Cristiano Aguzzoli é pesquisador associado do InsCer. / Foto: Paulo Nemitz

O médico neurologista e pesquisador-associado do Instituto do Cérebro da PUCRS, Cristiano S. Aguzzoli, recebeu financiamento de 250 mil dólares da organização internacional Alzheimer’s Association. O investimento será destinado para a condução de sua pesquisa Glial Reactivity Marker Predictive Value on Neuropsychiatric Symptoms in Alzheimer’s disease (Valor preditivo do marcador de reatividade glial em sintomas neuropsiquiátricos na doença de Alzheimer), que visa identificar marcadores inflamatórios no sangue capazes de prever sintomas neuropsiquiátricos em pacientes com a doença neurodegenerativa de maior incidência no mundo. 

O projeto de pesquisa financiado é fruto dos resultados obtidos em recente estudo liderado por Cristiano e realizado na Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos. O estudo contou ainda com a supervisão do professor Dr. Tharick Ali Pascoal, e a participação de outros dois pesquisadores-associados do InsCer, o neurocientista Eduardo Zimmer e o neurologista Lucas Schilling.

“O estudo revelou que a neuroinflamação medida por neuroimagem contribui substancialmente para o desenvolvimento de sintomas neuropsiquiátricos em pacientes com doença de Alzheimer. Agora, o projeto proposto que obtivemos financiamento se baseia nos resultados desse estudo anterior e busca investigar se marcadores sanguíneos de inflamação têm associação e podem predizer sintomas neuropsiquiátricos em um estudo longitudinal”, destaca Cristiano.

A proposta do projeto passou por um criterioso e competitivo processo de seleção pela organização internacional Alzheimer’s Association, maior associação de financiamento não governamental dedicada à pesquisa sobre a Doença de Alzheimer e Desordens Relacionadas (DADR). A organização é comprometida com o avanço e financiamento de pesquisas de alto impacto e altamente relevantes para o desenvolvimento de métodos, tratamentos e, por fim, a cura da Doença de Alzheimer. 

Leia também: Pesquisa sobre saúde mental busca melhorar a qualidade de vida da terceira idade

O estudo conduzido por Cristiano é original no Brasil. No mundo, pesquisas prévias demonstraram a associação de proteínas beta-amilóide e Tau a sintomas neuropsiquiátricos, mas poucos centros investigam a associação desses sintomas à neuroinflamação nos pacientes com doença de Alzheimer.

“A conquista deste financiamento representa uma oportunidade única de trazer investimento exterior para a ciência brasileira e, desta forma, contribuir para aprimoramento de pesquisas conduzidas no nosso país e na América Latina”, reforça Cristiano. 

Segundo Heather M. Snyder, Ph.D., vice-presidente de Relações Médicas e Científicas da Associação de Alzheimer, um dos objetivos é promover a pesquisa de médicos de diversas origens e perspectivas em todo o mundo. “Como maior financiadora mundial sem fins lucrativos da ciência do Alzheimer e da demência, a Associação de Alzheimer tem orgulho de financiar cientistas clínicos. É uma necessidade importante em nossa área apoiar especialistas tanto em pesquisa quanto em atendimento ao paciente”, pontua Snyder. 

Leia também: 5 assuntos sobre saúde e bem-estar para ficar atento em 2024

Ângelo Brandelli Costa

Professor Angelo Brandelli coordenou pesquisa sobre HIV/Aids em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde. / Foto: Giordano Toldo

O professor da Escola de Ciências da Saúde e da Vida e dos programas de Pós-Graduação em Medicina e Ciências da Saúde, Psicologia e Sociologia e Ciência Política, Angelo Brandelli Costa, coordenou a pesquisa Insights, experiências e perspectivas sobre o diagnóstico rápido de tuberculose, histoplasmose e criptococose em pessoas com doença avançada pelo HIV em Porto Alegre. O trabalho, desenvolvido em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) da Organização Mundial da Saúde (OMS) e alunos de graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado da PUCRS, teve o objetivo compreender a viabilidade da implementação de um pacote para o diagnóstico rápido de infecções oportunistas, 

Em Porto Alegre, o estudo aconteceu em quatro locais: Grupo Hospitalar Conceição, Santa Casa de Misericórdia, Hospital de Clínicas e Associação Hospitalar Vila Nova. Além da PUCRS, a pesquisa acontece em parceria com a Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). Nesse processo, focou-se em coletar as percepções e vivências de profissionais e gestores da área da saúde por meio de grupos focais e entrevistas em profundidade com usuários que vivem com HIV. Estas entrevistas, como também a elaboração das estratégias de pesquisa, foram concebidas pelos alunos da PUCRS.  

Leia também: Disciplina de mestrado e doutorado fomenta a transformação de conhecimento em impacto

Para Angelo, este estudo tem um grande valor, por reforçar a parceria entre academia, sociedade civil, serviços de saúde e organizações unilaterais.  

“A união de diferentes atores foi fundamental para a estruturação e o sucesso da resposta da política de HIV/Aids no Brasil.  Ainda, esses resultados foram apresentados em seminário envolvendo hospitais, universidades e gestão municipal/estadual, além de reunião técnica com a gestão federal”, destaca o professor. 

Resultados da pesquisa 

hiv, aids

Estudo reforça parceria entre academia, sociedade civil, serviços de saúde e organizações unilaterais. / Foto: Envato Elements

Os resultados do estudo destacam a necessidade da colaboração interdisciplinar entre profissionais de saúde, gestores e pacientes para a implementação efetiva de políticas de atenção ao HIV/Aids. A análise dos dados coletados ressalta a relevância da velocidade no diagnóstico, bem como a necessidade de estratégias de educação em saúde para informar os pacientes sobre os benefícios da testagem e de cuidados necessários.  

Nesse sentido, a educação desempenha um papel fundamental ao estabelecer uma ponte para mitigar novas contaminações, ao mesmo tempo, em que promove conscientização e molda um novo panorama na saúde pública, integrando assim a prevenção e o tratamento. 

A pesquisa evidencia que a velocidade do diagnóstico é um fator crítico não apenas para o início imediato do tratamento, mas também para a sobrevivência em casos de exposição a infecções oportunistas. Todavia, o acesso ao diagnóstico rápido enfrenta desafios diversos, incluindo questões relacionadas à disponibilidade de insumos e recursos humanos.  

Além disso, o estudo identifica que a falta de compreensão sobre a importância da testagem e do tratamento, tanto por parte dos pacientes quanto dos profissionais de saúde, constitui um obstáculo que precisa ser abordado de forma abrangente para garantir resultados positivos no controle do HIV e das infecções oportunistas correlacionadas. 

Leia também: Dengue: confira 5 dicas para prevenir a doença

Aedes aegypti

Com o aumento de casos de dengue no RS e no Brasil, é importante se prevenir/ Foto: Muhammad Mahdi Karim

De acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde, no dia 22 de novembro de 2023, foram confirmados 21.624 casos de dengue com sinais de alarme e de dengue grave (DSA e DG) no ano passado, o que representa um aumento de 16,4% em relação ao mesmo período de 2022, quando foram registrados 18.564 de DSA e DG. No Rio Grande do Sul, já foram registradas, apenas nas primeiras quatro semanas de 2024, 1.595 casos da doença, enquanto foram apenas 88 no mesmo período em 2023.  

O aumento dos casos se deve ao fato de que os eventos climáticos que o Estado atravessa, como o calor excessivo e a chuva, contribuem para o acúmulo de lixo em algumas cidades, propiciando a reprodução e desenvolvimento do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue. 

Os sintomas da doença são febre alta, mal-estar, falta de apetite, dores no corpo e nas articulações, dor atrás dos olhos, manchas vermelhas pelo corpo e dor de cabeça. Pessoas de todas as faixas etárias são suscetíveis à doença, mas idosos e indivíduos com doenças crônicas têm maior risco de apresentarem sintomas graves e complicações. 

Confira as dicas para prevenção da dengue: 

1.Utilize repelente 

Passar o produto nas partes do corpo que ficam expostas, como braços e pernas, é uma maneira eficaz de manter os mosquitos afastados da pele. 

2.Cubra a maior parte do corpo, quando possível 

O Aedes aegypti é atraído pela substância que o corpo humano elimina por meio do suor e da respiração, por isso é importante utilizar roupas que cubram a maior parte do corpo para atenuar esse processo. 

3.Elimine focos de água parada 

Evite deixar qualquer reservatório de água parada sem proteção em casa. O mosquito pode usar como criadouros desde espaços como caixas d’água e piscinas abertas até pequenos objetos, como tampas de garrafa e vasos de planta. 

4.Coloque telas em janelas e portas 

Fique, preferencialmente, em locais com telas de proteção, mosquiteiros ou outras barreiras disponíveis. 

5.Aplique inseticidas e larvicidas 

Inseticidas são grandes aliados na prevenção da dengue, pois ajudam a eliminar focos do mosquito em locais abertos e fechados. Na PUCRS são realizadas aplicações regulares de inseticidas e larvicidas nas áreas externas em todo o Campus. 

Se você perceber a presença de mosquitos em qualquer espaço, é importante que a Universidade seja avisada da localização exata para que possa atuar pontualmente no local. Neste caso, você deve informar à secretaria do SSO via sistema Trace ou pelo e-mail [email protected]. 

Leia também: InsCer atua de forma pioneira no Brasil para diagnóstico do Alzheimer 

Manter uma rotina de sono nas férias é importante não só para as crianças mas também para os adultos. / Foto: Pexels

Durante os primeiros meses do ano, é comum que estudantes tentem aproveitar ao máximo o tempo de lazer antes do ano letivo começar. De folga da rotina escolar, eles acabam passando mais tempo acordados e virando a noite para assistir a filmes ou jogar videogame, por exemplo. No entanto, manter uma rotina de sono nas férias é importante e traz benefícios não apenas para crianças e adolescentes, mas também para os pais 

É preciso ficar alerta: segundo especialistas, a falta de uma rotina regular de sono pode atrapalhar o desenvolvimento dos estudantes. Segundo Magda Nunes, médica neurologista infantil do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (Inscer) e professora da Escola de Medicina da PUCRS, o sono é um ciclo biológico que funciona num padrão de 24 horas e o ideal é seguir esse padrão para evitar alterações no nosso organismo.  

“Como não temos os marcadores de levantar, ir à escola e fazer as atividades, as crianças e os adolescentes acabam dormindo mais tarde e também acordando mais tarde. Então o que se recomenda é que, pelo menos uma ou duas semanas antes do final das férias, já se comece a tentar voltar ao normal, ao ritmo de sono e horários de acordar e de dormir durante a semana.”  

Além de um mau desenvolvimento, um sono irregular pode causar alterações nas funções do organismo, o que pode acarretar um mau funcionamento de hormônios relacionados a questões metabólicas, como o hormônio da fome e o da saciedade. Uma má qualidade do sono também pode levar a sintomas perceptíveis em crianças e adolescentes, como alterações de humor, irritabilidade e desatenção.  

Como retomar a rotina de sono? 

A professora Magda Nunes ressalta que é importante cuidar para que a alimentação não seja muito pesada à noite para não atrapalhar a rotina de sono. / Foto: Bruno Todeschini

Para estabelecer e manter uma boa rotina de sono, é importante seguir alguns passos. De acordo com Magda, a chamada “higiene do sono” começa já na alimentação. “O ideal é evitar alimentos gordurosos e muito pesados durante a noite. Também é importante evitar bebidas com cafeína, como alguns chás, achocolatados e refrigerantes.”  

Além da alimentação, é importante começar a preparar o ambiente para o descanso após o jantar, diminuindo as luzes e ruídos externos. Fatores como um quarto limpo, arejado, em uma boa temperatura – nem frio demais nem quente demais, e uma cama bem-organizada também fazem parte desse processo. Para crianças e especialmente adolescentes, o uso das telas acaba sendo o grande “vilão” de uma noite mal dormida.  

“Quando falamos de telas, falamos de celular, televisão e computador. O recomendado é que, para crianças pequenas, esse uso de telas seja limitado durante o dia e que, durante a noite, os pequenos fiquem no mínimo duas horas longe das telas antes da hora de ir para a cama. Já para adolescentes, esse período tem que ser pelo menos de meia hora antes do horário do sono”, finaliza a professora.  

Qual a quantidade de sono ideal para cada faixa etária?  

Além de estabelecer a rotina também nas férias, pais e responsáveis precisam estar atentos ao tempo de sono de cada criança e adolescente. A recomendação da Cartilha da Semana do Sono 2020, que segue as orientações da organização internacional National Sleep Foundation, varia conforme a idade. Para os mais novos, entre 3 e 5 anos, o recomendado é de 10 a 13 horas de sono. Dos 6 aos 13 anos, a média já diminui – a indicação é de 9 a 11 horas de sono. Para os adolescentes entre 14 e 17 anos, a orientação é dormir entre 8 e 10 horas. 

Leia também

Uma pesquisa da Universidade de Sussex mostrou que ler ajuda a reduzir em até 68% os níveis de estresse. / Foto: Pexels

Quem nunca estipulou como meta ler mais? Uma atividade com múltiplas funções, ler pode ser uma forma de entretenimento, um meio de informação ou um caminho simples e acessível para adquirir conhecimento. Independente da motivação, o processo de leitura também é capaz de auxiliar no desenvolvimento de habilidades, contribuindo, inclusive, para a saúde mental. De acordo com pesquisador do Instituto do Cérebro (InsCer) e professor da Escola de Ciências da Saúde e da Vida Augusto Buchweitz, ler pode atuar como um exercício que estimula o cérebro.  

O hábito de leitura tem relação comprovada com uma melhor qualidade de saúde mental. A leitura, por envolver imaginação, mentalização, antecipação e aprendizagem (sempre aprendemos, ao menos, palavras novas), funciona como um ‘exercício’ para o cérebro humano. Apesar de não ser um músculo, o nosso cérebro precisa ser estimulado, destaca o pesquisador. 

Outro fator que enfatiza a relação entre a leitura e a qualidade de saúde mental é ação da atividade na redução do estresse. A professora Aline Fay, coordenadora do curso de licenciatura em Letras com ênfase na Língua Inglesa, ressalta que pesquisas já demonstraram resultados positivos sobre essa contribuição. “Uma pesquisa realizada pela Universidade de Sussex mostrou que ler ajuda a reduzir em até 68% os níveis de estresse. Durante o estudo, os sujeitos analisados diminuíram a frequência cardíaca e aliviaram a tensão dos músculos”, salienta a professora. 

Ler protege a mente hoje e no futuro 

Os benefícios da leitura não atuam no nosso cérebro apenas no presente. Estudos apontam que ler pode ser uma forma de proteger a mente contra o surgimento de doenças neurodegenerativas. Segundo a professora Aline, quando lemos melhoramos o funcionamento cerebral, o que ajuda a “atrasar” sintomas de doenças como demência e Alzheimer. Ela destaca que inúmeras pesquisas comprovam o aumento das conexões neurais durante a leitura. Um destes estudos, realizado pela Universidade Emory, descobriu que ler afeta nosso cérebro da mesma forma como se realmente tivéssemos vivenciado os eventos sobre os quais estamos lendo. Diante disso, a professora ainda aponta que, ao lermos, podemos aumentar nossa empatia, ou seja, a capacidade de compreender e se solidarizar emocionalmente com o outro. 

GRADUAÇÃO PRESENCIAL

Cadastre-se e receba informações sobre formas de ingresso, cursos e muito mais.

Mas nem todos os gêneros literários agem da mesma forma. O professor Augusto afirma que, de acordo com o conteúdo de cada história, outras regiões cerebrais são ativadas, resultando em comportamentos, emoções e experiências distintas.  

Durante a leitura de histórias de suspense, por exemplo, a ativação do cérebro tem relação direta com a experiência do leitor. Os leitores que relataram ter ficado mais envolvidos com a narrativa foram os mesmos que tiveram maior ativação de uma circuitaria do cérebro, que envolve tentar antecipar o que vai acontecer (inferências futuras) explica. 
É importante entender que nem todos os gêneros literários agem da mesma forma no cérebro. / Foto: Pexels

Ele também frisa que especialistas no estudo da memória reforçam a importância do aprendizado constante e do hábito de leitura. “O ilustre professor Ivan Izquierdo [falecido em 2021], um dos maiores especialistas em memória do mundo, frequentemente ressaltava em suas entrevistas que profissões como a de professor e artista de teatro, entre outras, por envolverem a leitura e aprendizagem constante, são profissões que ajudam a ‘proteger’ o cérebro de quem as desempenha”, comenta o pesquisador do InsCer. 

Para além das páginas lidas 

Além de ser uma atividade benéfica para o funcionamento e para a saúde da mente, a leitura participa do desenvolvimento de habilidades específicas. Para a professora Aline, ler é uma forma de ampliar competências. “A leitura favorece a melhora da escrita, expande o vocabulário, trabalha a criatividade e auxilia na formação do senso crítico (capacidade de reflexão sobre algo)”, afirma. Segundo ela, não há um tempo diário específico a ser dedicado à leitura para que as habilidades sejam desenvolvidas.  

“O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, por exemplo, diz ler um livro a cada duas semanas, já Bill Gates diz ler todos os dias durante uma hora. Tudo varia em função do tempo e disponibilidade de cada um. O importante é desenvolvermos o hábito da leitura diária e criar estratégias, tais como reservar um momento do dia somente para a leitura, selecionar livros/temas que achamos interessantes, ter sempre um livro na cabeceira e, acima de tudo, ter paciência e resiliência”, recomenda a professora. 

Para Augusto, a leitura pode estimular desde habilidades e conhecimentos mais fundamentais até aprendizagens que abrangem outros domínios, como o desenvolvimento de raciocínio e do pensamento científico. “Se pensarmos que aprendemos a ler e, por fim, podemos ler para aprender, o que estiver ao alcance da aprendizagem pela leitura está ao alcance do leitor”, conclui. 

Leia TAMBÉM

programa hangar, biosima

Eduardo Rolim – BioSima / Foto: Matheus Gomes

A BioSima Medicina Regenerativa (startup do professor e pesquisador da Escola de Ciências da Saúde e da Vida e do Programa de Pós-graduação em Odontologia Eduardo Rolim Teixeira que aposta em um tratamento inovador para a reparação de orgãos e tecidos) conquistou o primeiro lugar na categoria healthtech do edital InovaDoc 2023 da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). O edital busca fomentar soluções inovadoras para a transferência de tecnologias desenvolvidas em universidades e centros de pesquisas para empresas. E a publicação contemplou quatro diferentes linhas de pesquisa diferentes para  investimento: agritech, nanotech, biotech e healthtech.  

“Concorremos com mais de 300 projetos de universidades e institutos de pesquisa nacionais, sendo que somente 20 projetos foram agraciados. Agora, esses recursos entram para estruturação do parque de pesquisa e desenvolvimento (P&D) da startup. Além disso, a estruturação da startup também contempla a expansão de sua parte corporativa, visando agregar capital intelectual para o desenvolvimento de outros produtos tecnológicos”, elenca  

Eduardo Teixeira comemora essa conquista e destaca a importância deste investimento para o crescimento e maior impacto da startup na sociedade. Além disso, o pesquisador já prevê outros investimentos.  

“Estamos vislumbrando também uma captação de investimento privado, apoiados agora no capital e na chancela FINEP que atesta que o nosso projeto é inovador e aplicável ao mercado. Estamos prevendo uma rodada de investimentos privados com potencial 3 a 5 vezes maiores do que o captado no edital”. 

A startup, que ficou em segundo lugar no Programa Hangar em 2022, vem se destacando no cenário da saúde pelo desenvolvimento de produtos baseados em terapias que utilizam pequenas estruturas feitas pelas próprias células do nosso corpo, chamadas exossomos. Essas células carregam material genético e proteínas específicas e ajudam a reparar doenças ao estimular outras células locais do paciente a renovar tecidos e órgãos. 

Em vez de oferecer tratamentos padronizados que funcionam pela média geral da resposta de drogas farmacológicas comuns administradas para um grande número de pessoas, este ramo da medicina regenerativa foca em criar terapias personalizadas, adaptadas às necessidades específicas de cada indivíduo, especialmente em áreas onde os tecidos ou órgãos foram afetados por doenças.  

Ciência e mercado lado a lado  

Durante sua participação na primeira edição do Programa Hangar, iniciativa que visa conectar pesquisas acadêmicas ao ecossistema de inovação da PUCRS, a startup não apenas nasceu e consolidou sua visão de negócio, mas pode aprimorar sua compreensão da interseccionalidade entre pesquisa acadêmica e mercado. Após a participação, a empresa deu passos significativos em direção à realização de suas metas, como a captação de investimentos governamentais e privados.  

A equipe da startup é composta originalmente por Eduardo Rolim e Patricia Sesterheim, bióloga, sendo estes sócios-fundadores e parceiros desde o início do projeto, contando com outros pesquisadores-colaboradores da PUCRS e também externos que tiveram papel importante no desenvolvimento das pesquisas. 

Desde sua jornada no Programa Hangar até os avanços pós-incubação, a BioSima estabelece seu espaço na vanguarda da medicina personalizada. Seu compromisso com a inovação, combinado com a aplicação prática da pesquisa acadêmica, cria uma força impulsionadora na busca por terapias mais precisas e eficazes para enfermidades humanas. Para o professor Eduardo Rolim Teixeira, a empresa se diferencia visto seu estado de maturidade.  

“As poucas empresas com produtos de sinalização exossômica existentes mundialmente encontram-se igualmente em fase inicial de preparação de produtos, apresentando seus primeiros resultados com grande potencial de impacto inovador”, destaca.   

O empreendimento baseia suas atividades na extensa jornada de 11 anos de pesquisa e desenvolvimento do grupo de pesquisadores e fundadores da empresa. Essa trajetória resultou na criação de uma ampla rede de colaboração, tanto nacional quanto internacional, entre diferentes parceiros, culminando no atual estágio de desenvolvimento de seu principal produto exossômico, o ConExo, um produto exossômico em desenvolvimento para aplicação em cirurgias ósseas Ortopédico-Odontológicas.  

“Essa expertise é complementada por um corpo técnico-científico altamente capacitado e por estruturas físicas contratadas já em uso para a condução das etapas de desenvolvimento do projeto. Além disso, a empresa garantiu financiamentos para ensaios clínicos com entidades nacionais e internacionais, recebeu investimento-anjo do setor privado e está formalizando os procedimentos necessários junto às agências reguladoras de saúde, como a Anvisa”, complementa Eduardo.  

Esses elementos destacam-se como diferenciais significativos da BioSima, impulsionando sua posição como uma empresa pioneira na liderança da inovação em medicina regenerativa. 

Leia também:

dicas para se exercitar no verão

Aulas em grupo são uma boa alternativa para praticar esportes no verão. / Foto: Giordano Toldo

Época do ano favorita de muitas pessoas para realizar esportes, além da busca pela boa forma, o verão é uma estação que requer cuidados especiais para as práticas de atividades físicas e esportivas. O professor dos cursos de Bacharelado e Licenciatura em Educação Física, Adriano Detoni Filho, recomenda que os horários adequados são até as 10h da manhã e após as 17h. “Utilize roupas leves e de cores claras, além de boné, óculos ou viseiras”, complementa. 

O professor lembra que sempre é importante levar uma garrafa de água para hidratação durante a prática, além de ingerir líquidos durante todo o dia para evitar a desidratação e comer alimentos saudáveis. Confira as cinco opções de atividades que podem ser feitas no verão: 

1) Caminhada/corrida

É um ótimo exercício para sair do sedentarismo, pois não requer equipamentos, apenas uma roupa adequada e um tênis confortável. O bom desta atividade é que não há necessidade da companhia de outras pessoas, pode ser realizada individualmente. Como sugestão, ao correr ou caminhar sozinho, leve um fone de ouvido, curtir a paisagem é sempre mais agradável com música.

2) Atividades no meio aquático

Com o calor, nada melhor que realizar uma atividade física que gere gasto de energia e, simultaneamente, refresque. Para isso, as sugestões são: natação, hidroginástica e stand-up paddle; além do surfe e mergulho, para quem gosta de práticas mais radicais. Nestas atividades é muito importante o acompanhamento de um profissional ou realizá-las em um local que tenha a supervisão de um salva-vidas.

3) Pedal

dicas para se exercitar no verão

A natação é uma boa alternativa de esporte para os dias de calor. / Foto: Giordano Toldo

Com o aumento das ciclovias, andar de bicicleta se torna uma atividade cada vez mais atrativa. É uma ótima alternativa para incluir na rotina diária, ao invés de ir de carro para algum local, pegue a bicicleta e experimente. 

4) Esportes com bola

Futevôlei, beach tennis, voleibol, futebol, frescobol, entre outros esportes são excelentes e podem ser praticados na praia e na cidade. A maior vantagem das práticas com bola é a integração. Convide a família para participar, principalmente crianças, evitando que fiquem em aparelhos eletrônicos durante muito tempo nas férias.

5) Aulas em grupo

Nesta época, ocorrem inúmeras atividades e aulas na beira da praia. Estas aulas são excelentes para melhora do condicionamento físico, integração com outras pessoas e diversão. Outra atividade para convidar a família e os amigos a participarem. 

Alerta para se exercitar 

Estas atividades devem ser realizadas com moderação, cada pessoa deve respeitar o seu condicionamento físico para evitar uma lesão ou mal-estar. O Parque Esportivo da PUCRS é uma ótima opção de local para realizar as dicas indicadas pelo professor. 

Leia também:

5 dicas, como praticar o autoconhecimento
Praticar o autoconhecimento auxilia a ampliar a autoconsciência e a visão sobre a autoimagem. / Foto: Envato Elements

O aforismo atribuído ao filósofo grego Sócrates, “conhece-te a ti mesmo”, é uma das referências mais citadas quando o assunto é o autoconhecimento. Saber identificar suas habilidades, vulnerabilidades, desejos e comportamentos é uma habilidade fundamental para o desenvolvimento individual. Conhecer a si mesmo, portanto, significa ampliar a autoconsciência e a visão sobre a autoimagem.

Praticar o autoconhecimento, no entanto, nem sempre é fácil. Para auxiliar, professora Manoela Ziebell, do curso de Psicologia daEscola de Ciências da Saúde e da Vida, listou cinco ações que podem facilitar seu processo de desenvolvimento. Confira:   

1) Conecte seu passado com seu presente para pensar sobre o futuro 

A pessoa que você é hoje foi construída ao longo de sua trajetória de vida a partir de interesses, tomadas de decisão e experiências. O exercício de repensar sobre momentos da sua história possibilita que você se pergunte o porquê de algumas escolhas. Essas respostas podem auxiliar a entender seus interesses, hábitos, relações e preferências atuais.  

Conectar esses pontos também permite que você pense sobre o futuro com mais clareza, identificando objetivos com maior sentido em sua vida e estabelecendo metas mais factíveis considerando seu contexto atual. A clareza sobre seu ponto de partida, onde você está hoje e o que quer alcançar pode contribuir para aumentar o sucesso no cumprimento de suas metas.  

2) Observe sua energia e engajamento 

Em que momentos do dia você tem mais energia? E em quais tem menos? Que tipos de atividade lhe dão mais prazer? Quais gostaria de não precisar fazer? Por que isso acontece? Responder essas perguntas pode ajudar você a organizar melhor seu dia e suas atividades de forma a ter mais prazer e mais energia quando as realiza. 

Isso aumenta seu senso de autoeficácia e atende uma necessidade de competência que todas as pessoas têm. Se você não sabe a resposta, procure observar como se sente ao longo da semana e faça registros. Identifique, para cada atividade, como está sua energia e o quanto você se sente envolvido com ela.  

GRADUAÇÃO PRESENCIAL

Cadastre-se e receba informações sobre formas de ingresso, cursos e muito mais.

3) Experimente coisas novas 

5 dicas, como praticar o autoconhecimento
Experimentar novos desafios e diferentes formas de realizar atividades contribui para que você se conheça mais. / Foto: Envato Elements

Procure ter novas experiências e observe como se sente. Neste momento de distanciamento social, experimente diferentes formas de se organizar para estudar; fazer uma comida que você nunca fez; ampliar o tempo e a forma como lida com um hobby; ou aprender algo diferente. 

Procure desafios compatíveis com o tempo de que você dispõe e com o seu nível de habilidade. Experimentar coisas novas e muito difíceis pode fazer com que você desanime ou avalie negativamente a experiência. Se você tentou algo novo e não teve certeza sobre o que pensa ou como se sente, experimente mais uma vez. E tome cuidado para não se expor a riscos desnecessários nesse processo. Se precisar, peça ajuda. E, se não tiver certeza de que é seguro, melhor não fazer. 

4) Pergunte a pessoas próximas 

Escolha pessoas com quem tenha intimidade o suficiente (para que elas não se sintam constrangidas em ser sinceras) e peça um feedback. Questione o que elas identificam em você como melhores e piores características. E, mais importante do que isso, peça exemplos de situações em que você mostra esses comportamentos. Esse exercício é importante para identificar pontos fortes e pontos de melhoria, mas principalmente para poder pensar em como melhorá-los. Se estiver disposto fazer esse exercício, lembre-se de escolher algum ponto para desenvolver e, depois de algum tempo, pergunte à mesma pessoa que lhe ajudou se ela consegue notar alguma mudança ou melhoria. 

5) Pense sobre seus pensamentos, sentimentos e desejos 

Na correria do dia a dia, não costumamos reservar um tempo para pensar sobre nós mesmos e como nos sentimos em relação às diferentes situações. Isso pode fazer com que a nossa ação seja sempre automática ou sempre uma reação (no sentido de responder ao que acontece e não de fazer com que as coisas aconteçam). Esse exercício de olhar para dentro não precisa ter hora marcada, mas, para quem não tem o costume, pode ser uma boa ideia tentar fazê-lo antes de dormir.  

Refletir sobre como você pensa, sobre seus sentimentos e desejos pode ajudar a entender melhor como você reage a diferentes situações, sendo o primeiro passo para que você consiga administrar melhor suas respostas emocionais e comportamentais. Por exemplo, se você entrou em uma discussão com um amigo e respondeu de forma dura, pense sobre o que fez com que respondesse assim, como se sentiu e como gostaria de ter respondido. Avalie se teria como fazer diferente ou como poderia lidar com a mesma situação caso ela acontecesse de novo. Esses insights podem te ajudar a agir melhor e de forma mais coerente com quem você é e quem deseja.  

Leia também: 

Saúde mental e emocional, pessoa dando apoio a outra

Confira dicas para cuidar da sua saúde mental. / Foto: Pexels

Cuidar do bem-estar mental é tão crucial quanto cuidar da saúde física. A iniciativa do Janeiro Branco, concebida pelo psicólogo Leonardo Abrahão em 2013 e transformada em lei em 2023, busca conscientizar a sociedade sobre a importância da saúde mental. Em 2024, a campanha “Saúde Mental enquanto é tempo” propõe uma reflexão profunda sobre a necessidade de dedicar atenção a si e ao todo, com respeito e carinho.

No Brasil, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 86% da população sofre de algum tipo de transtorno mental, como fobias, depressão, transtornos de ansiedade e personalidade, entre outros. O país também conta o maior número de pessoas ansiosas:  9,3% da população brasileira sofre com a doença 

Para enfatizar importância da conscientização sobre o tema, a professora Rita Petrarca, do curso de Psicologia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS, preparou sugestões de como começar o ano cuidando bem da mente e do emocional. Confira as dicas de como cuidar das emoções, comportamentos e da qualidade das suas relações afetivas: 

1) Tire um tempo para você

No meio das obrigações diárias, é essencial fazer uma pausa para respirar. Descanse e reserve um tempo do seu dia para desfrutar de algo que lhe dê prazer: assistir a uma série, dar um passeio, ler um livro interessante, dançar. O importante é que a atividade seja agradável.

2) Busque o equilíbrio 

Tente manter uma organização na realização das tarefas de aula e trabalho, equilibrando as responsabilidades com as atividades de lazer e descanso. Utilizar plataformas de organização e métodos de gestão do tempo podem te ajudar.  

3) Cuide do corpo 

Praticar atividades físicas ajuda na liberação de substâncias no organismo que causam as sensações de bem-estar, conforto e melhoram o humor, além de fazer bem à saúde. Lembre-se de dormir bem para descansar o corpo e a mente, além de se hidratar e manter uma alimentação equilibrada. Antes de dormir, evite usar o celular e aparelhos eletrônicos para ter uma noite mais tranquila.  

4) Mantenha boas relações 

Busque estar próximo das pessoas que você ama e te fazem bem, como família, amigos e amigas, mesmo que virtualmente. Os bons relacionamentos são fundamentais para a saúde mental e ajudam a fazer com que a vida tenha sentido. 

5) Procure ajuda

Preste atenção em você. Se estiver com dificuldades em lidar com as suas emoções, com a realidade desse momento ou com frustrações, procure uma ajuda profissional. Existem diferentes alternativas de profissionais e serviços de psicologia que podem lhe auxiliar a lidar com os momentos difíceis da vida. Lembre-se que é importante falar sobre saúde mental de janeiro a janeiro. Ninguém precisar estar só.   

Saiba onde procurar ajuda 

Alguns serviços que oferecem ajuda são o Centro de Valorização da Vida (CVV), pelo telefone 188 ou no chat do site, e o Núcleo de Apoio Psicossocial do Centro de Apoio Discente da PUCRS, para a comunidade acadêmica. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (51) 3320-3703 ou no e-mail [email protected]. 

Leia também:  

GRADUAÇÃO PRESENCIAL

Cadastre-se e receba informações sobre formas de ingresso, cursos e muito mais.

Com o fim da pandemia global por Covid-19, especialistas projetam que 2024 na área da saúde traga novas perspectivas na área de saúde e bem-estar. / Foto: Bruno Todeschini

Em 2023, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou encerrado o período de emergência sanitária para a Covid-19, e com o fim da pandemia, novas perspectivas na área de saúde e bem-estar voltaram ao centro de discussões científicas e mercadológicas. Conheça cinco assuntos que, segundo especialistas e pesquisadores da PUCRS, estarão em alta em 2024. 

1) Conexão entre dados para saúde 

As interfaces digitais fornecem dados sobre a nossa rotina, hábitos e práticas. Para que os sistemas de saúde possam funcionar de maneira mais assertiva, o compartilhamento e cruzamento dessas informações é um passo crucial. “A interoperabilidade envolve a padronização de dados e protocolos para permitir que diferentes sistemas de saúde compartilhem informações de forma eficiente e segura”, explica professor da Escola de Ciências da Saúde e da Vida e dos Programas de Pós-Graduação em Gerontologia Biomédica e Odontologia, Rafael Reimann Baptista. 

Nessa lógica, existe a cooperação de todos os profissionais, organizações de saúde e demais profissionais, estabelecendo uma construção de apoio, mais sólida e direcionada ao paciente a partir de uma perspectiva global de suas necessidades. 

“Isso inclui a proteção da privacidade e segurança dos dados dos pacientes, a integração de dados em tempo real para insights clínicos, com o aumento do acesso dos pacientes aos seus próprios dados e a melhoria da colaboração entre especialidades e instituições”, ressalta o professor. 

2) TeleHealth e recursos cruzados 

O uso das possibilidades desenvolvidas pela tecnologia na área da saúde está ainda mais presente, possibilitando que diferentes especialistas se conectem com a população em diferentes regiões. “TeleHealth é um termo amplo que engloba telemedicina e o uso de tecnologia para seguimento de pacientes. Existem diversas formas e cenários em que a tecnologia pode contribuir para melhorar a assistência aos pacientes”, destaca o decano da Escola de Medicina e professor Programa de Pós-Graduação em Medicina Pediatria e Saúde da Criança, Leonardo Araújo Pinto. 

Nessa construção, os pacientes que possuem necessidades mais específicas e que residem distantes de espaços hospitalares de referência, poderão ser os mais favorecidos.  

“Recentemente, muitos aplicativos e tecnologias vestíveis facilita o seguimento desses pacientes, reduzindo a necessidade de deslocamentos, e inclusive melhorando a capacidade dos centros de realizar e registrar o seguimento dos pacientes e controle das doenças crônicas, como asma, hipertensão e diabete”, elenca Leonardo 

Para a decana da Escola de Ciências da Saúde e da Vida e professora dos programas de pós-graduação em Educação e Gerontologia Biomédica, Andrea Gonçalves Bandeira, o acesso de maneira mais prática é uma construção que gerará maior eficiência quando falamos nessas tecnologias.  

“Além disso, a facilidade de acesso a sua jornada nos serviços de saúde e a possibilidade de informações confiáveis é outro ponto de destaque quando falamos em TeleHealth”, destaca a professora 

3) Tecnologias vestíveis 

A expectativa para 2024 é que algumas doenças possam ser erradicadas devido ao desenvolvimento de novas vacinas. / Foto: Cristine Rochol/PMPA

O uso de tecnologias vestíveis, aquelas que se conectam ao nosso corpo e trazem dados em tempo real, já é bastante utilizado em relógios inteligentes. As aplicações para essa tecnologia são as mais variadas, podendo estar presente de diferentes formas, como em roupas e tecidos e relógios mais assertivos.  

“Os dispositivos vestíveis continuarão a ser uma tendência, fornecendo dados em tempo real sobre a saúde dos usuários e promovendo um estilo de vida mais ativo e saudável”, destaca Rafael Baptista. 

4) Novas vacinas 

Com os investimentos na produção de vacinas no período pandêmico, os laboratórios buscam, atualmente, a descoberta de prevenções para outras doenças. “Durante a pandemia de Covid-19, a área de desenvolvimento de vacinas ganhou um impulso em relação às diversas tecnologias que podem ser utilizadas para o desenvolvimento de vacinas e prevenção de doenças infecciosas” explica Leonardo. 

Nesse ano, diversas doenças populares podem ser erradicadas, caso as vacinas sejam desenvolvidas e popularizadas. O Ministério da Saúde já incorporou a vacina contra a dengue no calendário vacinal do SUS, mas ela não será utilizada em larga escala em um primeiro momento devido a capacidade restrita de fornecimento de doses pelo fabricante.  

“Dessa forma, outras doenças infecciosas que aguardavam há anos pela possibilidade de prevenção com uso de vacinas têm se beneficiado dessas novas estratégias e tecnologias. Para citar exemplos recentes, algumas doenças infecciosas de alto impacto vêm recebendo lançamentos na área de imunizações: dengue, vírus sincicial respiratório (principal causa de bronquiolite) e pneumococo (principal causa de pneumonia). Essas intervenções podem provocar uma grande mudança, para melhor, na epidemiologia das doenças infecciosas”, explica o professor. 

5) Saúde mental como recurso de saúde pública 

A saúde mental tem um impacto direto na qualidade de vida das pessoas. No período de enfrentamento a Covid-19, depressão e ansiedade aumentaram mais de 25% apenas no primeiro ano da pandemia. Hoje, a sociedade está vivendo as consequências desse período, e os jovens são os mais afetados: conforme o relatório anual do Estado Mental do Mundo, divulgado pela Sapien Labs, o número de pessoas na faixa etária dos 18 aos 24 anos relatando queixas de saúde mental no Brasil é maior quando comparado as pessoas que tem entre 55 e 64 anos.  

Saúde mental e qualidade de vida andam lado a lado, estabelecendo uma correlação mútua para uma vida com maior qualidade. O professor Leonardo Pinto explica que muitos pacientes com doenças crônicas costumam ser mais suscetíveis a problemas de saúde mental, interferindo diretamente na adesão ao tratamento e controle da doença. “Dessa forma, diversas especialidades médicas têm colocado foco também nas medidas que podem promover a saúde mental dos pacientes com doenças crônicas”, contextualiza. 

“Frente ao todo contexto atual, enfrentamos muitos desafios na Rede de Atenção Psicossocial, com uma demanda maior que a oferta de serviços e com a necessidade de cada vez mais preparar profissionais da saúde qualificados para a atuação na promoção da saúde mental e na atenção psicossocial, que pressupõe um olhar ampliado e uma atuação interprofissional. Com isso, a formação em saúde, seja ao nível de graduação ou pós-graduação, precisa estar conectada aos desafios da sociedade e preparada para auxiliar na resposta a estas demandas”, afirma Andrea. 

Leia também: 4 tendências de tecnologia para ficar de olho em 2024 

GRADUAÇÃO PRESENCIAL

Cadastre-se e receba informações sobre formas de ingresso, cursos e muito mais.