG.