Uma geladeira capaz de avisar o usuário que acabou o leite; uma camiseta que monitora os batimentos cardíacos; um despertador que, ao tocar, envia um comando para a cafeteira passar o café. A internet das coisas conecta os mais diversos objetos, que capturam informações sobre os usuários e atuam para atender suas necessidades. Para isso é preciso um certo nível de inteligência, que permita receber instruções e desempenhar atividades. Os Grupos de Pesquisa Apoio ao Projeto de Hardware (GAPH) e de Sistemas Embarcados (GSE), da Faculdade de Informática (Facin), projetaram um chip que opera como microcontrolador, capaz de ser o cérebro para articular esses tipos de operações.
A partir de cooperação com a Unicamp, que tem convênio com o Instituto de Microeletrônica IMEC, da Bélgica, os grupos participaram de uma seleção e foram escolhidos para ter seu projeto fabricado, sem custo, na Companhia TSMC, em Taiwan. “Foram produzidos 40 chips. Mandamos encapsular dez deles sem custos adicionais. Um microcontrolador é um elemento genérico e pode ser programado, como um computador completo, dentro de um único chip. Pode acender e apagar leds, acionar um motor, fazer qualquer coisa dentro da limitação de memória, que é de 16KB”, explica o coordenador do GAPH, professor Ney Calazans.
Segundo Ney, o objetivo inicial era demonstrar a capacidade do grupo de dominar o processo de projetar um chip garantindo seu funcionamento depois de fabricado. “Hoje, no Brasil, não existem dez grupos capazes de fazer isso. Nós somos um deles. Agora podemos construir chips de pesquisa mais complexos, com mais memória, com outras funcionalidades, com mais processadores e outros tipos de tecnologias envolvidos, até mesmo com sensores internos, já pensando em internet das coisas”, adianta.
Leia a matéria completa na Revista PUCRS nº 177, páginas 26 e 27.
IN ENGLISH
The brain of things
The research groups Hardware Project Support (GAPH) and Embedded Systems (GSE), of the School of Computer Science (FACIN), have devised a microcontroller chip capable of performing operations for the Internet of Things. The chip has three main applications: research, education and Internet of Things. The initial goal was to demonstrate the capacity of mastering the process of microchip devising, ensuring its operation once finished. “In Brazil, there are less than ten groups capable of doing this, and we are one of them. We can now devise more complex research microchips, with larger memory as well as other functionalities, more processing capacity and involving other types of technology,” says Ney Calazans, leader of the GAPH group.
As part of a teaching platform, the microchip can be used in a range of undergraduate courses in the Computer Engineering, Computer Science and Information Systems degree programs, and possibly be extended to the new Software Engineering degree program. The third application is in solving several issues involving the Internet of Things, applying occupancy sensors and wireless communication between lampposts to control dimming, for instance. The project was conceived in a way that evaluations can be carried out to optimize hardware and software, reaching the highest possible energy efficiency in the following versions.