Artigo publicado na revista internacional Current Psychology teve como foco investigar fatores de risco para a ocorrência da violência no namoro, considerando adolescentes de diferentes orientações sexuais e identidades de gênero

A violência no namoro entre adolescentes é um grave problema de saúde pública e uma temática de grande relevância a nível nacional e internacional, exigindo atenção especial de pesquisadores. Trata-se de uma expressão de violência que pode acarretar diversos prejuízos ao desenvolvimento, bem como efeitos negativos para saúde física e psicológica.

A pesquisa Dating violence victimization among sexual and gender diverse adolescents in Brazil (Vitimização de violência no namoro entre adolescentes de diferentes orientações sexuais e identidades de gênero no Brasil) foi conduzida pelo Grupo de Pesquisa Violência, Vulnerabilidade e Intervenções Clínicas do Programa de Pós-Graduação em Psicologia e fez parte do mestrado da aluna Thaís Arnoud, orientada pela professora da Escola de Ciências da Saúde e da Vida Luísa Fernanda Habigzang.

A pesquisa foi desenvolvida entre 2021 e 2022 e o artigo foi publicado na revista Current Psychology em novembro de 2023. A revista apresenta qualis A1 e visa disseminar estudos internacionais de diferentes áreas da Psicologia. Isadora Zirbes Linhares, também aluna do PPG, e Gabriel dos Reis Rodrigues, egresso da UFRGS, colaboraram na produção do artigo.

Prevalência da violência

O estudo identificou que 38% dos adolescentes já haviam experienciado violência em alguma relação afetiva/sexual. A pesquisa investigou diferentes expressões da violência no namoro, sendo elas: stalking, agressões físicas, agressões verbais, agressões psicológicas e agressões sexuais.

Uma das principais contribuições do estudo foi não incluir apenas adolescentes cisgêneros e heterossexuais, contando com uma amostra brasileira composta também por adolescentes que fazem parte da comunidade LGBTQ+. Encontrou-se que adolescentes bissexuais e não cisgêneros apresentaram maiores chances de sofrer violência nas suas relações de namoro. Além disso, baixa renda familiar e exposição à violência doméstica também foram preditores de maiores riscos de vitimização.

Os resultados do estudo denunciam o caráter multifatorial da violência e apontam possíveis caminhos para trabalhos de prevenção e enfrentamento. Estratégias de sensibilização e intervenções na adolescência devem, necessariamente, considerar uma perspectiva inclusiva para todas as orientações sexuais e identidades de gênero, considerando suas especificidades. Ainda, políticas sociais de redução de iniquidades socioeconômicas são essenciais para a prevenção da violência no namoro entre adolescentes brasileiros.

A pesquisa foi finalizada e, a partir dela, outras ações foram desenvolvidas pelo grupo de pesquisa. Os resultados encontrados subsidiaram uma intervenção grupal com caráter preventivo que foi realizada com adolescentes entre 15 e 19 anos na região de Porto Alegre. Desenvolveu-se também uma cartilha com o objetivo de sensibilizar sobre a temática em linguagem acessível e fornecer informações sobre possíveis locais de acolhimento e atendimento para adolescentes em situação de violência.

No próximo dia 26, integrante do Comitê Olímpico do Brasil visitará a Universidade 

A Universidade será representada nos Jogos Olímpicos de Paris através do Grupo de Pesquisa em Estudos Olímpicos. / Foto: Unplash

Faltando apenas quatro meses para os Jogos Olímpicos de Paris 2024, o mundo já se prepara para esse momento. No último mês, o governo da França e o Comitê Organizador inauguraram a Vila Olímpica, que receberá cerca de 14,5 mil pessoas de julho a agosto deste ano. Na PUCRS, os preparativos para este momento também já estão a mil. Através do Grupo de Pesquisa em Estudos Olímpicos (GPEO) da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, a Universidade terá uma representação em eventos pré-Jogos Olímpicos de Paris, como o 16th International Symposium for Olympic and Paralympic Research, nos dias 20 e 21 de julho; e o 4th International Colloquium of Olympic Studies and Research Centers, nos dias 22 e 23 de julho, ambos em Besançon, na França; e ainda o International Sport and Peace Conference in Paris to honour Pierre de Coubertin, dia 25 de julho, em Paris, na França. 

Para Nelson Todt coordenador do Grupo de Pesquisa em Estudos Olímpicos da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS, presidente do Comitê Brasileiro Pierre de Coubertin e vice-presidente do International Pierre de Coubertin Committee, a participação da PUCRS nos Jogos Olímpicos de 2024 em Paris representa uma oportunidade ímpar para a Universidade se destacar em uma plataforma global.  

“Ao integrar-se aos Jogos, a PUCRS ganhará visibilidade e reforçará sua reputação internacional, demonstrando seu papel como membro influente e autoridade no cenário Olímpico, através do GPEO. Isso potencializará novas parcerias estratégicas, colaborações acadêmicas e o desenvolvimento de habilidades interculturais entre professores, pesquisadores, alunos e colaboradores da Instituição. Além disso, os Jogos permitirão à PUCRS consolidar-se como uma referência em debates sobre questões sociais e humanas no contexto esportivo, ampliando seu engajamento com a comunidade para além do mero foco nos resultados esportivos, e abordando temas relevantes e impactantes, como por exemplo, saúde mental e impactos sociais do esporte”. 

O GPEO é reconhecido pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) por integrar a rede de pesquisa em Estudos Olímpicos, oficialmente chancelada pelo Centro de Estudos Olímpicos do Comitê Olímpico Internacional.  

“Vale lembrar também que, desde 2008, a PUCRS é sede do Comitê Brasileiro Pierre de Coubertin, que tem como missão promover a vida e obra do pai dos Jogos Olímpicos modernos, Pierre de Coubertin. Nesta trajetória Olímpica, em 2016, o GPEO foi o parceiro científico da Federação Internacional de Pentatlo Moderno, quando obteve credenciais exclusivas para realizar uma coleta de dados dentro das instalações esportivas durante os Jogos no Rio de Janeiro”, explica o professor.  

Foi neste ano também que surgiu a PUCRS Olímpica, uma iniciativa da Universidade para realizar e participar de ações focadas nos Jogos Olímpicos, como a participação de Nelson Todt no revezamento da tocha no mesmo ano. 

PUCRS recebe integrante do Comitê Olímpico do Brasil 

O professor da Escola de Ciências e Saúde da Vida Nelson Todt jtambém é presidente Comitê Brasileiro Pierre de Coubertin Foto: Camila Cunha

Dando início à PUCRS Olímpica de 2024, a Universidade receberá na próxima terça-feira, dia 26, o diretor de Desenvolvimento e Ciências do Esporte do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Kenji Saito. Ele participará da aula aberta da Escola de Ciências da Saúde e da Vida “Contagem regressiva para Paris 2024 – a equipe multidisciplinar na preparação dos atletas Olímpicos”. 

“A presença de Kenji Saito também tem a finalidade de fortalecer a parceria institucional entre a Universidade e o COB, especialmente em vista da proximidade dos Jogos Olímpicos”, reforça Nelson. 

Assim, a visita celebra o convênio de cooperação entre a PUCRS e o COB, que tem o objetivo de unir esforços para incentivar o intercâmbio tecnológico e científico no desenvolvimento de atletas de alto rendimento e amadores no Centro de Reabilitação e no Parque Esportivo da PUCRS. 

“Esse convênio nos traz a possibilidade de atender atletas Olímpicos, de acordo com os protocolos do COB, e reforça o alto nível de preparo técnico e estrutural da PUCRS“, destaca Ana Christina Paskulin, gerente de Negócios da PUCRS.

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Estudo foi publicado na The Lancet, uma das maiores revistas científicas do mundo

Estudo da revista científica The Lancet sobre infecções respiratórias em bebês prematuros inclui professores da Escola de Medicina da PUCRS/ Foto: Bruno Todeschini

Um estudo recente, publicado na renomada revista científica The Lancet, analisou o impacto das infecções respiratórias causadas pelo vírus sincicial respiratório (VSR) em bebês prematuros e crianças pequenas. A publicação tem como coautores os professores da Escola de Medicina e do Programa de Pós-Graduação em Pediatria e Saúde da Criança, Marcus Jones e Renato Stein, e outros pesquisadores de universidades ao redor do mundo, como a University of Edinburgh, Université Claude Bernard Lyon 1 e University of Singapore, entre outras. 

O artigo fornece insights fundamentais sobre os fatores de risco associados à gravidade da infecção pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR) em prematuros, utilizando uma base de dados abrangente com informações coletadas globalmente. Dentre os dados analisados, destacam-se aqueles provenientes de um estudo conduzido com bebês prematuros no Hospital São Lucas (HSL) da PUCRS. 

O estudo, que utilizou dados coletados entre 1995 e 2021, aponta que os bebês nascidos prematuramente enfrentam maior risco de desenvolver infecções respiratórias graves causadas pelo VSR. Estima-se que, em 2019, ocorreram 1.650.000 episódios de infecção respiratória aguda associada ao VSR em bebês prematuros em todo o mundo, resultando em 533.000 hospitalizações e 3.050 mortes hospitalares relacionadas ao VSR. Os bebês nascidos muito prematuramente enfrentam um fardo ainda maior, com taxas de hospitalização significativamente mais altas em comparação com bebês nascidos no período previsto. 

Para Jones, estes dados reforçam a necessidade da ampliação de estratégias de proteção contra infecções por Vírus Sincicial Respiratório (VSR) nestes grupos vulneráveis de crianças.  

“A importância das vacinas e imunobiológicos na prevenção destas infecções em bebês nascidos prematuramente não pode ser subestimada. Tais medidas profiláticas representam uma das mais eficazes ferramentas na redução da incidência e severidade das infecções por VSR, uma das principais causas de hospitalização em crianças menores de um ano”, destaca. 

A publicação do estudo na revista The Lancet não apenas valida a qualidade e relevância da pesquisa, mas ressalta a importância e o impacto significativo que essas descobertas têm no campo da saúde global. A The Lancet é reconhecida como uma das principais revistas científicas do mundo, conhecida por sua rigorosa revisão por pares e por abrigar estudos de alto impacto que influenciam políticas de saúde, práticas clínicas e pesquisa em todo o mundo.  

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Centro de Pesquisas e Conservação da Natureza Pró-Mata, em São Francisco de Paula, se destaca entre iniciativas de 56 países representados

Professor Júlio César Bicca-Marques, da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, integra pesquisa internacional sobre a importância da conservação de estações de pesquisa de campo / Foto: Matheus Gomes

O professor da Escola de Ciências da Saúde e da Vida Júlio César Bicca-Marques integrou o artigo internacional Tropical field stations yield high conservation return on investment (Estações de campo tropicais geram alto retorno sobre o investimento em conservação) ao lado de outros 172 pesquisadores que representam 157 estações de campo em 56 países. Publicado na revista Conservation Letters, os autores defendem que as estações de pesquisa de campo têm um alto retorno sobre o investimento e são ferramentas essenciais e altamente eficazes para a conservação da biodiversidade

O estudo consiste em uma pesquisa concentrada em estações de campo em países principalmente tropicais e subtropicais, para entender o impacto da pandemia sobre o financiamento e avaliar os benefícios de conservação das estações de campo. As descobertas incluem a melhoria da qualidade do habitat das áreas circundantes, reduzindo o desmatamento nas proximidades, reduzindo as taxas de caça e melhorando a aplicação das leis relativas ao uso da vida selvagem e à extração de recursos. Além disso, 93% contratam moradores locais, apoiando a economia local, além de gerar resultados científicos significativos que informam as políticas de conservação. 

Importância do investimento 

Trilhões de dólares americanos foram mobilizados para a recuperação econômica após a pandemia, mas os autores levantam a preocupação de que os recursos para lidar com a perda de biodiversidade e as crises climáticas sejam limitados em um momento em que são mais urgentemente necessários. A pandemia fez com que aproximadamente metade das estações de campo pesquisadas fechasse parcialmente, e cerca de 25% permaneceram parcial ou totalmente fechados, com a maioria das estações de campo sofrendo uma redução total no financiamento. 

“Um desafio fundamental é que os governos e outras agências de financiamento não estão considerando o verdadeiro retorno sobre o investimento em conservação e não percebem o papel econômico fundamental dos serviços de ecossistema que estão sendo protegidos por essas estações de campo”, diz Timothy Eppley, principal autor do artigo, Diretor de Conservação da Wildlife Madagascar e ex-bolsista de pesquisa de pós-doutorado da San Diego Zoo Wildlife Alliance. 

Eppley e os coautores sugerem que o trabalho das estações de pesquisa de campo geralmente é interdisciplinar. Além disso, alguns dos benefícios diretos e indiretos da pesquisa, da educação e do envolvimento público que ocorrem nas estações de campo têm objetivos de longo prazo que os modelos atuais de análise de custo-benefício não captam. 

Atuação da PUCRS é destaque 

“No contexto da realidade que identificamos nas estações de pesquisa de campo ao redor do mundo, o investimento de longo-prazo da PUCRS no Pró-Mata se destaca e orgulha a comunidade científica e conservacionista gaúcha”, comenta Bicca-Marques. 

Além de conter uma importante Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN), área de proteção ambiental do Sistema Nacional de Unidades de Conservação que contribui com a conservação da biodiversidade e a mitigação da emergência climática em sua área, o Pró-Mata é um excelente local para pesquisas científicas. “Sua recente integração ao rol de sítios de estudo do Programa de Pesquisas Ecológicas de Longa-Duração (PELD) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) ilustra a sua importância para a ciência e a conservação da natureza”, comenta o professor, coautor do artigo. 

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Neste ano, o Salão de Iniciação Científica da PUCRS completa 25 anos de história, consolidando-se como um espaço de socialização das atividades de pesquisa envolvendo estudantes da graduação e professores/pesquisadores de diferentes universidades. Neste ano, o evento acontece entre os dias 3 e 7 de junho e as inscrições para apresentação estão abertas.

O evento avalia a participação de bolsistas em projetos de pesquisa de Iniciação Científica, proporciona o intercâmbio de conhecimentos e resultados de pesquisas, além de promover a divulgação da pesquisa no âmbito da graduação. O encontro também oportuniza aos bolsistas um momento de reflexão sobre sua contribuição para a qualificação do projeto de pesquisa de Iniciação Científica.

As inscrições vão até o dia 15 de março, às 18h. Para se inscrever, os/as estudantes deverão preencher o formulário de inscrição e submeter um resumo, que fará parte do ebook do evento.

Para a Diretora de Pesquisa da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, Maria Martha Campos, o evento contribui para a excelência na formação dos alunos de graduação, sendo uma oportunidade de trocas científicas, permitindo o desenvolvimento de novas habilidades.

“Em especial, nesta edição dos 25 anos, temos muito a celebrar, considerando o destaque da PUCRS em pesquisa”, adiciona.

Experiências de pesquisa

Na PUCRS, mais de 600 estudantes de graduação integram projetos de pesquisa conduzidos nas sete Escolas. A Iniciação Científica objetiva, além da formação, a capacitação e qualificação de recursos humanos voltados para a pesquisa científica.

Para mais informações sobre o Salão de Iniciação Científica e outras oportunidades de pesquisa na graduação, contate a Coordenadoria de Iniciação Científica pelo e-mail [email protected] ou presencialmente de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h15 na sala 325 do Living 360°.

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Nova pesquisa do PUCRS Data Social aponta os afazeres domésticos como principal motivo de afastamento das mulheres do mercado de trabalho/ Foto: Envato

A mais recente análise do PUCRS Data Social: Laboratório de Desigualdades, Pobreza e Mercado de Trabalho, intitulada Levantamento Sobre Gênero, Trabalho e Parentalidade no Rio Grande do Sul, aponta que, no Rio Grande do Sul, 19,7% das mulheres em relações conjugais com idade entre 25 e 50 anos estão fora do mercado de trabalho, sendo que 13,4% se afastam em função da demanda de tarefas domésticas, como cuidar dos filhos, de outros dependentes ou dos afazeres domésticos. Ou seja, o motivo que faz 68,3% das mulheres estarem fora do mercado é o trabalho doméstico. Entre os homens no mesmo recorte, por sua vez, apenas 2,6% não participam do mercado de trabalho, sendo que somente 0,3% se afastam em função de tarefas domésticas.  

Tamanha diferença se torna ainda mais marcante quando olhamos apenas para famílias com filhos. Entre as famílias gaúchas com filhos de até seis anos, 25,9% das mulheres, chefes de família ou cônjuges, estão fora do mercado de trabalho. Entre os homens, somente 1,6%. E mesmo analisando somente famílias cujos filhos têm entre seis e quinze anos – ou seja, em uma faixa etária mais elevada –, a diferença é significativa: enquanto apenas 4,2% dos homens não participam do mercado de trabalho, entre as mulheres essa proporção chega a 18,5%. 

A fonte de dados é da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio Contínua, em sua versão trimestral. O recorte utilizado inclui pessoas de referência no domicílio e cônjuges, em relações heterossexuais, com idade entre 25 e 50 anos, no 4º trimestre de cada ano estudado.  

“Os resultados expressam, primeiro, a marcante divisão do trabalho doméstico, em especial no que se refere ao cuidado com os filhos, pelo qual as mulheres são tidas como responsáveis. E, em segundo, o resultado substantivo disso na redução da participação dessas mulheres no mercado de trabalho”, diz o professor Andre Salata, coordenador do PUCRS Data Social e um dos autores do estudo. 

Essas constatações ficam muito evidentes quando se compara a participação de homens e mulheres no mercado de trabalho, de acordo com o número de filhos. Entre os casais sem filhos, 2,3% dos homens estão fora do mercado de trabalho, e 14,8% das mulheres. Quando consideramos apenas casais com um filho, 3% dos homens não trabalham nem procuram emprego, contra 18,9% das mulheres. Quanto a casais com três ou mais filhos, 36,6% das mulheres e somente 4,8% dos homens estão fora do mercado de trabalho.  

Mulheres negras sofrem ainda mais desvantagens no âmbito do trabalho do que as mulheres brancas/ Foto: Envato

“Os dados mostram que, em relação às mulheres, há um claro aumento na proporção daquelas que estão fora do mercado entre famílias com mais filhos. O mesmo, no entanto, não ocorre entre os homens, cuja participação pouco varia em função do número de filhos. Isso é, em alguma medida, resultado da ideia de que cabe mais às mulheres do que aos homens cuidar dos filhos”, diz a professora Izete Pengo Bagolin, pesquisadora do PUCRS Data Social. 

O levantamento traz ainda dados sobre desigualdades raciais, e mostra que mulheres gaúchas negras parecem sofrer mais desvantagens que as brancas nesse âmbito. Entre as mulheres brancas, 12,8% estão fora do mercado de trabalho por motivos domésticos. Já entre as negras, a proporção era de 16,8% no quarto trimestre de 2023. Além disso, os dados evidenciam que, independentemente no número de filhos ou da idade deles, a taxa de mulheres negras fora do mercado de trabalho é sempre maior que a de mulheres brancas.  

Segundo Ely José de Mattos, pesquisador do PUCRS Data Social, mulheres negras estão sobrerepresentadas nos estratos mais baixos da população. “Em virtude disso, estamos falando de famílias com menos recursos para pagar babás ecreches. Ou seja, é esperado que entre mulheres negras o fardo do trabalho doméstico seja ainda maior, conforme mostram os dados”, pontua. 

Por fim, o estudo traz uma comparação entre as unidades da federação. Apesar dos preocupantes dados acima mencionados, o Rio Grande do Sul possui a menor taxa de mulheres fora do mercado de trabalho (13,4%). No Acre, estado com a maior taxa, a proporção chega a 38,1%. Em São Paulo está em 17,2%, e no Rio de Janeiro em 20,8%. 

“Essas proporções estão correlacionadas com o nível socioeconômico das unidades da federação. Em estados mais ricos, as famílias têm mais recursos para pagar pelo trabalho doméstico, fazendo a pressão sobre as mulheres cair um pouco. Mesmo assim, os dados continuam preocupantes, como no caso do Rio Grande do Sul”, conclui Salata.

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A Inauguração do novo Centro de Estudos da Cultura Polonesa acontece no dia 15 de março. / Foto: Divulgação

No dia 15 de março, às 17h, acontece a inauguração do Centro João Paulo II de Estudos da Cultura Polonesa, uma nova parceria entre a PUCRS e a Universidade Católica João Paulo II de Lublin/Polônia (KUL). Sediado na Escola de Humanidades da PUCRS, o novo Centro tem por objetivo promover a cultura e a história da Polônia, salvaguardar a herança cultural polonesa presente no Brasil e fornecer apoio cultural, pedagógico e científico à população polonesa do Brasil. Fundada em 1918, a KUL é uma das instituições de Ensino Superior mais antigas da Polônia. Entre ilustres professores da instituição encontra-se Karol Wojtyła, que ficou conhecido como o Papa João Paulo II. O Pontífice foi professor de Filosofia na universidade de 1954 a 1978, quando foi eleito Papa. 

O novo Centro promoverá cursos relativos à história, língua e cultura polonesa, pesquisas científicas sobre a emigração polonesa e fomentará a cooperação acadêmica entre a PUCRS e a KUL. Para o Decano da Escola de Humanidades da PUCRS, Draiton Gonzaga de Souza, o novo centro é de grande importância para a Escola de Humanidades.  

“O ser humano só se torna verdadeiramente humano quando sai de si, vai ao encontro da alteridade, entrando em contato com outras culturas e línguas. A interação com a cultura polonesa consistirá numa importante expansão de horizonte da nossa Escola”, adiciona. 

Programação da inauguração  

A inauguração do Centro, que acontece no dia 15 de março, contará com uma programação de atividades culturais e religiosas, com a presença da Embaixadora da República da Polônia no Brasil, Bogna Janke, do Reitor da KUL, Mirosław Kalinowski, e do Diretor da Fundação Maximiliano Maria Kolbe Institute, Jacek Gołębiowski. O evento é aberto ao público, com entrada gratuita. Confira a programação: 

16h30: Exposição João Paulo II: o presente da Polônia para o mundo (Átrio do Prédio 9)  

17h: Cerimônia de inauguração no Auditório da Escola de Humanidades (Prédio 9)  

18h30: Missa na Igreja Universitária  

19h30: Concerto A Música da Juventude de Karol Wojtyla, com a pianista Agnieszka Schulz e o barítono Andrzej Gladysz (Igreja Universitária) 

Sobre o concerto e a exposição 

O concerto A Música da Juventude de Karol Wojtyla, com a pianista Agnieszka Schulz e o barítono Andrzej Gladysz, fechará a cerimônia, com a apresentação de peças para piano e canções dos mais celebrados compositores poloneses do século XIX e do início do século XX, como Moniuszko, Szymanowski, Paderewski, incluindo Chopin.   

Além disso, os convidados poderão visitar a exposição João Paulo II: o presente da Polônia para o mundo, no foyer do Salão de Atos. São 13 posteres sobre o legado de João Paulo II, com foco em sua luta pela defesa da liberdade e pelo diálogo inter-religioso, sua peregrinação pelo mundo e suas ações em prol do terceiro mundo. 

Fortalecimento da identidade polonesa 

O Brasil e a Polônia mantém relações diplomáticas desde 1920. / Foto: Sapientia

Para o Cônsul Honorário da República da Polônia em Porto Alegre, Sérgio Sechinski, a criação do Centro Cultural João Paulo II representa uma gama de infinitas possibilidades para as duas universidades, bem como para cada uma no seu contexto de atuação.  

“Nos tempos atuais, em que diferentes culturas intercambiam métodos e conhecimento, os resultados de uma aliança significam benefícios em diversos setores da sociedade humana, considerando-se a tradição e os reconhecidos valores das universidades parceiras. Para o estado do Rio Grande do Sul, especificamente, com grande presença de descendentes polônicos, entendo esta parceria como um grande avanço nas relações bilaterais, pelos inúmeros canais que serão criados – e dentre esses, destacando-se a oportunidade de estudos da língua polonesa com referência acadêmica – o que estimulará o acesso à riqueza da milenar cultura polonesa. O que também considero, olhando pelo lado da KUL, a oportunidade de aproximação e estreitamento das relações com a cultura brasileira”, adiciona.  

Arkadiusz Stasiak, professor da KUL e um dos membros do Conselho Administrativo do Centro, celebra que o novo centro possibilitará o fortalecimento da identidade polonesa e dos laços com a tradição, história e cultura polonesas entre a diáspora polonesa espalhada por todo o Brasil.  

“A atividade do Centro neste programa será multifacetada, concentrando-se principalmente em atividades educativas e de promoção, organização de iniciativas culturais e pesquisa científica”, completa. 

Para o professor polonês, o público-alvo do projeto inclui estudantes da PUCRS, jovens poloneses, bem como outros estudantes e jovens brasileiros que tenham alguma ligação com a Polônia. Arkadiusz ressalta que Porto Alegre é um grande centro da diáspora polonesa, que, no entanto, perdeu o conhecimento nativo da língua ao longo das gerações, principalmente devido à antiga política das autoridades brasileiras.  

“A língua polonesa, como herança, é atualmente usada por uma pequena parte da diáspora e em diferentes níveis de proficiência. Os jovens, descendentes de poloneses, frequentemente não falam polonês, embora muitos deles expressem o desejo de aprender nossa língua e declarem um forte senso de identidade nacional polonesa”, completa. 

A coordenadora do Centro na PUCRS é a professora e pesquisadora da Escola de Humanidades Cláudia Regina Brescancini e para a docente, esse novo espaço atua como um agente de promoção de pesquisas sobre a história, a língua e a cultura da Polônia. 

“O Centro Brasil-Polônia pretende atingir não só a comunidade descendente, mas também todos que se interessam pela cultura desse país e pela relação Brasil-Polônia em diferentes dimensões. Sua instalação na PUCRS neste momento soma-se a outras iniciativas da universidade para a ampliação da internacionalização e da interculturalidade no âmbito da pesquisa e da extensão”, celebra a pesquisadora. 

Kayvan Najarian

Kayvan Najarian é professor na Universidade de Michigan. / Foto: Divulgação

A PUCRS recebe, por meio do Fulbright, programa de intercâmbio educacional e cultural do governo americano, o professor Kayvan Najarian, da Universidade de Michigan. O foco de suas pesquisas tem sido o processamento de sinais e métodos de machine learning (ML) para criar sistemas de apoio à decisão clínica, assistidos por computador, que melhorem o atendimento ao paciente e reduzam os custos dos cuidados de saúde. 

O laboratório coordenado por Najarian, nos Estados Unidos, projeta sensores para coletar e analisar sinais e imagens fisiológicas. Além disso, suas pesquisas também incluem a criação de sistemas de apoio à decisão para gerenciar lesões cerebrais traumáticas, lesões pélvicas e hipovolemia. Por sua excelência acadêmica, recebeu financiamento de diversas agências, como do Departamento de Defesa Americano e a National Science Foundation.  

A Universidade de Michigan é uma das principais universidades americanas, sendo uma das cinco principais em investimentos para pesquisas de alto impacto social. Fundada em 1817, possui mais de 250 cursos de graduação e pós-graduação.  

Machine Learning e Inteligência Artificial na pesquisa  

Entre os dias 11 e 15 de março, o professor ministrará a disciplina “Machine Learning e Inteligência Artificial na Pesquisa” para todos os alunos dos Programas de Pós-Graduação (PPGs) da PUCRS. As aulas acontecerão na sala 517 do prédio 32 no turno da tarde. É necessária a inscrição prévia junto à Secretaria de Pós-Graduação da Escola a que o pós-graduando está vinculado ou por meio do Portal de Matrícula. A disciplina discutirá sobre os fundamentos de Inteligência Artificial e Machine Learning aplicados a pesquisas, métodos convencionais de ML, Deep Learning e IA Generativa.  

Docente ministrará aula de boas-vindas e palestras 

No dia 8 de março, às 11h o professor palestrará sobre o tema “Neurociência do futuro”, buscando evidências em suas pesquisas mais recentes. A atividade acontecerá no auditório do Instituto do Cérebro (InsCer) da PUCRS e é aberta a toda comunidade universitária, sem necessidade de inscrição prévia.  

No dia 07 de março às 14h, na sala 704 do prédio 12, Najarian ministrará a aula de boas-vindas aos alunos dos programas de Pós-Graduação em Medicina e Ciências da Saúde, Gerontologia Biomédica e Pediatria e Saúde da Criança da Escola de Medicina. Além disso, também fará palestra destinada aos alunos do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação da Escola Politécnica no dia 11 de março às 10h, no Auditório do Prédio 32. 

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Ângelo Brandelli Costa

Professor Angelo Brandelli coordenou pesquisa sobre HIV/Aids em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde. / Foto: Giordano Toldo

O professor da Escola de Ciências da Saúde e da Vida e dos programas de Pós-Graduação em Medicina e Ciências da Saúde, Psicologia e Sociologia e Ciência Política, Angelo Brandelli Costa, coordenou a pesquisa Insights, experiências e perspectivas sobre o diagnóstico rápido de tuberculose, histoplasmose e criptococose em pessoas com doença avançada pelo HIV em Porto Alegre. O trabalho, desenvolvido em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) da Organização Mundial da Saúde (OMS) e alunos de graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado da PUCRS, teve o objetivo compreender a viabilidade da implementação de um pacote para o diagnóstico rápido de infecções oportunistas, 

Em Porto Alegre, o estudo aconteceu em quatro locais: Grupo Hospitalar Conceição, Santa Casa de Misericórdia, Hospital de Clínicas e Associação Hospitalar Vila Nova. Além da PUCRS, a pesquisa acontece em parceria com a Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). Nesse processo, focou-se em coletar as percepções e vivências de profissionais e gestores da área da saúde por meio de grupos focais e entrevistas em profundidade com usuários que vivem com HIV. Estas entrevistas, como também a elaboração das estratégias de pesquisa, foram concebidas pelos alunos da PUCRS.  

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Para Angelo, este estudo tem um grande valor, por reforçar a parceria entre academia, sociedade civil, serviços de saúde e organizações unilaterais.  

“A união de diferentes atores foi fundamental para a estruturação e o sucesso da resposta da política de HIV/Aids no Brasil.  Ainda, esses resultados foram apresentados em seminário envolvendo hospitais, universidades e gestão municipal/estadual, além de reunião técnica com a gestão federal”, destaca o professor. 

Resultados da pesquisa 

hiv, aids

Estudo reforça parceria entre academia, sociedade civil, serviços de saúde e organizações unilaterais. / Foto: Envato Elements

Os resultados do estudo destacam a necessidade da colaboração interdisciplinar entre profissionais de saúde, gestores e pacientes para a implementação efetiva de políticas de atenção ao HIV/Aids. A análise dos dados coletados ressalta a relevância da velocidade no diagnóstico, bem como a necessidade de estratégias de educação em saúde para informar os pacientes sobre os benefícios da testagem e de cuidados necessários.  

Nesse sentido, a educação desempenha um papel fundamental ao estabelecer uma ponte para mitigar novas contaminações, ao mesmo tempo, em que promove conscientização e molda um novo panorama na saúde pública, integrando assim a prevenção e o tratamento. 

A pesquisa evidencia que a velocidade do diagnóstico é um fator crítico não apenas para o início imediato do tratamento, mas também para a sobrevivência em casos de exposição a infecções oportunistas. Todavia, o acesso ao diagnóstico rápido enfrenta desafios diversos, incluindo questões relacionadas à disponibilidade de insumos e recursos humanos.  

Além disso, o estudo identifica que a falta de compreensão sobre a importância da testagem e do tratamento, tanto por parte dos pacientes quanto dos profissionais de saúde, constitui um obstáculo que precisa ser abordado de forma abrangente para garantir resultados positivos no controle do HIV e das infecções oportunistas correlacionadas. 

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Disciplina Empreendedorismo Digita é ofertada pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação, da Escola Politécnica. / Foto: Divulgação Tecnopuc

De que forma as pesquisas desenvolvidas nos programas de pós-graduação da PUCRS podem gerar mais impacto na sociedade?  Essa é a provocação central da disciplina Empreendedorismo Digital: Transformando Conhecimento em Desenvolvimento, ofertada pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação (PPGCC), da Escola Politécnica, mas que pode ser cursada por estudantes de todos os programas de pós-graduação da Universidade.     

Luiz Gustavo Leao Fernandes, diretor de Pós-Graduação da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PROPESQ) explica que acompanhando tendências dos cenários nacional e internacional, os cursos de mestrado e doutorado da PUCRS vêm cada vez mais apresentando oportunidades formativas que aproximem a pesquisa acadêmica da inovação e do empreendedorismo.

“Iniciativas como a disciplina de Empreendedorismo Digital do PPGCC são belas oportunidades de aproximação de diferentes áreas do conhecimento e lançamento de projetos interdisciplinares de empreendedorismo. Juntam-se a esta disciplina outras iniciativas, como o lançamento, em 2023, da possibilidade de os alunos de pós-graduação obterem créditos por atividades de inovação e empreendedorismo durante seus cursos e o Programa Hangar, que oferece a oportunidade para estudantes da pós-graduação stricto sensu aprenderem a transformar suas pesquisas em negócios”, destaca. 

Realizada ao longo de duas semanas durante o mês de janeiro, na modalidade intensiva, a edição de 2024 reuniu mestrandos e doutorandos de quatro programas: Ciência da Computação, Direito, Engenharia e Tecnologia de Materiais e Psicologia. Ministrada pelos professores Jorge Audy e Rafael Prikladnicki, superintendente de inovação e desenvolvimento e assessor da superintendência de inovação e desenvolvimento do Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), respectivamente, a disciplina contou, ainda, com convidados para abordar tópicos específicos.     

Milene Selbach Silveira, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação destaca que oferecer oportunidades de formação sobre inovação e empreendedorismo permite tanto estimular a criação de novos negócios, quanto fomentar atitudes inovadoras e empreendedoras no dia a dia de mestrandos/as e doutorandos/as.

“Além deste foco, que é o cerne da disciplina, as trocas possibilitadas entre estudantes de diferentes áreas do conhecimento são outro fator fundamental. Cada vez mais temos estudantes de outros cursos em nossas disciplinas, trazendo suas vivências sobre o assunto, o que tem proporcionado discussões riquíssimas em sala de aula e oportunidades de realização de trabalhos conjuntos incorporando estes diferentes saberes e perspectivas”, declara.   

Foto: Divulgação Tecnopuc

Longe de ser uma proposta isolada, a disciplina é exemplo das oportunidades que os estudantes da PUCRS têm de vivenciar uma trajetória de inovação e empreendedorismo na Universidade, bem como de transformar seu conhecimento em impacto social positivo. Dentro dessa perspectiva, estão o Track Startup, que integra as sete Escolas da Universidade, o Laboratório Interdisciplinar de Empreendedorismo e Inovação da PUCRS (Idear) e o Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc) com o objetivo de fortalecer o ecossistema de inovação.

A iniciativa envolve disciplinas nos diferentes cursos; eventos – como a Maratona de Inovação e o Tecnopuc Experience; programas, como o Startup Garage; e atendimentos individualizados pelas equipes do IDEAR e do Tecnopuc Startups. Na pós-graduação, destaca-se o Programa Hangar – direcionado a apoiar estudantes na transformação de seus projetos de pesquisa em negócios.      

Sobre as aulas 

Organizada em oito encontros e com carga horária total de 30 horas-aula, a disciplina Empreendedorismo Digital oferece uma imersão no ecossistema de inovação da Universidade. Mesclando aulas teóricas e práticas, os alunos aprendem sobre inovação e conhecem recursos para explorar suas pesquisas sob a ótica do empreendedorismo e do impacto.   

Na aula com a equipe do Tecnopuc Startups, por exemplo, o grupo aprendeu a montar um Lean Canvas – ferramenta de gerenciamento estratégico adaptada do Business Model Canvas para a realidade de startups, e a fazer um pitch – modelo objetivo e rápido de apresentação de negócios, projetos e ideias. Além da abordagem desses assuntos, realizada por Vinícius Becker e Pedro Lunelli, do Tecnopuc Startups, os estudantes tiveram um bate-papo com representantes de duas startups que integram o Tecnopuc: Débora Engelmann, da Whispers, e Julia Couto, da NoHarmAI. Em comum, ambos os negócios foram originados de pesquisas realizadas na Pós-Graduação.   

Também houve uma visita pelo Tecnopuc, guiada por Daniel Laguna, líder de prospecção, na qual o grupo pode conhecer mais a estrutura do Parque, bem como os programas nele desenvolvidos e as empresas integrantes do ecossistema – de startups a corporates. Já no último encontro, os alunos apresentaram seus projetos de pesquisa em um pitch de até cinco minutos, preparado a partir do Lean Canvas por eles preenchido. Uma banca composta por Pedro Lunelli, Gabriele Jeffman e Jéssica Rodrigues, do Tecnopuc Startups, avaliou as apresentações e destacou as conexões que os estudantes conseguiram fazer entre suas pesquisas científicas e a adaptação delas como propostas para o mercado.   

“Criamos essa disciplina após uma provocação e um convite do então coordenador do PPGCC, professor Luiz Gustavo – atual diretor de pós-graduação na PROPESQ. Desde então, sempre nos surpreendemos com a repercussão e o interesse genuíno dos alunos em conectar cada vez mais sua pesquisa com o impacto que ela pode gerar na sociedade. O fato de a cada ano aumentar o número de alunos de diversos programas de pós-graduação da Universidade que se matriculam demonstra o quanto esse tema é importante e necessário. E isso só aumenta a nossa responsabilidade de continuar discutindo inovação, desenvolvimento e impacto na sociedade em todos os níveis de ensino na PUCRS”, avalia Prikladnicki.   

Foto: Giordano Toldo

A avaliação feita pelo grupo de estudantes ao final das aulas vai ao encontro da fala do professor Rafael.

“A disciplina foi extremamente importante para mim, principalmente porque estou no primeiro semestre, ainda definindo o que pesquisarei. Entrei com muitas dúvidas e saio dela com muitas outras perguntas, mas são perguntas muito mais assertivas, que vão me direcionar para o lugar que quero ir. Isso já me ajudou muito. Fora a questão de toda essa mentalidade, desse ecossistema de inovação que a gente vivencia ao longo dessas duas semanas. Isso realmente é enriquecedor e motiva muito para criar coisas novas”, avalia Neverson Santos, que está no início do mestrado em Ciência da Computação.     

Gabriel Hamester, bacharel e mestre em Direito pela PUCRS e doutorando do segundo ano de Direito, compartilha da opinião do colega e destaca a possibilidade que a disciplina deu para os alunos testarem seus problemas de pesquisa de forma aplicável e de se relacionar com estudantes de outras áreas para criar soluções com base em suas descobertas acadêmicas: “Essa disciplina me trouxe certeza daquilo que quero pesquisar e, principalmente, aplicar. E o próprio Parque me dá a oportunidades de construir essa trilha e buscar efetivar esse problema. No meu caso, é um problema que envolve a sociedade e eu preciso buscar parceiros em outras áreas que vão contribuir”, enfatiza.   

Para além da disciplina   

Oferecida desde 2020, a disciplina já teve diferentes formatos: vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação e aberta a todos os pós-graduandos da PUCRS, bem como adaptada para necessidades específicas dos programas das escolas de Negócios, Direito e Medicina. Seus resultados têm sido observados para além dos créditos e desempenhos acadêmicos.   

Júnior César Alves, CEO e founder da Aidron, fez a disciplina enquanto estava no Mestrado em Ciência da Computação. Ele conta que já tinha começado a empreender, mas que as aulas abriram uma série de visões sobre como estruturar o modelo de negócios. Hoje, a startup do Júnior é integrante do Tecnopuc e vinculada ao NAVI – Hub de AI e Ciência de Dados liderado pelo Tecnopuc e pela Wisidea Ventures: “O principal diferencial é o networking que o Tecnopuc proporciona. São iniciativas de fomento nas startups, transcendendo de apenas um local onde me reúno com outros empreendedores. Fora as seções de mentoria que estão sempre dispostos a fazer”, declara o empreendedor.  

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