Onde estão as mulheres negras à sua volta? - Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-americana e Caribenha marca o combate ao racismo e ao machismo e a reinvindicação por equidade

Foto: Unsplash

No Brasil, elas são 55,6 milhões, chefiam 41,1% das famílias negras e recebem, em média, apenas 58,2% da renda das mulheres brancas, segundo dados divulgados pelo Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Na PUCRS, o Núcleo de Estudos em Cultura Afro-Brasileira e Indígena (Neabi), o qual professora Leunice de Oliveira faz parte, dedica-se a aprofundar o debate sobre a negritude, a diversidade e uma possível reparação histórica.

Enquanto mulher negra e acadêmica, Leunice comenta sobre os desafios e os avanços em relação à quebra de paradigmas e a luta constante por espaços na sociedade. “Com a organização dos movimentos sociais foi possível evoluir em algumas pautas e no diálogo sobre o feminismo negro, por exemplo, com um maior engajamento em cessar com a invisibilidade”, comenta a professora da Escola de Humanidades da PUCRS.

É preciso falar sobre interseccionalidade

“É necessária a compreensão de que a mulher negra experimenta um conjunto de desvantagens sociais que resultam em uma posição social considerada inferior à da mulher branca. As nossas necessidades são muito peculiares e, sem que seja feita uma profunda análise do racismo, do machismo e colonialismo brasileiro, é impossível atender às urgências deste grupo” enfatiza.

Segundo a escritora Alice Walker, referência no movimento, existem diferenças entre o feminismo, o mulherismo e o mulherismo africano. “Ser uma mulherista africana significa que temos controle de nossa nomeação e nossa definição. É lidar com a tripla dificuldade das mulheres negras: raça, classe e sexo, mas com sua própria ordem. E, para mim, vem a noção de priorizar a raça, porque é isso que nos ameaça mais do que tudo, eu acredito”, explica.

Representatividade é coisa séria

Onde estão as mulheres negras à sua volta? - Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-americana e Caribenha marca o combate ao racismo e ao machismo e a reinvindicação por equidade

Foto: Nappy

As desigualdades étnico-raciais são evidentes tanto no mercado de trabalho, quanto nas competições de espaços de poder, como cargos de gestão, liderança e políticos. Mesmo com a melhora da universalização do ensino, essas ações não têm sido suficientes para reduzir significativamente as desigualdades da pirâmide educacional e “isto deve ainda implicar na persistência da concentração de brancos nas principais posições de poder do País”, segundo o Dossiê Mulheres Negras: retrato das condições de vida das mulheres negras no Brasil.

“Tenho na Universidade um lugar de fala, de direito à voz.” LEUNICE DE OLIVEIRA. 

Apesar dos desafios, a professora Leunice diz ter obtido avanços na pauta de empoderamento de mulheres negras. Para ela, o ativismo foi fundamental para a conquista de espaços, rompendo com a não representação e ajudando a mudar a história.

Ela conta que sua história de vida não é diferente da maioria de negros e negras no Brasil. “Reconheço que o espaço em que ocupo como professora universitária, poucos negros tiveram acesso por falta de oportunidades educacionais e profissionais. Nós que pertencemos a estes grupos, podemos e devemos falar por nós, para que nossas vozes sejam ouvidas, estabelecendo rupturas com o que nos fora destinado e buscando caminhos para a superação”, destaca.

Sobre as políticas públicas

O Brasil implementou algumas Políticas de Ações Afirmativas, com o objetivo de tentar corrigir a longo prazo os efeitos das discriminações e da escravidão, baseadas na igualdade de acesso a bens fundamentais e direitos de cidadania plena. Entre elas, a Lei de Cotas para universidades públicas para negros/as, indígenas, alunos/as de escolas públicas, entre outros grupos.

A lei Maria da Penha, de 2006, também representa um marco na garantia de proteção social das mulheres, considerando os índices crescentes de violência doméstica e feminicídio que crescem anualmente. O Brasil tem 13 homicídios de mulheres por dia, e maioria das vítimas (66%) é negra, segundo o Atlas da Violência de 2019 do Ipea.

Uma carreira dedicada a abrir portas

Onde estão as mulheres negras à sua volta? - Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-americana e Caribenha marca o combate ao racismo e ao machismo e a reinvindicação por equidade

Professora Leunice de Oliveira / Foto: Arquivo pessoal

Formada em Pedagogia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Leunice Martins de Oliveira é mestre em Educação pela PUCRS, e possui doutorado e pós-doutorado em Educação pela UFRGS. Atua principalmente com temas sobre educação, currículo, cultura, políticas públicas, educação intercultural, estudos afro-brasileiros e educomunicação. É coordenadora do curso de especialização em Gestão da Educação e professora da Escola de Humanidades da PUCRS.

Uma causa coletiva

Com a realização do 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, o dia 25 de julho é considerado o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, desde 1992. O dia representa o enfrentamento ao sexismo, racismo, machismo e a busca da mulher negra por igualdade de direitos e oportunidades.

Leia também: Elas estão alcançando cada vez mais espaços na área de Ciência e Tecnologia

projetando o futuro, ensino médio, relacionamento, futuro, carreiras, graduação

Estudantes poderão conhecer estrutura e diferenciais da Universidade por meio de atividades em diferentes formatos

Construir um projeto de vida é uma atividade que exige autoconhecimento e reflexão, além de um entendimento das inúmeras possibilidades que o futuro pode apresentar. Trata-se de um processo que acontece ao longo dos anos e que não é estático, mas que, quanto antes for iniciado, mais fácil será. Pensando nisso, a PUCRS lança a iniciativa Projetando o Futuro, voltado a estudantes de ensino médio, com o objetivo de contribuir nessa construção do projeto de vida e de carreira.

A ideia é que, por meio de atividades formativas e vivenciais alinhadas às expectativas e demandas do novo ensino médio, a Universidade seja apresentada aos estudantes como um lugar de descoberta e desenvolvimento do projeto de vida. A partir desse relacionamento, o intuito é olhar para o futuro de uma forma mais integral e apresentar a estrutura e os diferenciais da PUCRS. “A iniciativa conta com um portfólio de experiências em múltiplos formatos para ajudar esses jovens na escolha não apenas de um curso de graduação, mas de um projeto de e para a vida”, relata a diretora de Assuntos Comunitários, professora Rita Petrarca.

Através de uma plataforma, o Projetando o Futuro apresenta atividades interativas no que se refere ao projeto de vida e aos diferenciais da PUCRS, além de smart papers produzidos por docentes sobre temas de interesse dos estudantes, como Educação Midiática, Educação financeira, Empreendedorismo e Inovação e Educação para a Carreira. “Mesmo iniciando de forma online, o Projetando o Futuro permite que esses jovens ‘entrem’ na PUCRS e conheçam os cursos, professores, estrutura da Universidade e um pouco da vida acadêmica”, observa Rita.

Possibilidades ampliadas

A palavra Universidade vem do latim Universitas, que significa universalidade, o todo, o conjunto das coisas. Para Rita, isso significa mostrar os múltiplos caminhos que existem e ampliar o campo de possibilidades sobre as profissões, trajetórias acadêmicas e o mercado de trabalho. “Cabe a nós oferecermos as perguntas ‘certas’ para que o estudante busque as respostas na tomada de decisão”.

Assim, o Projetando o Futuro é um convite para que o estudante reflita sobre quem é, que relações estabelece, qual seu papel na sociedade, sua relação com a dimensão espiritual e o que ele deseja para sua vida profissional, acreditando na integralidade da pessoa. “Como Rede Marista, temos um jeito próprio de entender o que é projeto de vida – ‘ação de construir-se integralmente como pessoa num processo dinâmico, que faz com que a vida se movimente impulsionada por um sentido maior que o próprio eu’”, comenta Rita, lembrando que a adolescência é um momento de fazer escolhas e, quanto mais o jovem sabe quem é, mais tem segurança para tomar essas decisões.

Um relacionamento de longa data

A PUCRS sempre esteve junto de estudantes e instituições, promovendo espaços e projetos para o diálogo sobre carreira e futuro profissional. Em 2019, mais de 13 mil estudantes participaram de 72 iniciativas em escolas no Rio Grande do Sul. O Projetando o Futuro surge com o objetivo de que esse relacionamento estimule os jovens a olhar para o futuro a partir da perspectiva de projeto de vida, indo além da carreira. A iniciativa foi desenvolvida e é liderada pela Diretoria de Assuntos Comunitários, por meio do núcleo de Relacionamento com o Ensino Médio, em parceria com a Assessoria de Comunicação e Marketing e o Centro de Pastoral e Solidariedade da Universidade.

O site da iniciativajá está no ar. Acesse aqui e compartilhe o link com quem você achar que pode se interessar!

Síntese do estudo sobre atividade econômica do RS feito pelo professor Adelar Fochezatto

Síntese do estudo sobre atividade econômica do RS feito pelo professor Adelar Fochezatto

Mensurar ou prever os reais impactos da pandemia na atividade econômica tem sido um desafio em todos os cantos do mundo. No Rio Grande do Sul, um estudo desenvolvido pelo Comitê de Dados do Governo do Estado no enfrentamento da Covid-19 prevê que os efeitos sejam superiores ao pico da recessão vivida em 2015.

O professor da Escola NegóciosAdelar Fochezatto, é um dos colaboradores deste Comitê, órgão responsável por elaborar análises e reunir dados para embasar decisões. Ele atua junto ao grupo de trabalho (GT) de Atividade Econômica, coordenado pela economista Vanessa Neumann Sulzbach, do Departamento de Economia e Estatística (DEE) da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão do Rio Grande do Sul (Seplag).

O estudo, que já foi apresentado ao Gabinete de Crise com a presença do governador Eduardo Leite, reuniu, a partir de uma série de indicadores sobre o consumo e a circulação das pessoas, dois modelos distintos, mas complementares, para fazer projeções de crescimento da economia gaúcha em 2020. Um deles foi conduzido por Fochezatto e o outro pelo professor Régis Augusto Ely, do Departamento de Economia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

O trabalho iniciou em março e, segundo Fochezatto, o maior desafio foi reunir informações e dados estatísticos para a realização das análises. “Os próprios estudos fazem projeções sobre um futuro que não sabemos bem como será. Até que ponto o novo normal será diferente do anterior? A pesquisa científica, assim como a participação da Universidade, é crucial em momentos como este. O trabalho de pesquisa tem sido fundamental para a tomada de decisões em todas as áreas”, ressalta.

Mesmo em cenários menos pessimistas, os modelos utilizados mostram que 2020 será pior do que 2015, quando o País viveu o pico de uma recessão. Em uma das análises de curto prazo, a retração do IBCR-RS (Índice de Atividade Econômica do Banco Central para o RS) seria na ordem de 10%, isso na hipótese de se retomar gradativamente os índices de atividade pré-pandemia. 

Projeções pautadas pelo desempenho dos principais segmentos produtivos 

O modelo de estudo utilizado por Fochezatto desenvolveu estimativas sobre os impactos da pandemia se valendo de projeções de cenários agregados e setoriais para o Valor Adicionado Bruto (VAB) e em termos de arrecadação do ICMS. Ele avaliou o desempenho dos principais segmentos produtivos do RS por meio de indicadores como o choque de demanda de energia em cada setor, os níveis de recolhimento do principal imposto estadual e a queda de oferta de produtos primários por conta da forte estiagem que atingiu o Estado.

A partir disso, o modelo trabalhou em dois cenários: um deles com a crise perdurando quatro meses e o segundo, se prolongando por nove meses. Mesmo quando sofre por menos tempo, a economia gaúcha pode variar negativamente entre 6,5% e 8,1%. As perdas, em termos de arrecadação do ICMS, devem ficar entre R$ 1,8 bilhão e R$ 2,3 bilhões e entre R$ 21,7 bilhões e R$ 27,1 bilhões em termos de VAB.

Na situação mais extrema, a queda na cobrança do imposto ficaria entre R$ 4,1 bilhões e R$ 5,1 bilhões (variação negativa entre 14,6% e 18,2%), no mínimo o dobro do volume de repasses com o socorro que o Estado receberá da União em quatro parcelas. Nessa situação mais extrema, as perdas de VAB ficariam entre R$ 48,8 bilhões e R$ 61,1 bilhões. Nos cenários analisados, o setor automobilístico, a agropecuária, a indústria metalúrgica e a fabricação de aço são os que apresentam maiores variações negativas, tanto no VAB como na arrecadação de ICMS.

Evento do curso de Jornalismo debaterá sobre esporte, inclusão e democracia - Mais de 20 convidados participarão de seis horas de bate-papos online com professores da FamecosMuito além do entretenimento, o futebol é um esporte com significados importantes para grande parte da população brasileira e a sua representatividade ascende o debate sobre diferentes causas. Pensando nissoa equipe dEscola de Comunicação, Artes e Design – Famecos da PUCRS promove o evento online: Jornalismo: Esporte, inclusão e democracia, no dia 23 de julho, das 16h às 22h. live contará com mais de 20 convidados e convidadas de diferentes áreas e será transmitido ao vivo pelo Facebook da Eu Sou Famecos. 

Para Fábian Chelkanoff Thier, coordenador do curso de Jornalismo, o tema é de extrema relevância. “Muitas pessoas têm o esporte como algo fundamental na vida e por isso ele não pode ser tratado apenas como divertimento. E nada melhor do que debater isso na Universidade com pessoas que fazem esse dia a dia acontecer. Afinal, o esporte consegue ou não representar toda uma sociedade?. Para participar da conversa não é necessário se inscrever. Quem precisar receber o atestado de participação pode solicitar neste formulário. 

Programação completa 

Com lives durante a tarde e à noite, ninguém precisa ficar de fora. Confira: 

16h | É Tudo com elas 

Medicação de Fábian Chelkanoff. 

17h | Racismo e preconceito 

Mediação de Juan Domingues.  

Evento do curso de Jornalismo debaterá sobre esporte, inclusão e democracia - Mais de 20 convidados participarão de seis horas de bate-papos online com professores da Famecos18h | O Jornalismo como arma na luta contra o racismo 

Mediação de Felipe Gamba. 

19h | A democracia no esporte 

Mediação de Fábio Canatta. 

20h | Inclusão e diversidade 

21h | Jornalismo, Esporte, Inclusão e Democracia 

Mediação de Felipe Gamba. 

Seja parte do futuro do Jornalismo 

Na PUCRS, os/as estudantes circulam durante sua formação paralelamente na sala de aula e nos laboratórios, em um currículo moderno que se utiliza de metodologias dinâmicas. O curso de Jornalismo prepara profissionais com as competências necessárias, incentivando a capacidade reflexiva, a agilidade e o domínio tecnológico, em condições de atuar nas mais diversas áreas e está com inscrições abertas. Confira aqui!

Internacionalização, austrália, Centro de Internacionalização da Educação Brasil-Austrália, hub referênciaCom a presença do reitor Ir. Evilázio Teixeira e do Embaixador da Austrália no Brasil, Timothy Kane, o evento de lançamento foi transmitido no último dia 15, e está disponível, pelo canal oficial da PUCRS no Youtube, em inglês.

Reconhecida por coordenar o movimento global de Internacionalização do Currículo, professora emérita da La Trobe University, Dra. Betty Leask, conduziu a palestra de abertura, The challenges of integrating the international, intercultural and global dimensions in the purpose and educational deliveries in world 4.0 (Os desafios de integrar as dimensões internacional, intercultural e global no propósito e entregas educacionais no mundo 4.0).

De acordo com o reitor Ir. Evilázio Teixeira, a internacionalização é um processo que necessita de maturação. “Na PUCRS, em nosso plano Institucional de Internacionalização, adotamos o conceito de internacionalização abrangente, em que a vemos como parte do DNA institucional; do ethos organizacional e deve estar imbuída em todas as nossas atividades e serviços. A criação do Centro, nesse sentido, concretiza mais um passo importante na busca pela elevação da qualidade educacional não apenas ao interno da nossa Universidade, mas como possibilidade de sermos um vetor para o desenvolvimento da sociedade como um todo”.

A iniciativa, vinculada à Escola de Humanidades da Universidade, oportunizará a aproximação de pesquisadores e educadores brasileiros com instituições educacionais australianas, bem como agências de desenvolvimento e parques tecnológicos, permitindo o contínuo desenvolvimento local e regional e promovendo atividades de cooperação educacional. Além disso, a nova estrutura de pesquisa permitirá o desenvolvimento de projetos em conjunto, acordos de colaboração, assim como projetos de extensão, incentivando a mobilidade e a troca entre pesquisadores, professores e estudantes.

O Embaixador da Austrália no Brasil, Timothy Kane, também celebrou a concretização do projeto, certo de que a iniciativa permitirá o compartilhamento de boas práticas em educação internacional e fortalecerá a cooperação bilateral entre os países.

Kane destacou a contínua colaboração entre Brasil e Austrália. Segundo o diplomata, a Austrália é o terceiro destino mais procurado por estudantes internacionais no mundo, especialmente popular entre os brasileiros. Segundo ele, mais de 27 mil brasileiros estudaram na Austrália em 2019. O Brasil é a maior comunidade latino-americana no território australiano, reforçando a sólida relação cultural e econômica entre os países.

Internacionalização do currículo 4.0

Leask definiu, em sua fala, a internacionalização do currículo como a incorporação de uma dimensão internacional e intercultural na preparação, entrega e resultados de um programa de estudo. De acordo com a pesquisadora, as características da educação internacional superior 4.0 envolvem aprendizagem internacional e intercultural para todos os alunos – não apenas para a pequena porcentagem que consegue realizar a mobilidade presencial -, combinação de atividades presenciais e on-line, que promovam a diversidade tanto localmente quanto no exterior, e maior representação em políticas e estratégias públicas e institucionais.

Próximos webinars

Outros dois encontros online fazem parte da programação de lançamento do Centro de Internacionalização da Educação Brasil-Austrália. No dia 22 de julho, às 18h30, o 1º webinar temático abordará Internacionalização da Educação: Metodologias e avaliação no processo de ensino-aprendizagem. No dia 29 de julho, às 18h30, o 2º webinar temático debate sobre Políticas públicas para a Internacionalização da Educação. Os dois eventos são online e abertos ao público. Mais informações no site.

Inauguração: Centro de Internacionalização da Educação Brasil-Austrália - Evento online de lançamento terá palestra com a pesquisadora australiana Betty LeaskNesta quarta-feira, dia 15 de julho, acontece o lançamento virtual do Centro de Internacionalização da Educação Brasil-Austrália, fruto de uma iniciativa inédita entre a PUCRS e a Embaixada da Austrália no Brasil. O Centro, que terá como objetivo tornar-se um hub de referência em internacionalização da educação para a América Latina, celebra o mútuo interesse em promover e avançar o desenvolvimento da educação internacional e pesquisas na área.

Vinculado à nossa Escola de Humanidades e coordenado pela professora Marília Morosini, a iniciativa oportuniza a aproximação dos pesquisadores da Universidade com instituições educacionais australianas, bem como agências de desenvolvimento e parques tecnológicos. Além disso, a nova estrutura de pesquisa permitirá o desenvolvimento de projetos em conjunto, acordos de colaboração, assim como programas de treinamento e projetos de extensão, incentivando a mobilidade e a troca entre pesquisadores, professores e estudantes.

Marília destaca que a nova parceria entre PUCRS e Embaixada da Austrália permitirá o estabelecimento de uma sólida rede, única na América Latina, de conhecimento no global sul com impacto direto na qualidade de formação de estudantes e pesquisadores.

Conexões Brasil-Austrália

O Centro  busca, entre seus objetivos, contribuir para o aprimoramento de atividades de pesquisa e educação entre Brasil e Austrália, desenvolver conhecimentos e compartilhar práticas de referência mundial em educação, consolidar redes de pesquisa e promover a educação intercultural e o intercâmbio acadêmico.

Seus eixos de atuação estão divididos em Educação e Políticas Públicas e Institucionais. Enquanto o primeira busca desenvolver a parte didático-pedagógica da internacionalização, com foco em metodologias, desenvolvimento e avaliação de resultados de aprendizagem, qualificação docente e discente, o segundo contempla modelos de governança e gestão do ensino superior desde estratégias de internacionalização até a avaliação do processo de internacionalização, com base em referenciais comparativos internacionais.

Lançamento online

O evento de lançamento será transmitido a partir das 18h30, no canal oficial da PUCRS no Youtube, em inglês, com a presença do reitor Ir. Evilázio Teixeira e do Embaixador da Austrália no Brasil Timothy Kane. A palestra de abertura, The challenges of integrating the international, intercultural and global dimensions in the purpose and educational deliveries in world 4.0 (Os desafios de integrar as dimensões internacional, intercultural e global no propósito e entregas educacionais no mundo 4.0), será conduzida pela Profa. Dra. Betty Leask, pesquisadora australiana reconhecida por coordenar o movimento global de Internacionalização do Currículo.

Betty Leask recebeu o título de Professora Emérita na área de internacionalização do ensino superior pela La Trobe University, em Melbourne, Austrália, e é pesquisadora do Center for International Higher Education (CIHE) na Boston College, dos Estados Unidos. A professora desenvolveu um modelo de internacionalização do currículo (2010), utilizado por várias universidades no mundo inteiro. Betty também atua como Editora-Chefe do Journal of Studies in International Education, uma das publicações mais importantes da área.

Pesquisadores do Laboratório de História Oral da Escola de Humanidades da PUCRS irão colaborar para o registro histórico da pandemia no Estado. A iniciativa faz parte do projeto Documentando a experiência da Covid-19 no Rio Grande do Sul, que reúne diversas instituições com o objetivo documentar o cotidiano e a experiência subjetiva na pandemia. O projeto é coordenado pelo Arquivo Público do Rio Grande do Sul ocorrerá de forma online durante o período de distanciamento social, por meio de entrevistas e coleta de registros pessoais como fotos, textos, diários e vídeos.

Segundo a professora Cláudia Fay, coordenadora do Laboratório de História Oral, a pesquisa na PUCRS será direcionada para a documentação de vivências de estudantes e professores sobre o ensino remoto. Os participantes poderão contar suas experiências para os pesquisadores por meio de encontros em plataformas virtuais.

Além da PUCRS, as instituições que integram o projeto são o Arquivo Público do Rio Grande do Sul, Centro Histórico-Cultural Santa Casa de Porto Alegre, Centro de Referência da História LGBTQI+, Grupo de Trabalho História e Saúde da Associação Nacional de História – Seção Rio Grande do Sul, Memória e Cultura Unimed Federação/RS, Museu de História da Medicina do Rio Grande do Sul, Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Universidade Federal de Pelotas, Universidade Federal de Santa Maria, Universidade Federal do Pampa e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul. O projeto interinstitucional também terá como objetivo fomentar a produção de pesquisas a partir do material recolhido.

Sobre o Laboratório de História Oral

Criado em 1996, o Laboratório coloca à disposição de pesquisadores pessoal e equipamentos para a obtenção e o registro de fontes documentais, análise e difusão dos resultados de pesquisa. O espaço também promove auxílio aos que procuram trabalhar com História Oral, fornecendo informações importantes sobre como preparar uma entrevista, realizar a transcrição do texto, fazer um termo de cessão e elaborar bibliografia sobre o assunto. Além disso, o Laboratório possui um acervo com mais de 200 entrevistas compiladas sobre diversos temas relacionados com política, educação, arqueologia, histórias de vida e, especialmente, vinculados ao tema imigração. Dessa forma, sendo possível criar e manter um acervo que cresce ano a ano, com a contribuição de estudantes dos diferentes níveis acadêmicos, em perspectiva interdisciplinar. Parte do acervo já devidamente transcrito e pronto para a pesquisa está no Espaço de Documentação e Memória Cultural da PUCRS, no prédio da Biblioteca Central.

Com o tema Trabalho, renda e consumo – para onde iremos após a pandemia?, a Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos promoverá um bate-papo com Renato Meirelles, presidente do Instituto de Pesquisa Locomotiva. O evento é gratuito e acontece de forma online no dia 13 de julho, segunda-feira, das 19h às 20h. As inscrições podem ser feitas acessando o link. O evento valerá horas complementares para estudantes de graduação.

O encontro será realizado na plataforma Zoom. Após a exposição dos convidados, ocorrerá um espaço de diálogo, mediado pelo professor Fábian Chelkanoff Thier, coordenador do curso de Jornalismo da Famecos.

Sobre o convidado

Renato Meirelles é presidente do Instituto de Pesquisa Locomotiva, fundador da Data Favela e membro do conselho de professores do IBMEC, onde é o titular da Cadeira de Ciências do Consumo e Opinião Pública. Meirelles fez parte da comissão que estudou a nova Classe Média Brasileira, na Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República – SAE. Foi colaborador do livro “Varejo para Baixa Renda”, publicado pela Fundação Getúlio Vargas e autor dos livros “Guia para enfrentar situações novas sem medo” e “Um País Chamado Favela”.

Evilázio Teixeira, Reitor, Reitoria

Ir. Evilázio Teixeira / Foto: Camila Cunha

A evolução de uma organização implica superar desafios, assegurando sua missão, visão, mantendo a capacidade competitiva e inovação. Por mais precisos que sejam os conceitos e estruturados os planejamentos, há variáveis incontroláveis que alteram cenários. Como diz a velha máxima: “quando pensamos ter todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas”. Há quem diga que o século XXI começa agora. As consequências da pandemia não podem ser vistas isoladas do momento que vivíamos antes do surto. Temos uma aceleração e amplificação de problemas já existentes. Por exemplo, a retomada da economia brasileira não se concretizou e acabou intensificando a dificuldade na mitigação das fragilidades explicitadas pelo efeito COVID-19.

No Ensino Superior, os desdobramentos da pandemia determinaram a busca de soluções dinâmicas. A impossibilidade de se prever a evolução da própria doença, aliada à crise econômica, determinaram a adoção de planos de contingência e a construção de caminhos alternativos. Entre a decisão de suspender as atividades presenciais e o reinício das aulas na modalidade online, bem como a continuidade de importantes pesquisas, houve um intervalo de poucos dias. Isso foi possível por meio da superação de desafios práticos, como a elaboração de protocolos de prevenção e segurança, a mobilização das equipes, o uso de novas ferramentas de ensino e o empenho para manter a motivação e o engajamento de professores, técnicos e estudantes. Trabalho, criatividade, solidariedade e empatia têm sido palavras-chave nesse contexto.

Passado o momento mais crítico, caberá às organizações “repensar” e “reimaginar” sua atuação, ou seja, rediscutir objetivos e estratégias num cenário em que se destacam os novos modelos de trabalho, a mediação tecnológica no ensino-aprendizagem, novos jeitos de consumir e conviver. Dito em outras palavras: o que imaginamos para alguns anos à frente tornou-se imperativo no presente.  Certamente planos definidos no período anterior à pandemia terão valor reduzido – ou simplesmente serão inúteis. Planejar para este “novo futuro” é significativamente diferente e mais desafiador do que planejar para aquele “velho futuro”. Um novo começo requer paciência, ousadia e esperança.

Hoje, 08 de julho, são comemorados o Dia Nacional da Ciência e o Dia Nacional do Pesquisador. Datas que foram criadas para destacar a relevância da ciência no nosso País. Ser pesquisador e fazer ciência no Brasil e no mundo é um belo desafio. É necessário ter comprometimento, ousadia, dedicação, paixão, resiliência e habilidades para superar os mais diferentes obstáculos. Entretanto, quais são as motivações para seguir a carreira? Cada um tem causas, aspirações, mas é evidente que todos têm a compreensão sobre o potencial transformador do conhecimento, dimensão que permeia a atuação de um cientista.

A investigação dos grandes problemas contemporâneos e de soluções que melhorem a sociedade e a vida no planeta mobilizam pessoas a transpor as fronteiras do conhecimento. Muito mais do que em outros tempos da história, estamos vivendo um período em que os olhares se voltam com atenção ao trabalho dos cientistas. Pesquisadores do mundo inteiro direcionam seus esforços e recursos à busca de uma vacina, de um medicamento, de avanços que beneficiem a humanidade neste cenário tão crítico. Ao mesmo tempo, também estudam impactos na saúde mental, na educação, na economia e em como haverá de ser a vida pós-pandemia. Muitos têm nos alertado para os riscos que corremos se não mudarmos a interação com o meio ambiente.

Entretanto, o trabalho dos cientistas não depende somente do esforço individual, mas de investimentos no desenvolvimento de um ecossistema que incentive e promova a busca pelo conhecimento científico do ensino fundamental até o ensino superior. Na PUCRS, a qualidade da pesquisa protagonizada por 326 grupos, com mais de dois mil projetos em andamento, é reflexo de um conjunto de estratégias e ações estruturantes que dizem respeito à qualificação do corpo docente, à infraestrutura, bem como ao incentivo à interdisciplinaridade e internacionalização.

Comemoramos a data com o lançamento da publicação Excelência em Pesquisa – que apresenta e valoriza o trabalho de mais de 50 cientistas -, para lembrar e ressaltar que nossa universidade só produz investigação de alto nível, em padrão internacional, em diferentes áreas do conhecimento, por causa do trabalho dedicado e incansável das pessoas que a compõem.

Hoje é um dia para celebrar o importante trabalho de todos os pesquisadores que, mesmo nas situações mais adversas, acreditam que é possível transformar o País e o mundo em um lugar melhor. É um dia para reconhecer que o futuro, em todas as suas dimensões, somente é possível com ciência e educação.