Desenvolvido na PUCRS, o projeto conta com a participação de profissionais de instituições nacionais e internacionais de ensino. / Foto: Matheus Gomes

O Programa PalavrAtiva de Estimulação Linguístico-Cognitiva para Adultos e Pessoas Idosas tem o objetivo de promover a estimulação do processamento, da compreensão e da produção da linguagem como forma de ampliar as reservas cognitivas e a capacidade de lidarmos com possíveis danos associados ao processo natural de envelhecimento. O projeto é liderado pela professora e pesquisadora da Escola de Humanidades e do Instituto de Geriatria e Gerontologia (IGG) Lilian Hübner, líder do Grupo de Estudos em Neuropsicolinguística (GENP) da PUCRS/CNPq.  

“Em um cenário com um crescente envelhecimento da população brasileira e mundial, torna-se necessário direcionar a atenção a essa parcela da população. As pessoas querem envelhecer com qualidade e o perfil do adulto idoso tem mudado bastante. Trata-se de um público que busca a qualidade de vida, que tem preocupação em se manter ativo físico e mentalmente”, destaca Lilian.

Estudos mostram que os hábitos de leitura e de escrita podem reduzir o impacto da baixa escolaridade e do avanço da idade na cognição. De acordo com a pesquisadora, a estimulação aumenta as reservas cognitivas e pode adiar o aparecimento de sintomas de declínio cognitivo. “Por isso, o investimento em prevenção, como o aplicado em atividades de estimulação, é muito menos elevado do que o custo público com aposentadorias ou com cuidados com pacientes”, adiciona. “A estimulação linguístico-cognitiva deveria ser pensada como uma estratégia de políticas públicas, como uma intervenção preventiva na saúde mental e emocional da pessoa idosa”. Isso é ainda mais estratégico em países onde a maior parcela da população idosa tem baixa escolaridade. Sabe-se que o risco para a incidência de demências, tanto no Brasil quanto no contexto mundial, é maior nas parcelas da população de mais idade e menos escolaridade.  

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O projeto é desenvolvido em parceria com as professoras Erica dos Santos Rodrigues, da PUC-Rio, Maria Teresa Carthery-Gourlart, da UFABC e da Universidade de Hong Kong, Karine Marcotte, da Universidade de Montreal e pelos pesquisadores da PUCRS e Inscer Lucas Schilling, Danielle Irigoyen da Costa e Sabine Possa Marroni.  Conta ainda com a colaboração de Débora Conforto da Coordenadoria de Disciplinas Online da Graduação Presencial e de Jorge Horácio Nicolas Audy e seus alunos do curso de Computação e de Felipe Foliatti da Fundatec. 

Leitura e escrita como estratégias para mais saúde 

O projeto visa a um envelhecimento mais saudável por meio de atividades de estimulação linguístico-cognitiva. / Foto: Matheus Gomes

O programa tem um caráter de prevenção por meio de atividades linguísticas que promovem a interação com diferentes tipos de memória, funções executivas e atenção, engajando o participante em tarefas desafiadoras. Além das atividades de estimulação, o programa oferece aos participantes palestras e bate-papos com especialistas em diferentes áreas de interesse, abordando temas como memória, mindfulness, qualidade do sono, dentre outros. A participação no projeto é uma oportunidade para que os participantes idosos retomem o contato com a leitura e com a escrita, num ambiente de estímulos variados, ricos e desafiadores, com atividades desenvolvidas em grupos e individualmente, preparadas por uma equipe multidisciplinar de professores e de alunos matriculados nos programas de pós-graduação e graduação em Letras e de Psicologia da PUCRS. 

A prática da leitura, da escrita, de atividades linguísticas que estimulem o vocabulário, a reflexão sobre estruturas da língua, o raciocínio linguístico, a produção oral, a clareza e velocidade na comunicação escrita e oral, dentre outras atividades de cunho linguístico, auxiliam a manter a mente ativa e a interagir de forma eficiente na convivência diária no meio familiar e social.  

Os dados preliminares da pesquisa de estimulação desenvolvida entre a PUCRS, PUC-Rio e UFABC, em âmbito nacional, durante 15 dias de forma online durante a pandemia apontaram benefícios cognitivos e de bem-estar importantes. “Agora, com uma intervenção mais longa e incluindo neuroimagem, procuraremos contribuir de forma pioneira para a pesquisa sobre o efeito da estimulação linguístico-cognitiva como intervenção na cognição, na estrutura e na circuitaria cerebral e no bem-estar do participante, na busca de evidências para a manutenção e o aprimoramento da qualidade de vida da população idosa brasileira”, comenta Lilian.  

Além destas atividades, o grupo de pesquisa está desenvolvendo uma adaptação do programa a um aplicativo, voltado ao público adulto e idoso. O usuário será levado a estimular sua cognição enquanto embarca com a mascote do programa por uma viagem pelos diferentes Estados do Brasil e suas principais cidades, conhecendo lendas, curiosidades e costumes das regiões brasileiras. 

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A Irmã Inah Canabarro Lucas é bisneta do General David Canabarro. / Foto: Divulgação/Agência RBS/Ronaldo Bernardi

Inah Canabarro Lucas é a pessoa mais idosa do Brasil e da América Latina. São 115 anos de história, com registro de idade validado pelo Gerontology Research Group (GRG). Nascida no dia 27 de maio de 1908, no município de São Francisco de Assis, no interior do Rio Grande do Sul, Inah faz parte de uma família importante para a história do Estado. Ela é bisneta do General David Canabarro, um dos líderes da Revolução Farroupilha (1835-1845). Ao longo de mais de um século, foi testemunha de muitas mudanças. Quando nasceu, o primeiro avião de passageiros não havia feito nem seu voo-teste, não existia internet, a primeira chamada de longa distância foi feita só em 1915, não existia televisão e o celular foi lançado apenas em 1970; no Brasil, em 1990. 

Colorada fanática, ela viu o seu time do coração surgir: o Sport Club Internacional foi criado em 1909, um mês antes de Inah completar um ano de idade. Torcedora mais antiga do clube, ela já recebeu diversas homenagens do Inter em função do seu amor pelo time. “Ela é apaixonada pelo Inter, tudo dela tem que ser do seu time do coração”, conta Irmã Lúcia Ignez Bassotto, responsável pela Casa Provincial Irmãs Teresianas Brasil, onde Inah mora. 

Uma vida dedicada à educação 

Mais conhecida como Irmã Inah, a idosa faz parte da Companhia de Santa Teresa de Jesus desde 1927, quando tinha 19 anos. Ainda quando criança estudou em um internato em Sant’Ana do Livramento, também no Rio Grande do Sul. Mais tarde, mudou-se para Montevidéu, no Uruguai, onde se tornou freira. De lá para cá dedicou sua vida religiosa ao magistério, atuando também no Rio de Janeiro e em Porto Alegre. 

Por causa do seu trabalho com educação, a Irmã recebeu no ano passado o título de imortal da Academia Luso-brasileira de Letras do Rio Grande do Sul. A honraria é destina a personalidades de reconhecido valor intelectual, que apoiam, incentivam e promovem o engrandecimento da associação e comunidade luso-brasileira. 

E é através da educação que Irmã Inah recebe hoje atendimento para manter sua saúde e bem-estar. Paciente do Instituto de Geriatria e Gerontologia (IGG) da PUCRS, é acompanhada, desde 2016, pelo grupo de pesquisa Atenção Multiprofissional ao Longevo (Ampal). Criado em 2012 com o objetivo de promover o acesso à saúde pública para idosos/as, principalmente aos nonagenários e centenários, o grupo de pesquisa garante a pessoas com idade avançada os atendimentos de especialistas em diferentes áreas como fisioterapia, nutrição e odontologia. Mesmo durante a pandemia de Covid-19, com a necessidade de isolamento social, os pesquisadores mantiveram contato com a idosa, realizando os monitoramentos por telefone. 

“Desde 2013 fazíamos um acompanhamento domiciliar com os idosos atendidos pelo grupo, mas com a pandemia isso precisou ser feito a distância para que pudéssemos manter a assistência a ela”, explica Ângelo Bós, professor da Escola de Medicina da PUCRS e coordenador responsável pelo projeto. 

Josemara Rocha é doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Gerontologia Biomédica da PUCRS e atualmente presta atendimento à centenária. “Acompanho a Irmã Inah como pesquisadora e admiradora. A partir do trabalho que o grupo realiza com ela, consegui perceber que o contato direto com as pessoas aumenta ainda mais o respeito por elas. O aprendizado vai além de artigos científicos e estatísticas”. 

A Ir. Inah faz parte da Companhia de Santa Teresa de Jesus desde 1927. / Foto: Arquivo Pessoal/Ir. Lucia Ignez Bassotto

Esse olhar mais humano e sensível no tratamento da saúde dos idosos é a base do Ampal. Para Marlon Gringol, também doutorando do PPG em Gerontologia Biomédica da PUCRS, o projeto dedica uma atenção especial às necessidades dos idosos. “Eu sempre tive uma inquietação para fornecer melhores respostas para a evolução dos pacientes, e o Ampal traz exatamente isso, alinhando a necessidade dos pacientes à aprendizagem dos alunos com atividades práticas e pesquisas no dia a dia”, conta. 

No Rio Grande do Sul, a proporção de pessoas idosas cresceu 74% durante a pandemia, de acordo com dados apresentados no estudo População Idosa no RS – 2020 –2021.  Já a Divisão de População da Organização das Nações Unidas (ONU) estima que até o final da década, um milhão de pessoas tenham mais de 100 anos no mundo. 

“Com o crescente número de idosos é muito importante a existência de pesquisas e projetos ligados a essa população. Na PUCRS, desenvolvemos pesquisas que contribuem para a sociedade em diversos aspectos do envelhecimento humano, desencadeando a prevenção e preparação dos indivíduos para um envelhecimento saudável e bem-sucedido. Impactamos, também, a sociedade através de projetos assistenciais em que fornecemos atividades, eventos e produções científicas”, destaca Douglas Sato, diretor do IGG. 

Reencontro emocionante entre amigas de longa data  

Todo o atendimento de saúde e bem-estar que Irmã Inah recebe, permite que ela possa continuar vivendo momentos emocionantes e de muito valor. Na Casa Provincial onde mora, Irmã Inah possui uma enfermeira responsável por ela: a Irmã Velmira Piotrovski. Na primeira vez em que as duas se encontraram, Velmira tinha 18 anos. “Eu estava no colégio e Inah foi até a minha cidade. Ela contou sobre a sua congregação e, por causa dela, decidi ser freira”, conta.  

Depois de 60 anos trabalhando em hospitais da Cruz Vermelha, na Venezuela, Irmã Velmira retornou a Porto Alegre. O reencontro entre as duas aconteceu em 2021. Quando chegou à Casa Provincial Irmãs Teresianas Brasil, Irmã Inah estava enferma, mas por meio da fé e dos cuidados recebidos, melhorou.    

“Os médicos do hospital em que Inah estava interna deram alta para ela porque, segundo eles, a Irmã não viveria muito tempo. Quando chegamos em casa, eu disse que cuidaria dela nos meus termos. Dois meses depois, ela melhorou ao ponto de voltar a tomar banho sozinha”, conta emocionada.  

A amizade e o companheirismo permanecem entre as duas após tantos anos. Para a Irmã Velmira, entre os vários ensinamentos aprendidos com Inah, o principal é levar a vida com leveza. “Ela é forte e possui muita vontade de viver”. 

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Conheça o Programa de Pós-Graduação em Gerontologia Biomédica

As duas equipes com pesquisadores da PUCRS foram premiadas. / Foto: Divulgação

As equipes lideradas pelas pesquisadoras da PUCRS Manoela Ziebell de Oliveira e Clarissa Pinto Pizarro de Freitas foram premiadas em um desafio nacional de pesquisas psicoeducacionais. Promovido pela Rede Nacional Ciência para a Educação (CpE), pelo Instituto Ayrton Senna (IAS) e pelo Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica (IBAP), o desafio consistiu em analisar um banco de dados com mais de 100 mil estudantes brasileiros do Ensino Fundamental e Médio. A apresentação dos resultados para a banca avaliadora aconteceu durante o 11º Congresso Brasileiro de Avaliação Psicológica, na primeira semana se julho, em Brasília. 

O reconhecimento abrange a entrega de um valor em dinheiro e a publicação de um artigo, com os resultados de suas análises. A equipe liderada por Manoela Oliveira e formada pelo pesquisador Wagner Machado, pela pós-doutoranda Thaline Moreira e pela mestranda Jéssica Machado respondeu à pergunta “Quais as variáveis da escola e dos alunos que prediziam as taxas de abandono escolar?”. Para Manoela, a participação no desafio foi superinteressante, já que seu grupo conseguiu dar conta das diferentes tarefas envolvidas na resolução do problema.  

“Fizemos reuniões semanais e algumas imersões, em que cada integrante pode trazer seus insights e hipóteses sobre como analisar os dados ou interpretá-los. A apresentação para uma banca de especialistas interessados também foi muito legal. Normalmente não temos oportunidade de conversar com as pessoas que consomem os resultados das nossas pesquisas com a intenção de transformá-las em ações. Por isso essa troca foi muito rica. Espero poder participar de novas edições no futuro”, destaca. 

O prêmio concedido aos/as pesquisadoras abrange uma entrega em dinheiro e a publicação de um artigo científico. / Foto: Divulgação

Já a equipe liderada por Clarissa Freitas e formada por pesquisadores da Universidade de São Francisco (USF), de São Paulo, respondeu à pergunta “Quais variáveis da escola e características individuais dos estudantes predizem o pertencimento e a violência escolar?”.   Clarissa ressalta que foi uma excelente oportunidade de aprendizado, desenvolvimento profissional e fortalecimento de parcerias.  

“Ao longo do desafio, tivemos a oportunidade de trabalhar com um banco de dados envolvendo mais de 40 mil estudantes de diferentes regiões do Brasil. Realizamos uma análise multinível, evidenciando que as características dos participantes, envolvimento dos pais e infraestrutura da escola influenciam no desempenho dos estudantes, assim como nas percepções deles sobre o pertencimento escolar e exposição a situações de violência escolar. Ganhar o prêmio foi um grande reconhecimento e ajudou a valorizar todas as horas dedicadas para o trabalho”, finaliza.  

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Joana Barichello se interessou pela Iniciação Científica depois da sua participação no Pré-Grad na PUCRS. / Foto: Matheus Gomes

A bolsista do Programa de Iniciação Científica Júnior da PUCRS Joana Nunes Barichello desenvolveu o site Future Leaders Official, elaborado com o objetivo de difundir o conhecimento sobre economia, liderança e empreendedorismo em linguagem acessível para jovens do Ensino Médio. A estudante foi orientada pelo professor e pesquisador da Escola de Negócios Éder Henriqson, pelo projeto de pesquisa intitulado Desenvolvimento organizacional em fatores humanos e resiliência sistêmica 

O docente explica que neste projeto os estudos tiveram como tema a indústria de óleo e gás. Em específico, Joana pesquisou sobre impactos da Pandemia de Covid-19 no setor e a capacidade das empresas responderem à crise, garantindo segurança e continuidade dos negócios. De acordo com a aluna, essa experiência trouxe um contato com o assunto que nunca tinha visto durante a escola, possibilitando um senso crítico apurado e aprendizados de como pesquisar e escrever de forma científica.  

“Tive contato com temas que não vejo durante as aulas no ensino médio como Economia, Administração, Empreendedorismo e Finanças. Nessa experiência do IC Júnior tive contato com coleta de dados, li artigos, fiz pesquisas com empresas, aprendi a fazer gráficos e ter iniciativa. Foi uma experiência que agregou muito pra mim, já que quero ingressar na faculdade”, destacou Joana.   

Sobre o Programa de Iniciação Científica Júnior 

A Joana participou do Pré-Grad, atividade interativa de imersão universitária que propiciou a aluna se aventurar trilhas de conhecimento na Escola de Negócios, experimentando diversas possibilidades na área, além de conhecer melhor os cursos da PUCRS e as estruturas do Campus. Este contato despertou o interesse pelo IC Júnior e por conta própria buscou realizar sua inscrição de forma online, onde respondeu em vídeo algumas perguntas para demonstrar seu interesse em participar do Programa de IC Jr.  

A oportunidade é voltada para quem deseja ingressar no universo da pesquisa e iniciar seu processo de reflexão e de inovação no âmbito da Ciência e da Tecnologia. O Programa de IC Júnior aproxima estudantes de ensino médio e grupos de pesquisa. O professor Éder Henriqson é orientador dentro do Programa e destaca que a iniciativa contribui não só com as escolhas de formação profissional dos estudantes como também proporciona a eles um ambiente acadêmico estimulante de estudo. 

“Os alunos de ensino médio têm contato com a pesquisa e relacionamento com outros estudantes de graduação, mestrado, doutorado, pós-doutorado e professores, e contatos com diferentes organizações junto as quais nossas pesquisas são realizadas. Ao mesmo tempo, é uma forma de estimular esses estudantes à vida acadêmica e ao interesse na ciência”, finalizou.

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Os professores Adriano Moehlecke e Izete Zanesco coordenam o Núcleo de Tecnologia em Energia Solar (NT-Solar). / Foto: Bruno Todeschini

A procura pela tecnologia fotovoltaica cresce no Brasil. Só no início de 2023, dados da Absolar mostram que o país já alcançou a marca de 1,6 milhão de sistemas instalados, sendo 79% para autoconsumo residencial. Conforme explicam os pesquisadores da Escola Politécnica da PUCRS Adriano Moehlecke e Izete Zanesco, o Brasil está entre os dez países com maior potência instalada em sistemas fotovoltaicos. A potência instalada no Brasil é de 30 GW, mais que o dobro da potência da usina hidroelétrica de Itaipu, por exemplo.  

Os professores coordenam o Núcleo de Tecnologia em Energia Solar (NT-Solar), estrutura de pesquisa responsável pelo desenvolvimento de estudos sobre o processo de fabricação da célula solar de silício e do módulo fotovoltaico, assim como a avaliação de sistemas fotovoltaicos, com ênfase no meio rural

De acordo com Moehlecke e Zanesco, existem diversos motivos para o crescimento da oferta e procura pela tecnologia fotovoltaica no Brasil. Dentre eles:  

Os docentes explicam também que no Brasil, a tecnologia está ganhando confiança do consumidor/investidor, formando um “hub” no país de importação, comercialização, distribuição e instalação de módulos fotovoltaicos e inversores. 

“O sistema fotovoltaico aumenta os ganhos econômicos para o comércio, indústrias, agricultura e pecuária, pois contribui para a redução de custo dos produtos ou processos. Além disso, o mundo está buscando fontes de energia renováveis. Por exemplo, há previsão que as tecnologias fotovoltaica e eólica participem em 50% do mercado de produção de energia no mundo em 2040”, destaca Izete Zanesco.  

Instalação e degradação de sistemas fotovoltaicos 

Célula desenvolvida pelo NT-Solar / Foto: Bruno Todeschini

Os pesquisadores da PUCRS explicam que os sistemas fotovoltaicos podem ser instalados em residências, condomínios, comércios, indústrias, agricultura e devido a característica de serem modulares, ou seja, são facilmente montados e instalados no local desejado pelo cliente, eles podem ter potência muito variada, de 1 kW a 400 MW. Instalado na PUCRS, o NT-Solar é o único centro de pesquisa na América-Latina projetado para desenvolver e caracterizar dispositivos fotovoltaicos em escala piloto.  

Instalado no Parque Científico e Tecnológico da PUCRS, a estrutura apresenta 16 laboratórios, além de áreas de apoio, depósitos e salas projetadas para produzir, fabricar e caracterizar células solares e módulos fotovoltaicos bem como implementar e analisar sistemas fotovoltaicos. Dentre os projetos recentes, os pesquisadores estão analisando o processo de degradação de módulos com células solares de silício com diferentes tecnologias, para antecipar o que pode acontecer no mercado em termos de degradação.  

De acordo com Zanesco, a tecnologia de células solares de silício cristalino domina mais de 93% do mercado mundial. A docente explica que atualmente as células solares PERC (célula solar com emissor e face posterior passivadas) são as mais utilizadas, que chegaram no mercado a partir de 2015. A partir disso, surgiram os módulos fotovoltaicos bifaciais, assim como as células solares TopCon e com heterojunção e dispositivos base n. 

Os coordenadores do NT-Solar explicam que a degradação dos módulos fotovoltaicos depende da tecnologia de fabricação das células solares. Atualmente, a garantia é que a potência depois de 25 anos de operação seja de 80% do valor da potência “comprada”, que constava na ficha de dados do módulo fotovoltaico. Ou seja, em 25 anos, pode ocorrer 20% de redução da potência dos módulos fotovoltaicos. 

Infraestrutura da PUCRS para estudos sobre energia solar fotovoltaica 

Com o objetivo de desenvolver tecnologias nacionais para o mercado, o NT-Solar atua nas áreas de células solares de silício, módulos fotovoltaicos e sistemas fotovoltaicos. No que se refere a células solares as atividades são centradas em projetar, desenvolver e caracterizar células solares de silício monofaciais e bifaciais visando obter alta eficiência e/ou a redução do custo do processo industrial.  

Zanesco destaca também que um dos objetivos é o desenvolvimento de fornos específicos para difusão e/ou oxidação de lâminas de silício. Outro objetivo é projetar e caracterizar módulos fotovoltaicos bem como analisar a degradação com a exposição à irradiação solar. A equipe multidisciplinar é responsável pela formação de recursos humanos em nível de graduação, especialização, mestrado e doutorado, assim como a presença em comitês e grupos de estudos no setor da energia solar fotovoltaica em nível nacional. 

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vacinação, doenças erradicadas

Foto: Bruno Todeschini

A vacinação é a melhor maneira de se proteger de uma variedade de doenças graves. Patrícia Fisch, professora de Infectologia da Escola de Medicina da PUCRS, explica que a vacinação é uma das intervenções de saúde mais eficazes e faz parte da batalha contra as doenças há mais de 200 anos. A campanha de vacinação em larga proporção mundial conseguiu erradicar a varíola, por exemplo, doença que teve seu último caso no Brasil em 1971, no mundo em 1977, e na Somália foi declarada erradicada pela Organização das Nações Unidas em 1980.  

Os dados da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e Multivacinação de 2022 afirmam que 54,21% das crianças entre um e cinco anos incompletos foram imunizadas contra a poliomielite, sendo que a meta era atingir 95% do público-alvo da vacina. De acordo com Patrícia, a queda na cobertura vacinal coloca o Brasil em risco para reintrodução da doença em território nacional, mesmo que a doença tenha sido erradicada no país em 1994.  

A docente explica que isso acontece porque a poliomielite ainda não foi erradicada no mundo. De acordo com a professora, a pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada por um vírus que vive no intestino, chamado poliovírus. Ele pode infectar crianças e adultos, provocando ou não paralisia. Nos casos graves, em que acontecem as paralisias musculares, os membros inferiores são os mais atingidos.  

Vacinas são seguras e eficazes 

vacinação, doenças erradicadas

Foto: Bruno Todeschini

A vacinação é a única forma de prevenção da poliomielite, por conta disso, a professora explica que todas as crianças menores de cinco anos devem ser vacinadas, conforme o esquema de vacinação de rotina e a campanha nacional anual. Nas últimas décadas, a vacinação infantil reduziu substancialmente a morbidade e a mortalidade por doenças infecciosas nos países que tem amplo acesso às vacinas.    

As vacinas são feitas com microrganismos inativados ou parte dos microrganismos da própria doença que previne. No entanto, estes microrganismos estão enfraquecidos ou mortos, fazendo com que o corpo não desenvolva a doença, mas esteja preparado para combatê-la se for necessário.  

A professora complementa que dentre as doenças imunopreveníveis se destacam poliomielite, sarampo, tétano, difteria, coqueluche, caxumba, febre amarela, hepatites A e B, influenza (gripe), entre outras. Mesmo quando as vacinas não são totalmente capazes de evitar a infecção, os casos entre os vacinados são geralmente mais leves, como na Covid-19.   

Toda vacina licenciada para uso passou antes por diversas fases de avaliação, garantindo sua segurança. Elas também passam pela avaliação de institutos reguladores rígidos. No Brasil, essa função cabe à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Algumas pessoas podem ter efeitos colaterais leves após tomarem uma vacina, como dor no local da injeção e febre baixa. 

Para saber mais sobre as Campanhas de Vacinação, você pode acompanhar os perfis no instagram da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre (@saudepoa) e da Secretaria Estadual de Saúde do RS (@saudegovrs).

No Hospital São Lucas da PUCRS, as áreas de atuação da Infectologia são internação hospitalar, ambulatório (consultas médicas), controle de infecção hospitalar e pesquisa clínica. Atualmente estão em andamento pesquisas com novas medicações para tratamento de doenças infecciosas e novas vacinas, saiba mais.

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O Pós-doutorado é a chance para aqueles que buscam seguir na pesquisa. / Foto: Camila Cunha

O pós-doutorado é um estágio de estudos e de pesquisa científica voltados para quem já concluiu o doutorado. Também conhecido como “pós-doc”, envolve a realização de diversas atividades científicas dentro da área de atuação do pesquisador ou da área da organização de vínculo. Na PUCRS, diversos pesquisadores podem atuar como pós-doc, cumprindo diversos papéis dentro dos Programas de Pós-Graduação e estruturas de pesquisa da Universidade. 

A diretora de pesquisa da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da PUCRS e professora Maria Martha Campos já realizou estágios de pós-doutorado e conta que nesta oportunidade o pesquisador tem mais liberdade para pesquisar, visto que possui experiência e disciplina suficiente para essa etapa. Conforme explica a docente, o pós-doc tem sua jornada científica mais livre, podendo desenvolver partes pendentes de sua pesquisa, assim como expandir as atividades de experimentação, aprimorando suas habilidades, aumentando as possibilidades de inserção no mercado.  

“Realizar o pós-doutorado é uma oportunidade incrível para ampliar os horizontes, trabalhar mais em equipe, assumir novas responsabilidades e experimentar funções importantes dentro da Universidade. É possível treinar habilidades como:  manter um laboratório, coordenar um grupo de pesquisa, orientar alunos, dar aulas, construir relatórios para agências de fomento, e muito mais”, destaca a pesquisadora.

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Ingressar em novos projetos e trabalhar em laboratório 

Elen Almeida Leal da Silva

Elen Almeida Leal da Silva já atuou na Universidad de La República, no Uruguai. / Foto: Matheus Gomes/PUCRS

As oportunidades surgem por meio de bolsas de agências de fomento, de empresas financiadoras dos projetos de pesquisas ou até mesmo de forma voluntária. Um exemplo é a pesquisadora Elen Almeida Leal da Silva que atua como “pós-doc” no Instituto de Petróleo e Recursos Naturais (IPR) da PUCRS, sob supervisão do professor e pesquisador, Felipe Dalla Vecchia, integrando o projeto de Hidrogênio Verde, financiado pela Petronas Petróleo Brasil (PPBL), que acontece desde 2021.  

Saiba mais:  Energia do futuro? Entenda o que é o hidrogênio verde  

A doutora em Ciências e Tecnologia dos Materiais e especialista na área eletroquímica voltada para energias renováveis colaborou com o professor Dalla Vecchia durante seu mestrado, quando iniciou seus estudos em eletroquímica. Desde então, adquiriu experiências na área, chegando a atuar como bolsista de pós-doutorado na Universidad de La República, no Uruguai, onde atualmente é professora livre da Área Físico-química da Faculdade de Química colaborando em pesquisas voltadas para o armazenamento e conversão de energia. Com sua chegada na PUCRS, em 2022, a pesquisadora integrou este estudo sobre a produção de hidrogênio verde a partir da eletrólise da água e sua integração com tecnologias Power-to-X em ambientes em alto mar (offshore). 

O projeto de pesquisa, desenvolvimento e inovação realizado pelo IPR, inclui uma abordagem experimental, modelagem computacional e avaliação de desempenho ambiental para identificar as opções tecnológicas. Elen tem a função de analisar qual o melhor eletrolisador para a produção de hidrogênio verde. Para isso, ela deverá caracterizar eletroquimicamente todos os materiais necessários que compõe os diferentes tipos de eletrolisadores para finalmente montar e analisar os eletrolisadores completos em escala de laboratório. Ela destaca que poder se dedicar exclusivamente à pesquisa tem sido fundamental para seu crescimento profissional e pessoal.   

“O meu perfil sempre foi mais voltado à pesquisa prática, estar no laboratório e fazendo a parte experimental das análises. Este período do pós-doutorado tem sido uma oportunidade incrível para fazer o que gosto e contribuir com este projeto”, finalizou a pesquisadora.   

Contribuir com a sociedade e dedicar-se à sua linha de pesquisa 

Ana Carolina Rodriguez-Ibarra

A pesquisadora Ana Carolina Rodriguez-Ibarra veio da Colômbia para fazer Pós-doutorado no PPG em Psicologia da PUCRS. / Foto: Matheus Gomes/PUCRS

Com o pós-doutorado, pesquisadores também podem ingressar em instituições do mundo todo, ampliando seu currículo com uma experiência internacional. Dentre as vantagens descritas pela professora Maria Martha Campos, estão a possibilidade de aprimorar o idioma, aprender uma técnica nova e estabelecer um vínculo em outro país. Com essas metas, a pesquisadora Ana Carolina Rodriguez-Ibarra, da Colômbia, veio ao Brasil para atuar como “pós-doc” no Programa de Pós-Graduação (PPG) em Psicologia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS. 

A especialista em Psicologia Social realizou sua formação acadêmica na Universidade Nacional de Colômbia até vir a Porto Alegre para realizar seu doutorado na PUCRS. Durante sua trajetória profissional, a pesquisadora trabalhou na Colômbia analisando o impacto dos conflitos armados em diferentes comunidades e com isso surgiu seu interesse em aprofundar o estudo de populações rurais, temática que desenvolveu ao ingressar ao doutorado no PPG em Psicologia.  

Atualmente, como bolsista de pós-doutorado, Ana Carolina participa do projeto Qualidade de vínculos e violência intrafamiliar no Brasil: Mapeamento epidemiológico, fatores de risco e proteção e estratégias de capacitação profissional, projeto desenvolvido em rede com diversas Universidades do País, no qual a pesquisadora foca suas análises em temas de gênero, diversidade e ruralidade, com supervisão da professora e pesquisadora da Escola de Ciências da Saúde e da Vida Luísa Fernanda Habigzang. Dentre suas atividades como “pós-doc”, a pesquisadora participa de grupos de pesquisa da Universidade, dedica-se a estudar o contexto da América Latina, e a desenvolver estudos sobre seus temas de interesse.  

 “A PUCRS tem me dado bastante suporte e segurança para eu dar andamento aos temas nos quais eu tenho interesse em pesquisar. A oportunidade como “pós-doc” tem me permitido conhecer outros métodos de pesquisa, além de ter uma aproximação mais ampla ao fenômeno da violência e aos estudos de gênero. É uma experiência muito enriquecedora”, comentou a pesquisadora.

Para saber mais sobre as oportunidades de pós-doutorado da Universidade, acesse a página do curso de Pós-Graduação de interesse, através do link, e converse com a Secretaria do Programa.  

A PUCRS é excelência em pesquisa em diversas áreas do conhecimento. / Foto: Camila Cunha

No Campus da PUCRS a pesquisa está presente de maneira transversal em todos os lugares: na Biblioteca, no Living 360, no Museu de Ciências de Tecnologia, no Parque Tecnológico, nas salas de aula, nos laboratórios de ensino e pesquisa, nos Institutos, no Hospital São Lucas. Docentes e pesquisadores conduzem pesquisas de alto nível junto dos seus alunos/as de iniciação científica, mestrado e doutorado, além de uma centena de pós-doutorandos. Os resultados dessas pesquisas têm sido publicados em periódicos científicos nacionais e internacionais, têm transformado as jornadas de estudantes da graduação e pós-graduação e o mais importante: transbordado o conhecimento produzido para impactar diferentes setores da sociedade.  

No dia 8 de julho celebramos o Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador, data que marca a importância do protagonismo de pesquisadores e pesquisadoras e das pesquisas realizadas no País. Por mais um ano consecutivo considerada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) como a melhor pós-graduação stricto sensu do Brasil na Avaliação Quadrienal (2017-2022), a PUCRS comemora a data olhando para a dimensão da pesquisa em sua atuação e o impacto científico e social gerado. 

“A excelência da pesquisa da PUCRS é reconhecida nacional e internacionalmente. Mérito dos nossos pesquisadores. O esforço de todos nós tem sido aproximar ainda mais nossa produção científica das demandas da sociedade. E nossos resultados mostram que temos tido êxito também neste desafio”, destaca o professor Carlos Eduardo Lobo e Silva, pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação. 

A professora Maria Martha Campos, diretora de Pesquisa da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, ressalta que a data é também um momento que faz lembrar de como os trabalhos de pesquisa científica podem transformar vidas:

“Oito de julho representa um momento ímpar para lembrar da relevância da ciência e da pesquisa científica na formação qualificada de recursos humanos, passando pela graduação até a pós-graduação. A PUCRS tem a pesquisa de excelência como um dos seus diferenciais, permeando os percursos formativos dos discentes, independentemente do nível de formação. Esse dia nos faz lembrar de como os trabalhos de pesquisa científica podem mudar nossas vidas”.  

Pela avaliação da CAPES, a PUCRS tem a melhor Pós-Graduação Stricto Sensu do Brasil. / Foto: Giordano Toldo

Qualidade na formação e impacto social 

Por meio do conhecimento e aprofundamento de diversos estudos, a ciência é fundamental para a evolução da humanidade em áreas como saúde, tecnologia, energia, comunicação, sustentabilidade, política, esporte e muitas outras. No último ciclo avaliativo da CAPES a PUCRS atingiu seu melhor desempenho histórico: se manteve como a melhor pós-graduação do Brasil entre as instituições de ensino superior com mais de 10 Programas de Pós-Graduação (PPGs), com um conceito médio igual a 6, indicativo de excelência internacional. Dos 22 PPGs, 95% alcançaram as notas 5, 6 ou 7.    

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A excelência das pesquisas produzidas na PUCRS pode ser observada por meio de diferentes parâmetros. Entre eles o de que mais de 100 docentes/pesquisadores possuem bolsa de produtividade ou de desenvolvimento tecnológico concedidas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), um reflexo da alta qualidade das produções científicas e da formação continuada de pesquisadores nas mais diferentes áreas do conhecimento. Entre os bolsistas de produtividade, aproximadamente 50% possuem bolsas em nível 1, atribuídas para pesquisadores com destacada produção científica. 

Outro fator que destaca a instituição no campo da pesquisa é a análise de dados que envolvem não apenas o número de artigos científicos, mas também o impacto que tais publicações são capazes de gerar. Uma busca na plataforma InCites (Web of Sciences, Clarivate) demonstra o aumento continuado do número de trabalhos científicos publicados em periódicos internacionais, de acordo com a avaliação das publicações vinculadas à PUCRS nos últimos 15 anos. Como destaque, a maior parte dos trabalhos publicados por docentes-pesquisadores da Instituição figura em periódicos classificados em percentis superiores, reforçando a qualidade das pesquisas. 

A PUCRS tem pesquisa em diversas áreas do conhecimento. Na foto, estão Lucas Viscardi, Marina Feijó, Anna Martha Fontanari e Angelo Brandelli do grupo de pesquisa que desenvolve estudos sobre políticas de saúde voltadas para HIV/AIDS. / Foto: Matheus Gomes

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De forma interessante e combinada, o incremento do número de publicações foi acompanhado do crescimento das citações, um indicativo da relevância das pesquisas conduzidas na PUCRS. Desde 2005 observa-se uma tendência de crescimento, fazendo com que a porcentagem de citações ultrapasse os níveis observados globalmente, demonstrando a força e a excelência das pesquisas da instituição. 

Crescimento constante e excelência consolidada 

Nas últimas seis avaliações da Capes, a PUCRS teve crescimento constante, passando de 4,24 (triênio 2001-2003) para 4,48 (triênio 2004-2006) e, na sequência, conquistando 5,00 (triênio 2007-2009), 5,21 (triênio 2010-2012) e 5,42 (triênio 2013-2016), chegando ao resultado atual de 6 (quadriênio 2017-2020). Com 50% dos programas com evolução de conceito, o resultado divulgado em 2022 é o melhor desempenho da Universidade e consolida o crescimento constante na avaliação. 

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iniciação cientifica

Interessados/as podem se inscrever até o dia 18 de agosto de forma online. / Foto: Divulgação

Estão abertas as inscrições para o 24º Salão de Iniciação Científica (SIC) da PUCRS, que acontece entre os dias 2 e 6 de outubro. Interessados podem se inscrever neste link até o dia 18 de agosto. O encontro busca proporcionar o intercâmbio de conhecimentos e dos resultados das pesquisas desenvolvidas pelos bolsistas de Iniciação Científica em projetos orientados por pesquisadores.

Além de promover a divulgação da pesquisa no âmbito da graduação da Universidade e da comunidade científica e acadêmica em geral, o evento também incentiva a participação dos alunos de graduação em programas de Iniciação Científica.

Em sua 24ª edição, os trabalhos apresentados no SIC serão avaliados de acordo com os seguintes critérios: qualidade do resumo, domínio do conteúdo, contribuição para o desenvolvimento da pesquisa, clareza/objetividade na exposição oral do trabalho, utilização adequada do tempo de apresentação, adequação das respostas aos questionamentos da banca avaliadora.

Todos os trabalhos que obtiverem a nota máxima cinco serão considerados Trabalhos Destaque e receberão um Certificado. Os melhores Trabalhos Destaque por Grandes Áreas serão selecionados seguindo os critérios descritos no Regulamento. Os vencedores serão anunciados no evento de Premiação.

Alunos e alunas da PUCRS, assim como externos vinculados a bolsas institucionais da Universidade têm isenção no valor da inscrição. Para os demais estudantes de outras instituições de ensino, o valor da inscrição é de R$ 100, com um limite de inscrições. Acesse o site para se inscrever e conferir a programação e demais informações sobre o evento.

Bruna Boizonave Andriola, aluna do curso de Ciências Biológicas, participou do evento no ano passado. / Foto: Matheus Gomes

Incentivo e reconhecimento

Na edição do ano passado, uma das premiadas no evento foi a aluna de Ciências Biológicas, que apresentou a pesquisa Filogeografia das tartarugas-marinhas do gênero Lepidochelys, sob orientação do professor Sandro Bonatto.

“A partir da iniciação científica pude conhecer mais sobre evolução e genética e aprender como fazer ciência. Atualmente me vejo seguindo na área de pesquisa e ser reconhecida nisso é um impulso muito incentivador. Trabalhar com bioinformática e genética é o que me cativa, é como estudar para entender a história do mundo”, destaca a aluna.

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Ângelo Brandelli Costa

A pesquisa se articula com o Ministério da Saúde, e para o professor Ângelo Brandelli o tema ainda enfrenta barreiras no Brasil. / Foto: Norma Mortenson/Pexels

O grupo Preconceito, Vulnerabilidade e Processos Psicossociais (PVPP), coordenado pelo professor da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS, Ângelo Brandelli Costa, desenvolveu o projeto “Eficácia e efetividade de intervenções de educação sexual para adolescentes: uma síntese de evidências para políticas públicas”. Os pesquisadores do grupo propuseram uma série de ações para representantes da gestão pública, de organismos internacionais, da sociedade civil e da academia baseando-se em evidências que ressaltam a importância de agir em prol da educação sexual no ambiente escolar, nos serviços de saúde e nas universidades do Brasil.  

O projeto foi contemplado na Chamada do Ministério da Saúde para estudos de Revisões Sistemáticas, Revisões de Escopo e Sínteses de evidências para políticas com foco nas áreas de atenção domiciliar, saúde do adolescente e inquéritos de saúde. A equipe composta por pós-doutorandas, doutorandas, mestrandas e bolsistas de apoio técnico e de iniciação científica, realizou oficinas de capacitação na metodologia de elaboração de sínteses de evidências criada pelo Ministério da Saúde, resultando na produção de resumos de 38 publicações científicas internacionais sobre o tema em linguagem acessível.  

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O projeto contou com o diálogo com especialistas que trouxeram suas experiências e contribuições para nortear o pensar das iniciativas propostas pelo grupo. De acordo com o professor Brandelli, o tema da educação sexual ainda enfrenta barreiras sociais para ser implementado efetivamente no Brasil, e o diálogo deliberativo é um momento-chave para engajar representantes de diversos pontos de vista, de modo a debater soluções e unir forças para superar preconceitos e receios. 

“A adolescência é uma fase do desenvolvimento humano que envolve mudanças biológicas, emocionais e sociais do sujeito. As intervenções de educação sexual podem desempenhar um papel-chave em acompanhar jovens nesse processo de descoberta, apoiando o desenvolvimento de relacionamentos mais saudáveis, o respeito à diversidade de gênero e a prevenção de desfechos indesejados, como as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), a gravidez não-planejada e a violência sexual”, destaca o pesquisador.

Intervenções e ações em prol da educação sexual  

Ângelo Brandelli Costa

O professor Ângelo Brandelli de Psicologia coordena o grupo de pesquisa Preconceito, Vulnerabilidade e Processos Psicossociais. / Foto: Giordano Toldo

O projeto desenvolvido na PUCRS destaca a importância de construir materiais sensíveis a diferentes contextos e públicos, com especial atenção para meninas, pessoas LGBTQIA+, pessoas negras, pessoas em situação de vulnerabilidade social e adolescentes vinculados a algumas religiões. O pesquisador Bradelli destaca que são essenciais o financiamento contínuo das ações e a capacitação para que profissionais de educação e de saúde possam desenvolver abordagens pedagógicas atualizadas e informadas por evidências, utilizando recursos educacionais que engajem os adolescentes. 

Com isso, a partir das pesquisas e conversas construídas pelo grupo da PUCRS foram apresentadas três opções de intervenções quepodem ser fornecidas de forma presencial ou online por profissionais treinados ou entre pares de adolescentes, conforme nomeia o coordenador do projeto: 

Intervenções no ambiente escolar

Englobam uma definição ampla de saúde sexual e adotam abordagens positivas, afirmativas e inclusivas da sexualidade humana em tópicos variados como a valorização da diversidade sexual, prevenção da violência no namoro e do parceiro íntimo, desenvolvimento de relacionamentos saudáveis, prevenção do abuso sexual infantil e melhor aprendizagem social/emocional em diferentes níveis escolares.

Intervenções em serviços de saúde

Na modalidade educativa breve, ocorrem principalmente em serviços de atenção primária, com duração de 15 a 60 minutos cada, realizadas tanto individualmente quanto em grupo. Os métodos aplicados envolvem desde comunicação oral direta até uso de ferramentas audiovisuais, como vídeos e softwares. 

Intervenções nos campi universitários

São focadas em abordar a violência sexual, incluindo programas de treinamento de autodefesa, intervenções focadas nos espectadores e distribuição de pôsteres educativos. 

“Para informar as políticas públicas voltadas a esse tema, no entanto, é necessário combinar as melhores evidências científicas disponíveis com um levantamento de experiências, visões e valores de públicos-chave, os quais podem contribuir para superar os tabus que ainda rondam essa temática”, finaliza o pesquisador.

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