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Dia do Combate à Poluição: confira 4 estratégias de sustentabilidade para reduzir o problema

sexta-feira, 12 de agosto | 2022

combate à poluição

Pesquisadora da Escola de Negócios Maira Petrini. / Foto: Matheus Gomes

Celebrado no dia 14 de agosto, o Dia do Combate à Poluição existe com o objetivo de fortalecer o debate sobre soluções e medidas ágeis para evitar o processo de alterações negativas no meio ambiente. No mundo, o avanço da poluição se deu a partir da Revolução Industrial, que agilizou o processo de industrialização e urbanização. De acordo com Maira Petrini, pesquisadora da Escola de Negócios, 95% da população global está exposta a concentrações médias de material particulado que excedem o limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de dez microgramas por metro cúbico.  

A docente explica que a carga da poluição do ar tende a ser maior em países de baixa e média renda. Já as taxas de poluição interna tendem a ser mais altas em países de baixa renda devido à dependência de combustíveis sólidos para cozinhar. Com isso, a poluição do ar externo tende a aumentar à medida que os países se industrializam e passam de renda baixa para média. Por conta disso, tornou-se fundamental que as empresas repensem seus processos e implementem maneiras de prevenir, controlar e reduzir a poluição.  

Iniciativas de sustentabilidade 

Nos últimos anos, o desenvolvimento sustentável dos negócios se tornou uma obrigação ambiental e social, que contempla uma série de ações de grande importância na tomada de decisões estratégicas das empresas. Na PUCRS, a professora Maira Petrini desenvolve pesquisas na área de Administração, com ênfase em temas relativos à sustentabilidade e sua adoção estratégica nas empresas, negócios de impacto, economia compartilhada e inovação social. A pesquisadora explica que a poluição do ar é um fator de risco para muitas das principais causas de doenças, câncer e demais fatores de riscos.  

Dados de uma pesquisa internacional apresentam que a poluição contribui com, aproximadamente, 11,65% das mortes no mundo. Entre as principais causas para o aumento da poluição do ar podemos citar a combustão de combustíveis fósseis, como carvão e petróleo utilizados para eletricidade e transporte rodoviário, as emissões de indústrias, liberando grande quantidade de monóxido de carbono, produtos químicos e compostos orgânicos no ar, e as atividades agrícolas, devido ao uso de pesticidas, inseticidas e fertilizantes que emitem substâncias químicas nocivas. 

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Foto: Pexels

Por conta disso, para reduzir os impactos da poluição do ar na saúde, devemos encontrar soluções que acelerem esse processo para países de baixa e média renda. A professora Maira apresenta algumas das principais estratégias para combater à poluição. Confira!

4 dicas para intensificar o combate à poluição

1) Migrar para combustível renovável e produção de energia limpa: a solução mais básica para a poluição do ar é se afastar dos combustíveis fósseis, substituindo-os por energias alternativas como solar e eólica. 

2) Buscar eficiência energética: não basta produzir energia limpa, mas também é importante reduzir o consumo de energia adotando hábitos responsáveis e usando dispositivos mais eficientes. 

3) Adotar trabalho remoto ou híbrido: embora muitas empresas tenham começado a trabalhar em casa desde o início da pandemia do covid-19, permitir que os funcionários trabalhem em casa regularmente reduz o número de carros na estrada, especialmente o número dirigido por indivíduos individuais enquanto se deslocam para o trabalho. 

4) Controlar as emissões de gases na atmosfera: as empresas podem implementar práticas mais sustentáveis observando e quantificando a poluição do ar ao longo da cadeia de suprimentos e/ou processos de fabricação. As emissões ocorrem tanto durante o processo produtivo como no transporte e distribuição dos produtos, portanto é importante estabelecer programas que reduzam a poluição do ar de suas próprias operações e também de seus fornecedores. 

Legislação brasileira 

De acordo com Maira, a legislação ambiental no Brasil é bastante completa e equiparável com as legislações mais avançadas do mundo. A docente destaca que no país existem leis tanto de caráter punitivo quanto normativo, como por exemplo, a Lei dos Crimes Ambientais que regula a penalização das empresas no caso de crimes ambientais.  

Outro destaque é a Lei da Mata Atlântica, voltada para a proteção e uso dos recursos dessa floresta, como a biodiversidade, assim como o Código Florestal Brasileiro, de 2012, que estabelece a responsabilidade do proprietário na manutenção de espaços protegidos como Área de Preservação Permanente e Reserva Legal. 

Maira também pontua que existem políticas nacionais, a exemplo da Política Nacional de Saneamento Básico e da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Em pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) em 2020 aponta que a produção de resíduos sólidos urbanos cresceu 11% (de 71,2 milhões de toneladas em 2010 para 79 milhões de toneladas em 2020).  Assim, conforme pontua a pesquisadora, ainda é preciso que a sociedade como um todo repensa a realidade ambiental atual. 

“De nada adianta termos uma legislação tão completa, se as empresas e a sociedade a desconhecem ou não se importam. Mais do que órgãos fiscalizadores, precisamos criar uma consciência coletiva de preservação do meio ambiente” finaliza.