PUCRS firma acordo para ampliação do ecossistema do Tecnopuc e criação de novos hubs/ Foto: Giordano Toldo

A Universidade realizou nesta quinta-feira (14/9) um evento de apresentação – à sociedade e parceiros – do Tecnopuc Business, iniciativa que amplia o ecossistema de inovação e dá início a uma nova proposta de educação em negócios, conectando ainda mais a Escola de Negócios com o Parque Científico e Tecnológico, Tecnopuc. O evento, que contou com autoridades municipais e estaduais, também serviu para celebrar a assinatura de convênios com o BADESUL, agência de fomento vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e as organizações MarCha e S Solutions.  

Em 2023, a PUCRS iniciou um novo ciclo de seu Planejamento Estratégico e, com a liderança da Escola de Negócios e do seu Parque Tecnológico, consolida o Tecnopuc Business, que busca mobilizar de forma colaborativa atores da sociedade, em especial as empresas e os níveis de governo, na criação de um modelo de educação em negócios integrado a novos ambientes do ecossistema de inovação. O propósito central é a transformação do conhecimento gerado na PUCRS em desenvolvimento econômico e social, oferecendo uma formação realmente imersiva com um formato inédito, conectando a Escola ao ecossistema de inovação desde o começo da vida acadêmica até a inserção profissional. 

Na ocasião, o reitor da Universidade, Ir. Evilázio Teixeira, destacou os motivos da criação deste projeto estratégico:  

“Temos muita clareza nesse posicionamento: ser uma instituição de excelência em educação em negócios no Brasil, aliando ensino, pesquisa e serviços ao ecossistema de inovação da PUCRS. O Tecnopuc Business faz justamente essa ponte: integra academia e mercado, produzindo conhecimento, transformando práticas, gerando negócios, gerando e distribuindo riquezas. E aqui se coloca um papel fundamental de uma universidade como a PUCRS, que completa 75 anos de existência em 2023: a geração de valor para a sociedade”, afirmou.  

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Também foi apresentado aos presentes o PUCRS Consulting, portfólio de serviços para empresas e organizações. Neste eixo se destacam a oferta de cursos de educação corporativa totalmente customizados para as empresas e uma unidade de consultoria em negócios especializada em projetos que requeiram alto grau de capacitação técnica, experiência de consultores renomados e estado-da-arte de conhecimentos em gestão, economia e contabilidade e controladoria. 

Novos hubs e a criação de um polo de inovação em fintech 

Gestores da PUCRS, membros da comunidade universitária e autoridades municipais estavam entre os presentes no evento/ Foto: Giordano Toldo

Com o Tecnopuc Business, a atuação do Parque em verticais estratégicas de mercado se amplia para as áreas de varejo e finanças. Nesse contexto, nascem os dois novos hubs de inovação com o DNA do Tecnopuc e da Escola de Negócios: o FINE, focado em soluções financeiras, e o Omni-X em omnicanalidade e experiência do consumidor. Com eles, o Tecnopuc passa a contar com nove Hubs, que atuam de forma colaborativa para promover a interação e a identificação de oportunidades de desenvolvimento e aceleração de negócios nas áreas de educação, agronegócio, alimentos, inteligência artificial, saúde, social e mobilidade. 

Os convênios assinados irão impulsionar a implementação do FINE Hub, iniciativa que busca revolucionar o setor de fintech (tecnologia financeira) na região Sul do País, criando um ecossistema que promova inovação, colaboração e crescimento econômico no setor financeiro. O novo hub irá reunir startups da área financeira, instituições financeiras e de desenvolvimento, investidores, reguladores e universidades.

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Estão previstas a criação um espaço de coworking específico para a área, uma plataforma virtual, serviços de orientação e suporte, além de oportunidades de financiamento e investimento. O projeto também inclui programas educacionais e iniciativas de treinamento, assim como uma estratégia robusta de marketing para a promoção de palestras e eventos. Além do impulso às startups e scale-ups de fintech, o novo espaço na Escola de Negócios da PUCRS irá oportunizar o desenvolvimento de talentos e um ambiente regulatório mais favorável.  

Estiveram presentes, além de gestores da Universidade e membros da comunidade universitária e do Tecnopuc, as seguintes autoridades: o vice-prefeito de Porto Alegre, Ricardo Gomes, o secretário Municipal de Transparência e Controladoria, Gustavo Ferenci, o diretor-presidente do BADESUL, Claudio Gastal, o diretor de Planejamento do BRDE, Leonardo Busatto, o diretor executivo da MarCha, Ernani Costa, a diretora de operações da S Solutions, Aline Figueiredo.  

Saiba mais: Escola de Negócios: conheça os cursos e as possibilidades de atuação 

5ª Maratona de Inovação reuniu dezenas de estudantes e teve como tema “Negócios de impacto: inovação para transformar a sociedade”/ Foto: Giordano Toldo

A 5ª Maratona de Inovação da PUCRS (MIP) teve a participação de mais de 180 estudantes que formaram 17 equipes multidisciplinares. Realizada pelo Laboratório Interdisciplinar de Empreendedorismo e Inovação da PUCRS (IDEAR) e o Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc) em conjunto com as sete Escolas, a atividade aconteceu no início de setembro. Durante dois dias, alunos e alunas tiveram a oportunidade de atuar em inovação, tecnologia e empreendedorismo, interagindo com outras áreas de conhecimento, tendo como temática central Negócios de impacto: inovação para transformar a sociedade. Os grupos foram desafiados a pensar em soluções a partir de três desafios propostos. Integrantes do Tecnopuc, como Webmed e Thoughtworks, estiveram presentes para mentorar e auxiliar estudantes durante todo o desenvolvimento dos projetos.   

Alunos do projeto Daily Sync, destaque do desafio “Aumentando a expectativa e qualidade de vida: da cura à prevenção”/ Foto: Giordano Toldo

Um dos desafios, intitulado Aumentando a expectativa e qualidade de vida: da cura à prevenção, teve como destaque o grupo Daily Sync. A equipe formada por Augusto Borges, aluno da Escola de Comunicação, Artes e Design, Pietra Lorensi e Fernando Grauer, da Escola de Negócios, Bianca Segala e Nicolly Rodrigues, da Escola de Direito, propôs uma plataforma que cria rotinas de forma automatizadas para profissionais do mercado financeiro que não conseguem manter uma dinâmica saudável.  

“A nossa plataforma desenvolve toda a rotina por meio de uma inteligência artificial e já conecta com os profissionais da saúde que o usuário da plataforma precisa consultar”, explica Fernando, integrante do grupo destaque. Fernando conta como foi participar pela primeira vez de um programa como a MIP: “Eu decidi que estava na hora e não me arrependo. O contato que temos com pessoas de outras áreas do conhecimento durante o programa é fundamental, fomos mentorados com ajuda desde o começo”, completa Fernando.   

Grupo Ressuni, vencedor do desafio “Promovendo o acesso: Da mobilidade urbana ao enriquecimento cultural para todos”/ Foto: Giordano Toldo

O segundo desafio, intitulado de “Promovendo o acesso: Da mobilidade urbana ao enriquecimento cultural para todos”, teve como destaque o grupo Ressuni, formado por Leonardo Silveira, Escola de Direito, Vanessa Lima, Sofia Mattos e Enzo Lanzarin, da Escola de Humanidades, Júlia Bueno, da Escola de Negócios, e Maria Danelon, Escola Politécnica. A ideia do projeto foi facilitar a transição para a vida adulta, combinando tecnologia e orientação especializada para direcionar jovens rumo a carreiras promissoras.   

Grupo Kaffa, destaque no desafio “Reduzindo impactos ambientais: Da reciclagem ao reformular modelos existentes de sistemas, produtos e serviços”/ Foto: Giordano Toldo

Por fim o desafio Reduzindo impactos ambientais: Da reciclagem ao reformular modelos existentes de sistemas, produtos e serviços teve como equipe destaque o grupo Kaffa, formado por Isadora Krob, da Escola de Negócios, Isabela Passos e Rafaela Sibemberg, da Escola de Comunicação, Artes e Design, Luiza Lauxen e Milee Koenia, da Escola de Direito. A ideia do projeto é desenvolver um copo reutilizável e de descarte ecológico utilizando a borra de café. Segundo os estudantes, o projeto tem o propósito de impactar o planeta de forma consciente, reutilizando aquilo que se vê como lixo. “Assim utilizamos a borra de café como matéria prima para a fabricação de xícaras e, através de uma economia circular, coletamos essa borra em cafeterias parceiras que recebem o produto final com desconto”, explica Isadora. 

A ideia inicial do projeto surgiu em aula, mas foi na MIP que ele foi desenvolvido em equipe, inserido em ferramenta de modelagem e instruído por professores de diversas áreas, na mentoria, agregando valor e a estrutura que um projeto precisa. Isadora também foi uma das alunas que já havia participado da MIP. “Participei da MIP 2021 logo que entrei na faculdade. Na época ainda estávamos em pandemia e por isso o evento foi online. Foi uma experiência muito desafiadora pois, mesmo online, conseguimos juntar pessoas de diversos cursos e concretizar um projeto muito importante sobre o autismo, conquistando o destaque na Maratona”, comenta.  

Gabriele Jeffman, analista de Inovação e Desenvolvimento do Tecnopuc Startups, destaca a importância da participação da equipe de startups na Maratona: “É muito legal poder integrar a Maratona de Inovação e contribuir para a o desenvolvimento de projetos dos alunos. Dessa edição da MIP, selecionamos três projetos, que já iniciaram sua trajetória e modelagem do seu negócio na 15° edição do Startup Garage”, comenta. 

Para Silvia Dapper, líder de projetos do IDEAR e professora da Escola de Comunicação, Artes e Design, é preciso destacar a necessidade de pensar no contexto no momento de planejar o projeto: “Para criar um negócio de impacto, uma das principais motivações é trabalhar um determinado contexto para a solução de algum problema social e/ou ambiental. E algo importante para se falar sobre este tipo de empreendimento é que ele também carrega a necessidade de ser financeiramente sustentável”, completa.   

Destaque por voto popular   

Outra ação que fez parte da programação da MIP foi o voto popular. A atividade também promoveu uma premiação para a equipe que obtivesse maior número de votos por meio das redes sociais. Os grupos participantes contabilizaram mais de 6mil votos e o destaque foi o projeto Connect Malte, que conquistou 2 mil votos.   

A equipe foi formada por Eduardo Gasperin, João Panassol, Camila Carnelos, Pedro Grazziotim, alunos da Escola de Negócio, Felipe Julius, estudante da Escola de Comunicação, Artes e de Design e Emyli Severo, da Escola de Direito. Eduardo conta que o objetivo do projeto é reciclar o bagaço do malte e utilizar na produção de ração animal. “Nossa ideia é usar essa sobra, que muitas vezes é jogado fora e prejudica o meio ambiente, e transformar em um pré produto de ração”, explica.   

De acordo com Eduardo, essa foi a segunda vez que ele participou da Maratona. Em 2022, o projeto desenvolvido por ele foi destaque em uma das categorias e também recebeu o prêmio AGES. “A Maratona é uma experiência muito legal. Acho que ela estimula a criatividade e o trabalho em equipe. É legal ter multidisciplinaridade no grupo e ter vários pontos de vistas para o desenvolvimento”, ressalta. 

A abertura da Maratona contou com a participação de convidados que trabalham diretamente com o tema. Maira Petrini, professora Escola de Negócios, mediou um painel com a participação de Ana Lúcia Maciel, coordenadora do Farol Hub Social, Henrique Dias, cofundador da Noharm.ai, e Elisângela Machado, coordenadora do programa Coalizão pelo Impacto. 

Noharm.ai Startup

A Fundação Bill e Melinda Gates vem desde 2000 investindo em soluções para problemas de saúde globais. / Foto: Divulgação

A Noharm.ai, startup que integra o ecossistema do Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), venceu uma concessão do Grand Challenges – iniciativa que promove a inovação para resolver problemas globais de saúde e desenvolvimento, financiada pela Fundação Bill & Melinda Gates. O alumnus do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação da Escola Politécnica da PUCRS e um dos idealizadores da Noharm.ai, Henrique Dias, realizará um projeto inovador de pesquisa global em saúde e desenvolvimento focado no uso equitativo da inteligência artificial, intitulado NoHarm Summary Discharge. 

O projeto NoHarm Summary Discharge desenvolverá um sistema de apoio à tomada de decisão para ajudar médicos a escreverem melhores resumos de alta hospitalar. Um dos principais desafios desse processo é a manutenção do cuidado continuado, e o sumário de alta é um alicerce que ajuda a garantir informações essenciais desde a alta do paciente até os próximos prestadores. A Rede Dasa e a startup Maritaca.ai também são parceiros no projeto, que têm como hospitais piloto o Hospital São Lucas da PUCRS (HSL), o Ernesto Dornelles, o Mãe de Deus e a Santa Casa de Belo Horizonte (BH). 

As descobertas do projeto contribuirão para a construção de uma base de evidências para testar modelos de linguagem ampla de IA e que podem preencher grandes lacunas no acesso e no uso equitativo dessas ferramentas. Para receber o financiamento, Henrique Dias e outros vencedores apresentaram os seus conceitos em resposta ao pedido de propostas Catalyzing Equitable Artificial Intelligence (AI) Use: foram mais de 1.300 propostas enviadas de todas as partes do mundo. 

Em outubro deste ano, o fundador da NoHarm.ai vai participar do Grand Challenges Annual Meeting 2023 em Dakar, em Senegal. Esse evento reúne todos os projetos financiados pela Fundação Gates.  

Sobre a Noharm.ai 

A Noharm.ai desenvolveu dois algoritmos para automatizar a triagem farmacêutica. Enquanto um prioriza prescrições fora do padrão, o outro trabalha na identificação de pacientes críticos. O sistema indica onde estão os possíveis erros de prescrição, aumentando a qualidade do atendimento e a eficiência hospitalar.  

Além da Fundação Bill & Melinda Gates Foundation, a startup já recebeu o apoio do CNPq e do BNDES para o desenvolvimento de novos projetos para o SUS, além de três prêmios do Google Latin America Research Awards (LARA) e do apoio institucional do Tecnopuc e do Hub de Inteligência Artificial (NAVI). 

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Marcela Alves Sanseverino é Doutoranda do Programa de Pós Graduação em Psicologia na PUCRS. / Foto: Arquivo pessoal

A doutoranda do Programa de Psicologia da PUCRS Marcela Alves Sanseverino desenvolveu um projeto que estimula a motivação para a prática de atividades físicas. Intitulado Programa para Adesão do Comportamento de Exercitar-se (PACE), tem formato de terapia breve – já que tem início, meio e fim, e foca em estratégias comportamentais e motivacionais que promovem autoconhecimento por meio do exercício físico.  

Com orientação do professor e pesquisador da Escola de Ciências da Saúde Wagner de Lara Machado, a doutoranda realizou, durante oito semanas, encontros individuais com os participantes, abordando um conjunto de temas e metas a serem cumpridas. Para compartilhar os resultados das atividades, a Marcela criou o Instagram @exercíciocomsentido, onde relata a mudança de visão dos participantes em relação ao momento do exercício físico. 

O trabalho da doutoranda se conecta com o primeiro relatório global lançado em 2022 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre os impactos do sedentarismo para a população mundial. Até 2030, espera-se que 500 milhões de pessoas desenvolvam doenças não transmissíveis (DNTs), como problemas cardiovasculares e diabetes, resultando em custos anuais de US$ 27 bilhões, caso não sejam implementadas pelos governos ações para incentivar os exercícios. 

Em 2018, a OMS também lançou o Global Action Plan on Physical Activity 2018-2030: More Active People for a Healthier World (Gappa), uma campanha para que os países incentivassem a população a tornar-se mais ativa. De acordo com dados divulgados pela organização, cerca de 3,2 milhões de pessoas morrem todos os anos ao redor do mundo em decorrência de problemas relacionados à inatividade física, número que enquadra o sedentarismo como quarto principal fator de risco de morte. A meta global da OMS é atingir uma redução de 15% na prevalência de inatividade física até 2030. No sul do Brasil, um estudo evidenciou que o número de pessoas que são inativas foi de 48%, com o agravamento da pandemia da Covid-19.  

Exercício físico como uma oportunidade de autoconhecimento 

Para desenvolver o PACE, a doutoranda revisou a literatura para encontrar técnicas pautadas em evidências científicas. O programa original reúne técnicas comportamentais e motivacionais para pessoas que queiram iniciar uma prática de exercício físico, seja aquela pessoa que já faz algum exercício e precisa complementar sua prática, seja aquela que não faz nenhum exercício e precisa começar. O PACE oferece suporte durante a jornada inicial para facilitar o encontro de uma modalidade que combine com a pessoa iniciante e contemple seus objetivos com a prática de exercício.  

De acordo com Marcela, a partir do avançar das conversas semanais, os participantes conseguiram identificar porque praticar exercício é importante para si. Atualmente, com sua tese finalizada, autora busca incorporar os aprendizados no mercado de trabalho, levando a possibilidade de mais pessoas encontrarem sua motivação para prática e desenvolverem estratégias comportamentais fundamentais para manutenção do exercício físico a longo prazo. Para então, poder desenvolver mais pesquisas sobre a efetividade do programa e contribuir para que um manual possa ser criado para que mais pesquisadores e profissionais da psicologia possam colocar o PACE em prática. 

“O exercício passou de uma obrigação e sim um momento de conexão consigo mesmo ou uma prática que ajudaria a alcançar suas aspirações de vida. Além disso, os participantes mencionaram que adquiriram estratégias que levariam para o resto de vida, se sentido capazes de manter algum nível de atividade física, mesmo frente a mudanças nas suas rotinas”, finalizou a doutoranda. 

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conselho nacional de ciência e tecnologia

Na foto os representantes do Rio Grande do Sul no CCT, Jorge Audy, superintendente de Inovação da PUCRS, Odir Dellagostin, diretor-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (Fapergs), e o reitor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS), Júlio Xandro Heck / Foto: Divulgação

Na última quarta-feira (12), o Superintendente de Inovação da PUCRS, Jorge Audy, representou a Universidade e a Associação Brasileira das Instituições Comunitárias de Educação Superior (ABRUC) no evento de retomada do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT), no Palácio do Planalto. Presidida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, a solenidade marcou a assinatura do decreto de convocação da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, e a criação da portaria que oficializa a nomeação do ex-ministro Sérgio Rezende como secretário da Conferência.  

O momento é marcante também para a Universidade que, representando a ABRUC, passa a integrar Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia contribuindo para a priorização de interesses e demandas das áreas de ensino e pesquisa para toda a sociedade. Órgão consultivo de assessoramento ao presidente da República para a formulação e implementação da política nacional de ciência, tecnologia e inovação, o CCT conta com um colegiado composto por 28 membros. São 14 ministros de Estado, oito membros entre produtores e usuários de ciência e tecnologia, e seis membros representantes de entidades dos setores de ensino, pesquisa, ciência e tecnologia.  

“Ser um dos membros deste Conselho é uma enorme responsabilidade perante a nossa comunidade interna e perante a comunidade cientifica, tecnológica e de inovação nacional. Acredito que mostrar a perspectiva e as possibilidades de contribuição das Universidades e Instituições Comunitárias de Educação Superior, como um ator relevante e perfeitamente integrado ao Sistema Nacional de CT&I é muito importante”, ressalta Audy.  

O novo conselho terá a responsabilidade de propor movimentações para a política de ciência e tecnologia do País; planos, metas e prioridades de governo referentes à ciência e à tecnologia; avaliações relacionadas à execução da política nacional de ciência e tecnologia; e opiniões sobre propostas ou programas que possam causar impactos à política nacional de desenvolvimento científico e tecnológico, e sobre atos normativos de qualquer natureza que busquem regulamentá-la. 

Políticas públicas para a ciência e a tecnologia 

A 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação está marcada para o primeiro semestre de 2024, 14 anos após a última edição do evento. Entre agosto de 2023 e maio de 2024, também ocorrerão os eventos regionais preparatórios da Conferência, sob responsabilidade do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (CONFAP) e Conselho Nacional de Secretários para Assuntos de Ciência Tecnologia e Inovação (CONSECTI).   

“Quero enaltecer o papel estratégico da Conferência Nacional como espaço de participação social, de contribuição para as políticas de ciência e tecnologia e para o exercício e a consolidação da democracia nas organizações do nosso setor”, explicou a ministra Luciana Santos, durante o evento. 

Na ocasião o presidente também entregou a Ordem do Mérito Científico a entidades, pesquisadores e personalidades que tiveram protagonismo durante a pandemia da Covid-19.

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O Tecnopuc foi reconhecido como quarto melhor Ecossistema de Inovação Global. / Foto: Wise Drones/Divulgação

Com a liderança da Escola de Negócios e do Tecnopuc, a Universidade amplia seu ecossistema de inovação, passando a atuar de forma colaborativa com atores da sociedade, em especial as empresas e os níveis de governo, na criação de um modelo de educação em negócios integrado a novos ambientes do ecossistema de inovação. O propósito central é a transformação do conhecimento gerado na PUCRS em desenvolvimento econômico e social, oferecendo uma formação realmente imersiva com um formato inédito, conectando a Escola ao ecossistema de inovação desde o começo da vida acadêmica até a inserção profissional.

“Estamos invertendo um conceito tradicional na formação em negócios: ao invés de preparar estudantes para só depois de formados atuarem no mercado, nós estamos trazendo o mercado para dentro da nossa Escola de Negócios, criando um ambiente de aprendizagem por meio de práticas imersivas via conexão direta com o Tecnopuc. Ou seja, quem escolher estudar aqui vai encontrar dentro da própria Escola um ambiente de inovação em educação em negócios, com o DNA de um dos mais importantes ecossistemas de inovação e empreendedorismo do Brasil, que é o Tecnopuc”, explica o decano da Escola de Negócios, Éder Henriqson.

Para que essa formação imersiva seja possível, novos ambientes do Tecnopuc estão sendo criados no espaço da Escola de Negócios, criando uma extensão do ecossistema de inovação da PUCRS, reconfigurando espaços no Prédio 50 do Campus. Essa nova ambiência, somada à inovação da educação em negócios, contribui para materializar o Tecnopuc Business, que combina espaços para atração de empresas e organizações, startups, e uma série de iniciativas para gerar e desenvolver novos negócios. Novos serviços para empresas e empreendedores também estão sendo implementados, fortalecendo ainda mais a conexão entre o ecossistema de inovação, a formação acadêmica e a inserção profissional nas empresas.

Para o superintendente de inovação e desenvolvimento da PUCRS, Jorge Audy, ancorar um modelo de educação em negócios ao ecossistema da inovação da Universidade contribui não só com a formação de profissionais com perfil mais inovador e empreendedor – foco da proposta acadêmica da PUCRS -, mas com a qualificação do próprio mercado, alinhada aos processos de Planejamento Estratégico da Escola e do Tecnopuc.

“Além de concretizar uma visão arrojada de ensino da PUCRS, esse movimento também responde à visão de futuro do Tecnopuc, que é de expansão de fronteiras numa atuação cada vez mais phigital e de geração de impacto em novos segmentos de negócios. Com o Tecnopuc Business, queremos ampliar e consolidar ainda mais a conexão entre a Universidade, as empresas, o poder público e a sociedade civil. Desta forma seguimos desbravando novas frentes de atuação, oferecendo experiências de classe mundial aos nossos estudantes, conectando desde o começo a formação acadêmica com a atuação profissional”, explica.

O Tecnopuc Business pretende somar a força e a tradição do Tecnopuc, que já apoiou o surgimento de mais de 900 startups e a transformação de mais de 250 organizações, entre elas multinacionais de grande porte, e da Escola de Negócios – que desde 1931 forma profissionais e empreendedores -, para oferecer ao mercado um modelo inovador de educação no mundo dos negócios.

O reitor da PUCRS, Irmão Evilázio, explica que a iniciativa se conecta a um movimento mais amplo da Universidade que visa ampliar e fortalecer o portfólio de serviços e formação em negócios.

“Queremos desenvolver líderes e empreendedores social e ambientalmente responsáveis, que sejam capazes de impactar positivamente o mundo dos negócios e a sociedade em geral. Não se trata apenas de formar para o mercado, mas formar quem seja capaz de transformar o próprio mercado. Ao mesmo tempo, queremos continuar colocando toda a nossa excelência à serviço de empresas e organizações, atuando no seu desenvolvimento com o que temos de melhor no nosso ecossistema”. 

Experiências imersivas e novos serviços para empresas e empreendedores

Novos ambientes do Tecnopuc estão sendo criados no espaço da Escola de Negócios. / Foto: Diego Furtado

Uma das principais novidades em curso é a Agência Experiencial, uma estrutura criada para oferecer serviços para organizações de pequeno e médio porte, em que o estudante é protagonista na solução de problemas reais de empresas, colocando em prática o que ele aprende em todas as áreas de formação. Nesse modelo, todos ganham: a empresa se beneficia de soluções que ela necessita, sem custo, e o estudante aprende com casos reais e vivência prática, além de desenvolver seu portfólio de experiências profissionais e seu currículo desde o começo da vida acadêmica.

A Agência já está atendendo 34 empresas e envolvendo mais de 600 estudantes e professores. “A Agência é um dos exemplos de como ampliamos nosso apoio ao desenvolvimento de empresas, empreendedores, organizações e, ao mesmo tempo, geramos novos ambientes e oportunidades de aprendizagem, pesquisas, práticas para os estudantes e para quem deseja empreender, num modelo educacional realmente imersivo, em que o estudante vive o mercado no Campus da PUCRS”, detalha a decana associada da Escola de Negócios, Stefânia Ordovás de Almeida.

O novo modelo de educação em negócios é efeito de profundas mudanças curriculares e reconcepção de espaços de ensino e aprendizagem. Inspirada em modelos internacionais, a revisão dos currículos durou cerca de um ano de estudos, análises e cocriação com estudantes, egressos e representantes de mercado.

Também está previsto para este semestre a ampliação do portfólio de serviços para empresas e organizações. Neste eixo se destacam a oferta de cursos de educação corporativa totalmente customizados para as empresas e uma unidade de consultoria em negócios especializada em projetos que requeiram alto grau de capacitação técnica, experiência de consultores renomados e estado-da-arte de conhecimentos em gestão, economia e contabilidade e controladoria.

Ecossistema de inovação amplia sua atuação

Com o Tecnopuc Business, a atuação do Parque em verticais estratégicas de mercado se amplia para as áreas de varejo e finanças. Nesse contexto, nascem os dois novos hubs de inovação com o DNA do Tecnopuc e da Escola de Negócios: o FINE, focado em soluções financeiras, e o Omni-X em omnicanalidade e experiência do consumidor. Com eles, o Tecnopuc passa a contar com nove Hubs, que atuam de forma colaborativa para promover a interação e a identificação de oportunidades de desenvolvimento e aceleração de negócios nas áreas de educação, agronegócio, alimentos, inteligência artificial, saúde, social e mobilidade.

“A estrutura dos hubs incorpora uma interação sistematizada entre o estado da arte do conhecimento acadêmico e a dinâmica de mercado em verticais específicas. Além da ativação específica dos mercados em que focam, os hubs FINE e Omni-x potencializam os resultados do ecossistema de inovação pela transversalidade de sua atuação. De forma orgânica e sem barreiras delimitadas entre os atores, é ativado um ambiente intenso de exploração de oportunidades focada no desenvolvimento efetivo de negócios inovadores”, destaca a Gestora de Operações do Tecnopuc, Flavia Fiorin. 

santiago uribe

Santiago Uribe visitou a PUCRS em junho. / Foto: Giordano Toldo

Recentemente, o antropólogo colombiano Santiago Uribe visitou a capital gaúcha para contribuir com o movimento Pacto Alegre, iniciativa que visa transformar a cidade em um ecossistema de inovação de classe mundial para a criação de um futuro melhor. Durante a visita, Uribe também passou por comunidades e universidades, e conversou com gestores municipais. Na PUCRS, ministrou uma palestra no Tecnopuc e participou de conversa com o reitor Ir. Evilázio Teixeira, que destacou a importância da vinda do antropólogo à Universidade.   

“A visita de Santiago Uribe na PUCRS nos inspira para seguirmos investindo em ações de desenvolvimento social para a comunidade acadêmica e cidade de Porto Alegre, posicionamento que a Universidade assume por longos anos e dá sequência nesse novo ciclo de planejamento estratégico”, afirma o reitor.

O principal foco do trabalho de Uribe é melhorar a qualidade de vida das pessoas. Em Medelín, foi uma das principais lideranças responsáveis pela melhora na segurança da cidade, por meio da coordenação do projeto Cidades Resilientes, que diminuiu consideravelmente a violência no local. Segundo o Instituto Urban Land, em 2013, a metrópole colombiana se tornou a cidade mais inovadora do planeta. Além disso, contribuiu para a diminuição da desigualdade social. Para Santiago, a universidade é uma forte aliada na construção de uma sociedade segura.  

Acredito que as universidades desempenham um papel fundamental na construção de ambientes seguros e protetores na sociedade. O que acontece dentro das universidades é exemplo para a sociedade e por si só são ações educativas”, destaca Uribe. 

É importante refletirmos sobre a segurança de Porto Alegre. Segundo os Indicadores Criminais de 2022, da Secretaria da Segurança Pública do RS, a criminalidade teve um aumento de 30,1% nesse período. Por isso, a necessidade de iniciativas como o projeto Territórios Inovadores, do Pacto Alegre.  Esse tipo de ação contribui para uma melhora significativa em diversas áreas da sociedade gaúcha. Por exemplo, através do Pacto foi criada a EdTech (startup de educação), no Morro Santa Cruz. A PUCRS participa desse projeto junto com outras universidade e empresas do Estado.   

“As universidades têm um papel muito importante, por exemplo, em trazer desafios para as comunidades periféricas por meio dos processos de educação, pesquisa e, projetar e criar soluções que fazem parte de ações sociais, trazendo aos territórios mais remotos e periféricos a possibilidade de transformá-los”, conclui o antropólogo

Leia mais: Tecnopuc é premiado no Triple E Awards na Conferência da Tripla Hélice em Barcelona

A premiação reconheceu o Tecnopuc como o quarto melhor Ecossistema de Inovação Global. / Foto: Wise Drones/Divulgação

Na última terça-feira (27), o Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc) foi reconhecido e premiado com o quarto lugar na categoria Ecossistema de Inovação Global do ano no prêmio Triple E Awards. O reconhecimento ocorreu na Conferência Mundial da Triple Helix Association, em Barcelona, que marca a transferência da sede da Triple Helix Association para a Universidade Ramon Llull.  

O prêmio é organizado pelo Conselho de Credenciamento para Universidades Empreendedoras e Engajadas (ACEEU, na sigla em inglês), com sede na Alemanha, e composto por especialistas de renome mundial.  Neste ano, foram mais de mil instituições e ecossistemas de inovação participantes em diferentes categorias.   

O reconhecimento e o prêmio mais importantes para o Tecnopuc foi o People’s Choice Award na categoria Ecossistemas de Inovação Global. Essa categoria teve o vencedor definido durante o evento e envolveu todos os participantes, tanto presenciais como online, por meio de um link disponibilizado na cerimônia. Com mais do que o dobro da votação, via internet, sobre o segundo colocado na categoria Ecossistema de Inovação Global, o resultado mostra a pujança do nosso ecossistema porto alegrense e gaúcho de inovação e empreendedorismo.

Segundo Jorge Audy, Superintendente de Inovação e Desenvolvimento da PUCRS e do Tecnopuc, foram os votos de amigos e parceiros que geraram este resultado, com toda a certeza. “Reconhecemos e somos muito gratos à nossas comunidades gaúcha e brasileira de inovação, da Reginp, Anprotec, InovaRS, Pacto Alegre e Aliança para Inovação de Porto Alegre que votaram nesta etapa do Prêmio”, destaca Audy. 

A gestora de operações e empreendedorismo, Flavia Fiorin, também comenta a importância dos parceiros para trazer o prêmio para o Estado. “Ficamos muito felizes em receber esse reconhecimento internacional. Vencer o People´s Choice Award só mostra a força do nosso ecossistema”, reforça Flavia. O Triple E Awards é o primeiro prêmio a focar na terceira missão das universidades, que são os serviços à sociedade.

Para Leandro Pompermaier, Gestor de Relacionamento e Negócios, esse é justamente o papel do Tecnopuc.

“Receber uma distinção em uma conferência internacional da tríplice hélice é uma honra para nós porque é algo que executamos em nosso dia a dia nesses 20 anos. Acho que isso mostra, cada vez mais, que o Tecnopuc é um dos grandes atores desse ecossistema de inovação, não somente no Rio Grande do Sul e Brasil, mas com referência e importância internacional. Estamos bem orgulhosos e não é o fim da nossa estrada. Acho que estamos no meio do caminho de criar grandes coisas para contribuir para o desenvolvimento de uma sociedade melhor. Quando o governo, a indústria, a academia inovam, quem ganha é a sociedade e nós estamos aí para isso”, comenta Pompermaier.  

Além de Audy, Daniela Eckert, Líder do Tecnopuc Startups, e Luís Carlos Pinto, Secretário de Inovação de Porto Alegre, estiveram na premiação representando o ecossistema gaúcho. “Durante esta semana tivemos a oportunidade incrível de estar ao lado de universidades e ecossistemas que são referência em empreendedorismo em todo o mundo. Fizemos conexões valiosas, aprendemos com o debate de boas práticas de outros ambientes e ganhamos o mais valioso prêmio de toda a competição: o da escolha popular na categoria ecossistema de inovação, mostrando toda a força da nossa comunidade e dos nossos parceiros”, comenta Daniela.   

Na foto, da esquerda para direita, Luís Carlos Pinto, Daniela Eckert e Jorge Audy na premiação. / Foto: Divulgação

Para Luis Carlos, o reconhecimento do Tecnopuc mostra a força do ecossistema de inovação de Porto Alegre.

“Foi uma grande emoção testemunhar o Tecnopuc, um dos principais pilares do ecossistema de inovação de Porto Alegre, ser reconhecido por especialistas globais como referência internacional de ecossistema de inovação. É ainda mais emocionante ver todo nosso ecossistema votando para que o Tecnopuc recebesse também o prêmio de escolha popular na sua categoria. Fundamental ter instituições de nosso Pacto Alegre sendo reconhecidas e trazendo mais atração para nossa cidade e nosso estado. E, na lógica da abundância, ver essa atuação celebrada pelo conjunto de atores locais como uma conquista do ecossistema”, comenta.

A votação foi marcada pela mobilização da comunidade e de parceiros do Parque. “O nosso ecossistema é resultado da parceria com cada uma das organizações e pessoas que o integram. Vencer a categoria People’s Choice é um reconhecimento muito importante para o Tecnopuc, porque evidencia o engajamento e potencial da nossa comunidade. Agradecemos a cada um e cada uma que se mobilizou para a votação”, comenta Daniela Carrion, community manager do Tecnopuc.   

A PUCRS tem como missão ser uma nova universidade para uma nova sociedade, reconhecida pelo seu impacto e sua relevância, atuando como vetor do processo de desenvolvimento social, econômico e ambiental da sociedade. Inovação e Empreendedorismo são temas importantes no contexto do Planejamento Estratégico, tanto nas dimensões de ensino, como pesquisa, gestão e extensão. O Tecnopuc representa o ecossistema de inovação da Universidade, atuando de forma colaborativa com diversos parceiros no contexto da Tripla Hélice, visando transformar o conhecimento gerado e transmitido na Universidade em desenvolvimento para a sociedade onde atua. 

Sobre os premiados   

O Triple E Awards premiou as categorias Equipe de Inovação e Empreendedorismo do Ano, Universidade Verde do Ano e a categoria principal, Ecossistema de Inovação do Ano. Entre as instituições e ecossistemas de inovação vencedores dos prêmios globais, nos últimos dois anos, destacam-se o Instituto Technion e Tel Aviv University (Israel), Universidade de Bolonha (Itália),  Jönköping University (Suécia), Universidade de Stuttgard (Alemanha), Universidade de Valência e Universidade de Navarra (Espanha). Neste ano, participaram do processo mais de mil ecossistemas de inovação e universidades de todo o mundo. Além do Tecnopuc, foram premiadas instituições como McGill University (Canadá), Universidade de Oxford e a London School of Economics (Inglaterra), Uniminuto (Colômbia) e a Universidade Livre de Bruxelas (Belgica). 

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A Nanowear é a uma das Strartups que estão hospedadas no Tecnopuc. / Foto: Giordano Toldo

A nanotecnologia é a ciência realizada na escala nano, por meio da manipulação da matéria numa escala atômica e molecular. Um campo ainda em crescimento, os investimentos na área cresceram para um trilhão de dólares investidos no mundo em 2022, de acordo com a StatNano. Para avançar em pesquisas em nanotecnologia, empreendedores buscam laboratórios, maiores incentivos e conhecimento científico, como conta Andrè Flôrès, fundador da Nanowear, empresa especialista em confecção de produtos têxteis com nanotecnologias.  

A Nanowear, startup que integra o Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), desenvolve produtos inteligentes com encapsulamento de nanotecnologias aplicadas em roupas, como uniformes, jalecos médicos, roupas de cama e demais produtos em tecidos. Durante o contexto da pandemia de Covid-19, a empresa desenvolveu um projeto em parâmetros internacionais patenteado por edital da FINEP, com o objetivo de desenvolver roupas hospitalares que utilizam nanotecnologias capazes de inibir a proliferação de bactérias e vírus nos ambientes hospitalares. 

O projeto foi realizado dentro do ecossistema da Universidade, com estudos desenvolvidos no Laboratório de Imunologia e Microbiologia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS e com testes implementados no Hospital São Lucas da PUCRS. O professor e pesquisador da Escola Politécnica Ricardo Papaleo explica que produtos nanotecnológicos tem em geral elevada complexidade e demandam expertise técnica que muitas vezes só é encontrada nas universidades. 

“O papel das universidades é fundamental no desenvolvimento de produtos nanotecnológicos, em parte pelo capital intelectual e conhecimento que possui em novas técnicas de síntese e caracterização de nanomateriais e por fornecer infraestrutura analítica de alto padrão que as startups têm mais dificuldades de adquirir”, destaca.  

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Nanowear e tecidos antimicrobianos 

A Nanowear atua na produção de vestimentas que proporcionam qualidade, segurança e bem-estar voltado para os setores hoteleiro, automotivo, alimentício, industrial e doméstico. A startup também atua no setor hospitalar, em que mais recentemente desenvolveu um projeto de Tecidos Inteligentes Antimicrobianos com Nanotecnologia, com a participação de diferentes áreas, pesquisadores e profissionais da PUCRS.  

Para chegar no resultado final dos tecidos, múltiplos testes têm sido desenvolvidos em laboratório e atividades realizadas semanalmente no Hospital São Lucas da PUCRS, onde os pesquisadores puderam analisar a ação antimicrobiana e eficácia dos tecidos. A equipe responsável pelo projeto proposto por Andrè Flôrès, contou com a pesquisadora de gestão em saúde Ivon Maisonnave, o diretor técnico e médico infectologista do HSL Fabiano Ramos, a pesquisadora da PUCRS na área de Microbiologia Sílvia Dias de Oliveira, o professor da Escola de Medicina Diego Rodrigues Falci e a pesquisadora da Escola de Ciências da Saúde e da Vida Anelise Baptista da Silva. 

Foram feitas pesquisas comparativas em laboratório entre as peças dos vestuários convencionais do hospital e as peças com nanotecnologia, por encapsulamento de nanopartículas de óxido de cobre e prata, com características hidrorrepelente e antimicrobiana. Além disso, a equipe da UTI se dividiu na utilização dos uniformes nano e outras não, por um período de tempo, justamente para compreender a eficácia dos uniformes produzidos pela Nanowear. Também foram realizados testes de lavagens para analisar se os tecidos neutralizavam os maus odores, não desbotavam ou se eram mais fáceis de serem limpos, com a proposta de produzir produtos mais sustentáveis. 

A pesquisadora Sílvia Dias de Oliveira, coordenadora do Laboratório de Imunologia e Microbiologia, destacou a importância da universidade no desenvolvimento de projetos com nanotecnologia, principalmente nas ações que visem à redução bacteriana e a contaminação cruzada, especialmente em ambientes hospitalares. 

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“As universidades desempenham um papel fundamental no desenvolvimento e aplicação de nanotecnologias, uma vez que a nanotecnologia é uma área de pesquisa altamente interdisciplinar que envolve conhecimentos em diversas áreas reunidas no ambiente universitário”, finalizou.  

NanoPUCRS e avanços em nanotecnologia na pesquisa da universidade 

O trabalho da Nanowear foi possível graças ao trabalho conjunto entre Instituto do Cérebro, HSL, Tecnopuc e demais laboratórios. / Foto: Pexels

O projeto desenvolvido pela Nanowear foi possível graças ao trabalho em conjunto entre diversas instâncias de pesquisa e inovação da Universidade, como o Instituto do Cérebro, o HSL, o Tecnopuc e demais laboratórios de pesquisa. A expertise dos pesquisadores da universidade contribui para o desenvolvimento de diversos projetos na área de nanotecnologia e nanociência.  

Dentre as iniciativas de pesquisa na área no contexto da universidade, se destaca o NanoPUCRS, coordenado pelo pesquisador Ricardo Papaleo, com projetos inovadores relacionados às propriedades da matéria em nanoescala. O NanoPUCRS integra o Sistema Nacional de Laboratórios em Nanotecnologia (SisNANO), com o papel de ser interlocutor entre a academia e o setor produtivo em projetos voltado às nanotecnologias, além de atuar como hub para direcionar demandas nano para pesquisadores de diferentes campos.  

Dentre as atividades ofertadas pelo NanoPUCRS para a sociedade acadêmica, o coordenador Ricardo Papaleo também destaca os serviços de caracterização dos nanomateriais, análise de produtos lexiviados dos tecidos e customização da síntese dos nanomateriais usados na impregnação. Outro importante protagonismo da Universidade na área é o Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Tecnologia de Materiais (PGETEMA) que conta com uma linha de pesquisa em Materiais nanoestruturados, com o objetivo de envolver pesquisadores e discentes na criação e caracterização de materiais nanoestruturados para aplicações especiais.  

“A tendência mundial e os principais países que investem em nanotecnologia já entenderam que os avanços na área partem das universidades. Estudos internacionais indicam que 63% das patentes dos protótipos feitos nos Estados Unidos são das universidades e a PUCRS é um dos principais polos para isso. Empreendedores e pesquisadores têm aqui laboratórios qualificados e conceituados, um rico Parque Tecnológico e professores de referência”, finalizou o CEO da Nanowear.  

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