Foto: Divulgação HFACTORS

A PUCRS, em parceria com o consórcio Libra-Petrobras e apoio da Agência Nacional do Petróleo (ANP) encerrou mais uma fase da pesquisa “Integração de Fatores Humanos e Resiliência para o Fortalecimento da Cultura de Segurança na Indústria de Óleo e Gás”. O estudo foi realizado durante três anos e contou com cerca de 40 pesquisadores de várias áreas do conhecimento e que se dedicaram a estudar o campo de exploração de petróleo em alto mar. Além da investigação, o grupo também desenvolveu propostas para melhorar a segurança nessa área.  

Uma primeira etapa do projeto já havia ocorrido entre 2017 e 2018, após anos de negociação com o consórcio, com o objetivo de definir e ajustar o foco da pesquisa. Agora, novas fases do trabalho estão sendo negociadas para que os avanços sigam ocorrendo no setor. O professor Eduardo Giugliani, coordenador geral do projeto e do núcleo de pesquisa Human Factors and Resilience Research (HFACTORS), afirma que a pesquisa trouxe uma série de aprendizados: 

Um dos pontos mais importantes foi formar e liderar uma equipe interdisciplinar, com muitas competências e talentos distintos, incluindo professores, pesquisadores, pós-doutorandos, doutorandos, mestrandos e graduandos. Foi uma trajetória calcada em desafios, unindo áreas de ciências exatas e humanas, com diferentes métodos e abordagens de pesquisa e que, ao final, resultou em achados que fundamentaram a criação de novos métodos e ferramentas aplicáveis na indústria de óleo e gás”, destaca o pesquisador. 

Um legado para a indústria de óleo e gás 

Para identificar as especificidades dessa indústria, o projeto contou com pesquisadores de áreas como Engenharia de Resiliência, Sociologia, Engenharia e Gestão do Conhecimento, Serviço Social, Sociologia, Linguística, Psicologia e Comunicação. Foram usados métodos quantitativos e qualitativos, incluindo questionários, diversos tipos de entrevistas, storytelling, grupos focais e observações de campo, entre outros. A soma chega a mais de mil horas de gravações, centenas de pessoas entrevistas e dezenas de documentos analisados.  

hfactures, pesquisa gás e óleo

Foto: Divulgação HFACTORS

Esse trabalho resultou em temas considerados prioritários para se trabalhar com a organização, já que o projeto ocorreu com a participação de representantes da indústria, caracterizando a transdisciplinaridade do processo de pesquisa aplicado. Os pesquisadores identificaram que havia demandas técnicas e não-técnicas para melhorar a cultura de segurança. Assim, foram formados grupos de trabalho para atuar nas áreas, como por exemplo, princípios e conceitos de fatores humanos, liderança, investigação de acidentes, comunicação, cultura justa e autocuidado.   

À medida que as ferramentas eram delineadas, os trabalhadores do setor procuraram identificar sua aplicabilidade, revisão e melhorias. Em alguns casos, os profissionais da indústria de óleo e gás aplicaram as sugestões de forma piloto e adaptaram para a realidade local. Segundo Eder Henriqson, decano da Escola de Negócios e coordenador de pesquisa do HFACTORS, o projeto deixa um legado para a indústria de óleo e gás. 

“No projeto, pudemos apoiar as empresas que lideram esse movimento no contexto nacional. Hoje, por exemplo, a Petrobras está assumindo importante liderança nesse processo. A partir do nosso trabalho, a Petrobras implementou uma grande iniciativa de desenvolvimento organizacional de gestão de mudança chamada Jornada de Fatores Humanos Petrobras.” 

Eder também detalha que a Jornada é coordenada em nível corporativo buscando abrangência de todas as áreas de atuação da empresa. Ela possui uma estrutura de governança organizada em comitês formados por especialistas da empresa que atuam através de cinco alavancas de desenvolvimento: capacitação, aprendizagem a partir de eventos de segurança operacional, cultura justa, indicadores de desempenho e interação com a força de trabalho. 

Ao longo do contrato do projeto, também foram desenhadas estratégias para a disseminação do conhecimento gerado pela pesquisa. Neste sentido, foram elaborados vídeos, documentário, site e matérias jornalísticas, além de uma plataforma interativa para ampliar a sinergia de acadêmicos e pessoas que atuam neste mercado.  

Foto: Eduardo Wannmacher

Recentemente, ocorreu um seminário na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, em que foram compartilhados resultados desta segunda etapa da pesquisa. Parte dos pesquisadores estava presente para discutir os resultados do trabalho com o setor. O professor Eduardo ressalta a importância da atuação pioneira na área para a PUCRS: 

A excelência em pesquisa da PUCRS contribuiu fortemente para o avanço do conhecimento e otimização de um setor com grande importância para a ciência e para a economia do País, que é o da indústria de petróleo. Entendemos que, dessa forma, colaboramos para o desenvolvimento da sociedade como um todo e também da comunidade acadêmica.” 

Um dos destaques da pesquisa é a constituição de um Centro de Referência em Fatores Humanos e Resiliência na PUCRS (HFACTORS), lançado ao final de 2021. O outro é a criação de um Programa de Pós-graduação em nível de Especialização – Fatores Humanos e Segurança Operacional, atualmente em sua 1ª Edição. O curso é pioneiro no Brasil. 

Sobre o HFACTORS   

O Human Factors and Resilience Research (HFACTORS) é o núcleo vinculado à Escola Politécnica da PUCRS, em parceria com a Escola de Negócios, formado por profissionais de diferentes formações, como Engenharia de Resiliência, Sociologia, Serviço Social, Psicologia, Engenharia, Mídia e Gestão do Conhecimento.  

A equipe estuda e desenvolve soluções, principalmente voltadas à segurança, em sistemas sociotécnicos complexos. O que vincula todos os pesquisadores do núcleo é a abordagem de Fatores Humanos, a qual observa a interação do homem com o ambiente de trabalho, incluindo os fatores ambientais, tecnológicos, individuais e organizacionais, entre outros.  

Fatores Humanos  

A abordagem utilizada pelo núcleo de pesquisa procura basicamente interpretar e entender a relação do humano com tudo aquilo que o cerca. Fatores Humanos são condições que influenciam o comportamento no trabalho, afetando, além do desempenho, a segurança e a saúde do trabalhador. 

cenário econômico

Foto: Envato Elements

No começo deste ano, o mundo voltou sua atenção para os debates sobre economia, comércio internacional, questões sociais e ambientais com o Fórum Econômico Mundial 2023, que aconteceu em Davos, na Suíça. O evento reuniu entidades e especialistas de diversos países para discutir soluções para o futuro. O PUCRS Pesquisa conversou com Adalmir Antonio Marquetti, pesquisador da Escola de Negócios, para entender quais são os desafios globais mais urgentes no cenário econômico mundial em 2023.  

Cenário internacional 

Durante a 53ª edição do Fórum Econômico Mundial, chefes de estado e de governo, CEOs de empresas, representantes da sociedade civil, meios de comunicação globais e líderes juvenis de todos os continentes se uniram para reconstruir a confiança e moldar políticas e iniciativas necessárias para enfrentar os desafios de 2023, sob o lema “Cooperação em um mundo fragmentado”. O tema se deu em decorrência das grandes transformações e crises causados pela pandemia do Covid-19 e a guerra na Ucrânia e teve como objetivo retomar a importância do diálogo e da cooperação público-privada, não apenas para navegar pelas atuais crises, mas também impulsionar uma mudança positiva a longo prazo. 

Os assuntos debatidos durante o grande evento abordaram as principais preocupações, como as crises de energia e alimentos, alta inflação e elevada dívida das empresas e do setor público, surgimento de novas tecnologias, fragilidades sociais no novo contexto trabalhista e riscos geopolíticos em um mundo multipolarizado. Na PUCRS, o professor Marquetti também aborda questões de médio e longo prazo nas áreas de crescimento econômico, comércio internacional, desigualdade, meio ambiente e mudanças tecnológicas.  

O docente destaca que os principais temas em 2023 serão a inflação e a provável recessão da economia mundial. As questões de longo prazo, como as ambientais e de distribuição de renda e riqueza também estarão em debate. De acordo com ele, o aumento das taxas de juros para combater a inflação, a continuidade da guerra da Ucrânia, a Covid-19 na China e as disputas entre os Estados Unidos e a China vão influenciar na desaceleração da economia mundial.

guerra na ucrânia

Foto: Pexels

Informações do Banco Mundial indicam que o crescimento do PIB global cairá de 2,9% em 2022 para 1,7% em 2023, já na América Latina cairá de 3,6% para 1,3%. Com isso, Marquetti destaca que o ano não será fácil na perspectiva econômica, estimativas apontam que a China apresentará um quadro positivo ao expandir o seu crescimento do PIB de 2,7% para 4,3%.  

O Relatório de Riscos Globais deste ano, documento desenvolvido baseado nas opiniões de especialistas em riscos globais, políticos e líderes do setor, incentivou ações climáticas urgentes e coordenadas, assim como os esforços conjuntos entre os países e a cooperação público-privada para fortalecer a estabilidade financeira, a governança tecnológica, o desenvolvimento econômico e o investimento em pesquisa, ciência, educação e saúde. Assim como explorou as discussões acerca da “rivalidade de recursos”, um potencial aglomerado de riscos ambientais, geopolíticos e socioeconômicos inter-relacionados relacionados à oferta e demanda de recursos naturais, incluindo alimentos, água e energia. Para ler o Relatório de Riscos Globais na íntegra, clique aqui.  

Cenário econômico No Brasil 

O Brasil esteve presente no Fórum Econômico Mundial, com a missão de participar das discussões e demonstrar comprometimento com a responsabilidade fiscal e a agenda ambiental do mundo, na sessão “Brasil: Um Novo Roteiro”. Conforme o pesquisador da PUCRS, o Brasil passou por duas fases em termos de crescimento econômico nos últimos 70 anos.  

O docente explica que durante o desenvolvimentismo (1947-1980), a taxa de crescimento do PIB foi de 7,4% ao ano, neste período chegou a ter o PIB per capita maior que o da Coreia do Sul. O Brasil era uma das economias mais dinâmicas do mundo. A partir de 1980, o crescimento médio foi de 2,3% ao ano, um declínio superior a 5%.

Marquetti explica que entre os fatores que influenciam essa queda estão o progresso técnico, a rentabilidade do capital e as mudanças institucionais que reduziram a capacidade do país de realizar investimento produtivo. Para 2023, de acordo com estimativas do Banco Mundial, é esperada uma redução da taxa de crescimento do Brasil de 3% para 0,8%. A retomada do crescimento econômico e a geração de empregos de qualidade com elevada produtividade e renumeração são questões fundamentais para a sociedade brasileira.  

No evento em Davos, o mundo também abordou temas que englobam o Brasil como a preservação e o futuro da Amazônia, com a liderança da jovem indígena e ativista equatoriana Helena Gualinga. Além disso, a publicitária carioca formada pela PUC-Rio Luana Génot foi reconhecida como Young Global Leader (jovem líder global) por sua atuação na luta antirracista como diretora do Instituto Identidades do Brasil (ID_BR). A ONG luta pela inclusão de negros e indígenas no mercado de trabalho e em cargos de liderança nas empresas. 

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Inteligência Artificial na Medicina

Foto: Yuri Arcurs/Envato Elements

Quando falamos em Inteligência Artificial na Medicina, o que vem à mente? Hoje, já existem infinitas possibilidades. Algumas delas se resumem a desenvolver e empregar máquinas para realizarem atividades humanas de maneira autônoma. Com várias tecnologias, como redes neurais artificiais, algoritmos, sistemas de aprendizado e análise de dados, a IA tem influenciado diversas especialidades da Medicina, garantindo diagnósticos mais precisos e tratamentos mais eficientes.  

O professor da Escola de Medicina da PUCRS Fernando Ferreira Gazzoni destaca que, graças aos avanços tecnológicos da IA, tornou-se possível realizar análises preditivas que abrangem uma ampla variedade de técnicas estatísticas e de mineração de dados. Um exemplo é o Machine Learning, tecnologia que permite analisar fatos atuais e históricos para fazer previsões sobre eventos futuros ou desconhecidos em cada caso. Além disso, o docente comenta que o desenvolvimento tecnológico que a AI proporciona tem influência no desenvolvimento de novas técnicas da prática médica. 

No Hospital São Lucas (HSL) da PUCRS, por exemplo, o grupo de radiologia realiza estudos com a aplicação da inteligência artificial na prática clínica, especialmente na área de tórax e neurorradiologia. Mais recentemente, foram realizadas pesquisas de revisão sistemática e metanálise sobre o desempenho diagnóstico da inteligência artificial na detecção de câncer de pulmão e sobre o uso de inteligência artificial para predizer o risco de ventilação mecânica no cenário de COVID-19. 

Diagnóstico precoce a partir da Inteligência Artificial 

No campo da Radiologia, a aplicação de IA tem proporcionado diversos avanços, como o reconhecimento de voz, acesso remoto a especialistas, entre outros. Na área já foi possível realizar a criação de plataformas com acesso a milhares de imagens clínicas, que permite aos médicos identificar estruturas anatômicas e suas alterações mais delicadas, além do desenvolvimento da tomografia avançada, tecnologia capaz de identificar as mais minuciosas alterações em tecidos e órgãos dos pacientes.  

Inteligência Artificial na Medicina, machine-learning e inteligência artificial generativa

Foto: Pexels

Outro exemplo é o projeto iLung², desenvolvido por pesquisadores da PUCRS e a startup Exper, sediada no Parque Tecnológico e Científico da PUCRS, em parceria com a Boehringer. Conforme explica Gazzoni, o iLung² alia a análise de dados e Inteligência Artificial para oferecer diagnósticos precisos de doenças ligadas ao tabagismo, além de identificar câncer pulmonar em fases extremamente precoces. O projeto foi criado por um grupo de pesquisas do HSL em 2021 e já atendeu mais de 2 mil pacientes em todo país. 

O docente ressalta a importância deste projeto, visto que o câncer de pulmão é o segundo tumor de maior incidência em todo o mundo e o que mais conduz ao óbito. 

“As mortes relacionadas aos tumores de pulmão têm aumentado em proporções epidêmicas, refletindo a relação desta doença com o tabagismo. Com isso, é fundamental prever sua presença nos pacientes, para definir as estratégias mais efetivas para reduzir o número de casos e óbitos relacionados aos tumores pulmonares”, finaliza Gazzoni.

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No auge da pandemia de Covid 19 no país a taxa de pobreza social chegou ao seu maior valor da série histórica, iniciada em 2012: 30,4% dos brasileiros, ou 64,6 milhões de pessoas, estavam abaixo da linha de pobreza social em 2021. Em 2019, último ano antes da pandemia, essa taxa era de 26,3%, o que representava 55 milhões de pessoas. Ou seja, entre 2019 e 2021 houve um crescimento de 4,1 pontos percentuais na taxa de pobreza social, o que significa que 9,6 milhões de brasileiros caíram para baixo da linha de pobreza social ao longo período no Brasil.

As informações estão no relatório “Pobreza Social no Brasil: 2012-2021”, produzido por pesquisadores do PUCRS Data Social: Laboratório de desigualdades, pobreza e mercado de trabalho. A fonte de dados é a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADc), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para o cálculo da linha de pobreza é utilizada a renda domiciliar per capita, incluindo os rendimentos provenientes do trabalho (formal ou informal) e, também, de outras fontes (seguro-desemprego, aposentadorias, programas de transferência de renda etc.).

Em relação a estudos anteriores sobre o tema, o levantamento inova ao adotar uma medida de pobreza que, baseada em relatórios do Banco Mundial, reflete tanto a dimensão absoluta quanto a dimensão relativa da pobreza. Todos os indivíduos abaixo da linha de extrema pobreza (R$182 per capita, a preços de 2021) são automaticamente considerados em situação de pobreza social. Mas, além destes, também são considerados pobres aqueles com renda abaixo da metade do valor da mediana da distribuição de renda em um dado ano. Desse modo, segundo Izete Bagolin, professora da Escola de Negócios e pesquisadora do PUCRS Data Social, “é uma medida que busca atender ao mesmo tempo a preocupação com as necessidades mínimas, essenciais a sobrevivência física e, também, com a desigualdade e o aumento das necessidades humanas decorrentes do crescimento econômico e complexificação do estilo de vida da sociedade.”

A adoção de uma medida como esta é especialmente importante nas regiões e unidades da federação mais desenvolvidas do País, como é o caso de São Paulo (SP), por exemplo. A linha de pobreza absoluta mais tradicionalmente usada teria o valor R$582,47 per capita (a preços de 2021), o que significaria uma taxa de pobreza bem menor, de 23,7%, ou 11 milhões de pessoas nessa condição no estado de São Paulo. No entanto, a linha de pobreza social adotada neste estudo assume o valor de R$647,8 em 2021 em São Paulo, o que significa que nesse caso ela é mais criteriosa que as medidas normalmente utilizadas. Como consequência, a taxa estimada de pobreza social no estado é maior, ficando em 27,3%, ou 12,7 milhões de paulistas.

Segundo Andre Salata, professor da Escola de Humanidades e um dos coordenadores do PUCRS Data Social, isso acontece porque a medida utilizada considera como estando em situação de pobreza não somente aqueles com renda abaixo de um valor definido a priori, mas também aqueles cujo poder de consumo está muito abaixo do morador mediano de determinada região em um dado período. “Nesse sentido, é uma taxa de pobreza social, que leva em conta também as desigualdades“, ressalta.

De acordo com os dados levantados, os grupos mais atingidos no País pelo aumento da pobreza social foram os negros e moradores das regiões norte e nordeste.  Enquanto entre os brancos, em 2021, a taxa de pobreza social era de 19,4%, entre os negros ficava em 38,9%. Em relação às regiões geográficas, em 2021 a taxa de pobreza social era de 36,4% na região Nordeste, 33,9% na região Norte, 29% na região Sudeste, 28,4% na região Centro-Oeste, e 24% na região Sul. Ely Mattos, que também coordena o laboratório da PUCRS destaca: “O Brasil é um país em que as desigualdades são marcadas por disparidades não apenas funcionais ou educacionais, mas também regionais e de raça, o que torna o fenômeno ainda mais complexo para ser enfrentado”.

O estudo também mostra que em todas as regiões, assim como ocorreu para o País como um todo, houve forte aumento da pobreza entre 2019 e 2021. Mas que a tendência de elevação da pobreza social vinha se apresentando desde o ano de 2014. Se, naquele ano, o Brasil chegou ao menor valor da série histórica, com 24,9%, em 2016 a taxa de pobreza social já chega a 27,8%. O professor André Salata explica a partir de 2014 o País entrou em um ciclo de crise econômica, aumento do desprego e enfraquecimento das políticas sociais. O resultado é uma tendência de elevação da pobreza social, que se acentua com a pandemia.

O estudo traz informações de que a pobreza social não apenas está aumentando, como vem também se tornando mais grave. Entre 2019 e 2021 o chamado hiato da pobreza, que representa o valor médio da distância entre a renda dos pobres e a linha de pobreza, subiu de R$60,5 para R$71,3. Em 2014, por sua vez, essa cifra era de R$50,8. Ou seja, os pobres ficaram ainda mais pobres no período. E, como consequência tanto do aumento da pobreza quanto da sua gravidade, o custo hipoteticamente necessário para tirar as pessoas da pobreza social aumentou. Em 2014 seriam necessários 2,5 bilhões de reais por mês (a preços de 2021). Já em 2021, a estimativa é que seria preciso 4,6 bilhões de reais mensais.

Acesse o site do PUCRS Data Social e baixe o documento completo.

combate à desinformação

Professor da PUCRS Wagner de Lara é um dos pesquisadores a participar da equipe científica do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Soberanias e Disputas Informacionais (INCT-DSI). / Foto: Giordano Toldo

O professor e pesquisador da Escola de Ciências da Saúde e da Vida, Wagner de Lara Machado, irá compor a equipe científica do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Soberanias e Disputas Informacionais (INCT-DSI), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O novo instituto tem como proposta o combate à desinformação. Entre as atividades desenvolvidas estarão estudos e diagnósticos sobre a comunicação de informações falsas ou fakenews de modo a colaborar com a regulamentação e monitoramento por órgãos públicos.  

O grupo será composto por pesquisadores de diferentes universidades brasileiras e também terá como objetivo criar mecanismos envolvendo inteligência artificial, ciência de dados e intervenções comportamentais para combater a desinformação. “Nosso papel é reforçar a democracia por meio da garantia de boas práticas informacionais”, garante Wagner, professor dos cursos de graduação e pós-graduação em Psicologia da PUCRS e coordenador do grupo de pesquisa Avaliação em Bem-estar e Saúde Mental (ABES).  

Na composição do INCT-DSI, o professor da PUCRS ficará responsável pelo Núcleo de Estudos Estratégicos em Comportamento, Cognição e Comunicação. Ele irá atuar como consultor e pesquisador em temas como letramento científico e combate à desinformação, seja na saúde, na questão da crise climática, política e outras áreas. Além disso, deve integrar pesquisas sobre intervenções de combate à desinformação e sobre os impactos da desinformação na saúde e bem-estar da população brasileira. 

União de esforços para o combate à desinformação 

O pesquisador responsável pela proposta do INCT-DSI é o professor Afonso de Albuquerque, da Universidade Federal Fluminense (UFF). Wagner explica que está sendo constituído um núcleo específico sobre as pesquisas envolvendo comunicação e cognição no âmbito do novo Instituto:

“Este núcleo específico irá aproximar a Psicologia e áreas da Comunicação e Ciência de Dados e, assim como os outros, terá bolsas de estudos e concorrerá a editais de pesquisa para gerar oportunidades para que alunas e alunos complementarem sua formação com pesquisa básica e aplicada a situações reais de desinformação. O Instituto surge com uma missão desafiadora em um cenário de disseminação de fakenews, desinformação e ataques à liberdade de imprensa em todo o mundo. 

“Nos EUA, nas últimas eleições, foi investigada a ação de grupos externos disseminando conteúdo falso com a finalidade de alterar os resultados daquele processo. Durante a pandemia, tivemos muitos problemas não só com as informações inverídicas sobre as vacinas, mas também sobre os impactos da doença e do papel do Estado na ação contra a pandemia. O Brasil, que já foi exemplo mundial em vacinação, hoje amarga taxas alarmantes de cobertura vacinal, este é um retrocesso que gera danos incalculáveis para nossa sociedade, e que muitos autores atribuem a informações falsas ligando vacinas à transtornos graves do desenvolvimento”, alerta o pesquisador da Escola de Ciências da Saúde e da Vida. 

combate à desinformação

Foto: Pixabay

Outro objetivo do INCT-DSI, segundo o professor, é que o conhecimento científico seja mais valorizado. Para isso, a ideia é levar ao conhecimento da população em geral como este conhecimento é construído nas universidades, apresentando os níveis de evidência para que as pessoas possam compreender as decisões de Estado e tomarem suas escolhas de forma autônoma e informada.  

Impactos da desinformação na saúde da população brasileira 

Testar e construir modelos que explicam a relação entre comunicação, crenças e comportamento, especialmente no âmbito da desinformação, também está na pauta do novo Instituto do CNPq. A atuação pretende adaptar e desenhar intervenções que possam prevenir ou dirimir os efeitos da desinformação. Para isso, os estudos terão como finalidade desenvolver programas e protocolos de políticas públicas com foco na soberania informacional.  

O professor Wagner, que há cerca de 15 anos trabalha com metodologias quantitativas e qualitativas no desenvolvimento e adaptação de medidas psicológicas, também dedica parte de sua trajetória a adaptar, desenvolver e avaliar o sucesso de intervenções e à área do bem-estar. Coordenador do maior curso de especialização no Brasil sobre Psicologia Positiva, ele se dedica a entender os determinantes (sociais e individuais) e os impactos do bem-estar.  

“Sabemos que as fakenews geram um fenômeno chamado de dissonância cognitiva, em linhas gerais se refere ao conflito entre crenças, ou entre crenças e comportamento. A dissonância possui um impacto relevante, diminuindo nossa percepção de bem-estar, ou levando a sintomas psicológicos importantes. Também do ponto das neurociências cognitivas sabemos que alguns vieses comportamentais aumentam a vulnerabilidade às fakenews, como no caso do viés de confirmação, no qual o indivíduo considera válidas ou relevantes apenas informações que confirmam duas crenças prévias”, ressalta.  

Neste contexto, Wagner irá auxiliar no desenho e avaliação de intervenções no âmbito da desinformação e nos estudos dos fatores sociais e individuais que aumentam a vulnerabilidade frente a exposição a desinformação. 

Leia também: Manuscrito jesuíta revela conhecimentos inéditos na astronomia e cultura do século XVIII

manuscrito jesuita

Foto: Giordano Toldo

A descoberta de pesquisadores da PUCRS liderados pelo professor da Escola de Humanidades, Ir. Edison Huttner, foi capa da primeira edição de 2023 da revista científica Visioni LatinoAmericare com sua pesquisa acerca do Manuscrito jesuíta de 1730, descoberto em 2017, na cidade de Panambi, no Rio Grande do Sul. O docente apresentou, em um dos periódicos mais importantes da Europa, suas recentes descobertas no Manuscrito – descrevendo a presença de conteúdos interdisciplinares, em versão bilíngue espanhol e latim –  escrito por jesuítas e indígenas Guarani em papel fabricado em Gênova, na Itália. 

O Manuscrito foi identificado quando Liane Janke, de Panambi, entrou em contato com Ir. Edison, relatando a existência da obra por herança familiar. Desde então, o docente e outros pesquisadores da PUCRS vêm realizando estudos para analisar o conteúdo e a estrutura física do Manuscrito. De acordo com o professor, a riqueza da obra está em suas temáticas agora explicadas e catalogadas, relatando em várias mãos a identidade de mais de 140 mil pessoas que viveram entre os séculos de XVII-XVIII nas 30 Reduções jesuítas da Província do Paraguai, cujas ruínas se encontram ainda hoje na Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.  

“Os jesuítas e indígenas tinham em mãos um Manuscrito com conhecimentos de teologia, de cultura geral, das missões dos jesuítas na China e Japão, sobre os santos católicos, de astronomia e signos do zodíaco. Além disso, foram identificados importantes estudos de astronomia elaborados por Buenaventura Suárez, o primeiro astrônomo nascido na América”, destacou Ir. Edison.  

Sobre o Manuscrito e suas revelações 

Por meados de 1607, no início da implementação das 30 Reduções, os ensinamentos eram transmitidos na catequese e nas escolas, por livros vindos da Europa. Conforme explica o pesquisador, a criação artesanal de manuscritos foi uma alternativa no aspecto pedagógico, proporcionando aprendizagem e incentivando a prática da caligrafia, assim como possibilitou a produção de temas variados em um só livro, em formato conceitual de manuscrito.  

manuscrito jesuita

Foto: Giordano Toldo/PUCRS

Desta forma, o Manuscrito se destaca por sua perspectiva didático-pedagógica e de transmissão de conhecimentos, destinado para os mestres jesuítas que utilizavam o conteúdo para sua formação teológica, de magistério e de estudos como astronomia para a localização da redução. Os indígenas também eram leitores nas escolas das missões em sua formação de cultura geral. As pesquisas, realizadas pelo grupo da PUCRS composto por Ir. Edison, Eder Abreu Hüttner, Fernanda Lima Andrade e Rogerio Mongelos, revelaram que a astronomia e os 12 signos do zodíaco chegaram nas escolas das Reduções para fazer parte do conhecimento e do cotidiano já naquele período. 

Em outras páginas analisadas, foram encontradas a descrição do Reino do Japão e da China, citações sobre o cientista italiano Matteo Ricci e o jesuíta irlandês Richards Archdekin. Constam também estudos do famoso matemático e astrólogo alemão Cristovão Clávio, responsável por reformar o calendário gregoriano, ainda usado atualmente no mundo todo. Em outras partes do Manuscrito, também é citado Clemente XII, que foi Papa de 12 de julho de 1730 até 1740, demonstrando o conhecimento global que aquela população tinha na época e contexto. 

“Outro elemento importante do Manuscrito é a boa caligrafia. Os jesuítas ensinaram caligrafia para os indígenas das missões, tendo em mãos alguns livros trazidos da Espanha. Com isso, o Manuscrito é legível em todas as páginas, escrito por várias mãos, essa confecção artesanal é resultado da prática da boa caligrafia aprendida nas escolas das missões. Modificando algumas percepções, os indígenas escreviam bem e a escrita se tornou arte no período das Reduções jesuítas”, conta Ir. Edison.  

Astronomia e Buenaventura Suárez 

O pesquisador da PUCRS contextualiza que Buenaventura Suárez é responsável pelo primeiro telescópio construído em solo americano com materiais locais e com auxílio de indígenas missioneiros. Com os estudos em astronomia, tornou-se possível ter conhecimento sobre cada localização das Reduções no mapa, bem como ter ciência da localização de outras cidades famosas no mundo. Graças a disseminação dos estudos do pioneiro Buenaventura Suárez, as 30 Reduções se situavam no tempo e espaço, além disso seus estudos foram referência para matemáticos e cartógrafos que projetaram os melhores mapas daquele período. 

manuscrito jesuita

Foto: Giordano Toldo/PUCRS

Na época de publicação do Manuscrito, Suárez era referência para matemáticos e cartógrafos que projetavam mapas precisos e confiáveis, assim como era o astrônomo de confiança para as 30 Reduções. Sua participação na obra corresponde a 128 páginas sobre astronomia nunca publicados antes, ou seja, uma prova verídica dos estudos de transferência de conhecimento de astronomia realizado por Buenaventura Suárez.  

Com a análise dos pesquisadores da PUCRS, foi possível confirmar que as coordenadas presentes no Manuscrito foram utilizadas para o desenho dos primeiros mapas da região da época. Além disso, pela primeira vez na história, um manuscrito jesuíta apresenta símbolos da astrologia, como planetas e signos do horóscopo, graças aos estudos de Buenaventura Suárez, concluindo que indígenas e jesuítas das Reduções sabiam qual eram seus signos a partir de sua data de nascimento. Para Ir. Edison, estes conteúdos da Astronomia de Buenaventura Suárez alcançam uma nova visão de mundo daquele tempo, em plena ação e ideias de modernidade. 

“Os estudos e a prática da astronomia presente no Manuscrito revelam a consciência de espacialidade missioneira presente nas Reduções. Foram revelados conhecimentos de arquitetura de construção de observatório astronômico, relógios solares, torres (campanários), assim como a construção de mapas cartográficos. Desta forma conseguimos concluir que indígenas e jesuítas se moviam pelas matas para estabelecer novas reduções unindo conhecimentos ancestrais com noções de astronomia”, explica o docente.  Leia o artigo na íntegra

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doenças respiratórias

Foto: Bruno Todeschini

As doenças respiratórias são uma das principais causas de morbidade e mortalidade em pediatria. Esse cenário gera altos custos para o sistema de saúde e causa impacto significativo na qualidade de vida das crianças e suas famílias. Essas doenças podem ser classificadas como agudas, como a bronquiolite viral aguda, ou como crônicas, que tem como exemplo a asma e a fibrose cística. Para isso, a fisioterapia respiratória é uma especialidade relevante para a prevenção e para o tratamento de praticamente todas as doenças que atingem o sistema respiratório. 

Os pacientes acometidos por essas doenças sofrem diversas complicações, dentre elas, a limitação física e aeróbica, o que acarreta sintomas como dispneia, fadiga e dificuldade de respiração durante e após as atividades físicas. Esses sintomas afetam o condicionamento físico do paciente, que aliado à inatividade, pode provocar um círculo vicioso, comprometendo sua qualidade de vida. 

Para estes casos, a fisioterapia respiratória surge com um papel fundamental para definir, junto ao paciente, técnicas de remoção de secreções, ajustar a terapia inalatória, recomendar exercício físicos específicos e tratar alterações musculoesqueléticas. 

“A modalidade é um conjunto de técnicas manuais que podem ser preventivas ou terapêuticas e tem como objetivo mobilizar secreções, melhorar oxigenação do sangue, desobstruir os brônquios e vias aéreas superiores, diminuir o trabalho respiratório, reeducar a função respiratória e prevenir complicações”, explica o professor e pesquisador da Escola de Medicina da PUCRS Márcio Donadio.

A Fisioterapia é eficaz nesses casos?

No grupo de pesquisa em Avaliação Funcional, Atividade Física e Desenvolvimento da Criança e do Adolescente da PUCRS, estão sendo desenvolvidas pesquisas apontando a especialidade da fisioterapia respiratória como forma eficaz de tratamento para pacientes com diagnóstico de doenças como a fibrose cística. Os pesquisadores que atuam no Laboratório de Atividade Física em Pediatria do Centro Infantil da Escola de Medicina analisaram o uso de exercício físico e testes de avaliação física para estes casos.

O professor Donadio explica que pacientes com fibrose cística apresentam além da infecção crônica, episódios agudos de sintomas respiratórios, chamados de exacerbações pulmonares. Esses eventos impactam negativamente a qualidade de vida dos pacientes, com repercussões físicas e psicossociais, além dos pacientes apresentarem uma deterioração mais rápida da função pulmonar e uma piora do prognóstico, com diminuição da sobrevida. Além disso, em muitos casos, também acontece a hospitalização para tratamento com antibióticos, intensificação da fisioterapia respiratória e do suporte nutricional, gerando um grande impacto nos custos para a saúde.  

Com isso, a pesquisa desenvolvida pelo grupo da PUCRS propõe a aplicação do teste do degrau de três minutos, utilizado para avaliar a capacidade física. O pesquisador explica que esse teste tem suas vantagens porque pode ser realizado fora de um laboratório, com o benefício adicional de ser mais próximo dos padrões usuais de atividade física, sem depender de motivação e nem de espaço amplo para sua realização.  

doenças respiratórias

Foto: Bruno Todeschini

Os resultados da pesquisa apontam que o teste do degrau de três minutos pode auxiliar na identificação de episódios de exacerbação pulmonar em pacientes com fibrose cística e que pode ser realizado de forma remota. Desta forma, o teste pode ser uma ferramenta auxiliar para identificar episódios de exacerbação pulmonar, apresentando um bom desempenho quando realizado de forma remota, permitindo a avaliação de pacientes à distância e sem a necessidade de deslocamento até o centro de referência. 

DOENÇAS RESPIRATÓRIAS: Pesquisa com hospital da Espanha 

Para desenvolver um dos estudos, o grupo de pesquisa da PUCRS contou com a colaboração do Hospital Universitario Niño Jesús de Madrid, da Espanha, por meio do Programa CAPES-PrInt na PUCRS. Donadio atuou como professor visitante na Universidad Europea de Madrid, onde também a aluna de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Pediatria Natália Evangelista Campos realizou doutorado sanduíche pelo período de um ano.  

Com a presença do professor e da estudante da PUCRS, foi possível dar início ao projeto que visa analisar os efeitos de um programa de exercício físico com foco na força muscular, supervisionado à distância, para pacientes com fibrose cística. Os resultados parciais obtidos até o momento indicam que o programa de exercício está gerando ganhos na capacidade muscular e na composição corporal. 

“São evidências de que programas de exercício também podem ser administrados e monitorados de forma remota, além de que podem contribuir de forma importante para o aumento da adesão a essa terapia de tantos benefícios para pacientes com doenças respiratórias crônicas”, finaliza o pesquisador. 

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recuperação judicial

Quando utilizada de forma séria pelo empresário, recuperação judicial pode manter e fomentar o crescimento econômico da microrregião em que se encontra / Foto: Pexels

Em 2022, mais de 600 empresas tiveram falência decretada no Brasil. Além disso, foram concedidos aproximadamente 500 pedidos de recuperação judicial, de acordo com informações do Indicador de Falências e Recuperação Judicial da Serasa Experian. Os dados indicam, segundo a professora e pesquisadora da Escola de Direito da PUCRS, Ana Cláudia Redecker, a importância de debates e partilha de informações acerca desses processos, em especial no atual contexto, em que nenhum empresário do mundo esperava passar pela pandemia da Covid-19. 

A docente ressalta que quem exerce atividade empresarial sabe que o risco é inerente e que jamais está isento de dificuldades, desta forma, empresários/as sempre devem zelar por manter a organização financeira saudável, além de desenvolver planos para superar eventuais adversidades. Uma das autoras do livro 10 anos da Lei de Falências e Recuperação Judicial de Empresas: inovações, desafios e perspectivas, da Editora Fi, organizado por Ricardo Lupion Garcia, Ana destaca ainda a relevância da Recuperação Judicial (Lei nº11.101 de 2005) como procedimento que permite a empresas buscarem saídas para eventuais crises econômico-financeiras.  

Ela explica também que a recuperação judicial é uma ferramenta que tem como objetivo auxiliar os empresários e sociedades empresárias que se encontram em crise econômico-financeira: “A Lei permite que o devedor apresente um plano no qual descreve medidas que pretende implementar para sair da crise, caso seja deferido o pedido de recuperação judicial, a fim de evitar que a crise culmine com a falência”, comenta.  

A obra, da qual a professora participa, apresenta uma reflexão sobre o tema com textos de professores e mestrandos do Programa de Pós-Graduação em Direito da PUCRS, da UFRGS, da PUCPR e da USP. Em resumo o livro conta que a Lei nº 11.101 de 2005 trouxe importantes inovações aos processos falimentares e de recuperação de empresas, proporcionando mais velocidade e eficiência, privilegiando o interesse social da empresa. 

Para assistir: filmes sobre assuntos estudados na Escola de Direito

Afinal, o que é Recuperação Judicial? 

recuperação judicial

Recuperação judicial é uma ferramenta cujo objetivo é auxiliar empresários e sociedades empresárias que se encontram em crise econômico-financeira. / Foto: Pexels

A pesquisadora Ana Claudia explica que a falência tem como objetivo promover a dissolução do empresário ou sociedade empresária que não possua patrimônio suficiente para saldar suas dívidas e promover a dissolução extrajudicial. Após decretada a falência, o Juiz nomeia um administrador judicial que irá administrar a Massa Falida do empresário ou sociedade empresária. A partir disso, o Administrador Judicial terá que promover a arrecadação e liquidação dos bens do falido visando pagar os credores.  

Com isso, como explicado na introdução da obra citada anteriormente, a inovação da Lei Falimentar contemplou medidas judiciais no País que auxiliam a: evitar que a crise suportada pela empresa ocasione a falência, preservar a atividade econômica e os postos de trabalho e atender aos interesses dos credores. De acordo com Ana Claudia, para recorrer à Recuperação Judicial, os empresários e sociedades devedoras devem apresentar um plano de recuperação que explique em detalhes como ela pretende sair da crise. 

Então, o juiz responsável comunica os credores sobre a proposta da empresa devedora e dá a eles 30 dias para apresentarem objeções. Se não houver objeção, o plano será aprovado. Se houver objeção, o juiz precisa convocar uma assembleia de credores para discutir alternativas. Em caso de aprovação, o devedor terá até dois anos para executar as medidas e encerrar o processo de recuperação judicial.  

Por fim, a professora destaca que a recuperação judicial se torna benéfica para pessoas jurídicas, seus funcionários, fornecedores e indiretamente para a sociedade como um todo. Ela explica ainda que quando a ferramenta é utilizada de forma séria pelo empresário, ela também pode manter e fomentar o crescimento econômico da microrregião em que se encontra, gerando empregos, pagando credores e tributos.  

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jogos eletrônicos, metaverso, inteligência artificial

Foto: Giordano Toldo

Nos últimos anos, a relação da sociedade com a tecnologia sofreu transformações expressivas em diversos âmbitos, como no ensino, no trabalho e nas formas de comunicação. Com o olhar para o futuro do digital, o PUCRS Pesquisa conversou, em uma matéria especial, com pesquisadores de diferentes áreas e Escolas da Universidade para entender quais serão as tendências para 2023. 

Confira o que os professores Bernardo Bueno, Marcio Pinho e Rodrigo Barros têm a dizer sobre o universo dos jogos, aplicativos, realidade virtual e inteligência artificial. 

Mercado de jogos eletrônicos avança com olhar atento à acessibilidade

Para o professor e pesquisador da Escola de Humanidades Bernardo Bueno, o setor de jogos eletrônicos cresceu muito nos últimos anos, quando muitas pessoas encontraram no entretenimento digital uma forma de alívio e distração. O docente explica que o mercado brasileiro segue avançando com uma presença internacional relevante, como nos estúdios desenvolvedores de jogos eletrônicos Aquiris e Rockhead Games, que atuam no Parque Científico e Tecnológico (Tecnopuc) e realizaram lançamentos internacionais dos jogos eletrônicos Horizon Chase 2, Wonderbox e Starlit Adventures 

Para 2023, a tendência é que os jogos tenham mais acessibilidade e representatividade. Bueno explica que os estúdios estão mais atentos em oferecer opções de jogos com acessibilidade motora, visual e cognitiva, além de melhorar as condições de trabalho, profissionalismo e diversidade nas equipes. Neste ano, o professor também destaca as iniciativas voltadas para integração de jogos com criptomoedas, NFTs e o metaverso, que, mesmo não sendo muito aclamados pelos desenvolvedores, devem continuar recebendo investimentos de grandes empresas.  

Na PUCRS, Bueno coordena o Laboratório de Humanidades Digitais, que entrará em pleno funcionamento em 2023, com uma jornada de pesquisa e projetos de pesquisa colaborativos e criativos. Além disso, o Grupo de Pesquisa em Tecnologia e Ficção (TECFIC), da Escola de Humanidades, é responsável por desenvolver projetos científicos buscando responder questões de criatividade computacional, para entender se a máquina também pode criar.  

No tema de Inteligência Artificial (IA), o docente destaca que, no ano passado, uma ilustração digital criada com esse tipo de ferramentas venceu um prêmio de artes nos Estados Unidos, gerando uma série de discussões online sobre a validade da arte criada por IA. Desta forma, 2023 promete maior uso dessa tecnologia na área de criatividade computacional, como visto nas ferramentas como Dall-E2, Stable Diffusion e Midjourney, que criam arte visual a partir de comandos de texto.  

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“Isso é só o começo. Veremos uma interação crescente entre IAs e seres humanos para criar todo tipo de arte. Será como um campo novo de colaboração entre as pessoas e as máquinas para expandir nossas capacidades criativas”, finalizou. 

Inteligência artificial para produção de conteúdo e inclusão social

 

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Foto: Envato Elements

Os exemplos citados por Bernardo Bueno são chamados de Foundation Models, grandes modelos de redes neurais treinados sobre quantidades massivas de dados, conforme explica o professor e pesquisador de Inteligência Artificial da Escola Politécnica, Rodrigo Barros. O docente destaca que, além dos sistemas que aprendem simultaneamente a partir de textos e imagens como o Dall-E2, existem os Foundation Models exclusivos de texto, como o GPT-3 da empresa americana OpenAI.  

Em novembro de 2022, com base em uma evolução do GPT-3, a empresa lançou o ChatGPT, uma ferramenta que permite diálogos em diversos idiomas sobre praticamente qualquer assunto, de maneira aparentemente natural, com respostas para inúmeras perguntas, além da criação de conteúdo.   

De acordo com Barros, 2023 promete diversos avanços nos Foundation Models atuais, como o lançamento do GPT-4 pela OpenAI, uma rede neural ainda maior e indica resultados mais surpreendentes. Existe também a expectativa da chegada de novos Foundation Models que lidam com modalidades de dados, além de texto e imagens, como áudio e vídeo, por exemplo.  

O docente também destaca pesquisas que estão sendo desenvolvidas no seu laboratório de pesquisa MALTA (Machine Learning Theory and Applications Lab), em particular na área de inclusão social com Inteligência Artificial. O laboratório está desenvolvendo um projeto que busca gerar modelos de redes neurais capazes de traduzir um discurso em linguagem brasileira de sinais (LIBRAS) para português, e vice-versa. Com esse estudo, os pesquisadores foram reconhecidos pelo Google com o prêmio Google Awards for Inclusion Research, que premia com 35 mil dólares os projetos de pesquisa com maior potencial de impacto social no mundo inteiro.  

Em outra pesquisa desenvolvida no MALTA, desta vez com financiamento oriundo da empresa Motorola, estão sendo projetados modelos de redes neurais capazes de reduzir disparidades de gênero, raça e classe social, questões que costumam aparecer em modelos de aprendizado de máquina treinados nos grandes volumes de dados disponíveis atualmente. 

A relação das marcas com o Metaverso 

 

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Foto: Giordano Toldo

Os últimos anos foram marcados por diferentes avanços e marcos nas tecnologias responsáveis por expandir o mercado de aplicações para o Metaverso. O pesquisador da Escola Politécnica Marcio Pinho destaca a mudança de nome do Facebook para Meta Plataforms, indicando os investimentos da empresa de Mark Zuckerberg na área, assim como o anúncio do Google em adquirir uma empresa de U$ 39,5 bilhões exclusivamente para financiar projetos de metaverso.  

 

O professor apresenta também outros movimentos que aconteceram no mercado de metaverso no ano passado, como as empresas Nike, Walmart e Adidas, que iniciaram parcerias com a plataforma Roblox, para criar grandes ambientes virtuais colaborativos disponíveis, como a Nikeland, já visitada por mais de 21 milhões de pessoas. Já o Walmart está prometendo realizar festivais de música virtual e jogos neste metaverso, além de oferecer mercadorias virtuais que imitam o que os clientes encontrarão nas lojas físicas. 

O ano passado também foi marcado por shows e grandes eventos no metaverso, como o Decentraland Metaverse Fashion Week, que uniu marcas como Tommy, Paco Rabanne e Dolce&Gabanna. Outro momento foi participação dos músicos Snoop Dogg e David Guetta no MTV Video Music Awards, onde os artistas controlaram avatares no metaverso por complexos sistemas de captura de movimento durante a apresentação. No Brasil, o cantor Nando Reis lançou o documentário Cordas de Aço em seu próprio ambiente virtual.   

Pinho acredita que 2023 será marcado pelo crescimento da utilização de Realidade Virtual para interação social em ambientes colaborativos, em especial em plataformas de jogos como Roblox, Decentraland, The Sandbox e Axie Infinity. Para o docente, devem surgir também novas ferramentas para traduzir o mundo real e o usuário, como sistemas de rastreamento corporal e reconhecimento de expressões, além de digitalização 3D, baseados em celulares, permitindo a mistura, sem falhas, de objetos reais e virtuais. 

“Novos sistemas de rastreamento corporal e reconhecimento de expressões permitirão interpretar o que o usuário deseja fazer de forma mais natural, precisa e não intrusiva. Sistema de rastreamento de posição baseados em redes 5G também devem se difundir, abrindo campo para aplicações de realidade aumentada em locais como estádios, parques, shoppings, teatros e casas de show”, destacou o docente.  

Por fim, no campo da Realidade Aumentada, as expansões do mercado devem acontecer graças aos lançamentos feitos por grandes empresas de óculos ou capacetes para suportar a fusão de imagens virtuais no mundo real. Exemplos como Microsoft e Magic Leap prometem focar no mercado corporativo/industrial, que exige qualidade de imagem e poder de processamento, conforme explica Pinho. Já empresas como Apple e Vuzix devem focar no mercado de consumidores finais que exige leveza, conforto, praticidade de uso e longa duração de baterias, possibilitando a utilização ininterrupta por várias horas. 

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Foto: Matheus Gomes

A iniciação científica é uma oportunidade de se conectar com a pesquisa ainda durante a graduação. O programa permite contato com professores de diferentes áreas, métodos de pesquisa e conexão com grandes questões da atualidade. Em 2022, aconteceu a 23ª edição do Salão de Iniciação Científica, que contou com mais de 600 trabalhos apresentados na modalidade de comunicação oral e mais de 100 bancas avaliativas com a presença de professores avaliadores da PUCRS e de outras instituições. 

O evento visa proporcionar o intercâmbio de conhecimentos e dos resultados das pesquisas desenvolvidas por bolsistas e voluntários/as de Iniciação Científica em projetos orientados por pesquisadores/as da Universidade e de outras instituições. Nesta edição, 75 trabalhos obtiveram nota máxima, sendo, portanto, considerados trabalhos destaque. Além destes, seis estudantes saíram vencedores, um em cada grande área do conhecimento, além de três trabalhos agraciados com menção honrosa.  

Quem são os alunos premiados 

Grandes Áreas – Ciências Sociais Aplicadas 

Com a pesquisa intitulada Filogeografia das tartarugas-marinhas do gênero Lepidochelys, a aluna de Ciências Biológicas Bruna Boizonave Andriola estudou os princípios e processos que governam a distribuição geográfica das linhagens genéticas das tartarugas-marinhas do gênero Lepidochelys, com orientação do professor e pesquisador da Escola de Ciências da Saúde e da Vida Sandro Luis Bonatto.  

A estudante conta que tentou ingressar em laboratórios diversas vezes até conseguir atuar no Laboratório de Biologia Genômica e Molecular do Programa de Pós-Graduação (PPG) em Ecologia e Evolução da Biodiversidade da PUCRS. Seu contato com a prática científica permitiu elaborar projetos de pesquisa e conhecer sua área de vocação dentro da Biologia.  

“A partir da iniciação científica pude conhecer mais sobre evolução e genética e aprender como fazer ciência. Atualmente me vejo seguindo na área de pesquisa e ser reconhecida nisso é um impulso muito incentivador. Trabalhar com bioinformática e genética é o que me cativa, é como estudar para entender a história do mundo”, destaca a aluna.  

Grandes Áreas – Ciências Humanas 

salão de iniciação científica

Foto: Matheus Gomes

A estudante de Psicologia Eduarda Baldissera Rospide foi reconhecida por sua pesquisa sobre Padrões Inflexíveis em Indivíduos com Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), com orientação da professora e pesquisadora da Escola de Ciências da Saúde e da Vida Margareth da Silva Oliveira. O estudo teve como objetivo ver a prevalência dos padrões inflexíveis na população com TOC, no qual é a crença de que o indivíduo deve fazer um grande esforço para atingir elevados padrões internalizados de comportamento e desempenho.  

A aluna descobriu sua paixão em Terapia dos Esquemas ao ingressar no Grupo Avaliação e Atendimento em Psicoterapia Cognitivo e Comportamental (GAAPCC) do PPG em Psicologia como bolsista de Iniciação Científica. Desde então, desenvolveu projetos de pesquisa com foco em abordar diversos transtornos de personalidade, mudando a forma de encarar, interpretar e reagir aos esquemas. Além do contato com mestrandos, doutorandos e professores do grupo de pesquisa, Eduarda participou de congressos, seminários e outras edições do SIC da PUCRS, onde pode se conectar com outros pesquisadores.  

“Com a convivência do grupo pude conhecer a área que eu amo e entender que quero seguir trabalhando com pesquisa por um bom tempo. Se a gente não busca conhecer as outras áreas a gente acaba não usufruindo de tudo, além de poder ouvir e ter outras visões e conceitos em conjunto é muito bom. Foi ótimo poder encerrar esse ciclo conquistando nas Grandes áreas das Ciências Humanas”, celebrou a estudante. 

Grandes Áreas – Ciências Exatas e Engenharias 

Com o projeto sobre Modelagem Matemática e Desenvolvimento de Simulador do Processo de Extração Supercrítica, o estudante de Engenharia Mecânica Otávio Augusto Fonseca de Oliveira foi destaque das Grandes Áreas e alcançou nota máxima. Sua pesquisa é fruto de sua atuação no Laboratório de Operações Unitárias (Lope), onde estagiou e foi responsável na parte de manutenção e modulação de equipamentos. 

Otávio conta que conheceu a oportunidade de estagiar no laboratório através do PUCRS Carreiras e com passar do tempo foi convidado a integrar o grupo como aluno de Iniciação Científica, pelo pesquisador da Escola Politécnica e coordenador do Lope Eduardo Cassel. Com isso, o estudante pode unir suas duas paixões, trabalhar com equipamentos e também desenvolver projetos de pesquisa na área de Engenharia Mecânica.  

“Com a Iniciação Científica pude me desenvolver nas áreas de projetos, fazer simuladores e equipamentos de forma integrada com o aprendizado acadêmico e científico que estou tendo no laboratório. Fiquei mais motivado ainda quando falaram meu nome como destaque na área de Engenharias, justamente em meu primeiro Salão de Iniciação Científica. Estava bem nervoso e não esperava, foi uma surpresa muito legal”, contou. 

Grandes Áreas – Linguística e Letras 

salão de iniciação científica

Foto: Matheus Gomes

Arthur Trein é estudante de Letras da UFRGS e foi premiado por sua pesquisa intitulada Percepção de Grau de Acento Estrangeiro em Contexto de Inglês como Língua Franca: Sobre o Papel de Falantes e Ouvintes. Orientado pelo professor Ubiratã Kichöfel Alves, o estudante atua na linha de pesquisa de linguística e desenvolvimento de segunda língua no Laboratório de Bilinguismo e Cognição (LABICO), da UFRGS e no grupo de pesquisa ProLinGue – Estudos relacionados ao processamento da linguagem por indivíduos bilíngues e multilíngues.  

O contato com a área se deu pela proximidade com o professor orientador e com outros colegas através de sua participação em diversos congressos, eventos e salões. De acordo com Arthur, essa experiência como bolsista de Iniciação Científica auxilia muito sua construção enquanto estudante durante a graduação.  

“A Iniciação Científica é além de uma forma de construir uma base sólida para ingressar na atuação acadêmica, mas também funciona para entender a importância de uma pesquisa científica séria e teórica na construção do conhecimento e desenvolvimento do país. Foi meu primeiro SIC da PUCRS e achei muito bom o sentimento de voltar para a presencialidade e o reconhecimento dá uma garantia e uma motivação para seguir produzindo e criando”, finalizou.  

Na categoria de Grandes Áreas, também se destacaram os alunos Guilherme Schoeninger Vieira, em Ciências Sociais Aplicadas, e Isadora Nunes Erthal, na área de Ciências da Saúde. Guilherme foi orientado pelo professor Eugênio Facchini Neto e Isadora pela professora Gabriela Heiden Teló.  

Menção Honrosa – Apoio técnico 

Reconhecida no SIC 2022, a estudante de Engenharia Química Vitória Garcia La Porta desenvolveu o estudo nomeado como Apoio Técnico para o Laboratório de Processos Ambientais (LAPA/PUCRS): Manutenção das Rotinas do Laboratório de Bioprocessos, com orientação do professor e pesquisador da Escola Politécnica Cláudio Luis Frankenberg. Com o projeto, a aluna pode unir suas duas paixões: as áreas de Engenharia Química e Bioengenharia.  

Vitória entrou no LAPA como voluntária de Iniciação Científica, e conta que pode realizar projetos científicas com a maioria dos professores de seu curso, além de poder entender na prática qual é o papel do engenheiro químico na pesquisa.  

“As pesquisas influenciam e seus resultados podem ser usados em várias áreas do conhecimento. E isso, a gente percebe atuando em um grupo multidisciplinar e nas discussões em conjunto entre professores, mestrandos e colegas de laboratório. O Salão é um momento fundamental que permite essa possibilidade de conhecer pessoas, fazer contatos, trocar conhecimento e aprender com as bancas”, destaca Vitória.  

Os alunos João Vitor Boeira Monteiro e Júlia Geitens Valente também foram reconhecidos na categoria de Menção Honrosa. João se destacou no tema de Pet Saúde e Júlia em Extensão Universitária. Orientados pelos professores Samuel Greggio e Ivan Carlos Ferreira Antonello respectivamente.  

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