Médico neurofisiologista do InsCer Humberto Luiz Moser Filho indica práticas para ter uma boa rotina de sono
Dormir por um período inferior à necessidade média (de sete a nove horas) gera a privação de sono, afetando o desempenho intelectual. / Foto: Andrea Piacquadio/Pexels
Dormir bem é fundamental para a saúde e bem-estar das pessoas, mas isso todo mundo já está cansado de ouvir. O que muitas pessoas ainda não sabem é como garantir que a noite de sono seja realmente revitalizante e reparadora. Alguns hábitos e práticas adotados antes de dormir podem transformar a qualidade da sua noite – e do seu dia.
Estabelecer horários para dormir e acordar ajuda a regular o relógio biológico do corpo, facilitando a transição entre os diferentes estágios do sono. Muitas pessoas incorporam técnicas de relaxamento, como respiração profunda ou alongamento, para acalmar a mente e o corpo antes de dormir. Seguir uma rotina consistente de sono gera um impacto significativo tanto para a saúde física como para a mental.
“Uma boa noite de sono traz inúmeros benefícios para o organismo, como a melhora do desempenho cognitivo, o aumento na capacidade de aprendizagem, impacto benéfico no humor e a melhora de funções imunológicas“, pontua Humberto Luiz Moser Filho, médico neurofisiologista do Instituto do Cérebro da PUCRS (InsCer).
Segundo a Associação Brasileira do Sono (ABS), a recomendação é comer três horas antes de deitar-se, para o organismo conseguir realizar a digestão com tranquilidade e evitar mal-estares como refluxo, dores abdominais e enxaquecas.
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Se estiver acordado e sem sinal de sono, saia do quarto e busque um lugar silencioso para relaxar. Só volte para a cama quando sentir sonolência. Isso também serve para o caso contrário: tente levantar assim que acordar. Com essa prática, você irá se condicionando a só ficar na cama quando realmente estiver dormindo
Os exercícios físicos são essenciais para uma boa saúde física e mental. Além do cansaço natural após a prática de atividades físicas, o exercício favorece a liberação de neurotransmissores que causam o relaxamento dos músculos e garantem que o sono dure mais tempo sem interrupções.
As telas são os grandes vilões das noites maldormidas entre adolescentes e jovens adultos. É recomendado que o uso do celular seja reduzido a 5 horas por dia para evitar problemas como a fadiga ocular, dor de cabeça, sedentarismo, insônia e até mesmo dependência tecnológica.
É importante conhecer o seu corpo, investigue melhores posições na qual se sente confortável e explore dormir com mais travesseiros. As terapias de relaxamento também são uma ótima opção: tente respirações profundas e meditações guiadas antes de dormir. Quem medita com frequência tende a apresentar menos sintomas de estresse, depressão e ansiedade – condições que interferem negativamente no sono.
Dormir por um período inferior à necessidade média (de sete a nove horas) gera a privação de sono, afetando o desempenho intelectual. Isso pode dificultar a memória, aprendizado, concentração, atenção, tomada de decisão, entre outros.
Caso você queira saber mais sobre o assunto, a Cartilha da Semana do Sono 2024, que segue as orientações da organização internacional National Sleep Foundation, já está disponível para o acesso livre ao público.