Trabalho premiado buscou descrever e contextualizar as ações do grupo de pesquisa / Foto: arquivo pessoal

Buscando reconhecer e premiar quem mais procurou aprimorar a prática médica, a Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs) criou, em 2021, o Prêmio Amrigs de Melhores Práticas na Medicina com o foco, neste ano, no contexto da Covid-19. No último dia 27 de outubro, o Projeto de Extensão Atenção MultiProfissional ao Longevo (Ampal), coordenado pelo Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS, foi agraciado com o segundo lugar na categoria Terceiro Setor.

O título do trabalho premiado foi Atenção Multiprofissional ao Longevo: uma estratégia de mediação do telemonitoramento domiciliar à atenção básica. O trabalho buscou descrever e contextualizar as ações do grupo de pesquisa do projeto Ampal em 2020. A atividade do telemonitoramento constituiu em avaliação e acompanhamento do estado de saúde de nonagenários e centenários residentes de Porto Alegre.

Sobre o projeto

De acordo com o coordenador do projeto, o professor da Escola de Medicina Angelo Gonçalves Bós, a proposta partiu de um projeto de pesquisa, inicialmente em um ambulatório de atendimento multiprofissional ao longevo em 2012 no Hospital São Lucas da PUCRS. Percebeu-se na dificuldade de deslocamento (sair de casa) dos nonagenários e centenários, uma oportunidade de criar estratégias para levar o cuidado da saúde à prevenção e promoção de saúde mais próximo do cliente.

Dessa iniciativa, resultou um inquérito de avaliação ampla do idoso em saúde multiprofissional em 2014, o Projeto de Extensão Atenção Multiprofissional ao Longevo da PUCRS (AMPAL) que foi utilizado para a avaliação do estado e agravos de saúde de pacientes longevos atendidos pelo Centro de Extensão Universitária Vila Fátima, no bairro Bom Jesus. Em 2016 o projeto teve sua abrangência ampliada para atuar nas diversas regiões do Orçamento Participativo de Porto Alegre, recebendo investimentos do Fundo Municipal do Idoso da cidade, estabelecendo uma corte de 248 participantes acompanhados desde então.

Das avaliações eram gerados relatórios de saúde enviados aos participantes e famílias. O relatório continha, entre outros resultados, orientações e encaminhamentos para a resolução de problemas observados. O acompanhamento se deu de maneira domiciliar em 2018, também com recursos do Fundo Municipal do Idoso de Porto Alegre, e com uma nova avaliação prevista para 2020, desta vez sem recursos externos.

Acompanhamento na pandemia

Durante a pandemia, o projeto buscou se inovar e desenvolveu um formato online, testado em um grupo significativo de nonagenários e centenários (56), mostrando-se eficiente para esse propósito. Os primeiros resultados, durante a pandemia, foram publicados e apresentados em diversos eventos científicos (regionais, nacionais e internacionais), gerando difusão do conhecimento para fomentar novas práticas de saúde na longevidade e delineando novos desafios, como alteração da qualidade do sono, alterações emocionais e físicas, dentre outras.

Além disso, uma intervenção remota de tele-reabilitação foi realizada e mostrou ser reprodutível e eficiente para a manutenção e recuperação de habilidades funcionais em longevos. Contatos sobre o projeto podem ser realizados com o coordenador do projeto através do e-mail [email protected].

Feira de Carreiras

A saúde mental no ambiente de trabalho é um assunto que interessa a empresas e profissionais e que abrange todos os níveis de hierarquia. Neste contexto de pandemia, a temática ganha ainda mais força: segundo pesquisa do instituto Ipsos, 53% dos brasileiros declararam que seu bem-estar mental piorou no último ano.  

Pensando em contribuir com essas reflexões, a 9ª edição da Feira de Carreiras da PUCRS terá como tema o conceito de Ressignificar: diálogos entre bem-estar e carreira, apresentando uma programação dedicada a essa pauta.

O evento acontece nos dias 19 e 20 de outubro, em formato totalmente online, com talks, palestras, rodas de conversas e momentos de autocuidado. Os participantes também terão a possibilidade de conexão com empresas parceiras da Feira de Carreiras, que poderão realizar entrevistas pela plataforma do evento para mais de 500 vagas de emprego abertas, que incluem oportunidades efetivas, de estágio e programas de trainee.

A novidade deste ano será o ambiente 100% virtual e imersivo, que permitirá aos usuários a navegação pelo conteúdo, interação com as empresas e participação nas atividades ao vivo e gravadas. Para Katia Almeida, coordenadora do PUCRS Carreiras, a expectativa para essa edição é alcançar um maior número de pessoas em todo o País.  

“Sabemos o quanto é necessária e importante essa conversa sobre carreira, por isso, neste ano, a Fijo fez o investimento em uma plataforma interativa, na qual o público poderá ter um acesso diferenciado a tudo que estará sendo oferecido dentro do evento,” destaca.

Confira a programação da Feira de Carreiras

19 de outubro 

20 de outubro 

PUCRS Carreiras: valorizando a saúde mental no ambiente de trabalho 

Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), o conceito de saúde é bem mais abrangente que a simples ausência de doença: é um completo estado de bem-estar físico, mental e social. Por isso, merece atenção em todas as suas vertentes.  

Trabalhando tanto com a carreira como com a trajetória de vida das pessoas, o Carreiras entende a importância da ajuda profissional e de práticas na promoção da saúde como um todo.  

Apoio do ensino ao mercado

O PUCRS Carreiras tem como propósito fortalecer o elo entre a Universidade e o mercado de trabalho, desenvolvendo a empregabilidade de estudantes, alumni PUCRS e comunidade. Através de consultorias de carreiras, mentorias, workshops e oficinas que abordam temas como elaboração de currículo e LinkedIn, preparação para entrevistas e desenvolvimento de marca pessoal, o serviço atua como uma ponte para a inserção profissional.

Segundo dados do Carreiras, 35,5% dos estudantes que estão cursando até o quinto semestre de graduação na PUCRS estão realizando estágios não-obrigatórios. Destes, 8,9% estão cursando entre o primeiro e o segundo semestres, construindo uma trajetória profissional desde o início dos estudos. Em 2021, foram disponibilizadas, em média 187 vagas por mês no site do PUCRS Carreiras.

Serviço

Dia do Idoso: pesquisadores buscam respostas para promover a longevidade

Foto: Anna Shvets/Pexels

Em 2030 o número de idosos no Brasil deve ultrapassar o número de crianças, aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com a inversão da pirâmide etária, estamos vivenciando uma mudança do perfil demográfico do País. É por isso que o estudo dos mecanismos que levam a um envelhecimento saudável se torna cada vez mais fundamental para que, em um futuro próximo, a população tenha atenção e cuidados para envelhecer com qualidade de vida.  

O Programa de Pós-graduação em Gerontologia Biomédica (PPG-GERONBIO) da PUCRS, que está com inscrições abertas até o dia 29 de outubro, prepara estudantes para a docência e pesquisa tanto na área da Gerontologia, quanto na área da Geriatria. Atualmente o número de pessoas acima dos 65 anos representa 14,03% da população, o equivalente a 29,3 milhões de pessoas que precisam de atendimento e suporte para essa etapa da vida.

Segundo a coordenadora do PPG, professora Denise Cantarelli Machado, o programa é multidisciplinar e promove pesquisas e ações sobre os seguintes aspectos do envelhecimento: biológicos, socioculturais, demográficos e bioéticos, clínicos e emocionais, além de estudar também o tema na Saúde Pública. 

Multidisciplinaridade para enfrentar os desafios do futuro 

Profissionais de diferentes áreas procuram o programa para desenvolver seus estudos. Há estudantes de Educação Física, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Nutrição, Enfermagem, Pedagogia, Medicina, Assistência Social, Engenharia, Arquitetura e até Direito. 

Prima-se pela integração e caminhada de encontro à interdisciplinaridade. Temos um número expressivo de egressos com excelente inserção no mercado de trabalho, a maioria em instituições de ensino locais e nacionais, atuando em cursos de graduação, pós-graduação e no desenvolvimento de pesquisas científicas e políticas públicas”, ressalta Denise.  

Cooperação internacional e estrutura completa para pesquisa de ponta 

Quem ingressa no programa conta com uma estrutura composta por laboratórios distribuídos no Campus da PUCRS, coordenados por docentes pesquisadores do programa, vinculados às Escolas de Medicina e de Ciências da Saúde e da Vida, ao Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer) e ao Instituto de Geriatria e Gerontologia (IGG) 

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Idosos apresentam risco mais elevado de quadros graves / Foto: Freepik

Nestes espaços os estudantes podem executar seus projetos de pesquisa e contar com outras estruturas de apoio, como a Biblioteca Central e o IDEIA (Centro de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico), que coordena a utilização dos laboratórios de Microscopia Eletrônica e Microanálise (LABCEMM), de Alto Desempenho em Computação (LAD), de Ressonância Magnética (LABMAG), de Prototipagem e Espaço Maker (Fablab Tecnopuc) e de Usabilidade de Produtos para a Saúde (Usalab Tecnopuc).  

Além disso, o PPG-GERONBIO é um dos integrantes do projeto de cooperação Estudo da Neuropsicologia do Envelhecimento e de Mecanismos Moleculares Relacionados às Doenças Neurodegenerativas nos Idosos, contemplado no edital da Capes, pelo Programa de Internacionalização (PrInt). As atividades de mobilidade in/out e de pesquisa foram iniciadas em 2019 e os alunos e docentes já realizaram atividades de pesquisa em diversos países. 

Mestrado ou doutorado? 

O curso de mestrado do PPG-GERONBIO tem como objetivo essencial desenvolver a competência para o desempenho de funções docentes na área da Gerontologia Biomédica. Nessa modalidade o estudante aprofunda conhecimentos por meio de debate crítico sobre a realidade gerontológica e educacional inserida no contexto da realidade sócio-política-econômica-cultural local e global. O profissional é qualificado para a pesquisa científica e intervenções junto à sociedade. 

Já o curso de doutorado tem como objetivo principal formar integralmente o pesquisador, associado à competência docente e visando o aprofundamento contextualizado do conhecimento na área da Gerontologia Biomédica. Neste caso o foco é a formação de profissionais com ampla capacidade científica para interagir e executar pesquisas de ponta em todas as áreas relacionadas ao idoso. 

Leia também: Mestrado e doutorado: no projeto de pesquisa, conte o que você pretende estudar 

Imunossenescência

Idosos cronicamente estressados têm imunidade celular ainda menor quando comparados a idosos não estressados./Foto: Pexels

O estresse psicológico acelera o envelhecimento fisiológico e imunológico em vários aspectos. Isso é o que foi estudado por Moisés Bauer, pesquisador e coordenador do Laboratório de Imunobiologia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida. “Demonstramos essa relação pela primeira vez há mais de 20 anos, descrevendo altos níveis de estresse, ansiedade e depressão em idosos de 60 a 91 anos, muito saudáveis, que viviam de forma independente na região metropolitana do Rio Grande do Sul”, conta o professor.  

De acordo com ele, essa sobrecarga emocional relacionada ao estresse aumentava níveis do hormônio cortisol (marcador biológico do estresse) no organismo e debilitava a capacidade de proliferação dos linfócitos T, uma importante função da nossa imunidade celular, implicada na defesa contra vários patógenos, incluindo vírus e câncer.   

“Vimos que idosos cronicamente estressados (cuidadores de pacientes com Alzheimer, por exemplo) têm essa imunidade celular ainda menor quando comparados a idosos não estressados. Essa redução foi também associada a níveis elevados do hormônio cortisol”, completa Moisés. 

O pesquisador explica que o estresse pode acelerar o principal relógio biológico já estudado, diminuindo o tamanho das extremidades dos cromossomos (chamadas telômeros). Em cada etapa de divisão celular, os cromossomos ficam um pouco mais curtos na região dos telômeros. Para evitar um encurtamento expressivo e a perda de material genético relevante, as células se tornam senescentes, ou seja, perdem a capacidade de renovação celular e param de se dividir. O tamanho dos telômeros se relaciona inversamente com o envelhecimento cronológico.  

“Sujeitos entre 20 e 50 anos com doenças crônicas, que têm grande sobrecarga de estresse emocional ao longo das suas vidas, como pacientes com transtorno bipolar do tipo I, apresentam mais células imunes senescentes no sangue e telômeros dos linfócitos mais encurtados do que sujeitos controles – sugerindo um envelhecimento biológico acelerado”, explica o professor. 

Além disso, o estresse psicológico está associado com uma maior atividade inflamatória de base, com aumento de várias proteínas inflamatórias no sangue. O processo de envelhecimento aumenta gradualmente essa atividade inflamatória sistêmica (conhecida como inflammaging) que se relaciona com o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas, metabólicas e câncer. O estresse antecipa o inflammaging e dessa maneira acelera o envelhecimento em jovens adultos com transtornos do humor (como depressão). 

“Sabemos hoje que esse aumento de inflamação relacionado ao estresse agrava os transtornos do humor, e drogas anti-inflamatórias são eficientes para tratar esses pacientes”, adiciona o pesquisador. Segundo ele, a sobrecarga emocional, em qualquer etapa na vida, está associada com uma imunossenescência mais acelerada, imunidade mais baixa, com mais células senescentes (com telômeros encurtados) e maior atividade inflamatória de base. 

Imunossenescência e a Covid-19 

A pesquisa conduzida pelo pesquisador Moisés Bauer integra as linhas de pesquisa em neuroimunologia e imunossenescência. Os estudos são conduzidos com diversos parceiros nacionais e internacionais, além de fazer parte de redes temáticas dentro e fora do Brasil. 

Atualmente, o grupo de pesquisa Imunologia do Estresse, coordenado por Bauer, desenvolve projetos que visam analisar a relação da imunossenescência com a Covid-19, tanto na identificação de idosos da comunidade com maior risco de desenvolvimento de infecções graves (em parceria com o professor Douglas Sato) bem como em adultos hospitalizados com Covid-19 grave (em parceria com o professor Marcus Jones e a professora Florencia Barbé Tuana).  

Especialista na área  

No início de setembro, o professor Moisés Bauer ficou entre os dez principais pesquisadores na área de imunossenescência no site Expertscape. A plataforma ordena pesquisadores, clínicos e instituições em mais de 29 mil tópicos biomédicos. A partir do ranqueamento mundial em cada área específica, seleciona os especialistas no assunto. A pesquisa foi feita com as produções nos últimos dez anos (2011-2021), totalizando 1015 artigos publicados neste período. 

Leia também: Como prevenir os atropelamentos de pessoas idosas? Confira 5 dicas

Relacionamento na pandemia mudou

Durante a pandemia, os jovens costumam realizar encontros na sua casa ou na do parceiro/Foto: Pexels

Navegar entre diferentes fotos e descrições, arrastar perfis para o lado, encontrar pessoas que frequentam espaços próximos, utilizar filtro de localização… Essas são apenas algumas das opções para quem decide dar uma chance aos aplicativos de relacionamento. As ferramentas, que já não eram novidade e chegaram a milhões de downloads nos últimos anos, tiveram um crescimento ainda maior durante a pandemia da Covid-19. 

Para entender o que jovens de Porto Alegre de 18 a 25 anos pensam sobre as formas e possibilidades de se relacionar nesse período, estudantes da disciplina de Projeto de Pesquisa de Mercado em Publicidade e Propaganda da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos elaboraram um estudo que trouxe insights e descobertas interessantes. 

“A ideia era entender como estava a percepção dessas pessoas sobre a pandemia e de que forma o comportamento delas mudou nesse período, e nossos resultados foram muito interessantes”, comenta Phillip Peitz, um dos realizadores da pesquisa, que complementa: “Foi legal perceber, por exemplo, que mulheres e jovens mais velhos, entre 22 e 25 anos, demonstraram uma maturidade maior em relação aos relacionamentos”.  

O que mudou? 

Jovens que antes costumavam ir para bares, festas e restaurantes precisaram buscar alternativas para manter suas vidas sociais ativas durante a pandemia. Não é de se impressionar que os aplicativos de relacionamento tiveram um crescimento grande durante esse período. Tinder, uma das plataformas mais conhecidas, teve o maior número de interações da sua história no final de março de 2020. 

A maioria dos entrevistados para a pesquisa se manteve em isolamento total, saindo apenas para compromissos importantes, pelo menos nos seis primeiros meses da pandemia. Nesse período, os únicos que estiveram em contato com alguém foram os comprometidos, os quais viram seus parceiros. Entretanto, o relacionamento na pandemia seguiu um padrão diferente do habitual: eles revelaram ou passar bem mais tempo juntos ou reduzir consideravelmente as visitas.  

Jovens mudam rotina

Como alternativa aos locais que costumavam ir, jovens estão realizando reuniões na casa de amigos/Foto: Pexels

Mas por que usar um aplicativo de relacionamento? Para a maioria dos participantes, a resposta é a carência e o desejo de solucionar a falta de conversas com pessoas devido ao isolamento social.   

Quando começaram a flexibilizar a quarentena, como alternativa aos locais que costumaram frequentar, os jovens passaram a ir a postos de gasolina e realizar reuniões na casa de amigos, em sua maioria com as pessoas mais próximas, o que significou romper o contato com parte do círculo de amizades.  

Para os comprometidos, ter um relacionamento na pandemia significou um maior companheirismo e parceria, enquanto poucas pessoas identificaram um aumento nos conflitos e brigas no período. A maior parte das pessoas manteve seu status de relacionamento atual. 

O romantismo acabou? 

Comunicação, confiança, compreensão, sinceridade e abertura para conversas. Essas foram as características mais apontadas sobre o que os participantes desejam em um relacionamento sério. No entanto, romantismo, cobranças e “ficar o tempo todo grudado” já não são desejados nessas relações.  

“Eu não acho que seja tão importante romantismo toda hora. Se eu sei que uma pessoa gosta de mim, não vejo um porquê para que ela faça toda hora uma declaração excessiva. Não é algo que eu cobro e vejo que, no geral, é algo que incomoda muita gente”, comenta Eduarda, uma das entrevistadas para a pesquisa.  

Há, no entanto, uma diferença entre gerações no que diz respeito ao que buscam em um parceiro. Enquanto o público mais jovem, de 18 a 21 anos deseja alguém parceiro, confiável e engraçado, os mais maduros querem estar mais em boa companhia do que dar risadas ao lado do companheiro. 

O encontro ideal, também conhecido pelo nome em inglês, date, deve ter diversão e conversas agradáveis, trazer segurança e conforto, além de possibilitar que os jovens sejam eles mesmos. Também foi possível observar uma mudança nos locais escolhidos para essas ocasiões: 90% dos jovens que afirmaram ter participado de um encontro durante a pandemia afirmam que realizaram dates em suas casas ou na casa do parceiro.  

Os aplicativos como alternativa para o relacionamento na pandemia 

Relacionamento na pandemia

Foto: Pexels

Dos 400 respondentes da parte quantitativa da pesquisa, 71% afirmaram já ter usado algum aplicativo de relacionamento, a maior parte (98%) optou pelo Tinder. Durante a pandemia, praticamente metade do público ou manteve ou aumentou o uso desses recursos. Os principais motivos para ingressar nas plataformas são conhecer gente nova, passar o tempo, e inflar o ego ou aumentar a autoestima. Embora beijar na boca apareça em quarto lugar nas respostas gerais, é um dos três principais impulsionadores para homens utilizarem esse tipo de ferramenta.  

Os principais critérios na escolha de um eventual parceiro em aplicativos de relacionamento são a aparência, os interesses em comum e as fotosNas entrevistas em profundidade foi possível perceber que biografias criativas ou que sejam capazes de expressar como essa pessoa é e pelo que ela se interessa são os preferidos pelos usuários. Apesar dos jovens terem se tornados mais seletivos durante a pandemia, apenas as mulheres esperam ampliar a seletividade na escolha de parceiros no pós-pandemia.  

Mas o que leva alguém a usar um aplicativo de relacionamento? O conforto para conhecer pessoas novas e a facilidade para conversar foram as principais vantagens apontadas pelos usuários, enquanto não ter certeza se as pessoas expõem suas vidas reaisdeixar o papo morrer e, principalmente entre as mulheres, o medo de quem está por trás dos aplicativos foram os principais receios entre os jovens.  

Entendendo comportamentos na pandemia 

O estudo foi elaborado pelos/as estudantes Bruna Maciel, Gabriel Teixeira, Julia de Bortoli, Maria Eduarda Diehl e Phillip Peitz, da disciplina de Projeto de Pesquisa de Mercado em Publicidade e Propaganda, ao longo do primeiro semestre de 2021 e com orientação do professor Ilton Teitelbaun. 

“Essa pesquisa foi importante pois fez com que saíssemos da nossa bolha, muitos dos resultados nos surpreenderam. Algo interessante é que, nesse semestre, 2021/2, temos um projeto prático e pudemos pegar como cliente uma empresa relacionada à temática da pesquisa. Os resultados também serão entregues ao aplicativo Happn, já que uma das especialistas entrevistadas era analista de Marketing da empresa”, comenta. 

Em sua etapa qualitativa, contou com sete entrevistas em profundidade, sendo três delas com especialistas e quatro com jovens de 18 a 25 anos, também foram formados dois grupos focais com oito jovens na mesma faixa etária dos entrevistados. Depois, na fase quantitativa, foram 400 respostas válidas em uma coleta feita por meio de questionário online, sendo a maioria homens e mulheres cisgêneros e heterossexuais, todos moradores de Porto Alegre ou da Região Metropolitana. 

O que é bioimpedância? Serviço é oferecido pela academia do Parque Esportivo da PUCRS

Foto: Camila Cunha

Você sabe o que é bioimpedância? Realizado através de eletrodos, esse exame visa analisar a composição corporal, identificando o percentual de massa muscular, de ossos e de gordura no organismo. No Parque Esportivo da PUCRS todos os alunos matriculados na Academia podem realizá-lo. Mas, afinal, como isso funciona? Para que serve? Confira a explicação do professor Rafael Baptista, da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS. 

1. Como funciona a bioimpedância? 

 O professor Baptista explica que cada tecido do corpo possui uma resistência (também chamada impedância) à corrente elétrica dos eletrodos, e é assim que os índices são calculados e emitidos em um laudo. Antes de realizar a bioimpedância, é necessário passar por uma preparação prévia, pois os índices de líquidos no corpo, por exemplo, podem alterar os resultados.  

2. Para que realizar esse exame? 

Os resultados, ao serem interpretados por profissionais da saúde, têm diferentes utilidades. “Através deles é possível observar se a pessoa possui um volume de gordura ou de músculos adequado à sua idade e ao seu gênero, identificando, por exemplo, se há risco de desenvolver obesidade ou doenças crônico-degenerativas que podem surgir em razão do sobrepeso. Com esses dados é possível intervir antes que esses problemas aconteçam”, explica o professor.  

3. E nos esportes, no que a bioimpedância ajuda? 

Baptista considera importante realizar esse exame ao iniciar um programa de exercícios: “Apesar de não ter uma influência direta no treino, a bioimpedância pode ajudar o profissional de Educação Física ao determinar quais exercícios serão realizados, se serão mais focados na perda de gordura ou no ganho muscular”, afirma. Dessa forma, o treino se torna personalizado.  

4. Você sabia que ela analisa diferentes tipos de gordura?  

Bioimpedância, academia

Estrutura da academia do Parque Esportivo da PUCRS conta com mais de 350 aparelhos e recursos materiais / Foto: Camila Cunha

Enquanto a maior parte dos exames e métodos utilizados para medir a composição corporal avaliam apenas a gordura subcutânea, que, como o próprio nome já diz, localiza-se embaixo da pele e é menos prejudicial à saúde, a bioimpedância analisa, também, a gordura visceral.  

Essa última se desenvolve atrás dos músculos, junto aos órgãos e é responsável por inúmeros problemas de saúde. Ela promove um aumento de doenças cardiovasculares, da insulina e da glicemia, hipertensão e síndrome metabólica. Além disso, ela pode ampliar a inflamação nos órgãos e reduz a quantidade de adiponectina, um hormônio responsável por acelerar o metabolismo, sua falta dificulta a queima de gordura.  

5. E no Parque Esportivo da PUCRS, como funciona?  

Entendeu bem o que é bioimpedância, como ela é realizada e quais são suas aplicações? Matriculando-se na Academia do Parque Esportivo você pode realizar a sua. 

Nossa academia é gamificada e essa avaliação corporal é um serviço diferenciado ofertado nela. Para isso, é utilizada uma balança da marca In Body, integrado ao aplicativo de treinos. O coordenador da Academia, Ignaldo Rosa, explica que nesse aparelho é possível realizar o exame e logo após o procedimento, o qual dura apenas alguns minutos, os resultados do teste já ficam disponíveis na plataforma.  

A bioimpedância, atualmente, está inclusa no plano dos alunos matriculados na Academia, sendo realizada nos primeiros dias de treino. Por meio dela, é possível atingir melhor os objetivos de cada aluno. 

Saiba mais no site da Academia. 

Leia também: 5 motivos para conhecer a academia do Parque Esportivo da PUCRS  

Challenges do TikTok

Coreografias são um dos principais conteúdos produzidos no TikTok/Foto: Pexels

Que o TikTok é a rede social da pandemia todo mundo sabe, mas até quando essa onda pode durar? Qual o segredo por trás do sucesso da rede? O que o público espera da plataforma? Essas são algumas das perguntas que os estudantes do curso de Publicidade e Propaganda da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos da PUCRS, orientados pelo professor Ilton Teitelbaum, buscaram responder com a pesquisa O Crescimento do TikTok e o Impacto da Pandemia nos Usuários de Redes Sociais. 

Antes de mais nada, é importante entender o que é o TikTok e de onde ele surgiu. Trata-se de uma rede social para o compartilhamento de vídeos curtos, com até três minutos de duração, na qual os usuários contam com diferentes ferramentas de edição e podem incluir filtros, legendas, trilhas sonoras, gifs e efeitos de forma prática e intuitiva.  

Seu conteúdo é baseado em tendências e os usuários realizam challenges (desafios), dublagens, imitações e coreografias. Isso instiga a participação de outras pessoas e atrai, principalmente, o público jovem. Além disso, sua aba explorar possui um apelo para a viralização de conteúdo, fator determinante para o crescimento e o sucesso do TikTok. Foi essa característica que levou a jovem Sofia Müller, que, hoje, possui cerca de 50 mil seguidores na rede social, a produzir conteúdo para o aplicativo. 

“O TikTok oferece chance para pessoas desconhecidas viralizarem. Eu consegui fazer a minha marca de roupas crescer através da rede”, comenta.  

Aplicativo atingiu mais de dois bilhões de downloads no começo da pandemia 

Em 2017, o TikTok, ainda bem diferente do que conhecemos hoje em dia, comprou o aplicativo Musical.ly e a união de ambos é a rede social que conhecemos hoje em dia. O início da pandemia, em 2020, foi um momento marcante na história da rede, pois foi quando ultrapassou dois bilhões de downloads nas lojas de aplicativos. De acordo com levantamento realizado pela Global/WebIndex, já existem cerca de sete milhões de usuários cadastrados no Brasil, que gastam cerca de uma hora por dia no aplicativo.  

Uma das características é a monetização de seus usuários através de rubis, o dinheiro virtual do aplicativo. Os usuários podem recebê-los de sua audiência, durante lives, ou através de tarefas ou indicação de pessoas para que baixem a plataforma 

Por trás do sucesso do TikTok: o que as pessoas pensam sobre o aplicativo?  

Para o influenciador digital Lucas Ruschel, que ingressou no app no período da crise sanitária de Covid-19, o que mais chamou atenção foi o aumento repentino no número de usuários. Com mais de 150 mil seguidores, ele acredita que a pandemia tenha sido o fator decisivo para esse crescimento. Sua hipótese conta com o apoio da psicóloga Mariah Paranhos. Segundo ela, “sempre tem um aplicativo do momento que talvez venha até de uma necessidade da sociedade propriamente”. Para Mariah, a necessidade suprida pelo TikTok é a falta de contato humano durante a pandemia, período em que se popularizou no Brasil. 

Outro número que aumentou durante a pandemia foi o de pacientes de Mariah, que revela que a questão do TikTok sempre acaba se tornando pauta entre os adolescentes. No entanto, ela alerta que as redes sociais são potenciais vícios e que é importante saber de forma clara qual é o seu objetivo com o aplicativo para utilizá-lo sem preocupações.  

O potencial de viralização é outro perigo da rede ao pensar em saúde mental, pois, como apontado pela psicóloga, uma pessoa que é beneficiada pelo algoritmo em algum momento pode, rapidamente, cair no esquecimento. Isso pode gerar frustrações dependendo da personalidade e da forma com que esse indivíduo lida com as redes sociais.  

Veio para ficar?  

Challenge de maquiagem

Os “challenges” convidam usuários a participar da brincadeira/Foto: Pexels

A professora da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos Gabriela Kurtz acredita que sim, o TikTok continuará. Mas, de acordo com ela, pode ser que a rede deixe de ser a “febre” que é atualmente. Isso porque um dos fatores que contribuem para manter as pessoas engajadas na plataforma é o tédio, que tende a se tornar menos frequente à medida que as coisas voltem à normalidade.  

A opinião dos usuários do TikTok sobre sua durabilidade varia muito. Lucas acredita que dificilmente ele deixe de existir, mas que, de fato, há chances de que os números caiam. Já Sofia crê que é uma rede momentânea e, portanto, tem prazo de validade.  

Esse aspecto chamou a atenção dos integrantes do grupo que realizou a pesquisa, incluindo o estudante Rodrigo Ruschel, que afirmou ter sido surpreendente perceber quantas pessoas consideram essa uma rede social momentânea e afirmaram não ter pretensão de utilizá-la após a pandemia.  

O caso dos jovens de Porto Alegre 

Como parte da pesquisa, jovens de 18 a 24 anos de Porto Alegre e região foram convidados a responder um questionário sobre o uso de redes sociais na pandemia. Ao todo, foram obtidas 223 respostas, sendo 63,2% de mulheres, 37,2% de homens e 0,4% de pessoas que se identificaram como outros. A partir das respostas, foi possível ver, em dados, como é o comportamento dessa faixa da população nas redes.  

Enquanto mais da metade dos jovens não alteraram seu consumo de rádio e jornal durante a pandemia, quando se fala em televisão e redes sociais a situação é diferente: aproximadamente quatro a cada dez aumentaram pouco o consumo de televisão e mais de 60% o de redes sociais.  

Dentre as redes favoritas desse público, ocupam o topo do ranking, respectivamente, o Instagram, o WhatsApp e, é claro, o TikTok. Praticamente metade dos jovens afirmou utilizar redes sociais de duas a quatro horas por dia. 

Quando se fala em destaques da pandemia o resultado já é o esperado: Instagram e TikTok foram os aplicativos que mais chamaram atenção no período, além disso, foram apontados como os que fornecem a melhor visibilidade para influenciadores e para usuários comuns, o maior poder de viralização para vídeos e o maior potencial de destaque para o pós-pandemia.  

Período da noite é o favorito dos usuários 

TikTok

Foto: Pexels

Embora a maioria do público utilize o TikTok, quase 40% afirmaram ainda não serem usuários da plataforma. Entre os motivos apresentados para isso, destacam-se a negação de ter mais uma rede social em sua vida, a falta de identificação com o público do aplicativo e o medo de se tornar um usuário excessivamente ativo. No entanto, foi, também, apontado o que faria com que esses jovens ingressassem à rede, sendo os principais atrativos a disponibilidade de conteúdos mais diversificados e a criação de grupos e/ou comunidades dentro do aplicativo.  

Entre os jovens que já utilizam a plataforma, quase todos afirmaram ter realizado o download como forma de distração (94,3%) e uma parcela significativa para pesquisa de referências (21,4%). A rede também mostrou ser mais utilizada durante a noite e com uma participação maior das mulheres do que dos homens, sendo a maior parte deles usuários que apenas visualizam os conteúdos (58,8%) e o menor percentual o que visualiza, posta e interage (apenas 9,2%). 

Eles sugerem, ainda, que, para o sucesso do TikTok ser ainda maior, falta interação entre os usuários, suporte aos criadores de conteúdo e alterações no layout da plataforma. Para eles, a rede social perfeita é formada pela característica “good vibes” do Instagram, pela privacidade encontrada no WhatsApp e pela descompressão apresentada pelo Tiktok.  

Mapeando tendências de comportamento  

O estudo O Crescimento do TikTok e o Impacto da Pandemia nos Usuários de Redes Sociais foi elaborado pelos/as estudantes André Barcellos, Caroline Hennicka, Felipe Paes, Julia Prado, Pedro Tassoni, Rafael Domingues, Rodrigo Ruschel, Thaísa Zilli Batista, Uillian Vargas e Vinicius Mourão, da disciplina de Projeto de Pesquisa de Mercado em Publicidade e Propaganda, ao longo do primeiro semestre de 2021.  

“Essa disciplina foi uma das que mais contribuíram para o nosso aprendizado, pois precisamos gerenciar uma equipe, dividir tarefas, trabalhar com prazos e, além disso, elaborar uma pesquisa completa, com início meio e fim, comparando etapas qualitativas e quantitativas”, relembra Rodrigo.  

Em sua etapa qualitativa, a pesquisa contou com 12 entrevistas em profundidade, sendo oito delas com jovens de 18 a 24 anos da região de Porto Alegre, duas com influenciadores digitais do TikTok (Lucas Ruschel e Sofia Müller), uma com uma psicóloga (Mariah Paranhos) e outra com uma comunicadora social (Gabriela Kurtz). Depois, na fase quantitativa, foram 223 respostas válidas em uma coleta feita por meio de questionário online.  

Rolê da Vacina acontece na Biblioteca da PUCRS no dia 22 de setembroNo dia 22 de setembro, quarta-feira, a PUCRS será sede do Rolê da Vacina, ação promovida pela Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre com o objetivo de incentivar a vacinação de jovens e adolescentes contra a Covid-19. Na ocasião, poderão receber o imunizante pessoas a partir dos 14 anos (ou a partir dos 12 com comorbidades). Também haverá aplicação da segunda dose de Pfizer, Coronavac e Oxford, além de dose de reforço para idosos e imunossuprimidos (confira os detalhes abaixo).

A vacinação acontecerá das 9h às 17h e, para receber a primeira dose, é preciso apresentar um documento com CPF, comprovante de residência na Capital (que poderá ser no nome dos pais ou responsáveis) e, no caso de haver alguma comorbidade, laudo ou receita que comprove a condição. 

Confira todos os públicos que poderão ser vacinados

Saiba mais sobre o Rolê da Vacina 

A iniciativa teve início no dia 23 de agosto e já passou por diferentes bairros, em espaços como unidades de saúde e quadras de escolas de samba.  

PUCRS presente na campanha de vacinação 

A PUCRS tem feito parte da vacinação contra a Covid-19 em Porto Alegre desde o início da campanha, com estudantes atuando na imunização em parceria com as equipes volantes da Secretaria Municipal da Saúde. Em março, a Universidade passou também a sediar a vacinação, quando o estacionamento do prédio 40 foi escolhido um dos pontos de drive-thruJá em junho, teve início a vacinação dos profissionais da PUCRS, realizada também na Biblioteca Central e concluída em agosto. 

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Serviço 

O quê: Rolê da Vacina 

Onde: Biblioteca Central da PUCRS (Avenida Ipiranga, 6681) 

Quando: 22 de setembro (quarta-feira), das 9h às 17h 

Quem poderá se vacinar: jovens a partir dos 14 anos de idade e adolescentes acima de 12 anos com comorbidades (primeira dose). Também poderão receber a segunda dose do imunizante os vacinados com Pfizer há 8 semanas; vacinados com Coronavac há 28 dias; e vacinados com Oxford há 10 semanas. Além disso, será aplicada a terceira dose em idosos com 70 anos ou mais vacinados até 21 de março e em imunossuprimidos vacinados até 28 de agosto.

Documentos necessários para receber a primeira dose: documento de identidade com CPF e comprovante de residência em Porto Alegre (pode ser no nome dos pais ou responsáveis). A vacinação só é permitida para moradores da Capital.

Documentos necessários para receber a segunda ou a terceira dose: documento de identidade e carteirinha de vacinação.

No caso dos adolescentes acima de 12 anos com comorbidades e dos imunossuprimidos é preciso, além dos documentos acima, comprovar a condição por meio de receita, laudo de exame ou laudo ou relatório médico.

Passaporte da vacina: entenda o que é

Passaporte vacinal tem sido discutido em diversos países./Foto: Frank Meriño/Pexels

Assim que as vacinas contra a Covid-19 começaram a ser testadas, a discussão sobre a obrigatoriedade do certificado de imunização ganhou força. Impasses éticos e questões sociais dividiram a população de diversos países, inclusive, do Brasil. Hoje, algumas cidades brasileiras já adotaram a utilização do passaporte da vacina, como o Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e Salvador (BA). Para quem ainda tem dúvidas sobre a medida, convidamos o professor da Escola de Direito Cristiano Heineck Schmitt para esclarecer algumas questões. Confira! 

1) O que é o passaporte da vacina e como ele impacta no dia a dia das pessoas? 

O passaporte da vacina é uma medida que busca estimular a população a obter a imunização contra a Covid-19. Com um controle maior sobre a contaminação pelo vírus e com a redução de óbitos e internações hospitalares, as cidades brasileiras têm passado a flexibilizar regras sanitárias, permitindo shows, feiras, jogos e maior acesso a bares e restaurantes, por exemplo. 

Outro ponto importante é que ele poderá ser obrigatório em alguns eventos e facultativo em outros. Ao nível mundial, há estabelecimentos que têm garantido benefícios, como descontos àqueles que comprovam terem realizado a vacinação de forma correta.  

Por outro lado, segundo estimativas do Ministério da Saúde, em torno de 8,5 milhões de brasileiros não tomaram a segunda dose da vacina, o que dificulta a imunização coletiva e mantém o risco de contaminação. O ideal, contudo, é que no atual estágio seja preservado também o uso de máscaras. A polêmica se estende também a ramos como o Direito do Trabalho, sobre a possibilidade ou não de demissão por justa causa ao empregado que se nega a fazer a vacina. 

2) Qual a importância, benefícios e possíveis contrapontos a esse tipo de medida? 

A importância do passaporte da vacina é que ele funciona como um estímulo na busca pela vacinação, imunizando as pessoas, especialmente agora quando se pensa em se poder recompor a vida como ela era. Quanto mais pessoas imunizadas, menos chances de propagação da Covid-19. 

Embora os dados mostrem a grande eficácia da vacinação, existem pessoas contrárias à mesma, pelos motivos mais variados, no que se inclui eventual receio de sequelas negativas da vacina. 

Para aqueles que não desejam se vacinar, um dos argumentos mais usados é o disposto no artigo 5º, inciso XV da CF/88, que trata do direito fundamental à liberdade de locomoção dentro do território brasileiro, o sagrado direito de ir e vir. Contudo, no Brasil, não existem direitos absolutos, os quais passam pelo crivo de um juízo de proporcionalidade.  

A vacinação, no caso, é uma forma de preservar a vida, e algo focado no sujeito e no coletivo. E, para participar deste coletivo, há que se adotar medidas que preservem a vida de todos. 

Drive-Thru, vacinação, Covid-19

Foto: Cristine Rochol/PMPA

3) Existem ações que podem complementar essa medida ou alternativas ao passaporte da vacina? 

Para complementar, há que se manter o uso da mascará, assim indicado pela classe médica. No caso da Covid-19, não há remédio milagroso, nem vacina eficiente por completo. São estruturas agregadas de cuidados sanitários que, somadas, vão controlar a dissipação do vírus. Mesmo pessoas vacinadas tiveram registro de óbito, o que mostra que não serve como medida isolada. 

4) Como o Brasil está em relação a outros países nessa questão? 

Estados e municípios têm realizado movimentação parlamentar para aprovar o passaporte da vacina, dispondo quando ele será obrigatório, ou facultativo, acerca de evento e estabelecimentos. 

No mundo, países como Itália, Portugal, França, Israel, Japão e Dinamarca já adotaram o passaporte, o que, a meu ver, serve para mostrar que o Brasil está agindo bem ao cobrar o referido passaporte. 

5) O passaporte da vacina pode se tornar algo permanente? 

Vai depender da permanência da Covid-19 entre nós. A meu ver, foi uma doença repentina, de grande potencial de contaminação, com um poder lesivo bastante elevado, especialmente por, ao afetar vários sujeitos ao mesmo tempo, levar a óbito milhares deles em face da falta de tratamento, diante de hospitais superlotados. 

O coronavírus sofre contínuas alterações, gerando novas cepas, e isso será uma constante preocupação mundial que deve perdurar alguns anos, até se ter melhores informações de combate eficaz ao mesmo. 

Leia também: Entenda como funciona a produção de uma vacina em 5 passos 

setembro amarelo

53% dos brasileiros declararam que seu bem-estar mental piorou um pouco ou muito no último ano./Foto: Envato

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), saúde mental é um estado de bem-estar no qual a pessoa é capaz de usar suas próprias habilidades, recuperar-se do estresse rotineiro, ser produtivo e contribuir com a sua comunidade. Essa condição tem sido afetada em função do isolamento social causado pela Covid-19. O prolongado período de restrições e a incerteza do fim da pandemia têm gerado um aumento nos relatos de ansiedade, angústia, tristeza e estresse. Segundo pesquisa do instituto Ipsos, encomendada pelo Fórum Econômico Mundial, 53% dos brasileiros declararam que seu bem-estar mental piorou um pouco ou muito no último ano. 

Esses relatos de instabilidade emocional são apresentados por públicos de diferentes faixas etárias. Os idosos sentem falta do contato com os filhos e netos, os adultos viram-se sobrecarregados com os afazeres pessoais e profissionais ocupando o mesmo espaço dentro de casa, e as crianças e jovens necessitam de uma rotina e de um senso de normalidade para encontrar uma estabilidade emocional. 

Considerando tantos fatores importantes de serem observados, listamos algumas dicas de cuidados básicos que podemos ter com a saúde integral, estando atentos aos aspectos que podem oportunizar mais qualidade de vida para todos. 

Mantenha-se em atividade 

Ter relações interpessoais significativas, buscar por sentido nas atitudes e na vida, engajar-se em atividades que despertam interesse e desafiar-se na conquista de realizações pessoais são excelentes metas a traçar na busca por saúde e bem-estar. Uma boa opção para o momento pandêmico, com todos os seus empecilhos, é procurar manter o engajamento em ações cotidianas, como estudos e trabalho, praticar hobbies, atividades voluntárias, contato com a natureza, esportes, experiências artísticas, espirituais e/ou culturais. Assim, é possível construir momentos prazerosos, edificantes e integrativos. 

Cuide do corpo e da mente 

A Organização Mundial da Saúde entende saúde de maneira integral, não limitada à ausência de doença. Assim, uma pessoa pode não ter nenhum diagnóstico, mas ter um estilo de vida que concorre para o adoecimento futuro. O ser humano é um todo interligado e em conexão constante com os outros e com o mundo. Cada parte do todo pede por atenção e cuidado. Dessa forma, falar de saúde do corpo também é falar de saúde mental. Um bom jeito de cuidar integralmente da saúde, é através da atividade física, que pode ir desde a prática de algum esporte até uma breve caminhada. 

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Cultive a vida que pulsa ao seu redor 

Conviver com animais de estimação, cultivar plantas e jardins, experimentar a natureza, nos recorda e aponta para o cuidado com a vida em sua dinâmica de equilíbrio. Sentir a vida que habita ao redor e em si é um exercício de saúde. Técnicas de respiração, contemplação e meditação podem colaborar com essa experiência, desacelerando-nos da correria diária e nos conectando com o que há de belo ao nosso redor, com aquilo que temos a agradecer. 

Mantenha bons relacionamentos 

É essencial o vínculo com pessoas de confiança e de afetos saudáveis. Cultivar relacionamentos potenciais nos desperta para a vida significativa. As pessoas são diferentes entre si e, muitas vezes, o adoecimento pode ser potencializado pelo ambiente social, por isso é preciso estar atento: como eu me relaciono com os demais e como permito que os demais se relacionem comigo? Como posso contribuir com a saúde das relações nos espaços no quais convivo? Manter relacionamentos significativos é fundamental para o sentimento de pertença e participação. 

Não deixe de buscar um profissional da saúde 

Nem sempre conseguimos resolver as dificuldades de nossas próprias vidas por nós mesmos, ou dividindo a questão com os familiares e amigos. Em muitos casos, é preciso buscar ajuda dos profissionais da saúde e do cuidado: psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais. Quando necessário, é essencial dar esse passo e recorrer ao auxílio profissional, visto que existem técnicas, estratégias e protocolos que somente pessoas habilitadas podem conduzir, visando ao cuidado efetivo em saúde. 

Atenção especial às crianças, adolescentes e jovens 

Mudanças físicas, emocionais e sociais podem tornar as crianças e adolescentes vulneráveis a problemas relacionados à saúde mental. A psiquiatra do Centro Marista de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente, Vanessa Schaker, reforça os cuidados que pais e educadores precisam ter nesse período de adaptação do retorno às atividades presenciais: 

“Os vínculos com a escola, a família e a internet tiveram que ser ressignificados para diminuir a ansiedade e o estranhamento durante o período de isolamento social. Neste momento em que, com timidez, tudo está voltando, é importante conversarmos abertamente com as crianças e jovens para ajudá-los em um convívio social saudável visando a uma menor sobrecarga mental”, explica Vanessa.

Mais informações sobre o tema estão disponíveis no guia Saúde mental de adolescentes e jovens em contexto educativos: relações de cuidado humano, elaborado por uma equipe multidisciplinar formada por profissionais da psiquiatria, da psicologia, da psicopedagogia e da pedagogia. A organização geral do documento foi realizada pelo Observatório Juventudes PUCRS/Rede Marista, com o apoio de profissionais da Assessoria de Proteção à Criança e ao Adolescente, Gerência Educacional dos Colégios da Rede Marista e Núcleo de Apoio Psicossocial da PUCRS. 

Saúde mental no ambiente de trabalho será tema da Feira de Carreiras deste ano 

A 9ª edição do evento terá como tema o conceito de Ressignificar: diálogos entre bem-estar e carreira, apresentando uma programação dedicada a essa pauta da saúde mental no mercado de trabalho. Marcado para os dias 19 e 20 de outubro, o evento será realizado em formato totalmente online, com talks, palestras, rodas de conversas, momentos de autocuidado e um hall com empresas que trabalham pela cultura da saúde mental. Saiba mais sobre a Feira de Carreiras deste ano. 

Leia também: 5 dicas para cuidar da saúde mental e emocional o ano todo 

Sobre o Setembro Amarelo 

A campanha é realizada desde 2014 pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM). A iniciativa tem como objetivo prevenir o suicídio, contando com o apoio de toda a sociedade. Na página oficial do Setembro Amarelo há materiais disponíveis para download sobre o tema.