pobreza socialO Laboratório de Desigualdades, Pobreza e Mercado de Trabalho (PUCRS Data Social) completou seu primeiro ano de atuação em 2023 com dez estudos publicados. O laboratório de pesquisa, vinculado à Escola de Negócios, é formado pelos professores que também fazem parte do Programa de Pós-Graduação em Economia do Desenvolvimento da PUCRS, André Salata, Ely Mattos e Izete Bagolin. O objetivo do PUCRS Data Social é pesquisar sobre temas relacionados à desigualdade, pobreza e mercado de trabalho. 

Os pesquisadores trabalham em estudos e relatórios, baseados em dados públicos oficiais, produzindo análises acessíveis que contribuam para o debate público sobre estes temas. Para o professor André Salata, coordenador do PUCRS Data Social, a principal conquista neste primeiro ano de atuação está no alcance conquistado, por meio da grande mídia. Foram centenas de inserções na TV, mídia impressa, web e rádio, alcançando um público de mais de 86 milhões de pessoas. 

A estrutura foi inserida na Rede de Observatórios da Dívida Social na América Latina (RedODSAL), sendo o único núcleo brasileiro da rede. Além disso, uma parceria com o Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM) está sendo firmada para a realização de alguns estudos.  

“Conseguimos atingir um público para muito além da academia, sem abrir mão de rigor científico nas nossas análises. Como resultado, fomos procurados por instituições públicas e atores políticos, interessados em utilizar nossos dados e análises visando um debate público mais bem informado e/ou como subsídio para a formulação e avaliação de políticas públicas”, comenta Salata. 

Para os próximos anos, o coordenador do projeto espera que o PUCRS Data Social continue com seu objetivo principal de gerar relatórios técnicos, com linguagem acessível, e que causem grande impacto no debate público. No próximo ano, o laboratório já está com três relatórios previstos:  

  1. Pobreza infantil no Rio Grande do Sul;  
  2. Vulnerabilidade social na região amazônica; 
  3. Desigualdade nas metrópoles brasileiras.  

Confira as pesquisas já divulgadas: 

Conheça o PUCRS Data Social

nanotecnologia

A nanotecnologia explora estruturas extremamente pequenas, na escala dos nanômetros, equivalentes a um bilionésimo de metro. / Foto: Unsplash

Moungi Bawendi, Louis Brus e Alexey Ekimov, cientistas de universidades americanas, ganharam o Prêmio Nobel de Química neste ano por sua notável contribuição para a descoberta e síntese dos pontos quânticos, minúsculas partículas que estão transformando a nanotecnologia. Trazendo para uma realidade mais próxima, esses pequenos componentes têm uso na área de eletrônica, como TVs e lâmpadas LED, na computação, e na Medicina avançada, como em cirurgias de remoção de tecidos tumorais.   

Para o professor do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Tecnologia de Materiais da Escola Politécnica e também coordenador do Centro Interdisciplinar de Nanociência e Micro-Nanotecnologia (NanoPUCRS), Ricardo Papaleo, esse prêmio representa um grande reconhecimento para a área, já que a descoberta desses pesquisadores está baseada na percepção de que quando os pontos quânticos são reduzidos a uma escala nanométrica, as suas propriedades mudam.  

“Em princípio, as propriedades dos materiais não dependem de seu tamanho, mas na escala nano, esses efeitos são misturados com os processos quânticos e as matérias começam a depender de sua escala”, explica o docente sobre a descoberta premiada.  

A nanotecnologia explora estruturas extremamente pequenas, na escala dos nanômetros, equivalentes a um bilionésimo de metro. Por exemplo, um fio de cabelo humano tem cerca de 80.000 a 100.000 nanômetros de largura – ou seja, a nanotecnologia trabalha com coisas muito menores do que é possível enxergar a olho nu. 

Neste minúsculo mundo, os materiais têm propriedades únicas. Com isso, pesquisadores vem criando tecnologias nessa escala para revolucionar a sociedade, podendo fabricar remédios mais precisos, dispositivos eletrônicos menores e mais potentes, e até mesmo aprimorar cosméticos e tecidos. Segundo Papaleo, essa tecnologia já se faz presente há muitos anos em nosso cotidiano.  

“A nanotecnologia é superampla. Na área da ciência, está dentro do mercado. Nos celulares tem muita nanotecnologia. Os pontos quânticos já são usados na indústria, nos monitores de televisão, são usados também em sensores. Podem ser usados até mesmo na produção e também conservação de alimentos”, destaca.  

NanoPUCRS: Pesquisa e inovação em nanotecnologia 

nanotecnologia

Para o professor da PUCRS Ricardo Palapeo, o prêmio representa um grande reconhecimento para a área. / Foto: Unsplash

Na Universidade, o NanoPUCRS estuda projetos interdisciplinares, fomentando o desenvolvimento de processos e dispositivos inovadores relacionados às propriedades da matéria em nanoescala. No centro, uma das pesquisas desenvolvidas explora as nanopartículas como sensibilizadores no tratamento oncológico, realçando os efeitos dos tratamentos radioterápicos, fazendo com que o paciente seja tratado com doses menores de radiação.  

Este projeto surge da parceria entre a Escola de Ciências da Saúde e da Vida e do Hospital Sâo Lucas com o centro de estudos. O projeto já vem sendo desenvolvido nos últimos cinco anos e envolve a cooperação transcontinental através do Projeto Institucional de Internacionalização (PUCRS-PrInt) com a University of Groningen, uma das universidades holandesas de maior prestígio na Europa. Além disso, o centro fica localizado dentro do Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), o que possibilita maior interface com as necessidades do mercado.  

“Temos uma interação com o Tecnopuc, fazemos projetos em conjunto com as empresas. Temos uma spin-off, a CleanNano, que está encubada dentro do parque. A proposta é de produzir enriquecimento de pós, fazendo com que seja incorporado outras substâncias, gerando polímeros magnéticos e catalisadores especiais”, destaca o professor.  

Para o futuro, as expectativas são de conseguir atingir mais pessoas através do impacto positivo e social da pesquisa. “Vamos estimular os projetos vinculados a saúde. Temos uma infraestrutura ótima na PUCRS que incentiva esse desenvolvimento, como o Instituto do Cérebro. Também pretendemos crescer mais na área de nanotecnologia ambiental. Gostaria de estarmos mais próximo da nossa sociedade e os seus problemas”, elenca Papaleo.   

Ingresse no Mestrado e Doutorado em 2024  

Estão abertas as inscrições para os 20 Programas de Pós-Graduação ao nível de mestrado e doutorado, entre eles o PPG em Engenharia e Tecnologia de Materiais. Os diferentes cursos possibilitam que você se torne referência na sua área de interesse, amplie suas oportunidades e transborde suas descobertas para a sociedade. As inscrições podem ser realizadas até o dia 1º de dezembro.   

 Leia também: Últimos dias: inscreva-se no mestrado e doutorado na PUCRS

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Não fossem as mudanças nas políticas de auxílio, a crise social que atingiu o Brasil em 2021 poderia ter sido muito menos aguda. / Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

No início de 2021, segundo ano da pandemia de Covid-19 no país, o Auxílio Emergencial foi interrompido por três meses. Posteriormente, o pagamento foi retomado, mas com valores e cobertura bem menores do que no primeiro ano da pandemia. Não fossem essas mudanças, a enorme crise social que atingiu o país em naquele ano poderia ter sido muito menos aguda. Se a taxa de pobreza aumentou 4,6 pontos percentuais entre 2020 e 2021, 3,4 pontos podem ser atribuídos a variações nas políticas de auxílio. E se a extrema pobreza aumentou 1,9 pontos percentuais, 1,8 pontos se devem também àquelas variações. Em relação à enorme desigualdade, que separa ricos e pobres no país, não fosse a redução dos auxílios ela teria caído entre 2020 e 2021.   

Essas e outras conclusões estão reunidas em um estudo produzido pelo PUCRS Data Social, em parceria com o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT), Observatório das Metrópoles e a Rede de Observatórios da Dívida Social na América Latina (RedODSAL). Os dados são provenientes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADc), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e o recorte adotado é o das 22 principais regiões metropolitanas do país, conforme os critérios estabelecidos pelo IBGE.   

Segundo Andre Salata, coordenador do PUCRS Data Social e um dos autores do estudo, apesar dos problemas de implementação e focalização, em 2020 o Auxílio Emergencial foi o grande responsável por segurar as taxas de pobreza e desigualdade diante de um mercado de trabalho fortemente atingido pela pandemia.  

“Já em 2021, enquanto o mercado de trabalho se recuperava, as variações nas políticas de auxílio jogaram as desigualdades e as taxas de pobreza lá para cima, atingindo recordes históricos. Ou seja, a crise social de 2021 poderia ter sido, no mínimo, bastante amenizada”, destacou. 

Taxas de pobreza atingiram os maiores valores da série histórica em 2021 

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Andre Salata é coordenador do PUCRS Data Social. / Foto: Giordano Toldo

O objetivo do estudo foi analisar mais detalhadamente as causas das variações nos indicadores de pobreza e desigualdade no período mais agudo da pandemia de covid-19 no Brasil. Para tanto, foram utilizadas técnicas de decomposição estatística por fontes de renda. Desse modo, o estudo traz evidências robustas e detalhadas acerca dos fatores responsáveis pelas variações dos indicadores sociais no período mais crítico da pandemia.     

No mês de maio deste ano, a Organização Mundial de Saúde decretou o final da pandemia de Covid-19. Declarada como pandemia no início de 2020, a Covid-19 provocou, além de mais de 700 mil mortes no Brasil até o momento, uma crise social nos grandes aglomerados urbanos do país. No conjunto das vinte e duas principais regiões metropolitanas do Brasil, a taxa de pobreza subiu de 26,4% para 31,4% entre 2019 e 2021, o que significa que mais de 4,5 milhões de pessoas caíram para baixo da linha de pobreza. A renda domiciliar per capita média sofreu queda de 12,8% nos dois primeiros anos da pandemia, afetando principalmente os estratos mais baixos, e assim fazendo a desigualdade subir.  

O estudo mostra, no entanto, que a dinâmica dos indicadores sociais está longe de ser uniforme quando comparamos o primeiro (2020) e o segundo (2021) anos da pandemia, e que sua variação está diretamente relacionada com as políticas de transferência de renda, destacando-se o Auxílio Emergencial. Entre 2019 e 2020, primeiro ano da pandemia de Covid-19 no Brasil, houve clara redução da desigualdade e uma variação discreta – ainda que positiva – das taxas de pobreza. Já no segundo ano da pandemia, no entanto, entre 2020 e 2021, o quadro muda bastante, com tendência de aumento muito significativo tanto da desigualdade quando da pobreza monetária 

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Estudo foi realizado a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADc), do IBGE. / Foto: Envato Elements

Segundo o estudo, a explicação para tamanha mudança de rota, em um espaço tão curto de tempo, se encontra em dois fatores: primeiro, na dinâmica da renda auferida no mercado de trabalho, duramente afetada pela pandemia; segundo, nas variações das principais políticas de auxílio.  

Se, entre 2019 e 2020 a piora da concentração da renda do trabalho puxou a desigualdade para cima, o aumento do montante de rendimentos provenientes do Auxílio Emergencial a trouxe para baixo, fazendo um importante contrapeso que resultou na melhoria da distribuição de rendimentos naquele período e, também, na contenção do aumento da pobreza. Já no segundo ano da pandemia (2020-2021), entretanto, as variações nas políticas de transferência de renda se constituíram no principal fator, puxando a desigualdade e a pobreza para cima. Como consequência, em 2021 os níveis de desigualdade e pobreza atingiram os maiores valores da série histórica.  

O estudo aponta que, em 2021, a recuperação do mercado de trabalho já puxava a desigualdade para baixo, e pouco contribuía para o aumento da pobreza. No entanto, as variações nas políticas de auxílio mais do que compensaram, negativamente, aquelas tendências, fazendo a desigualdade e a pobreza subirem.  

“Em 2021 a vacinação em massa já começou a permitir um retorno mais seguro da atividade econômica, contribuindo para recuperação da renda dos mais pobres. No entanto, neste mesmo ano houve fortes e abruptos cortes no Auxílio Emergencial, não nos permitindo aproveitar aquela tendência positiva”, explica Marcelo Ribeiro, professor do IPPUR-UFRJ e pesquisador do INCT Observatório das Metrópoles.

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Adalmir Antonio Marquetti Atuando está atuando como professor visitante na Universidade de Newcastle, no Reino Unido. / Foto: Arquivo pessoal

Por meio do Projeto Institucional de Internacionalização (PUCRS-PrInt), docentes da Universidade podem participar como professores visitantes em universidades parceiras e também realizar missões no exterior. A partir dessa oportunidade, o compartilhamento de informações, dados e resultados de pesquisas podem ser multiplicados e debatidos com diferentes perspectivas de professores internacionais. Além disso, os professores podem desenvolver novas parcerias estratégicas para ensino e impacto científico. Conheça alguns dos professores em docência no exterior:  

Adalmir Antonio Marquetti 

Atuando como professor visitante na Universidade de Newcastle, no Reino Unido, o docente da Escola de Negócios e do Programa de Pós-Graduação em Economia do Desenvolvimento, Adalmir Marquetti, pode finalizar livro que será publicado pela Editora Routledge com o título “Unequal Development and Capitalism: Catching up and Falling behind in the Global Economy”, onde fala sobre os processos históricos de desenvolvimento de 40 países asiáticos, 20 da América Latina, 18 da Europa Central e Oriental e 47 países africanos em comparação com os Estados Unidos, de 1970 a 2019, que será publicado no próximo ano. A PUCRS e a Universidade de Newcastle possuem uma parceria de quase uma década, que abrangem diferentes áreas do conhecimento.  

Além disso, em parceria com professor da universidade inglesa, está sendo produzido um artigo em coautoria, que combina a análises das experiências de Orçamento Participativo no Brasil com os casos de minipúblicos na Inglaterra. Nessa experiência, Marquetti destaca as oportunidades de aprendizado

“A vida no exterior é um momento de aprendizado sobre a realidade local e do país onde estamos. Mais importante, nos permite um distanciamento para melhor compreender o trabalho que realizamos na PUCRS e da realidade do nosso país”, elenca o pesquisador. 

Para o futuro, o objetivo é estreitar as oportunidades de ensino e aprendizagem internacionais. “Espero também que alunos tenham a experiência de estudar em uma universidade no exterior e que consolidemos uma nova colaboração entre a PUCRS e a Universidade de Newcastle. Todos ganham com a solidificação de processo de internacionalização da PUCRS”, comenta.  

Rafael Machado Madeira 

Professor da Escola de Humanidades e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Ciência Política, Rafael Madeira começou recentemente seu relacionamento com os pesquisadores da Universidad de Granada (UGR), da Espanha. Entretanto, a PUCRS e a universidade hispânica possuem um histórico de mais de dez anos de parcerias e de interlocuções. Os tópicos pesquisados pelo docente são profundamente trabalhados na universidade e seu desejo por ela foi instintivo.  

“A UGR sempre foi uma instituição muito atrativa para os meus interesses acadêmicos, dado que me permite atuar simultaneamente nos meus temas de pesquisa. A partir desta análise inicial, tomei a iniciativa de buscar contato com a professora Carmen Ortega Villodres que, após ler a minha proposta de pesquisa, aceitou me receber na UGR”, destaca Madeira.  

Durante o período no exterior, o professor tem trabalho no projeto de pesquisa A construção de um banco de dados sobre padrões de recrutamento de elites políticas e sobre padrões de carreiras políticas dos deputados federais eleitos sob o sistema bipartidário. 

Nos últimos meses, o professor tem se ocupado em buscar atualizações de banco de dados de seu projeto sobre a internacionalização da Ciência Política brasileira. Com isso, foi possível que estes dados servissem como base para a construção de um artigo para publicação em uma revista estrangeira. Já paro os próximos meses, o professor almeja continuar aprofundando seu trabalho e criar novas oportunidades para professores e alunos.  

“Pretendo pavimentar o caminho para uma maior colaboração futura entre as instituições, como o intercâmbio de discentes em estágios de doutorado e possibilidade de cotutela com dupla titulação, elenca o pesquisador.  

Clécio Falcão Araujo é professor visitante na Katholieke Universiteit Leuven, na Bélgica. / Foto: Arquivo pessoal

Além disso, estar inserido em um novo ambiente de pesquisa tem expandido os horizontes sobre o processo de pesquisa e ensino em diferentes países para o professor: “Tem sido muito interessante ver como a academia se estrutura e se organiza de forma muito diferente da nossa. Normalmente temos a tendência a naturalizar a nossa maneira de fazer/conceber as coisas. Basta sair do nosso contexto para entender que a nossa forma é apenas uma das inúmeras formas possíveis de a academia se organizar. Isto causa um certo desconforto em alguns momentos, mas é uma experiência extremamente rica e desafiadora”, ressalta. 

Clécio Falcão Araujo 

Professor da Escola de Negócios e Programa de Pós-Graduação em Administração, Clécio Araújo é professor visitante na  Katholieke Universiteit Leuven, na Bélgica, a universidade católica mais antiga do mundo, fundada em 1425. A instituição se destaca por ser uma das universidades mais inovadoras da Europa. Nesse período no exterior, o docente tem colaborado em dois projetos com o professor Yves Van Vaerenberg, que buscam compreender o relacionamento consumidor-marcas, um tópico que vem sendo trabalhado pelo professor há algum tempo. Nestes projetos estão envolvidos pesquisadores dos EUA, Bélgica, Austrália e Brasil. 

O ambiente plural, combinado com pesquisa de ponta da KU Leuven, tem sido fatores impulsionadores para o desenvolvimento de novas descobertas. “Minha experiência tem sido enriquecedora, uma vez que realizamos reuniões semanais para discutir nossas descobertas.” O professor afirma ainda que o ambiente multicultural faz toda a diferença para essas novas descobertas.  

“No departamento de marketing da KU Leuven ocorrem seminários mensais com pesquisadores de diversas universidades, bem como estudantes de doutorado apresentam suas descobertas para que o corpo docente as discuta. Durante esse período na KU Leuven, tive a oportunidade de assistir e participar do processo seletivo de novos professores para o corpo docente”, elenca. 

Em seu retorno à PUCRS, o professor prevê o aumento da colaboração internacional como os pesquisadores da KU Leuven a também a expansão dos trabalhos realizados. “Estou seguro de que esta experiência contribuirá para a internacionalização do programa de pós-graduação em Administração, bem como consolidará minha rede de pesquisa internacional”, ressalta.  

Inscrições Abertas 

O Projeto Institucional de Internacionalização da PUCRS (PUCRS-PrInt) está com novas oportunidades abertas, destinadas a docentes e doutorandos dos Programas de Pós-Graduação da PUCRS que buscam enriquecer sua trajetória acadêmica. As bolsas disponíveis são para: Professor Visitante no exterior Sênior e Júnior, Doutorado Sanduíche no Exterior, Cursos de Capacitação no Exterior, Missão de Trabalho e Professor Visitante no Brasil. As inscrições vão até 11/12.

SAIBA MAIS SOBRE O PROJETO

A ex-ginasta será homenageada em mural no centro de Porto Alegre. / Foto: G1/Divulgação

A cidade de Porto Alegre vai ganhar mais um mural: dessa vez, a obra que busca homenagear a ex-ginasta Daiane dos Santos ficará na fachada lateral do prédio da Fecomércio no centro da Capital. O professor do curso de Educação Física da Escola de Saúde e Ciências da Vida da PUCRS e pesquisador do Grupo de Pesquisa em Estudos Olímpicos, Luís Henrique Rolim, faz parte da equipe do projeto ao lado do seu irmão e muralista Kelvin Koubik. Com 50 metros de altura, o mural DOS SANTOS é uma iniciativa da oitava edição da Virada Sustentável. 

A pesquisa realizada por Rolim é parte fundamental para a elaboração do mural, já que serve de base para desenvolvimento do conceito e dos elementos que irão compor a obra de arte. Além da pesquisa documental sobre a trajetória esportiva, o pesquisador entrevistou Daiane dos Santos para compreender aspectos da vida da hoje embaixadora da ONU Mulheres. 

“Nós buscamos informações através de fontes escritas sobre os aspectos da trajetória da Daiane também da vida pessoal da ex-ginasta. Depois nós fizemos uma entrevista exclusiva com ela para captar elementos simbólicos. A entrevista foi um elemento principal da pesquisa e a gente entregou todo esse relatório para o artista desenvolver a sua arte a partir disso. Diferentes elementos simbólicos que vão poder ser vistos na pintura que tem subsídio na pesquisa.” 

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A homenagem destacará em primeiro plano a força de uma menina que conquistou o mundo e, é também, uma referência aos 20 anos do primeiro título mundial conquistado por Daiane dos Santos, ouro no solo no Campeonato Mundial disputado em Anaheim, nos Estados Unidos. O mural pode ser visto ao lado da elevada da Conceição, em um dos principais acessos à Capital. 

Em 2022, o artista e o pesquisador já estiveram juntos no Catar para elaboração do mural SEM FRONTEIRAS, uma homenagem da Embaixada do Brasil em Doha para o país que sediava a Copa do Mudo de futebol. Kelvin Koubik também é o autor do mural que fica no Prédio 6, em frente à Rua da Cultura na PUCRS. 

“É sempre uma satisfação trabalhar com o Kelvin, e a gente sempre buscou achar a formas de desenvolver trabalhos em conjunto. E agora a gente vem conseguindo, principalmente em trabalhos que envolvem aspectos do esporte que é a minha especialidade. Esperamos que outros projetos aconteçam para continuamos essa parceria.” 

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Sobre a Virada Sustentável 

A Virada Sustentável é um movimento de mobilização para a sustentabilidade que organiza o maior festival sobre o tema na América Latina e um dos maiores do mundo. Ocorre em diferentes cidades do país e, em 2019, foi reconhecido pela ONU como um dos três eventos mais importantes na promoção dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Em Porto Alegre, chega a sua oitava edição. A Virada Sustentável traz amplo número de atividades culturais e artísticas que promovem a conscientização ambiental e social. O objetivo é contribuir para a construção de um mundo melhor e mobilizar pessoas para uma guinada sustentável, a partir de uma abordagem positiva, propositiva, que não apenas aponte problemas, mas também caminhos e soluções possíveis para a sociedade. 

Grupo MALTA conquista 4º lugar no desafio mRALE/ Foto: Divulgação

O laboratório de pesquisa MALTA (Machine Learning Theory and Application Lab) da Escola Politécnica da PUCRS, coordenado pelo professor Rodrigo Coelho Barros, e que faz parte do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação, ganhou mais um prêmio internacional: o laboratório conquistou o 4º lugar no prestigiado desafio mRALE do Medical Imaging and Data Resource Center (MIDRC), na temática “Inteligência Artificial para Predição da Severidade de COVID-19 em Radiografias de Tórax”. A conquista rendeu ao MALTA um prêmio em dinheiro de 5 mil dólares e destacou sua liderança e inovação nas áreas de inteligência artificial e processamento de imagens médicas. 

Organizado pelo MIDRC, o desafio mRALE contou com financiamento do National Institute of Biomedical Imaging and Bioengineering (NIBIB) e teve como sede a Universidade de Chicago. O esforço é uma colaboração entre entidades de renome, como o American College of Radiology (ACR), a Radiological Society of North America (RSNA) e a American Association of Physicists in Medicine (AAPM). 

“É um resultado impressionante e que me enche de orgulho. O MALTA foi a única instituição latino-americana a ser premiada, solidificando sua posição como um centro de excelência na pesquisa de inteligência artificial e imagens médicas. Diversos alunos do grupo de pesquisa possuem formação em física médica na própria PUCRS, o que reforça a qualidade de formação da instituição”, diz Barros.  

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A equipe do laboratório que disputou a competição foi formada por sete membros: professor Rodrigo Coelho Barros (coordenador), o professor Lucas Silveira Kupssinskü (vice coordenador), professor Otavio Parraga, os doutorandos Christian Mattjie e Rafaela C. Ravazio, o mestrando Luis Vinicius de Moura e o graduando Adilson Medronha.  

Não é a primeira vez que o laboratório chama a atenção da comunidade científica internacional. Anteriormente, o professor Rodrigo, juntamente com Luis Vinicius de Moura e Christian Mattjie, foi premiado com o Melhor Artigo em 2020 por sua pesquisa inovadora intitulada “Uma Abordagem Inovadora para Diferenciar Pneumonia da COVID-19 em Raios-X de Tórax”, apresentada na 20ª Conferência Internacional de Bioinformática e Bioengenharia da IEEE. 

MALTA realiza importantes estudos na área de imagens médicas 

Estudos feitos no laboratório buscam avanços tecnológicos na área de imagens médicas/ Foto: Divulgação

Christian Mattjie, que é graduado em Física e possui mestrado em Gerontologia Biomédica. Ele realiza sua pesquisa de doutorado, que está direcionada à identificação de subtipos da doença de Parkinson usando aprendizado de máquina não supervisionado e análise de dados biológicos. Ele se dedica a esse estudo paralelamente à sua participação no MALTA – que tem como um de seus principais focos de pesquisa a saúde e prima pela inovação e aplicação prática de modelos de redes neurais em problemas reais. Nosso trabalho busca não apenas avançar o estado da arte tecnológico, mas também promover a equidade (fairness) e o bem-estar social através da ciência de dados”, destaca ele. 

Alguns dos estudos mais recentes do laboratório incluem dois trabalhos aceitos no 23º IEEE International Conference on Bioinformatics and Bioengineering (BIBE). O primeiro, intitulado “Zero-shot performance of the Segment Anything Model (SAM) in 2D medical imaging”, oferece uma avaliação abrangente e diretrizes práticas para a implementação deste modelo em imagens médicas bidimensionais. O segundo, “Radiomics for predicting oxygen necessity in COVID-19 patients using longitudinal lung computed tomography”, investiga o potencial da radiômica na previsão da necessidade de oxigenação em pacientes com COVID-19, utilizando uma abordagem longitudinal em tomografias computadorizadas de pulmão. 

Além deste, um marco significativo para o MALTA foi a aprovação de um trabalho para apresentação oral no renomado SPIE Medical Imaging 2024, como explica Christian: 

“O estudo ‘Semi-supervised learning for mRALE score prediction in COVID-19 chest radiograph’ detalha a metodologia inovadora que nos levou ao quarto lugar na competição mRALE. Este reconhecimento é uma testemunha do nosso compromisso com a pesquisa de vanguarda e da relevância do nosso trabalho no cenário internacional.” 

Para ele, as pesquisas realizadas pelo laboratório são cruciais na dimensão científica, pois o objetivo constante do MALTA é estreitar a relação entre tecnologia de ponta e aplicabilidade prática em contextos que beneficiem a sociedade. 

“Através do desenvolvimento e aprimoramento de modelos de machine learning e deep learning, estamos contribuindo para o aumento da precisão diagnóstica, facilitando a identificação e classificação de doenças a partir de imagens e dados médicos. Isso não apenas eleva o patamar das pesquisas na área de inteligência artificial aplicada à saúde, mas também tem um impacto direto na qualidade e na eficiência do atendimento clínico, o que pode salvar vidas e otimizar recursos em sistemas de saúde já sobrecarregados”, afirma o doutorando. 

MALTA realiza pesquisas de relevância tanto científica quanto social/ Foto: Divulgação

A dimensão social também é abarcada pelas pesquisas do MALTA, pois vão além do escopo médico. O grupo também desenvolve um trabalho de desenvolvimento de bancos de dados de LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) e modelos de tradução a fim de facilitar a comunicação e inclusão de pessoas surdas. Tal projeto, também coordenado pelo professor Rodrigo, foi o único da América Latina a receber financiamento do Google através do Award for Inclusion Research (AIR), no final de 2022. “Estes projetos não apenas melhoram a acessibilidade e a qualidade de vida da comunidade surda, mas também promovem a conscientização e a importância da inclusão em todos os aspectos da sociedade”, acrescenta Christian. 

Ele afirma que receber a premiação do MIDRC é uma experiência gratificante e motivadora para toda a equipe do MALTA, sendo um reconhecimento do trabalho árduo, da dedicação e da inovação empregados nas pesquisas. 

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“O prêmio reflete não apenas o potencial individual de cada membro da equipe, mas também a força colaborativa de um grupo que está profundamente comprometido com a excelência científica. Para a Escola Politécnica e a PUCRS, este prêmio é uma vitrine de prestígio internacional que ressalta a capacidade da nossa instituição em produzir pesquisas de alto impacto. Demonstra que estamos no mesmo nível de competitividade que outras instituições renomadas globalmente, capazes de inovar, contribuir e liderar em campos desafiadores e altamente técnicos como o de inteligência artificial aplicada à saúde”. 

Prêmio será investido em infraestrutura para o laboratório 

Com esse novo reconhecimento, o laboratório MALTA tem planos ambiciosos para expandir ainda mais seu escopo de pesquisa. O prêmio de 5 mil dólares será investido em novas iniciativas que prometem trazer avanços significativos para o campo da inteligência artificial aplicada à medicina, beneficiando não apenas a comunidade científica, mas a sociedade em geral. Segundo Christian, o principal foco desses investimentos será a atualização e expansão das máquinas de alto desempenho, essencial para as demandas computacionais das pesquisas em deep learning. 

Urge, no contexto das pesquisas do MALTA, a necessidade de um hardware robusto para processar e analisar grandes quantidades de dados médicos – logo, o plano é adquirir e aprimorar servidores com GPUs avançadas e capacidades de processamento acelerado. Isso não só permitirá a realização de cálculos complexos com maior eficiência, mas também reduzirá significativamente o tempo necessário para a execução de algoritmos intensivos e o treinamento de modelos de inteligência artificial. 

“Este investimento reforça o nosso compromisso em permanecer na vanguarda da pesquisa científica e contribuir para o avanço da medicina diagnóstica, ao mesmo tempo em que consolidamos a posição da PUCRS como uma instituição de pesquisa de excelência, capaz de gerar impacto real na sociedade e na comunidade científica global”, pontua. 

Escola de Negócios realiza pesquisa sobre hábitos de consumo da população gaúcha/ Foto: Envato

Professores da Escola de Negócios da PUCRS estão desenvolvendo atividades de pesquisa com o objetivo de compreender as tendências de consumo da população do Rio Grande do Sul. Os estudos estão sendo feitos por meio do Omni-X, hub de inovação na Experiência de Consumo Omnichannel, uma das iniciativas do ecossistema do Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc). 

A pesquisa, conduzida em 2023, aponta tanto tendências de consumo como também a realidade da população. Em comparação com o ano passado, mais de 40% dos entrevistados afirmam que mantiveram o consumo em bens culturais. Quando questionados especificamente sobre o consumo de livros e revistas, 49,8% dos entrevistados relatam que seus hábitos se mantiveram iguais aos do ano anterior. Por outro lado, a alimentação fora de casa diminuiu cerca de 32,0%, de 2022 para 2023; um percentual ainda significativo de 21,7% afirma ter aumentado o consumo e 41,4% mantido igual.  

Além disso, na comparação entre diferentes gerações sobre as práticas de consumo, o público mais jovem possui hábitos mais arrojados. Enquanto 76% dos jovens indicaram comprar algo mensalmente ou a cada dois meses, 37% do público mais maduro compra com menor regularidade.  

Todos esses dados podem ser utilizados pelos comerciantes para adaptarem suas estratégias e as tornarem mais assertivas para os hábitos e interesses de seus públicos-alvo. Para Stefânia Ordovás de Almeida, uma das coordenadoras da pesquisa, estes estudos permitem que se enxergue a totalidade da experiência de consumo e da jornada do consumidor.  

“O consumidor hoje dificilmente tem toda a sua experiência em um único canal. Para os consumidores, o ‘canal’ é a empresa, ou seja, se estou no Instagram, na loja física, ou no e-commerce, estou tendo uma experiência com a empresa. Assim, entender se há pontos de fricção nesta experiência é entender como o cliente se relaciona com a empresa ao longo da jornada de consumo”, destaca a docente. 

Popularidade das compras online 

Por meio dos dados levantados, percebe-se que 26,3% dos jovens afirmam dar preferência aos aplicativos em suas compras online, enquanto apenas 12% têm a mesma preferência na faixa etária mais elevada. Já o site da loja tem menor preferência, 23% entre os mais novos e 43% para os mais velhos. 

A pesquisa também busca compreender onde os entrevistados investem seu tempo de tela. Entre os mais jovens, o uso diário de aplicativos para entretenimento (60,5%), músicas e shows (47,3%) e deslocamentos/transporte (36,8%) está consolidado e representa praticamente o dobro dos percentuais encontrados na faixa etária mais elevada para as mesmas atividades e frequência. 

Essa é a segunda pesquisa conduzida pelo hub Omni-X, na qual é possível comparar cidades, idades, gêneros, renda financeira e outros atributos através dos anos. Na edição anterior, buscou-se compreender o mercado varejista. Ambas as pesquisas são resultado de parceria com Jornal do Comércio.   

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O professor de Escrita Criativa Luís Roberto Amabile na Feira do Livro de Frankfurt. / Foto: Arquivo pessoal

O professor do curso de Escrita Criativa da PUCRS Luís Roberto Amabile participou da Feira do Livro de Frankfurt, entre os dias 18 e 22 de outubro, na Alemanha. Na ocasião, o docente lançou o livro Hemingway em Paris – Como se tornar um escritor revolucionário nos loucos anos 20 (Zouk, 2023), fruto da sua tese desenvolvida durante doutorado no Programa de Pós-Graduação em Letras, da Escola de Humanidades. A feira é um dos eventos mais importantes do mercado editorial e por ela passam diversos agentes dessa cadeia, como editores, livreiros, agentes literários, tradutores e autores. Para Luís Roberto, participar do evento foi “uma experiência cosmopolita”. 

“Frankfurt é a capital financeira da Europa e durante a feira passa a ser a capital dos livros: autores do mundo inteiro se encontram lá. Eu participei a convite do Grupo de Estudos em Escrita Criativa, do Recife, organizado pela escritora e colega do doutorado Patrícia Tenório. Neste contexto, também fiz uma palestra em inglês sobre a minha área, falando da pesquisa que conduzo aqui na PUCRS e sobre a didática da Escrita Criativa. Acredito que pelo meu livro tratar de Ernest Hemingway, um autor conhecido no mundo inteiro, a obra atraiu bastante a atenção”. 

Mesmo que o livro tenha surgido a partir de sua tese, a obra lançada em Frankfurt é direcionada a um público mais amplo. Luís Roberto explica que o livro busca contar uma história de modo analítico. A obra mostra como Ernest Hemingway se tornou escritor e a análise se foca na importância do ambiente que ele vivenciou: a Paris modernista da década de 1920. Segundo o docente, nos quatro anos em que esteve na capital da França (1922-1926), Hemingway não se tornou apenas um escritor, mas se transformou em um autor de prosa considerada revolucionária. 

“O livro foi escrito numa linguagem mais acessível e está cheio de fotos. É uma obra para quem quer escrever, pois trata de formação de escritores, analisando o caso de Hemingway. Também é uma obra para quem quer conhecer a Paris modernista, pois fala e mostra os lugares icônicos. E é, ainda, uma obra para quem se interessa em ir além dos estereótipos associados a Hemingway, pois desconstrói mitos sobre ele, mostrando a figura humana desse escritor tão conhecido.” 

Na feira, Luís Roberto também realizou uma palestra com o título The magic of creative community (A magia da comunidade criativa). O professor explica que o que ele chama de magia é o efeito que um bom curso de Escrita Criativa tem naqueles que participam dele. Como docente do curso na PUCRS, acredita que a comunidade da Escrita Criativa da Universidade agrega e integra pessoas diversas, cada qual com um percurso, cada qual com sua voz social e percepção de mundo. 

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Ensinando a escrita  

O professor também deu uma palestra sobre s magia da comunidade criativa; / Foto: Arquivo pessoal

Luís Roberto está sempre rodeado por palavras. Para ele, o que torna o curso na PUCRS tão diferente e singular no mercado é que além do tecnólogo, a Universidade oferece o curso em todos os níveis (com certificações, especialização, mestrado e doutorado). Sendo um “celeiro para escritores premiados” (como o autor vencedor do Prêmio Jabuti, Jeferson Tenório), o docente explica que estudantes podem esperar uma visão abrangente das possibilidades existentes para quem quer ser escritor ou busca desenvolver a criatividade na escrita e empregar isso em seu campo de trabalho. 

“A Escrita Criativa da PUCRS forma não só bons profissionais, mas seres humanos que gerem impacto na sociedade. Sou o coordenador da especialização “Escrita Criativa: a arte da narrativa” e posso garantir que o curso oferece tudo que se precisa saber para ser escritor, mas também prima pela diversidade. Com isso quero dizer diversidade de autores e autoras, de gêneros literários abordados sem preconceitos, de professores e professoras que também são escritores. 

Além de seu livro sobre Ernest Hemingway, Luíz Roberto também lançou recentemente o livro organizado em conjunto com Luiz Antonio de Assis Brasil e Andrezza Postay, chamado Como animar uma oficina literária – orientações para professores de Escrita Criativa. Destinado aos professores da área, o livro surgiu da pesquisa conduzida pelo Luís Roberto na PUCRS, em Didática da Escrita Criativa, com foco em Educação Transformadora. Luís explica que a pesquisa visa suprir a carência de material sobre Escrita Criativa, sendo o primeiro livro sobre didática de oficina literária.  

“A pesquisa é vinculada ao Núcleo que o professor Assis Brasil coordena e do qual a Andrezza faz parte como doutoranda. Nós pedimos a reconhecidos professores de oficinas literárias para escreverem ensaios sobre a metodologia que usam. Então o leitor pode esperar relatos de experiências, o que funciona e o que não funciona, como planejar uma oficina, isto é, reflexões sobre o ofício de professor de Escrita Criativa, sugestões sobre como conduzir os encontros e de exercícios a serem utilizados para estimular a escrita”, comenta o professor.

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Professor, escritor e leitor 

O professor também autografou cópias do seu novo livro “Hemingway em Paris – Como se tornar um escritor revolucionário nos loucos anos 20”. / Foto: Arquivo pessoal

Antes de começar a sua vida de docente, Luís Roberto já era aficionado por livros. Leitor desde criança, o escritor estava sempre lendo, mas inicialmente não pensava em escrever. Ele acredita que a vontade começou durante a adolescência, mas a decisão de ser escritor aconteceu quando, em 2010, mudou-se de São Paulo para Porto Alegre para cursar a Oficina de Criação Literária da PUCRS.  

“Eu trabalhava num grande jornal paulistano, pedi demissão, mudei de cidade, cursei a oficina, descobri o mestrado em Escrita Criativa, depois fiz dois doutorados (um em Teoria da Literatura, outro em Escrita Criativa) e virei professor. Isso tudo me proporcionou contato frequente e sistemático com a criação literária. Ser escritor para mim vai além de descrever, também envolve pensar, refletir, estudar literatura.” 

Há 13 anos, Luís Roberto está em contato direto com estudantes, escritores e amantes da literatura. A sua orientação, enquanto professor, é que os/as estudantes tenham uma “nutrição estética”, isto é, a ampliação do repertório cultural.  

“A partir disso, estímulo os/as alunos/as a encontrar seu próprio jeito de escrever, a serem protagonistas de seu processo formativo para se tornarem os escritores que querem ser. Ver isso acontecer, ser parte disso, ter esse contato diário com a arte literária, é muito recompensador, tanto que hoje para mim os ofícios de escritor e professor se complementam”.  

Conheça os gostos literários do autor 

Livro preferido?  

Acredito em livros preferidos, no plural. É uma lista que só aumenta. Neste momento estou sob o impacto de Os anos, de Annie Ernaux, que li há alguns meses. 

Autor/a preferido?  

Tampouco conseguiria dizer somente um, mas como “convivo” com Hemingway já faz bastante tempo, não tenho como não o citar. 

Qual livro você levaria para uma ilha deserta?  

Um Kindle, porque dá para botar muitos e muitos livros nele, mas se tivesse de ser um livro físico, levaria os contos completos da Lygia Fagundes Telles. 

Que livro brasileiro você levaria para o exterior para representar a literatura brasileira? 

Certamente levaria um dos muitos livros premiados surgidos no ambiente da Escrita Criativa da PUCRS, como o recente Mikaia, da Taiane Santi Martins. 

Em uma palavra, como você define sua a literatura? 

Inquieta. 

Se você pudesse dar apenas uma dica para estudantes que querem aprender a escrever, qual seria?   

Procure um ambiente estimulante, onde haja pessoas apaixonadas pela literatura, que achem o assunto importante e, claro, entendam dele.  

Conheça o curso de Escrita Criativa da PUCRS

Laura Utz, coordenadora de Iniciação Científica da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, ressalta a importância da Iniciação Cientifica. / Foto: Giordano Toldo

Na quinta-feira, dia 26 de outubro, aconteceu a cerimônia de premiação dos trabalhos destaque do 24º Salão de Iniciação Científica e do Espaço Jovem Cientista, no Teatro do prédio 40 da PUCRS. Os eventos aconteceram no início de outubro, com centenas de pesquisas apresentadas por alunos de graduação e estudantes de Ensino Médio.

Para a coordenadora de Iniciação Científica da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, Laura Utz, a premiação celebra a excelência dos trabalhos apresentados no evento, reconhece o mérito dos alunos envolvidos com a Iniciação Científica e incentiva os alunos premiados continuarem suas pesquisas.

“A Iniciação Científica é extremamente importante para a formação profissional. Mesmo para aqueles que não seguirão uma carreira de pesquisador esta experiência é muito enriquecedora”, adiciona.

Premiados no Salão de Iniciação Científica

Em sua 24ª edição, o Salão de Iniciação Científica teve 505 trabalhos apresentados, sendo que 52 obtiveram nota máxima e, assim, foram reconhecidos como trabalhos destaque. Além disso, seis estudantes foram vencedores, um em cada grande área do conhecimento, além de três trabalhos agraciados com menção honrosa. Conheça quais são eles:

Categoria premiação Estudante Título do trabalho
CIÊNCIAS DA SAÚDE MATHEUS RIBEIRO CESARINO LITERACIA E EDTECH: UM ESTUDO SOBRE O IMPACTO DO GRAPHOGAME NA ALFABETIZAÇÃO
CIÊNCIAS HUMANAS JOÃO ANTÔNIO VALADÃO LEAL MODOS ESQUEMÁTICOS EM UMA AMOSTRA DE HOMENS COM TRANSTORNO DEPRESSIVO PERSISTENTE
CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS BRENDDA HEROK LENUZZA MONITORAMENTO DA REPERCUSSÃO INTERNACIONAL SOBRE O GOVERNO LULA POR MINERAÇÃO DE TEXTO NO FACEBOOK
CIÊNCIAS EXATAS E ENGENHARIAS LEONARDO JOSÉ BARBOSA MARTINS AVALIAÇÃO DA ALTURA DE LEITO E DO USO DE ESFERAS DE VIDRO NA EXTRAÇÃO DE COMPOSTOS DE MICROALGAS POR FLUIDO SUPERCRÍTICO
CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E CIÊNCIAS AGRÁRIAS BRUNO KENDI MAKIYAMA CARACTERIZAÇÃO DE BIOMARCADORES DE SENESCÊNCIA REPLICATIVA EM CULTURAS PRIMÁRIAS DE LINFÓCITOS NA OBESIDADE
LINGUÍSTICA E LETRAS ARTHUR TREIN AVALIAÇÕES ATITUDINAIS DE PROFISSIONAIS BRASILEIROS DE INGLÊS FRENTE A VARIEDADES NATIVAS DA LÍNGUA
MENÇÃO HONROSA CATEGORIA PET GEÓRGIA DUTRA SOMERFIELD RELATO DE PERCEPÇÕES ACERCA DA PRODUÇÃO ORAL DO PORTUGUÊS POR ALUNOS ESTRANGEIROS DO PROGRAMA PPE-PUCRS
MENÇÃO HONROSA CATEGORIA PEGA MATHEUS RIBEIRO CESARIN DESEMPENHO FUNCIONAL DE IDOSOS INTERESSADOS EM PARTICIPAR DE UM PROGRAMA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS MULTICOMPONENTE

Premiados no Espaço Jovem Cientista

No Espaço Jovem Cientista deste ano foram 621 trabalhos inscritos e 160 trabalhos selecionados para apresentação, representando 44 escolas públicas e privadas de Porto Alegre, Região Metropolitana e interior do estado em níveis fundamental, médio e técnico. Ao todo, foram 21 premiados como trabalhos destaque:

Nome da Escola Título do trabalho
COLÉGIO FARROUPILHA Uso de inteligência artificial como facilitador e acelerador do processo de criação de um negócio virtual
COLÉGIO FARROUPILHA A escassez de doações de sangue: adolescentes como potenciais doadores sanguíneos
COLÉGIO FARROUPILHA Níveis de permissividade dos responsáveis e o consumo precoce de bebidas alcoólicas por adolescentes entre 14 e 17 anos.
COLÉGIO JOÃO PAULO I O que é discalculia, quais os sintomas, causas, dificuldades e estratégias para

aperfeiçoar o ensino aos discalcúlicos

COLÉGIO JOÃO PAULO I Análise Filosófica das Manifestações das Diferentes Noções do Conceito de Verdade na Era da Informação
COLÉGIO LA SALLE SANTO

ANTÔNIO

Agressão Virtual, Consequência Real: cyberbullying e suas consequências no

desenvolvimento escolar

COLÉGIO MARISTA GRAÇAS Intersexualidade: como a aceitação das pessoas intersexo afeta a vida delas na

sociedade?

COLÉGIO MARISTA ROSÁRIO Neuromarketing: estratégias utilizadas para persuadir o consumidor e o seu impacto no consumismo.
COLÉGIO MARISTA ROSÁRIO Educação sexual no contexto escolar.
COLÉGIO NOSSA SENHORA

DE FÁTIMA SANTA MARIA

A importância da inclusão da literatura infantil na alfabetização de crianças surdas

da cidade de Santa Maria

COLÉGIO NOSSA SENHORA

DE FÁTIMA SANTA MARIA

Resultância da deseducação financeira nas escolhas da juventude brasileira
COLÉGIO RAINHA DO BRASIL Os impactos gerados pela ausência da educação financeira na formação estudantil da sociedade brasileira
COLÉGIO ROMANO

SENHOR BOM JESUS

Musicoterapia
COLÉGIO ROMANO

NOSSA SENHORA

AUXILIADORA

Robótica Sustentável
COLÉGIO SANTA

TEREZA DE JESUS

ALÉM DO ESPECTRO: quebrando as barreiras da exclusão de pessoas autistas

no ambiente escolar regular

EMEF 1º DE MAIO Coleta de resíduos recicláveis na EMEF 1º de Maio.
ESCOLA E

FACULDADE SÃO MARCOS

Uma alternativa ao ensino da Relatividade Restrita para o ensino médio sem o uso do postulado sobre a luz
ESCOLA SESI MONTENEGRO Projeto RioSat
ESCOLA SESI MONTENEGRO CITRUS ENERGY
ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL FREDERICO

GUILHERME SCHMIDT

Pulseira para pessoas com deficiência visual severa na indústria – fase 2
REDE MUNICIPAL

DE EDUCAÇÃO EM ESTEIO

Perícia Criminal: uso da papiloscopia e de vestígios biológicos na identificação do

sujeito

 

25 anos do Salão de Iniciação Científica

A 25ª edição do Salão de Iniciação Científica já tem data para acontecer: 3 a 7 de junho de 2024. Nesta edição especial, o Seminário Interno de Avaliação da Iniciação Científica da PUCRS será incorporado ao SIC.

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Estudantes dos Programas de Pós-graduação da PUCRS apresentaram suas pesquisas e participaram de oficinas 

Gabriela Heck faz doutorado no Programa de Pós Graduação em Educação. / Foto: Giordano Toldo

Entre os dias 24 e 25 de outubro, a Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da PUCRS promoveu o Conexão Pós: evento destinado ao compartilhamento de pesquisas conduzidas pelos mestrandos e doutorandos dos Programas de Pós-Graduação (PPGs) da Universidade no contexto dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU). Com mais de 500 inscritos, o evento também contou com a presença de professores, estudantes da graduação, egressos e palestrantes.  

A conferência de abertura aconteceu no Teatro do Prédio 40 e foi conduzida pelo professor Ésper Abrão Cavalheiro, presidente da Comissão de Elaboração do Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG 2021-2030). A programação do segundo dia aconteceu no prédio 50, onde pesquisadores de diferentes áreas puderam se integrar e encontrar pontos de conexão em suas pesquisas, contribuindo para a colaboração e a interdisciplinaridade dos programas.  

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Para Gabriela Heck, bióloga e doutoranda do Programa de Pós Graduação em Educação, o evento foi uma ótima oportunidade de conhecer outras pesquisas e pesquisadores de várias áreas. Além disso, a jovem também sentiu que o Conexão Pós serviu para mostrar a dimensão da pesquisa realizada dentro da Universidade. A doutoranda estuda a temática Reflexões sobre a Participação de Pessoas com Deficiência no Campo Científico: uma Aproximação aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e a sua pesquisa se encaixa no objetivo 4 (Educação de qualidade)

“Para a minha carreira acadêmica esse tipo de evento é muito importante, principalmente, porque estou no meu período de formação para me tornar pesquisadora. Essas conexões com assuntos relacionados à minha pesquisa e também o contato com temáticas diferentes acabam nos dando novos horizontes e novas ideias, algo que é muito importante nessa constituição de pesquisador”, explica. 

O evento aconteceu entre os dias 24 e 25 de outubro e contou com a participação de estudantes de mestrado e doutorado, professores, palestrantes e alunos/as de graduação. / Foto: Gabriel Pedroso

O Conexão Pós também foi uma chance para que os mais de 200 estudantes de mestrado e doutorado mostrassem para o público suas pesquisas. Ao traduzir seus projetos para fora da pós-graduação, é possível as outras pessoas conheçam a diversidade de temas estudados na Universidade e o impacto que a ciência gera na sociedade. Dentro da PUCRS, a formação é pensada para ser abrangente e, como explica o Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da PUCRS, Carlos Eduardo Lobo e Silva, o/a estudante do mestrado e doutorado precisa ir além da sala de aula.  

“Isso significa que, apesar da sala de aula continuar sendo importante fonte de informação, ela não pode ser exclusiva. É necessário ter a vivência, atividades que enriqueçam o repertório dos estudantes. Portanto, nós valorizamos o Conexão Pós por ser um momento de integração entre os/as alunos/as, de troca, de experiência e compartilhamento. Isso faz parte de uma boa formação, porque vai muito além de apenas apresentar um trabalho.”  

Para Michele Klotz da Rosa, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Gerontologia Biomédica, o evento foi muito proveitoso porque ela teve a oportunidade de encontrar com outros pesquisadores, fazer networking, pensar em novas ideias para futuros projetos e parcerias. No mestrado, Michele está desenvolvendo sua pesquisa em Fragilidades no apoio social à Pessoa Idosa e a Síndrome da Insuficiência Familiar: uma Revisão de Escopo e seu projeto está relacionado ao objetivo 3 (Saúde e Bem-estar). “Foi uma grande oportunidade e também serviu de treinamento para minha banca do mestrado.” 

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Além das apresentações, o evento também contou com palestras e oficinas sobre temas como saúde mental na pós-graduação, oportunidades de internacionalização, inteligência artificial na pesquisa, divulgação científica e cases de pesquisadores empreendedores. Durante o evento também foram anunciados os projetos vencedores do Programa Hangar, que busca conectar pesquisas acadêmicas e o ecossistema de inovação da PUCRS buscando explorar oportunidades de negócios a partir de pesquisas científicas.  

Inscrições abertas para o Mestrado e Doutorado na PUCRS