Patrícia Grossi recebeu o Prêmio Mulher 2023. / Foto: Divulgação

A professora Patrícia Krieger Grossi recebeu recentemente o Prêmio Mulher/RS 2023, premiação dedicada a homenagear mulheres que fazem a diferença por meio de suas profissões no Rio Grande do Sul. Desde 2000 Patrícia é docente na Universidade, onde coordena o Grupo de Estudos e Pesquisa em Violência (NEPEVI) e Grupo de Estudos da Paz (GEPAZ), ambos vinculados ao Núcleo de Estudos e Pesquisa em Violência, Ética e Direitos Humanos (NEPEVEDH) que se dedica a abordar as diversas formas de violência que diferentes grupos minoritários sofrem e também políticas públicas voltadas para as populações mais vulneráveis. O prêmio é um reconhecimento de anos de trabalho dedicados à pesquisa, ensino e extensão em prol da comunidade. 

“Sinto-me honrada em receber o Prêmio Mulher RS 2023 pelo reconhecimento do trabalho que venho realizando na PUCRS como docente e pesquisadora desde 2000 no âmbito do ensino, pesquisa e extensão e em prol da comunidade. Esse prêmio reconhece a magnitude das pesquisas que tenho desenvolvido e a contribuição na formação de estudantes em diferentes níveis de formação, desde a iniciação científica até o pós-doutorado.” 

Formada em Serviço Social , Patrícia acredita que um de seus maiores aprendizados na área de Serviço Social foi entender que o ato de pesquisar não é isolado. Ela explica que a pesquisa é um processo coletivo, que envolve diálogo, abertura para o novo, superação de desafios, engajamento, participação, troca de saberes interdisciplinares, trabalho em equipe, inovação e rigor científico.  

“Aprendi com as comunidades que todos os saberes são válidos e que o conhecimento é da comunidade, sendo que os pesquisadores sistematizam esse conhecimento e dão visibilidade às realidades sociais perversas, muitas vezes negligenciadas pelos gestores públicos. A pesquisa não pode ser extrativista, utilitária e sim, servir aos interesses da comunidade.” 

A violência é um dos temas que professora Patrícia pesquisa. Os trabalhos relacionados a essa temática levaram a docente a ser convidada para compor a Rede de Pesquisadoras, Núcleos e Universidades de Pesquisa e Incidência em Políticas para as Mulheres. A iniciativa é do Conselho Estadual dos Direitos das Mulheres do Rio Grande do Sul e busca fiscalizar e monitorar as políticas públicas para as mulheres no Estado. O projeto tem como foco reunir pessoas e instituições que contribuam na elaboração metodológica, coleta e análise dos dados para mapear as políticas públicas existentes para as mulheres e a efetividade das mesmas.    

Pesquisa a serviço da comunidade  

Além de pesquisar sobre violência de gênero e políticas públicas, Patrícia é multidisciplinar e também estuda sobre: as interseccionalidades de gênero, raça/etnia, classe social, gerações, violência contra idosos, violência nas escolas, bullying, práticas restaurativas e cultura de paz. Ela destaca que busca com suas pesquisas ajudar a sociedade de alguma forma e, na PUCRS, a docente coordena o GEPAZ, no qual junto de outros pesquisadores/as se dedica a estudar sobre a paz. O grupo tem como objetivo macro gerar com suas pesquisas, resultados em três dimensões básicas: a acadêmica, a institucional e a comunitária. 

Patrícia Grossi visitando a York University, no Canadá. Foto: Arquivo pessoal

Especialista em Gerontologia Social, a docente se dedica a estudar sobre o envelhecimento. Considerando que o número de pessoas com idade superior a 60 anos tem crescido no Brasil e também em Porto Alegre, onde 15% da população é idosa, Patrícia acredita que precisamos cada vez mais olhar para os mais velhos e entender suas necessidades. 

“A sociedade brasileira está envelhecendo e não estamos preparados para atender as demandas decorrentes do envelhecimento, como uma rede de proteção social eficaz e políticas públicas capazes de garantir uma qualidade de vida e bem-estar na velhice, principalmente para pessoas idosas que dependem de cuidados. Com isso, pesquisas sobre o envelhecimento populacional tendem a ser uma demanda crescente e urgente, pois precisamos criar mecanismos para promover a saúde das pessoas idosas e olhar para a saúde em um sentido mais amplo, enfocando nos determinantes em saúde como trabalho, condições de moradia, renda, território, gênero, raça, estilo de vida, relações familiares, sociais e comunitárias, enfim compreender o modo e condições de vida da pessoa idosa.” 

Patrícia também produz pesquisas sobre comunidades quilombolas e como se dão relações étnico/raciais de grupos historicamente desfavorecidos. A docente busca evidenciar os problemas enfrentados por mulheres quilombolas e sua pesquisa ocorre em cooperação com a York University, do Canadá, e parceria da Divisão de Equidade em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde, Federação das Comunidades Quilombolas do RS, Emater, Grupo de Ações Afirmativas para Afrodescendentes e Instituto de Assessoria a Comunidades Remanescentes de Quilombos. 

“Se considerarmos as interseccionalidades de gênero, raça e idade, as mulheres idosas quilombolas ainda se encontram em situação de maior vulnerabilidade social. As condições de vida são mais precarizadas, pois ainda lutam pelo direito à terra, direito primordial para que possam ter acesso aos demais direitos e políticas públicas.” 

Cooperação nacional e internacional  

Da esquerda para direita, Simone Bohn, Mojgan Madidi e Patrícia Grossi na York University. / Foto: Arquivo pessoal

Patrícia Grossi faz parte ainda do comitê científico da Fundação de Amparo à pesquisa do Estado do RS (FAPERGS), onde realiza a análise de relatórios de projetos de pesquisa, verifica projetos submetidos para financiamento, confere os auxílios para eventos entre outras atividades. Para ela, fazer parte de um comitê científico como o da FAPERGS é uma experiência gratificante e enriquecedora. 

“Aprendemos muito trabalhando em prol do desenvolvimento científico e tecnológico do Estado do RS através da seleção e aprovação de projetos de natureza científica e tecnológica de alto impacto. Também presto assessoria a outras agências de fomento a pesquisas do Brasil como a FAPECE (Fundação de Amparo à Pesquisa do Ceará), FAPEMIG (Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais), CNPq, entre outras”.   

A pesquisadora também atua como membro da Instância de Ciências Humanas e Sociais da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (ICHS/Conep), vinculada ao Ministério da Saúde, representando os CEPs do Brasil.  A área foi instituída em dezembro de 2016, e é composta por membros das ICHS, Conep, representantes das associações científicas nacionais de Ciências Humanas (CHS) e membros dos Comitês de Ética em Pesquisa (CEP) de CHS e usuários.  

“Estou atuando na Instância desde sua formação em dezembro de 2016, quando meu nome foi indicado pelo CEP da PUCRS. A seleção se deu através de análise de mais de 800 currículos de representantes de CEPs de todo o país. Além das reuniões bimestrais presenciais em Brasília, temos reuniões online de trabalho e assessoramos pesquisadores da área das Ciências Humanas e Sociais de todo o país em relação a dúvidas na tramitação de projetos na Plataforma Brasil”, explica.  

No âmbito internacional, Patrícia possui uma parceria acadêmica com a professora doutora Simone Bohn, do departamento de Ciência Política da York University desde 2015. Juntas, desenvolveram seu primeiro projeto: “Brazilian Quilombola Women and the access to citizenship rights: challenging to social policies”. A pesquisa acabou resultando em artigos, capítulos de livros, trabalhos apresentados em seminários nacionais e internacionais, um app quilombola, cartilha Mulheres Quilombolas e Acesso aos Direitos de Cidadania e um livro “Mulheres Quilombolas, Interseccionalidades e Políticas Públicas”, disponíveis para download gratuito no site da editora Faith (2021).  

As pesquisadoras têm três projetos em parceria aprovados e em andamento, e recentemente Patrícia participou de uma missão de trabalho no Canadá. A docente foi ao país para se reunir com a equipe interdisciplinar da York University e assim organizar e planejar as próximas etapas dos estudos. A partir dos resultados, serão produzidos mapas interativos e os produtos cartográficos que irão servir de subsídio para os gestores públicos na identificação das lacunas de atendimento à saúde quilombola no Rio Grande do Sul. 

Saiba mais sobre a pesquisadora 

Patrícia é graduada em Serviço Social pela PUCRS em (1987), onde também realizou seu mestrado em Serviço Social (1994). Posteriormente, a pesquisadora se tornou PhD em Serviço Social pela  University of Toronto em 1999. Três anos depois, em 2005, se especializou em Gerontol23gia Social pela PUCRS e em 2010 concluiu seu Pós-doutorado na Universidade de Toronto com auxílio do Faculty Research Program da Embaixada Canadense. Atualmente, atua como professora no Programa de Pós-graduação em Gerontologia Biomédica e Serviço Social. 

Em 2018, Gelson Weschenfelder foi um dos vencedores do 29º Prêmio de Jovem Cientista da CNPq. / Foto: Giordano Toldo

Os super-heróis de histórias em quadrinhos (HQs) historicamente são representativos para a sociedade. Ao longo dos anos, personagens como Batman, Mulher Maravilha e Hulk capturaram a imaginação das pessoas e se tornaram ícones da cultura pop em todo o mundo. Presentes em filmes, séries, brinquedos e livros, suas narrativas transcendem fronteiras geográficas e barreiras linguísticas, unindo fãs de todas as idades e origens.  

Conforme explica o pós-doutorando do Programa de Pós-Graduação em Educação PUCRS, Gelson Weschenfelder, as HQs tornaram-se referência na formação de opiniões, pois de maneira acessível e perspicaz colocam em debate as questões fundamentais das relações sociais e os valores morais com os quais todas as pessoas se defrontam no dia a dia. O pesquisador cita personagens como o Homem-Aranha como exemplo para abordar questões como responsabilidade, ética e os desafios de conciliar uma vida pessoal com o dever de proteger os inocentes, afinal “com grandes poderes vem grandes responsabilidades”.  

Desde sua graduação em Filosofia, Weschenfelder – que nas redes sociais se identifica como “Filósofo dos Quadrinhos –, notou o potencial pedagógico das histórias em quadrinhos, dedicando então sua trajetória acadêmica de mais de 20 anos em pesquisar e aplicar os super-heróis das histórias em quadrinhos como recursos para a promoção de resiliência para crianças e adolescentes em situação de risco. Reconhecido com o 29º Prêmio de Jovem Cientista da CNPq, o pesquisador desenvolve projetos com Super-heróis em sala de aula, onde procura aproximar os jovens estudantes das questões filosóficas e de autores clássicos da filosofia como Aristótoles, Spinoza e Kant.  

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“Mais do que diversão, as histórias desses super-heróis introduzem e abordam de forma vívida importantes questões enfrentadas no cotidiano de pessoas comuns. São temas ligados à superação de adversidades, construção de identidade pessoal, elementos de ética, moral, justiça, enfrentamento de medos, de situações de violência, entre outros”, destaca o pesquisador. 

Questões éticas e de moralidade  

Criados há mais de 80 anos, os super-heróis das histórias em quadrinhos vêm, desde o seu surgimento, conquistando fãs de todas as idades. De acordo com Weschenfelder, o gênero de superaventura nasceu em 1938 no lançamento da revista Action Comics, que trouxe a história do Super-Homem, criado pelos adolescentes Joe Schuster e Jerry Siegel. Logo depois surgiu Batman, a Mulher Maravilha e Capitão América. Desta forma, a partir daí esses super-heróis começaram a ocupar um espaço cada vez maior desde o início deste século.  

Foi durante sua graduação em Filosofia que Gelson Weschenfelder percebeu o potencial que as histórias em quadrinhos têm de serem pedagógicas. / Foto: Pexels

Para introduzir as questões éticas e morais em sala de aula, o pós-doutorando questiona seus alunos a partir da pergunta “O que o herói faria?”, a partir da metodologia intitulada Pré-Capa, Pré-Máscara, em que aborda as ações que fizeram de fato aquele personagem ser reconhecido como um verdadeiro herói. O pesquisador explica que 97% dos heróis passaram por adversidades na vida, tornando-se exemplos claros de resiliência e superação com suas histórias de vida para jovens e adultos se inspirarem contra as dificuldades no seu dia a dia.  

A partir de suas pesquisas, Gelson propõe oficinas e intervenções didáticas em escolas de Canoas em parceria com a Secretaria da Educação, apresentando heróis da atualidade, da mitologia e da cultura pop em sala de aula, desafiando os alunos a criarem suas próprias histórias em quadrinhos a partir de suas realidades. Como personagens principais em suas histórias, os jovens desenvolvem a criatividade para criar os desenhos e a capacidade de refletir sobre a situação em que estão inseridos.  

“As histórias dos super-heróis estimulam as crianças e adolescentes a encarar seus medos e enfrentar desafios. Mais do que exemplos de força e coragem, estes personagens são modelos morais. Há uma necessidade de uma educação moral para os jovens, pois muitas vezes crianças e adolescentes buscam apoio emocionais e psicológicos enquanto vivem sob circunstâncias adversas”, finaliza o pesquisador. 

Sobre o pós-doutorando e sua atuação na PUCRS 

Fã de história em quadrinhos desde sua infância, Gelson Weschenfelder possui hoje uma coleção de 8 mil quadrinhos catalogados em sua gibioteca (biblioteca de quadrinhos). Realizou seu mestrado e doutorado abordando aspectos educativos das histórias em quadrinhos de super-heróis e sua importância na formação da consciência moral, na perspectiva da ética aristotélica das virtudes. 

Supervisionado atualmente pelo professor e pesquisador da Escola de Humanidades Alexandre Anselmo Guilherme, o pós-doutorando amplia suas pesquisas no tema sobre as histórias em quadrinhos de superaventura como recursos para competências socioemocionais uma proposta de formação docente. Autor dos livros Filosofando com os Super-Heróis (Editora Mediação), Homens de Aço? Os Super-Heróis como tutores de resiliência (Appris Editora), Aristóteles e os super-heróis (EducaPop) e Vamos Usar quadrinhos em Sala de Aula? Os super-heróis invadem a escola (editora Fi). 

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Energia Eólica

A energia eólica representada 12,5% da matriz energética brasileira. / Foto: Pexels

A força dos ventos é utilizada pelas pessoas há muito tempo e, pelo menos há mais três mil anos, a humanidade conhece recursos como o cata-vento, por exemplo. Mas como evoluímos de uma prática primitiva para uma realidade em que o vento – recurso inesgotável – torna-se protagonista e fundamental para a economia e a sustentabilidade de um País?  

A energia eólica é uma fonte de energia limpa e renovável que contribui, inclusive, para a redução da emissão de gases de efeito estufa. Isso acontece porque a sua extração tem um impacto ambiental limitado essencialmente às etapas de fabricação, transporte e montagem. De acordo com o coordenador do curso de Engenharia Mecânica da PUCRS, Sérgio Boscato Garcia, a fonte de energia favorece o desenvolvimento sustentável e é compatível com a agropecuária e outros usos do solo, não sendo necessárias desapropriações de áreas ou remanejamentos de pessoas.   

O docente, que coordena também o Laboratório de Energia Eólica (Lab-Eólica), espaço dedicado à pesquisa, extensão e ao ensino-aprendizagem, explica que a energia eólica contribui para o desenvolvimento econômico descentralizado e que a instalação de parques próximo a centros de carga reduz as perdas elétricas na transmissão de energia, além de aumentar a confiabilidade da região.    

Segundo dados da da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), esse tipo de energia tem um impacto positivo em economias locais aumentando o PIB e o IDH municipal em cerca de 25%. Estima-se que a cada R$ 1,00 investido em eólicas há um impacto de R$ 2,9 no PIB e, atualmente, cerca de 11 postos de trabalho são gerados por megawatt (MW) instalado. De acordo com Sérgio, essa fonte de energia pode ser bastante vantajosa para os proprietários das terras, pois permite a continuidade das plantações ou criação de animais e gera renda e melhoria de vida com arrendamento para colocação das torres.   

“É importante destacar que a energia eólica é intrinsicamente complementar, pois o vento é uma variável aleatória e requer uma análise probabilística para a predição do abastecimento. Entretanto, no Brasil, os regimes naturais eólicos e hidráulicos se complementam, o que fica evidente na matriz elétrica nacional, que tem como principal fonte as hidrelétricas, com 54,6%, e em segundo lugar a eólica, com 12,5%”, destaca o pesquisador. 

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Como funcionam as turbinas eólicas 

Segundo o relatório da ABEEólica publicado em 2021, o RS é o quinto estado brasileiro que mais produz energia eólica. / Foto: Pexels

As turbinas eólicas são máquinas projetadas para extrair a energia cinética do vento, a qual pode ser utilizada para fins como a realização de trabalho ou a conversão em energia elétrica. O coordenador do Lab-Eólica esclarece que o funcionamento de uma turbina eólica é baseado na rotação de um rotor que opera sob a ação dos ventos. De acordo com o professor, trata-se de um equipamento complexo e sua operação envolve vários campos do conhecimento, como meteorologia, aerodinâmica, eletricidade, controle, bem como as diferentes áreas da engenharia.  

Atualmente, existem diferentes tipos e tecnologias de turbinas eólicas, as mais comuns e amplamente utilizadas na produção de energia elétrica são as de eixo horizontal de grande porte, denominadas assim, pois possuem um rotor que gira sobre um eixo disposto horizontalmente. O rotor é o principal componente de uma turbina eólica e geralmente é formado por três pás com perfis aerodinâmicos conectadas por suas bases em um elemento denominado cubo.   

Boscato explica que com a incidência do vento sobre as pás, são desenvolvidas forças aerodinâmicas responsáveis pela rotação do rotor que aciona um gerador elétrico. Uma vez que funcionam pelo princípio físico da sustentação aerodinâmica – similar ao observado nas asas de um avião – são classificadas como turbinas de sustentação.  

“A significativa produção de energia elétrica a partir da energia eólica advém de complexos com múltiplas turbinas instaladas, denominados parques eólicos. Parques eólicos e sistemas conectados à rede não utilizam baterias para o armazenamento de energia, ou seja, produzem energia somente quando existe disponibilidade de vento”, conta

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Crescimento na indústria brasileira  

Com um investimento de 42 bilhões de dólares entre 2010 e 2021, a energia eólica apresentou um significativo crescimento nos últimos 15 anos e agora ocupa o segundo lugar em fonte de energia da matriz elétrica brasileira. Atualmente, são 24,13 GW de capacidade instalada, com 869 parques eólicos e mais de 9770 turbinas eólicas em operação em doze estados do País.   

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Em 2021, foram produzidos mais de 72 TWh de energia eólica, um crescimento de 27% em relação à 2020. Conforme Boscato, essa produção de energia significa que cerca de 108 milhões de habitantes foram beneficiados e que cerca de 34 milhões de toneladas de CO2 foram evitadas pelo uso da energia eólica.  

Em relatórios da ABEEólica, foram apresentados que os cinco estados com maior produção no ano de 2021 foram Rio Grande do Norte (21,23 TWh), Bahia (21,15 TWh), Piauí (9,10 TWh), Ceará (7,91 TWh) e Rio Grande do Sul (5,63 TWh), sendo a região Nordeste com uma produção muito próxima ao total do sistema. Em um panorama global, com informações do Global Wind Energy Council (GWEC), o Brasil subiu uma posição no Ranking Mundial de capacidade eólica acumulada onshore em 2021, atrás apenas da China, EUA, Alemanha, Índia e Espanha.  

Estude Energia Eólica na PUCRS 

A PUCRS é a primeira Universidade do Sul a criar um curso de graduação em Engenharia de Energias Renováveis. Com um currículo atual, feito por profissionais que são referência na área, os estudantes possuem contato com inovação e desenvolvimento social, científico, cultural e econômico, para atuarem nas áreas de produção e uso de energia, de infraestrutura de transporte dos vetores energéticos e de gestão e comercialização de energia.  

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O Laboratório de Energia Eólica fica localizado na Escola Politécnica da PUCRS. / Foto: Jonathan Heckler

Além disso, a Escola Politécnica da PUCRS dispõe de diversos laboratórios e grupos de pesquisa que atuam com as mais diferentes fontes de energia. Um deles é o Lab-Eólica, coordenado pelo professor Boscato, que possui uma estrutura e equipamentos que permitem uma vivência única, tornando possível a realização de experimentos que demonstram a teoria abordada durante a graduação, ou também em cursos de extensão e pós-graduação. Seu espaço está disponível para o desenvolvimento de trabalhos de conclusão de curso, estudos de equipes de competição estudantil, testes e ensaios em geral.   

Dentre os trabalhos acadêmicos desenvolvidos, em 2020, o egresso Vinícius Kronhardt Calgaro, realizou um estudo sobre Desenvolvimento de um Equipamento para Aplicação da Técnica de Visualização de Fluxo por Fumaça em Túnel de Vento, artigo publicado no VIII Congresso Brasileiro de Energia Solar com a coautoria de Gabriel Simioni e orientação do professor Boscato. Também, recentemente, em 2022, o alumni Vinícius de Souza Rebello foi premiado na Universidade como Melhor Trabalho de Conclusão de Curso com seu estudo intitulado Análise da Distribuição de Pressões em um Aerofólio Multi-Elementos com Foco em Downforce, sob a orientação do professor Jorge Hugo Silvestrini, coordenador do Laboratório de Simulação de Escoamentos Turbulentos (LaSET).  

O LaSET é um laboratório de pesquisa orientada ao estudo de escoamentos transicionais e turbulentos em meios geofísicos, ambientais e industriais, no qual, com a orientação dos professores Jorge Hugo Silvestrini e Karina Ruschel, a acadêmica egressa Caroline Bitencourt Fraccaro desenvolveu o trabalho de conclusão intitulado Simulação Numérica de Turbinas Eólicas: Um Estudo de Caso. 

A Escola Politécnica também oferece o curso de Especialização em Energias Renováveis, que se configura por ser uma capacitação de recursos humanos em energias renováveis e meio ambiente.   

Estude na PUCRS em 2023

desigualdade nas metrópoles

A taxa de extrema pobreza da região metropolitana de Porto Alegre é, hoje, 85% mais alta que há uma década. / Foto: Giordano Toldo

A 13ª edição do Boletim – Desigualdade nas Metrópoles, desenvolvido pelo PUCRS Data Social, em parceria com o Observatório das Metrópoles e com a Rede de Observatórios da Dívida Social na América Latina (RedODSAL), apontou novos dados sobre a taxa de pobreza na região e no País. Após sofrer forte queda no ano de 2021, a renda média domiciliar per capita da região metropolitana de Porto Alegre teve uma alta significativa em 2022, subindo aproximadamente 7% e chegando ao valor de R$ 2.257.

Apesar de ainda estar abaixo do valor encontrado no período anterior à pandemia, de R$ 2.323 em 2019, a alta da renda no último ano atingiu todos os estratos sociais: entre os 40% mais pobres o rendimento médio subiu 4%; entre os 50% intermediários houve alta de 8,7%; e entre os 10% mais ricos o aumento foi de 3,9%. Ou seja, todos se beneficiaram desse incremento na renda, incluindo aqueles mais próximos da base da pirâmide, o que fez a taxa de extrema pobreza na grande Porto Alegre cair de 3,56% para 3,22%. Apesar de parecer uma queda leve, em termos absolutos, isso significa que mais de 13,7 mil pessoas deixaram a extrema pobreza no período.

Por outro lado, quando analisamos os dados em uma perspectiva mais ampla, vemos que a taxa de extrema pobreza da região metropolitana de Porto Alegre é, hoje, 85% mais alta que há uma década. Em 2012 essa taxa era de 1,74%, chegou a 1,23% em 2013, e desde então apresenta tendência clara e contínua de alta, estando hoje 1,48 pontos percentuais acima do início da série histórica. Em termos absolutos, significa que temos atualmente 68,4 mil pessoas a mais em situação de extrema pobreza do que havia em 2012. Quando comparamos com 2013, essa diferença é ainda maior, de 88,9 mil pessoas. 

Segundo Andre Salata, coordenador do PUCRS Data Social e um dos autores do estudo, o principal fator para entender tais variações na taxa de extrema pobreza na grande Porto Alegre se encontra na renda do trabalho.

“Entre 2012 e 2021 o rendimento domiciliar per capita do trabalho caiu 8,5% na região, e entre os 10% mais pobres essa queda foi de 31,5%. Já entre 2021 e 2022 a renda do trabalho aumentou 5,9% na grande Porto Alegre, sendo este aumento de 10,6% entre aqueles na base da pirâmide. Como a renda do trabalho corresponde, em média, a mais de 70% dos rendimentos domiciliares, esses movimentos explicam a maior parte da variação nas taxas de extrema pobreza”, explica.

desigualdade nas metrópoles

Andre Salata é coordenador do PUCRS Data Social e um dos autores do estudo. / Foto: Giordano Toldo

Nesse período de dez anos, a taxa de extrema pobreza na região metropolitana de Porto Alegre cresceu de modo mais acelerado do que nas outras metrópoles da Região Sul. Se, entre 2012 e 2022, o crescimento foi de 85,3% em Porto Alegre, na região metropolitana de Florianópolis a alta foi de 28,8%, e na região metropolitana de Curitiba chegou a 32,9%. Em 2022, a taxa de extrema pobreza era de 2,37% em Curitiba, 1,7% em Florianópolis, e 3,22% em Porto Alegre.

Os dados são provenientes da PNAD Contínua anual (acumulados na 1ª visita até 2015 e na 5ª visita a partir de 2016), do IBGE, e dizem respeito à renda domiciliar per capita total. O recorte utilizado é o da região metropolitana de Porto Alegre, incluindo a Capital, conforme as definições do IBGE. Todos os dados estão deflacionados para o ano de 2022, segundo o IPCA. O estudo trabalha com as linhas de US$6,85 PPC para pobreza e US$2,15 PPC para a extrema pobreza, assim como definidas pelo Banco Mundial. Em valores mensais de 2022, a linha de pobreza é de aproximadamente R$ 636 per capita e a linha de extrema pobreza é de aproximadamente R$ 199 per capita.

Extrema pobreza seria maior sem programas de transferência de renda

No Rio Grande do Sul, segundo dados do IBGE, a taxa de desocupação caiu de 8,1% para 4,6% entre o quarto trimestre de 2021 e o mesmo período de 2022, o que ajuda a explicar a recuperação da renda do trabalho das famílias no último ano. Salata ainda pondera que, não fossem os programas de transferência de renda, a alta da extrema pobreza nos últimos anos seria ainda maior.

“Sem os incrementos que tivemos no Bolsa Família ou Auxílio Brasil, a taxa de extrema pobreza teria chegado a 3,56% em 2022, o que é 10% maior que a taxa que de fato temos hoje”.

Segundo os dados reunidos pelo estudo, o percentual de pessoas que se beneficiam desses programas aumentou de 5,9% para 8,2% da população da grande Porto Alegre na última década, e entre os domicílios que estão na base da pirâmide a média dos rendimentos provenientes de programas de transferência de renda subiu de R$ 14,3 para R$ 41 per capita. Esses movimentos fizeram, então, um contrapondo à queda da renda do trabalho, não permitindo que a alta da extrema pobreza nos últimos anos fosse ainda maior.

Por fim, os pesquisadores lembram que é preciso reforçar a focalização dos programas de transferência de renda, a fim de que atinjam com maior precisão as famílias mais pobres.

 “Na última década esses programas cresceram em volume, mas perderam em focalização. Se melhorarmos a focalização podemos tirar mais famílias da extrema pobreza sem aumentar gastos. Esse é um desafio”, conclui Salata.

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A Nanowear é a uma das Strartups que estão hospedadas no Tecnopuc. / Foto: Giordano Toldo

A nanotecnologia é a ciência realizada na escala nano, por meio da manipulação da matéria numa escala atômica e molecular. Um campo ainda em crescimento, os investimentos na área cresceram para um trilhão de dólares investidos no mundo em 2022, de acordo com a StatNano. Para avançar em pesquisas em nanotecnologia, empreendedores buscam laboratórios, maiores incentivos e conhecimento científico, como conta Andrè Flôrès, fundador da Nanowear, empresa especialista em confecção de produtos têxteis com nanotecnologias.  

A Nanowear, startup que integra o Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), desenvolve produtos inteligentes com encapsulamento de nanotecnologias aplicadas em roupas, como uniformes, jalecos médicos, roupas de cama e demais produtos em tecidos. Durante o contexto da pandemia de Covid-19, a empresa desenvolveu um projeto em parâmetros internacionais patenteado por edital da FINEP, com o objetivo de desenvolver roupas hospitalares que utilizam nanotecnologias capazes de inibir a proliferação de bactérias e vírus nos ambientes hospitalares. 

O projeto foi realizado dentro do ecossistema da Universidade, com estudos desenvolvidos no Laboratório de Imunologia e Microbiologia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS e com testes implementados no Hospital São Lucas da PUCRS. O professor e pesquisador da Escola Politécnica Ricardo Papaleo explica que produtos nanotecnológicos tem em geral elevada complexidade e demandam expertise técnica que muitas vezes só é encontrada nas universidades. 

“O papel das universidades é fundamental no desenvolvimento de produtos nanotecnológicos, em parte pelo capital intelectual e conhecimento que possui em novas técnicas de síntese e caracterização de nanomateriais e por fornecer infraestrutura analítica de alto padrão que as startups têm mais dificuldades de adquirir”, destaca.  

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Nanowear e tecidos antimicrobianos 

A Nanowear atua na produção de vestimentas que proporcionam qualidade, segurança e bem-estar voltado para os setores hoteleiro, automotivo, alimentício, industrial e doméstico. A startup também atua no setor hospitalar, em que mais recentemente desenvolveu um projeto de Tecidos Inteligentes Antimicrobianos com Nanotecnologia, com a participação de diferentes áreas, pesquisadores e profissionais da PUCRS.  

Para chegar no resultado final dos tecidos, múltiplos testes têm sido desenvolvidos em laboratório e atividades realizadas semanalmente no Hospital São Lucas da PUCRS, onde os pesquisadores puderam analisar a ação antimicrobiana e eficácia dos tecidos. A equipe responsável pelo projeto proposto por Andrè Flôrès, contou com a pesquisadora de gestão em saúde Ivon Maisonnave, o diretor técnico e médico infectologista do HSL Fabiano Ramos, a pesquisadora da PUCRS na área de Microbiologia Sílvia Dias de Oliveira, o professor da Escola de Medicina Diego Rodrigues Falci e a pesquisadora da Escola de Ciências da Saúde e da Vida Anelise Baptista da Silva. 

Foram feitas pesquisas comparativas em laboratório entre as peças dos vestuários convencionais do hospital e as peças com nanotecnologia, por encapsulamento de nanopartículas de óxido de cobre e prata, com características hidrorrepelente e antimicrobiana. Além disso, a equipe da UTI se dividiu na utilização dos uniformes nano e outras não, por um período de tempo, justamente para compreender a eficácia dos uniformes produzidos pela Nanowear. Também foram realizados testes de lavagens para analisar se os tecidos neutralizavam os maus odores, não desbotavam ou se eram mais fáceis de serem limpos, com a proposta de produzir produtos mais sustentáveis. 

A pesquisadora Sílvia Dias de Oliveira, coordenadora do Laboratório de Imunologia e Microbiologia, destacou a importância da universidade no desenvolvimento de projetos com nanotecnologia, principalmente nas ações que visem à redução bacteriana e a contaminação cruzada, especialmente em ambientes hospitalares. 

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“As universidades desempenham um papel fundamental no desenvolvimento e aplicação de nanotecnologias, uma vez que a nanotecnologia é uma área de pesquisa altamente interdisciplinar que envolve conhecimentos em diversas áreas reunidas no ambiente universitário”, finalizou.  

NanoPUCRS e avanços em nanotecnologia na pesquisa da universidade 

O trabalho da Nanowear foi possível graças ao trabalho conjunto entre Instituto do Cérebro, HSL, Tecnopuc e demais laboratórios. / Foto: Pexels

O projeto desenvolvido pela Nanowear foi possível graças ao trabalho em conjunto entre diversas instâncias de pesquisa e inovação da Universidade, como o Instituto do Cérebro, o HSL, o Tecnopuc e demais laboratórios de pesquisa. A expertise dos pesquisadores da universidade contribui para o desenvolvimento de diversos projetos na área de nanotecnologia e nanociência.  

Dentre as iniciativas de pesquisa na área no contexto da universidade, se destaca o NanoPUCRS, coordenado pelo pesquisador Ricardo Papaleo, com projetos inovadores relacionados às propriedades da matéria em nanoescala. O NanoPUCRS integra o Sistema Nacional de Laboratórios em Nanotecnologia (SisNANO), com o papel de ser interlocutor entre a academia e o setor produtivo em projetos voltado às nanotecnologias, além de atuar como hub para direcionar demandas nano para pesquisadores de diferentes campos.  

Dentre as atividades ofertadas pelo NanoPUCRS para a sociedade acadêmica, o coordenador Ricardo Papaleo também destaca os serviços de caracterização dos nanomateriais, análise de produtos lexiviados dos tecidos e customização da síntese dos nanomateriais usados na impregnação. Outro importante protagonismo da Universidade na área é o Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Tecnologia de Materiais (PGETEMA) que conta com uma linha de pesquisa em Materiais nanoestruturados, com o objetivo de envolver pesquisadores e discentes na criação e caracterização de materiais nanoestruturados para aplicações especiais.  

“A tendência mundial e os principais países que investem em nanotecnologia já entenderam que os avanços na área partem das universidades. Estudos internacionais indicam que 63% das patentes dos protótipos feitos nos Estados Unidos são das universidades e a PUCRS é um dos principais polos para isso. Empreendedores e pesquisadores têm aqui laboratórios qualificados e conceituados, um rico Parque Tecnológico e professores de referência”, finalizou o CEO da Nanowear.  

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Copa do Mundo de Futebol Feminino

A Copa do Mundo de Futebol Feminino 2023 será realizada entre julho e agosto na Austrália e na Nova Zelândia. / Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Organizada pela Federação Internacional de Futebol (Fifa) pela primeira vez em 1991, a Copa do Mundo de Futebol Feminino é uma competição internacional de futebol que acontece de quatro em quatro anos. Com 32 países participantes, a nona edição do campeonato, que acontece entre julho e agosto de 2023 na Austrália e na Nova Zelândia, tem o maior número de seleções participantes na história da modalidade. A competição tem se tornado mais popular a cada edição, no entanto, por mais que se busque aumentar o investimento no futebol feminino, o masculino ainda recebe maior atenção, verba e patrocínio.  

De acordo com o professor da Escola de Ciências da Saúde e da Vida e pesquisador de “Esporte, Cultura e Sociedade” do Grupo de Pesquisa em Estudos Olímpicos, Luís Henrique Rolim, a Copa do Mundo Feminina proporciona visibilidade para as atletas, visto que em muitos países a profissionalização do futebol feminino ainda está crescendo a passos lentos, devido a questões sociais, culturais e políticas. Luís relembra que a última edição, realizada na França em 2019, alcançou um marco importante de visibilidade: de acordo com números divulgados pela Fifa, a competição foi a mais vista da história da modalidade, com audiência de 1.12 bilhão de pessoas na televisão e nas plataformas digitais. 

“A Copa do Mundo impulsiona o reconhecimento das mulheres no esporte, motivando mais meninas a praticar, pressionar governos e autoridades a incentivarem o futebol feminino em várias instâncias e, claro, captar mais recursos com patrocinadores e empresas de comunicação.”

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Avanços e equidade de gênero no esporte 

A Copa do Mundo de Futebol Feminino 2023 terá a maior premiação na história da modalidade. / Foto: FIFA/Divulgação

Os debates acerca da equidade de gênero no esporte, em especial no futebol feminino tem avançado nos últimos anos.  A capitã da seleção americana, Megan Rapinoé, campeã da edição de 2019 foi convidada para falar no Comitê de Supervisão da Câmara dos Estados Unidos, onde abordou a discriminação e desigualdade de pagamento entre as seleções masculina e feminina. Para o professor Luís, o marco representou uma virada no futebol feminino, pois a Federação de Futebol dos Estados Unidos anunciou premiação igualitária depois do episódio e da pressão social.  

Outras seleções também se destacam nesse quesito. A Federação de Futebol da Austrália possui esta equiparação desde 2019, e a Confederação Brasileira de Futebol, também declarou, em 2020, que as premiações para atletas das Seleções Masculina e Feminina serão iguais. Este ano, a Fifa anunciou que a premiação da Copa do Mundo Feminina de 2023 será de US$150 milhões. Embora o valor seja superior ao ano anterior (em 2019 foram US$ 38 milhões), ainda não se compara com os US$ 440 milhões pagos na Copa do Mundo Masculina do Catar em 2022. 

Este ano, o Ministério Brasileiro do Esporte declarou sua candidatura para ser país-sede da próxima edição da Copa do Mundo de Futebol Feminino.  O objetivo seria estruturar a modalidade no país, ampliar o número de campeonatos, promover a inclusão de meninas no esporte e melhorar as estruturas e espaços de treinamentos. De acordo com Rolim, pode ser uma ótima oportunidade para alavancar o futebol feminino no país e ampliar o debate sobre discriminação e igualdade de gênero no esporte. 

Preparo mental das atletas para o grande evento esportivo 

Futebol feminino

Para a professora Fernanda Faggiani, o treinamento físico precisa estar alinhado com o cuidado com a saúde mental das jogadoras. / Foto: Anastasia Shuraeva/Pexels

Para alcançar o melhor desempenho e chegar no mais alto nível competitivo, as atletas passam anos desenvolvendo uma série de competências pessoais. Com os constantes avanços da ciência e da tecnologia, tornou-se comprovadamente fundamental que exista uma integração entre os aspectos físicos e o desenvolvimento de habilidades mentais para atingir o auge da performance.  

Com isso, delegações esportivas dos clubes e seleções atuam cada vez mais com equipes multi, inter e transdisciplinares responsáveis pelo preparo das atletas no dia a dia da profissão. A professora da Escola de Ciências da Saúde e da Vida e especialista em psicologia esportiva, Fernanda Faggiani, destaca a importância dos psicólogos que atuam no esporte para otimizar a performance e a qualidade de vida do atleta. De acordo com a docente, as atletas precisam ser monitoradas, para mapear as necessidades e adversidades na vida, para uma melhor manutenção da atenção, do foco e do motivacional. 

Fernanda faz o alerta que a preparação mental precisa ser continua, ter sinergia com todas as outras áreas de preparo e também ser trabalhada em conexão entre os profissionais dos clubes e das seleções. Faggiani explica que os psicólogos esportivos avaliam atletas e equipes para poder levantar as necessidades, para assim auxiliar em como podem agir, antecipando os momentos que serão vividos e como elas devem organizar suas emoções e comportamentos diante dos eventos.  

A docente conta que no dia a dia existem diversos fatores que podem ser prejudiciais à saúde mental das atletas, como depressão, ansiedade, crises, pressão financeira, questões familiares, atritos entre colegas de clube ou seleção e ambiente psicologicamente inseguro. Em tempos de Copa do Mundo, Faggiani também destaca que a grande exposição midiática e pressão por bons resultados podem ter impactos negativos na busca da atleta e da equipe por sucesso. A professora ainda complementa que todos estes fatores se unidos com o não saber reagir as dificuldades e emoções excessivas podem tomar maiores proporções.  

“O objetivo da atuação de um psicólogo é auxiliar as atletas a aprimorarem e compreenderem as variáveis psicológicas presentes no ambiente esportivo, ainda mais em Copa do Mundo. Este trabalho pode auxiliar inclusive em cenários em que a atleta e o time precisam se superar a partir de uma boa capacidade de reação adequada à uma situação adversa, assim como manter o controle emocional mesmo quando está vencendo com bastante vantagem”, complementa.

Estude Esporte, Educação e Olimpismo na PUCRS

Os professores Juremir Machado e Eduardo Pellanda foram convidados a integrar painel sobre desinformação  na Suíça/ Foto: Matheus Gomes

O tema da Cúpula do Prêmio Nobel deste ano, realizada no final do mês de maio, em Washington D.C., nos Estados Unidos, abordou o combate à desinformação e a crise de confiança em sociedades democráticas. Durante a programação foi lançado o Painel Internacional sobre o Ambiente Informacional (IPIE, sigla em inglês), um consórcio independente e global de cientistas que busca fornecer conhecimento sobre ameaças ao ambiente internacional de informações. Os professores e pesquisadores Eduardo Pellanda e Juremir Machado, da Escola de Comunicação, Artes e Design (Famecos), foram convidados a integrar a iniciativa. 

De acordo com o diretor do IPIE e professor da Universidade de Oxford, Phil Howard, a iniciativa é a maior rede global de pesquisa comprometida em construir um ambiente informacional mais saudável. Manipulação algorítmica, vieses, discurso de ódio e deep fakes são algumas das temáticas tratadas pelo consórcio. O projeto conta com mais de 200 pesquisadores de 55 países que irão contribuir com pesquisas e produções em áreas de conhecimento distintas. 

Para Juremir, o painel é uma iniciativa de caráter internacional muito relevante, reunindo instituições e pesquisadores de várias partes do mundo.  

“A ideia é refletir sobre o universo da informação e especialmente da desinformação em tempos de aceleração tecnológica. A questão da desinformação está entre as mais preocupantes da atualidade pelo potencial que tem de ameaçar democracias e de fortalecer perspectivas de negação inclusive da ciência”, comenta. 

Para Pellanda, é uma oportunidade de entender a desinformação como algo multidisciplinar e multicultural. 

“Sentar para discutir o tema com pesquisadores de outros 55 países é extremamente valioso e é uma honra poder colaborar de alguma forma com este tema tão importante. Cada discussão que gerou o painel mostrou a quantidade de desdobramentos prejudiciais que a desinformação pode causar na sociedade. Poder pesquisar com um impacto direto na sociedade é motivador”, adiciona. 

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A Inteligência Artificial (IA) é projetada para se adaptar conforme a necessidade. / Foto: Pexels

A inteligência artificial (IA) é um campo de estudo que se concentra no desenvolvimento de sistemas capazes de realizar tarefas que normalmente comportam inteligência humana, como reconhecimento de fala, visão computacional, aprendizado de máquina, processamento de linguagem natural, entre outras. No entanto, a IA também tem sido objeto de preocupação e debate em torno de questões como privacidade, segurança e ética.   

O pesquisador da Escola Politécnica Rafael Heitor Bordini destaca que a IA pode melhorar significativamente a eficiência e produtividade em muitos setores, como saúde, transporte, manufatura e serviços financeiros, mas que seu uso deve ser cuidadoso. O docente destaca que é preciso construir uma regulamentação do uso da tecnologia e incentivar o desenvolvimento de pesquisas acerca do assunto, para garantir melhor conhecimento sobre o alcance e impacto da IA na sociedade.  

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“É comum que tenhamos receios ou dúvidas quando somos apresentados a uma nova tecnologia. Porém não resolve o problema parar com a pesquisa, como tem sido proposto; o importante é acelerar as discussões sobre ética e regulamentação da IA pela sociedade. Além disso, precisamos conscientizar a população neste momento que a IA, em particular sistemas como o ChatGPT, não é totalmente confiável e pode piorar o problema de desinformação em larga escala, um dos grandes problemas atuais.”

Os impactos da Inteligência Artificial

Os sistemas de IA são projetados para aprender e se adaptar a partir dos dados disponíveis, permitindo que eles possam melhorar continuamente suas habilidades e desempenho ao longo do tempo. Isso é feito por meio de algoritmos e técnicas de aprendizado de máquina que são capazes de identificar padrões e insights a partir de grandes conjuntos de dados. 

A pesquisa em IA no CIIA-Saúde se organiza nas quatro linhas: Ética e Valores Humanos, Modelos e Algoritmos, Gerenciamento e Engenharia de Dados, e Sistemas Computacionais. / Foto: Pexels

De acordo com Bordini, é difícil pensar algum campo da atividade humana que não tenha pesquisas relevantes utilizando IA. Dentre alguns exemplos apresentados pelo docente estão o apoio ao diagnóstico em aplicações voltadas para a área da saúde, predição do preço de ações no mercado financeiro, agricultura de precisão, carros autônomos, controle de processos industriais, monitoração de áreas de proteção ambiental, etc. 

A PUCRS possui o grupo de pesquisa em Inteligência Artificial Aplicada à Saúde, coordenada pelo professor Bordini. Dentre as principais frentes de atuação, se destaca a participação em redes de pesquisa e inovação a nível estadual e nacional, como o CIARS e o CIIA-Saúde, em que a PUCRS é responsável pelo tema de predição de tempo de internação de pacientes hospitalizados, utilizando técnicas de aprendizado de representação do histórico clínico de pacientes. 

O grupo de pesquisadores também atua em projetos que visam estudar o impacto de biomarcadores na predição de desfechos de pacientes com doença renal crônica, coordenado pelo professor e pesquisador da Escola de Medicina Carlos Eduardo Poli de Figueiredo. Além disso, são desenvolvidos estudos com sistemas de diálogos multi-agentes em linguagem natural com aplicação em alocação e gerência de leitos hospitalares. 

ChatGPT e GPT4: usos de IA na comunicação 

Mesmo com todos estes usos da IA em diferentes setores da sociedade, os sistemas que geram imagens e textos são os que mais viralizaram e impressionam toda a população. O professor da Escola Politécnica explica que o ChatGPT e o GPT4 são LLMs (Large Language Models, do inglês Grandes Modelos de Linguagem) de uma empresa chamada OpenAI. Sistemas como esses são frequentemente chamados de sistemas de Inteligência Artificial Generativa, nesse caso que recebem textos em qualquer língua na entrada e que geram outros textos na saída.  

O professor Rafael Heitor Bordini alerta para a necessidade de regulamentação desses serviços. / Foto: Pexels

De acordo com o docente, o modelo de linguagem é treinado por pesquisadores e profissionais da área com uma quantidade muito grande de textos, e o sistema aprende essencialmente probabilidades de palavras virem acompanhadas de outras. Esses sistemas baseados em LLM já demonstravam capacidades revolucionárias como por exemplo de resumir textos longos, fazer tradução e de produzir textos novos no estilo de algum escritor em particular. 

Em alta discussão na sociedade, realmente os sistemas que compreendem e geram linguagem natural e imagens (DALL-E, GPT4, etc.) são os que mais interessam e também assustam as pessoas. Bordini conta que esse clamor acontece justamente porque linguagem é a base da civilização, e que, quando o GPT4 mostra uma habilidade as vezes comparável com a capacidade humana, não é de se espantar que as pessoas pensem em consequências desastrosas. O docente ressalta também que mesmo com este espanto, é importante conscientizar que são apenas modelos estatísticos de linguagem.  

“Não há motivos para se pensar que desejos e ambições próprias estão guiando o sistema. A princípio o sistema está somente gerando textos estatisticamente plausíveis dado o texto de entrada. Dependendo do que se diz para o sistema, é de se esperar que ele gere um texto que diz que ele tem desejos próprios e quer ser livre. Porém isso é só um padrão de associação com base nos textos que foram usados para treinar o modelo”, alerta o pesquisador.

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De acordo com a pesquisa de Otávio Daros, a forma com que as pessoas percebem o papel da imprensa no Brasil se modifica conforme a situação política do país. / Foto: Envato

No dia 7 de junho de 1977, em plena ditadura militar, durante o governo do general Ernesto Geisel, cerca de três mil jornalistas assinaram um manifesto pela liberdade de imprensa. A data ficou marcada como o Dia Nacional da Liberdade de Imprensa, em um ato corajoso da categoria de enfrentamento aos censores que atuavam nas redações dos jornais na época. Atualmente, a organização não governamental Repórteres Sem Fronteiras (RSF) divulgou que o Brasil subiu 18 lugares no ranking mundial de liberdade de imprensa. 

Na PUCRS, pesquisadores da Escola de Comunicação, Artes e Design (Famecos) desenvolvem estudos para compreender o papel da imprensa ao longo da história do Brasil. O recém-doutor no Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social pela Universidade, Otávio Daros, apresentou sua tese sobre a história da historiografia da imprensa e do jornalismo no Brasil do século 19 ao 21, com a orientação do pesquisador Antonio Carlos Hohlfeldt. 

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Em suas pesquisas, Daros evidenciou que o conceito de imprensa é variável e o papel do jornalista e dos grandes veículos foi visto de diferentes formas em cada época. Conforme o pesquisador, a imprensa tem desempenhado um papel chave no processo de reestabelecimento e amadurecimento do regime democrático no Brasil, desde o fim da ditadura militar. 

“Enquanto instituição de caráter público, a imprensa atua no sentido de formação da opinião pública. Se entendermos a informação como direito público e a imprensa como meio de produção e difusão, seu papel é de relevância maior no fortalecimento da democracia”, destaca.  

História da Imprensa e suas evoluções no Brasil 

O Brasil subiu 18 colocações no ranking de Liberdade de Imprensa do Repórteres Sem Fronteiras. / Foto: Envato

O professor e pesquisador Antonio Hohlfeldt é especialista nas áreas de Teoria da Comunicação e História do Jornalismo, atuando principalmente nos seguintes temas: artes cênicas, criação dramática, teoria e história do jornalismo, comunicação social e teoria da comunicação. O docente explicou no capítulo Perspectivas e desafios para compor uma história da imprensa do livro Imprensa & Sociedade brasileira que a prática jornalística no Brasil foi influenciada diretamente pela história e as mudanças culturais do país.  

O docente resgata desde a criação da imprensa no país, com a Gazeta do Rio de Janeiro e o surgimento do Correio Braziliense, em 1808, para exemplificar que existem diferentes práticas jornalísticas. Hohfeldt conta que desde o surgimento da imprensa no Brasil, já existiam dois modelos diferentes e complementares: o jornalismo enquanto publicidade e ilustração; e o jornalismo enquanto expressão literária e política. 

O pesquisador também conta que fatos históricos como a abdicação de Dom Pedro I, em 1831, influenciaram a história do jornalismo no país. A imprensa passou a atuar com um jornalismo intenso, do ponto de vista quantitativo e variado. Em seguida, o desenvolvimento industrial e a influência da imprensa europeia e norte-americana permitiram o surgimento de jornais-empresas. 

Outros fatores elencados por Hohfeldt foram o crescimento das cidades, a evolução educacional e a diversidades de público que permitiram a segmentação do jornalismo para perfis de leitores variados. Neste processo de desenvolvimento do jornalismo no Brasil, o pesquisador também destaca o surgimento da televisão (nos anos 1950), a expansão do rádio com a onda curta e o FM (anos 1960) e o aparecimento da internet (anos 1990), que criaram fortes áreas de atrito e de competição com a imprensa. 

Daros analisou em sua tese os diferentes papéis atribuídos à imprensa ao longo dos últimos dois séculos. O aluno da Famecos evidenciou que no Brasil, durante o Império até a Primeira República, houve consenso de que a imprensa deveria servir como um meio de instrução pública. Já entre as ditaduras do Estado Novo e do Regime Militar, o entendimento foi outro e a imprensa virou, muitas vezes, sinônimo de manipulação. Em seguida, com a redemocratização, outros modos de pensar o fenômeno passaram a ser privilegiados, tal como sua função enquanto instituição mediadora do debate público. 

 “Estas mudanças ao longo dos anos ajudaram ao desenvolvimento do jornalismo: se, em algum momento, a variedade de meios de comunicação gerou a preocupação com o furo e a rapidez da informação, logo devolveram tais práticas ao que é essencial ao jornalismo: veracidade e, por consequência, credibilidade”, finalizou Hohfeldt.

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ESTUDE JORNALISMO NA PUCRS 

Parceria entre o IPR da PUCRS e o Ministério da Agricultura e Pecuária tem por objetivo promover a cooperação técnica para a produção de MCRs/ Foto: Giordano Toldo

A PUCRS, por meio do Instituto do Petróleo e dos Recursos Naturais (IPR), firmou um acordo de cooperação técnica com o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) do governo federal. O acordo tem por objetivo promover a cooperação técnica para a produção de Materiais de Referência Certificados (MRC) de interesse mútuo.   

O MRC, popularmente chamado de “padrão”, é absolutamente fundamental para análises em laboratórios. Foi para saber se um resultado está correto se não há um padrão analítico confiável, que surgiu um dos primeiros MRC desenvolvidos nesta parceria, para análises isotópicas de carbono (ensaio que é feito pelo MAPA para detectar fraudes em alimentos, por exemplo). Estes padrões também são importantes para ensaios realizados na área forense (pela polícia federal); para detectar falsificações em produtos e fornecer evidências criminais confiáveis; para testes em empresas de óleo e gás; para identificar origem de petróleo e derivados, entre outras aplicações.   

O acordo entre PUCRS e MAPA, que vale até 2027, visa desenvolver MRCs que poderão ser utilizados em laboratórios públicos e privados. Esta ação é relevante para o país, visto que o MRC é um padrão escasso (precisa normalmente ser importado de países desenvolvidos) e também custa muito caro, muitas vezes inviabilizando implementação e ofertas de ensaios qualificados em laboratórios no Brasil.  

Reconhecimento internacional  

Neste ano, o IPR conquistou a acreditação internacional da ANSI National Accreditation Board (ANAB), o maior órgão de acreditação da América do Norte, para as normas ISO/IEC 17025 e ISO 17034. A ISO/IEC 17025 estabelece os requisitos gerais para competência técnica de laboratórios, incluindo a gestão da qualidade, confiabilidade e rastreabilidade dos dados. Já a ISO 17034 está relacionada a produção de MRC, com os requisitos para que esses materiais sejam produzidos de forma consistente, garantindo exatidão e rastreabilidade metrológica destes padrões.  

Pesquisa e impacto social  

Para o diretor do IPR, Felipe Dalla Vecchia, o novo acordo representa um grande avanço no desenvolvimento de ciência e tecnologia de conteúdo nacional, com qualidade reconhecida internacionalmente.  

“As colaborações e trocas de experiências entre universidades, empresas, startups e órgãos governamentais serão estratégias essenciais para encontrarmos soluções para os complexos desafios que enfrentamos atualmente, nas mais diferentes áreas. Nesse sentido, essa colaboração reforça o compromisso do IPR-PUCRS na produção de pesquisa de ponta e alto conteúdo inovativo na PUCRS, gerando transferência direta do conhecimento para a sociedade”, comenta.  

Para o gerente de qualidade do Instituto, Filipe Albano, os materiais de referência serão produzidos e comercializados para laboratórios que necessitam de padrões de alta confiabilidade e que hoje sofrem com altos custos de importação e longos prazos de entrega. “Este passo é relevante para área técnica do nosso país, que pode ter MRC nacionais que atendam critérios internacionais de qualidade”, complementa.